Dirigentes do Bloco estudaram o percurso de 115 ex-governantes: 84 foram para a Banca ou tiveram uma ligação ao sector bancário, passando por órgãos sociais dos mais diversos bancos. Mais interessante ainda: desses 84 ex-governantes com ligação à banca, na grande maioria dos casos (56, ou seja, dois terços,) essa ligação não tinha antecedentes, e só surgiu depois da passagem pelo Governo.
Os dados apurados permitem aos autores sustentar a tese da "integração sistémica assegurada por estes dirigentes. São portadores de informação valiosa e de redes de influência. As responsabilidades partidárias, que se prolongam além dos cargos de governo e são valorizadas por estes, asseguram um canal permanente com várias dimensões do poder central e local", o que é um "ativo estratégico" para os empregadores.
A generalidade dos bancos reconhece a importância deste “ativo estratégico” e vai buscar ex-ministros e secretários de Estado (sobretudo os que passaram pelas finanças e economia, mas não só — basta pensar nos casos de Dias Loureiro e Armando Vara, que vinham da Administração Interna, ou Celeste Cardona, que foi ministra da Justiça). BES e BCP são, no universo analisado, os que mais apostaram nestas contratações — um em cada dez está ou esteve no BES, e quase um em cada cinco teve ou tem uma ligação ao BCP. Rui Machete, ex-ministro e barão social-democrata, conseguiu juntar as duas marcas no seu currículo. Também o grupo Champalimaud (e, depois, Santander) apostou forte em ex-governantes, quase todos do PSD.
Os dados apurados permitem aos autores sustentar a tese da "integração sistémica assegurada por estes dirigentes. São portadores de informação valiosa e de redes de influência. As responsabilidades partidárias, que se prolongam além dos cargos de governo e são valorizadas por estes, asseguram um canal permanente com várias dimensões do poder central e local", o que é um "ativo estratégico" para os empregadores.
A generalidade dos bancos reconhece a importância deste “ativo estratégico” e vai buscar ex-ministros e secretários de Estado (sobretudo os que passaram pelas finanças e economia, mas não só — basta pensar nos casos de Dias Loureiro e Armando Vara, que vinham da Administração Interna, ou Celeste Cardona, que foi ministra da Justiça). BES e BCP são, no universo analisado, os que mais apostaram nestas contratações — um em cada dez está ou esteve no BES, e quase um em cada cinco teve ou tem uma ligação ao BCP. Rui Machete, ex-ministro e barão social-democrata, conseguiu juntar as duas marcas no seu currículo. Também o grupo Champalimaud (e, depois, Santander) apostou forte em ex-governantes, quase todos do PSD.
A banca é o máximo denominador comum neste universo, mas os ex-governantes ganharam destaque nas mais variadas empresas e grupos económicos. Destaque-se o Grupo Mello pela sua tendência para dar novas oportunidades a ex-governantes — dos 115 analisados, contratou 16, com percursos tão diversos como Álvaro Barreto, António Vitorino, Nogueira Leite, Couto dos Santos ou Luís Filipe Pereira. As empresas públicas ou aquelas onde o Estado tem participação relevante também se tornam autênticos albergues de ex-governantes — veja-se a CGD, a PT ou a EDP.
Os autores notam que “muitos destes dirigentes político-empresariais tomam ainda formas de ‘participação cruzada’, tecendo pontes eficientes entre vários grupos económicos cujos órgãos sociais integram simultaneamente”. Casos notórios são Mira Amaral, Ferreira do Amaral, Murteira Nabo, Nogueira Leite ou Luís Todo Bom.
Por outro lado, esta contaminação entre política e negócios permite “a promoção de uma meteórica mobilidade social ascendente”, pois a passagem pelo Governo é “um condão que transforma dezenas de quadros técnicos, docentes universitários ou responsáveis partidários em administradores de empresas privadas ou participadas, com acesso a rendimentos absolutamente incomparáveis com os auferidos anteriormente”. O exemplo mais evidente é Vara, que chegou à política como bancário e saiu como banqueiro, mas há muitos outros, como Jorge Coelho ou José Penedos.
