quarta-feira, fevereiro 10, 2016

André Rogerie - um estonteante corrupio entre os diversos blocos hospitalares de Auschwitz



André Rogerie tinha 21 anos quando foi preso pela Gestapo, a 3 de Julho de 1943, quando tentava juntar-se às tropas francesas no Norte de África. André Rogerie esteve sucessivamente prisioneiro nos campos de concentração de Buchenwald, Dora, Maidanek, Auschwitz, Gross-Rosen, Nordhausen e Harzungen.

Em 1945, escreveu uma obra intitulada "Vivre c’est Vaincre" [Viver é Vencer]. André Rogerie escreveu este livro porque, já desde 1943, estava convicto de que era necessário fazer saber ao mundo o que ele passou e viu nos campos de concentração.

No prefácio da reedição do seu livro, em 1988, escreveu: "Tendo assistido pessoalmente ao que se chama hoje «Holocausto», creio ser o meu dever, como testemunha ocular, imprimir novamente este documento histórico para que aqueles que procuram a verdade sobre este período encontrem um testemunho autêntico". Contra os negacionistas, André Rogerie traz-nos o testemunho de um deportado que observou o genocídio dos Judeus.



Tendo subido ao posto de General, André Rogerie recebeu em 1994 o prémio "Mémoire de la Shoah [Memória do Holocausto Judeu] da Fundação Bushmann. A 16 de Janeiro de 2005, no Hôtel de Ville em Paris, por ocasião da comemoração da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, André Rogerie foi, a par com Simone Veil (a primeira mulher a presidir ao Parlamento Europeu [1979-1982]), um de dois sobreviventes dos campos a testemunhar.

André Rogerie foi deportado para Dora, adoeceu, foi considerado inapto para o trabalho e, depois de algumas peripécias, chega a Auschwitz-Birkenau em Abril de 1944, nessa altura ele não pesa mais de quarenta quilos.

«Os prisioneiros com fatos às riscas estão lá para nos receber. É um comando especial. Em geral são muito simpáticos, ajudam-nos a descer e depois a subir para os camiões. Estamos muito cansados, chegamos extenuados e a ajuda que nos deram não foi inútil» (pág. 63).

André Rogerie depois de passar pela desinfecção vai para um bloco de quarentena. Ao fim de cinco semanas, pesa 43 kg. Ao ver o seu estado de magreza, o médico envia-o para o campo-hospital (pág. 69): «fomos colocados num bloco muito simpático. O chão está coberto com um pavimento, há janelas, as camas estão espaçadas umas das outras, os cobertores são bons. A sopa é abundante e pela primeira vez desde há uns tempos eu comia o suficiente» (pág. 69).

André Rogerie

Ao verificar-se que tinha sarna, foi enviado para o bloco 15, «reservado às doenças de pele» (pág. 70). «Todos os dias, o suplemento de sopa é distribuído àqueles que estão mais magros […] vou portanto para a fila (sempre em camisa) para o meu suplemento». «Em poucos dias, voltei a ter cinquenta quilos. Graças às pomadas do doutor Landemann, a minha pele está completamente sarada» (pág. 71).


No dia em que devia finalmente sair do hospital para trabalhar, André Rogerie ficou com febre: «Os médicos auscultaram-me uns após outros e desconfiaram que eu tinha malária. O doutor Herz recolheu uma amostra do meu sangue para que fosse estudada no microscópio […] o laboratório respondeu na manhã seguinte a dizer que a malária não foi detectada. Eu tenho o sangue muito puro […]. Continuo portanto a viver no bloco 15 com a minha pequena febre semanal […]. Pouco a pouco, graças aos bons cuidados de Piccos, a agulha da balança sobe e em Julho eu já peso 56 quilos» (pág. 72).

«Eis que, ainda por cima, eu contraio uma doença do couro cabeludo que é tratada por depilação. É necessário rapar todo o cabelo, pêlo a pêlo. Para isso, sou levado para o campo das mulheres para ir ao aparelho de raios X, porque não falta nada em Birkenau».

Pouco depois, André Rogerie seria inscrito num comando de trabalho de Auschwitz.