Os bloquistas apontam um terceiro aspeto deste fenómeno: a “forte promiscuidade”, com “governantes que transitam diretamente da tutela para a gestão de topo de empresas cujo quadro de atuação condicionaram imediatamente antes”. Há bons exemplos nas obras públicas (Ferreira do Amaral, Jorge Coelho, Luís Parreirão) e na energia (Pina Moura, Fernando Pacheco). A grande maioria dos ex-governantes portugueses que se dedicaram aos negócios privados têm ou tiveram uma ligação ao sector bancário — esta é uma das conclusões de uma pesquisa desenvolvida por cinco dirigentes do Bloco de Esquerda, que será editada em livro na próxima semana. “Os Donos de Portugal — Cem Anos de Poder Económico”, a que o Expresso teve acesso, da autoria de Francisco Louçã, Luís Fazenda, Fernando Rosas, Cecília Honório e Jorge Costa, faz um retrato do século republicano olhando para os detentores do poder económico.
Há anos que os dirigentes do BE denunciam a “promiscuidade” entre política e negócios, de que Armando Vara se tornou o caso mais paradigmático nos últimos anos. Agora, os bloquistas tentaram aprofundar a questão da “contaminação intensa entre poder de Estado e negócios privados”. Olharam para as “áreas governativas estratégicas da economia, finanças, obras públicas, emprego e planeamento” e identificaram 115 percursos individuais de ministros e secretários de Estado “com currículo empresarial e de negócios relevante”, nas palavras de Jorge Costa. Não é um levantamento exaustivo das carreiras profissionais dos ex-governantes, mas apenas daqueles que mais se destacaram no regresso ao privado.
Os autores notam que “muitos destes dirigentes político-empresariais tomam ainda formas de ‘participação cruzada’, tecendo pontes eficientes entre vários grupos económicos cujos órgãos sociais integram simultaneamente”. Casos notórios são Mira Amaral, Ferreira do Amaral, Murteira Nabo, Nogueira Leite ou Luís Todo Bom.
Por outro lado, esta contaminação entre política e negócios permite “a promoção de uma meteórica mobilidade social ascendente”, pois a passagem pelo Governo é “um condão que transforma dezenas de quadros técnicos, docentes universitários ou responsáveis partidários em administradores de empresas privadas ou participadas, com acesso a rendimentos absolutamente incomparáveis com os auferidos anteriormente”. O exemplo mais evidente é Vara, que chegou à política como bancário e saiu como banqueiro, mas há muitos outros, como Jorge Coelho ou José Penedos.
Os bloquistas apontam um terceiro aspeto deste fenómeno: a “forte promiscuidade”, com “governantes que transitam diretamente da tutela para a gestão de topo de empresas cujo quadro de atuação condicionaram imediatamente antes”. Há bons exemplos nas obras públicas (Ferreira do Amaral, Jorge Coelho, Luís Parreirão) e na energia (Pina Moura, Fernando Pacheco). A grande maioria dos ex-governantes portugueses que se dedicaram aos negócios privados têm ou tiveram uma ligação ao sector bancário — esta é uma das conclusões de uma pesquisa desenvolvida por cinco dirigentes do Bloco de Esquerda, que será editada em livro na próxima semana. “Os Donos de Portugal — Cem Anos de Poder Económico”, a que o Expresso teve acesso, da autoria de Francisco Louçã, Luís Fazenda, Fernando Rosas, Cecília Honório e Jorge Costa, faz um retrato do século republicano olhando para os detentores do poder económico.
Há anos que os dirigentes do BE denunciam a “promiscuidade” entre política e negócios, de que Armando Vara se tornou o caso mais paradigmático nos últimos anos. Agora, os bloquistas tentaram aprofundar a questão da “contaminação intensa entre poder de Estado e negócios privados”. Olharam para as “áreas governativas estratégicas da economia, finanças, obras públicas, emprego e planeamento” e identificaram 115 percursos individuais de ministros e secretários de Estado “com currículo empresarial e de negócios relevante”, nas palavras de Jorge Costa. Não é um levantamento exaustivo das carreiras profissionais dos ex-governantes, mas apenas daqueles que mais se destacaram no regresso ao privado.
Para que se perceba quais as características mais importantes que valorizam estes senhores, que após passarem pela vida politica, são procurados, não pela justiça, como seria de esperar mas por empresas diversas, dispostas a pagarem pelos serviços deles, fortunas.
E ninguém estranha que aqueles políticos que arruinaram Portugal, quando estiveram no governo, dando provas constantes de "incompetência", gestão danosa ou criminosa, traindo o estado que representaram, sejam depois tão procurados para gerir as grandes empresas??? As mais ricas? As mais bem sucedidas? Será que elas gostam de incompetentes? Ou será que os políticos, mesmo no governo, estiveram sempre a trabalhar para as empresas privadas? Favorecendo-as, em prejuízo do estado?
11 comentários:
O be é tão contra essa promiscuidade bancária, que nem quer fazer uma auditoria séria e independente à dívida nacional para saber exactamente o quanto se deve, a quem se deve, e o porquê de se dever.
E o be também não se importa muito que o judeu capitalista soros financie as ditas ONG(que na realidade são movimentos subversivos anti-nacionais e anti-nativos, até mesmo organizações terroristas nalguns casos); como movimentos pró-democracia, luta (pseudo)anti-racista, e pró-gays/pedófilos/travestis/e restante aberrações.
«O BE é tão contra essa promiscuidade bancária, que nem quer fazer uma auditoria séria e independente à dívida nacional para saber exactamente o quanto se deve, a quem se deve, e o porquê de se dever»
Por acaso, até quer. já vi a Catarina Martins na televisão a perguntar porque é que os bancos pagam quase 0% de juros ao BCE e depois emprestam aos Estados, Empresas e Famílias a juros agiotas.
Uma coisa é "perguntar". Outra coisa é pedir OFICIALMENTE uma auditoria séria e independente à dívida.
Qual é a parte de que o be é falsa oposição que não percebes Diogo?
Não te pergunto se queres que te faça um desenho, pois tenho feito bastantes já...
Ainda não percebes que a dita "esquerda" democrática é tão amiga da máfia da usura como a dita "direita" democrática?
Vamos lá ver se te consigo pôr a raciocinar como deve ser:
Quem empresta não interessa que a nossa economia funcione, correcto?
Interessa sim a sabotagem da nossa economia, de modo haver pretexto para estar sempre a emprestar, e a enriquecer à custa dos sucessivos empréstimos.
A quem interessa um estado gordo(não confundir com Estado forte) cheio de parasitagem a dar cabo da economia? Aos agentes da usura, correcto?
Quem mais favorece o estado gordo cheio de parasitagem? A dita "esquerda" democrática...
Então a "política"(Eufemismo para subversão e terrorismo) da dita "esquerda" democrática favorece quem? Os agentes da usura...
É assim tão difícil perceber isto?
Ou é preciso fazer banda desenhada disto para melhor enxergares?
o Diogo anda num limbo. ele tem períodos de lucidez em que reconhece que o BE e PCP são, de facto, falsa oposição, mas depois tem outros em que a costela "esquerdóide" é mais forte e não resiste a vir defender os seus amiguinhos.
opá, os partidos da assembleia são todos iguais, desde o CDS-PP até ao BE. é tudo a mesma merda.
«os partidos da assembleia são todos iguais, desde o CDS-PP até ao BE. é tudo a mesma merda»
Provavelmente são. Mas que há muita gente no BE (e no PCP também) que é honesta e que compreende a mecânica da coisa. Tenho-os visto várias vezes a pôr verdadeiramente o dedo na ferida. Mas na televisão não podem ir muito além disso, senão são banidos. Vejam o que aconteceu com o Paulo Morais...
Mas tem acesso em pleno á "Televisão".