Comentário


Poucos deportados terão tido tanta sorte como o prisioneiro André Rogerie. Não só passou incólume por sete campos de extermínio - Buchenwald, Dora, Maïdanek, Auschwitz, Gross-Rosen, Nordhausen e Harzungen, como, dentro do campo de extermínio de Auschwitz, correu quase todos os blocos hospitalares do campo:

André Rogerie depois de passar pela desinfecção foi para um bloco de quarentena. Cinco semanas depois o médico envia-o para o campo-hospital. Ao verificar-se que tinha sarna, foi enviado para o bloco 15, reservado às doenças de pele. Ao contrair uma doença no couro cabeludo tem de ir ao aparelho de raios X que fica situado no campo das mulheres.

Esta roda-viva pelos diversos blocos hospitalares de Auschwitz não é alheia à recuperação física de André Rogerie. Chegado a Auschwitz, em Abril de 1944, não pesando mais do que 40 kg, ao fim de cinco semanas já pesa 43 kg, atingindo pouco depois os 50 kg e em Julho do mesmo ano os 56 kg. Pouco tempo depois, André Rogerie já estava suficientemente robusto para ser integrado num comando de trabalho.

Em face da existência de tantos blocos hospitalares no campo de extermínio de Auschwitz, é difícil discordar de André Rogerie: «não falta nada em Auschwitz-Birkenau».
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6 comentários:

MPires disse...

A minha dúvida é: Será que todos os prisioneiros foram assim tratados?

Anónimo disse...

Ninguém desmente que os judeus foram perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial. Esta perseguição foi autêntica e desumana e não era dirigida unicamente contra os judeus. Contudo, os revisionistas desmentem a existência dum projecto nazi que apontasse a destruição sistemática dos judeus e refutam a existência de campos de extermínio com câmaras de gás para o assassinato de prisioneiros judeus.

O que aconteceu com os milhões de judeus que desapareceram? Antes da Segunda Guerra Mundial, cerca de três milhões de judeus viviam na Polónia. Depois da guerra, havia apenas algumas dezenas de milhares de judeus nesse país. Isso prova que cerca de 3 milhões de judeus polacos foram assassinados pelos alemães.

Na Primavera de 1945, quando as tropas americanas libertaram os campos de concentração, encontraram pilhas de cadáveres e esqueletos. São todos bonecos de Hollywood?

Inúmeras testemunhas descreveram o extermínio nas câmaras de gás. Eram todos mentirosos? Não é possível que tantas pessoas contem a mesma história de forma independente uma das outras. Além disso, muitos nazis confessaram ter participado do extermínio. Estas confissões foram todas obtidas mediante tortura?

Parolinho Democratico disse...


ALERTA GERAL - Anónimo 11 fevereiro, 2016 10:33

http://www.martindoms.com/scratch/troll.png

fab-veritas.blogspot.com disse...

Elie Wiesel, a mais notória "testemunha do holocausto", falou coisas semelhantes no seu primeiro "besta seller" chamado "NOITE". Confira pequenos excertos:

http://fab29-palavralivre.blogspot.com.br/2012/08/wiesel-e-noite.html

Thor disse...

http://2.bp.blogspot.com/-WM0Sgcsxh8E/Tz00Di7meCI/AAAAAAAAADM/-Yg6CMwTMHQ/s1600/holocaustgraph%5B1%5D.jpg

http://4.bp.blogspot.com/-CijqQ--sbWM/VivxkRZQzyI/AAAAAAAAH8U/QIdgFOu3Clw/s1600/20rxGtl.gif

Diogo disse...

MPires - «A minha dúvida é: Será que todos os prisioneiros foram assim tratados?»

Diogo - Evidentemente que não. Mas a «história» das câmaras de gás e do extermínio sofre um certo desgaste...



Anónimo - «Inúmeras testemunhas descreveram o extermínio nas câmaras de gás. Eram todos mentirosos?»

Diogo - Não são assim tantas testemunhas como isso e como não existiram câmaras de gás, estavam evidentemente a mentir...



FAB 29 - «Elie Wiesel, a mais notória "testemunha do holocausto", falou coisas semelhantes no seu primeiro "besta seller" chamado "NOITE"»

Diogo - Elie Wiesel é uma das maiores provas de que o holoconto é um embuste...



Diogo - Thor, boas tabelas e bom gráfico...