Eu pelo menos quando via Televisão e que num "zapping" passava pela Sic Noticias, estava sempre lá algum Bernardino ou um luis fazenda de plantão a comentar merdas sem interesse e as típicas peixeiradas democráticas do parlamento. Tal como estão lá sempre uns taberneiros quaisquer do psd e do ps e do pp, tipo aquela mosca do telmo correia ou algum joão galamba.
De facto a mim até me parece que uma conversa de taberna é mais rica intelectualmente do que a porcaria repetitiva que esse tipos deslargam pela boca.
Este pais está entregue á bicharada.
http://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2016/04/06155947/20561246_770x433_acf_cropped.jpg
Coitado do Afonso Henriques.....deve andar ás voltas na campa.
«Coitado do Afonso Henriques»???
O Afonso Henriques era um lacaio dos Templários, a máfia financeira mais poderosa desses tempos:
Os Templários, em pouco mais de dois séculos, mudaram a face da Europa...
... O que é também evidente mas poucas vezes mencionado é a vital importância que tiveram os Templários na Fundação de Portugal... no Milagre da Batalha de Ourique, a acção dos Templários é de importância vital, também, na formação místico-guerreira que deram ao Rei, fazendo Dele, o designado pelo “dedo de Deus” para o nascimento de um novo reino, de uma terra mãe de tantas futuras façanhas...
... Os historiadores, em geral, não querem dar a esta Ordem um papel prioritário e de nenhum modo, nem em sonhos, atribuir ao Ideal e à Fraternidade do Templo uma especial importância sobre o Rei Afonso Henriques e no nascimento de Portugal...
... Alguns investigadores, mais audazes e providos de uma documentação bem fundamentada, sim atrevem-se. De destacar o livro de Eduardo Amarante “Templários, de Milícia Cristã a Sociedade Secreta”, no seu vo-lume IV - Tomo I “Da Formação de Portugal às Descobertas” e o de Paulo Alexandre Loução em “Templários na formação de Portugal”...
Não entendemos porque é que Diogo Freitas do Amaral, na sua biografia de Afonso Henriques ignora tais factos fundamentais e inequívocos. Não entendemos porque é que quase converte os Templários em inimigos do Rei, quando este toma a decisão de nomear como sucessor o seu filho legítimo D. Sancho e não o seu primeiro filho, mas ilegítimo, Fernando Afonso, pois a influência do Templo seguiu pura e forte com o novo rei.
Não entendemos porque é que não se dá a importância devida ao documento em que D. Afonso entrega - na realidade confirma a doação que tinha feito a rainha Teresa, sua mãe - o castelo de Soure aos Templários e onde declara: “Douvos e concedo-vos o tal Castello com todos seos foros que são e forem para que vós o tenhais firmemente, e todos os vossos sucessores para sempre, e esta doação faço, não por mando ou persuasão de alguem, mas por amor de Deos, e por remedio da minha alma, e de meus Pais, e pelo cordial amor que vos tenho por e PORQUE EM A VOSSA IRMANDADE E EM TODAS VOSSAS BOAS OBRAS SOU IRMÃO (...) Eu o Infante D. Affonso, com minha propria mão roboro esta Carta”.
Etc...
Ler o artigo aqui:
http://www.nova-acropole.pt/a_templarios-portugal.html
eu também não morro de amores pelo Afonso Henriques, como outros nacionalistas.
afinal de contas, ele tinha um ministro das finanças judeu e deixava os judeus mandarem.
ele teve virtudes, mas também teve muitos defeitos e a identidade dele é uma incógnita, ainda hoje não se sabe bem o que era, se um filho bastardo ou não.
ele lutou e criou um país, sim senhora, mas deixou muitos mouros e judeus ficarem...e por isso não o posso idolatrar.
verdade seja dita, os sucessores não fizeram muito melhor.
É engraçado como a esmagadora maioria dos ministros das finanças são judeus...
A ex-ministra das finanças é judia, não judeu, defende o BE, contra certa machista mania.
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