A justiça alemã condenou a cinco anos de prisão um ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz, considerando-o "cúmplice" na morte de cerca de 170 mil pessoas entre janeiro de 1943 e junho de 1944.
Reinhold Hanning, no julgamento com 94 anos e, 73 anos antes, em Auschwitz com 21 anos
DN - 18/06/2016
Guarda do campo era acusado de responsabilidade em homicídio agravado ainda que sem envolvimento direto em execuções.
A justiça alemã condenou a cinco anos de prisão um ex-SS, que foi guarda no campo de concentração de Auschwitz, considerando-o "cúmplice" na morte de cerca de 170 mil pessoas entre janeiro de 1943 e junho de 1944.
Reinhold Hanning, de 94 anos, prestou serviço no campo desde o início de 1942, sendo o seu processo parte de um grupo de ações iniciadas pela justiça alemã nos últimos cinco anos contra antigos guardas e outros elementos afetados a campos de concentração ou de trabalho forçado durante a Segunda Guerra Mundial.
Estão em curso, no total, 11 inquéritos judiciais, três a outros antigos guardas de Auschwitz, três a guardas do campo de Majdanek e a três elementos da divisão SS Hitlerjugend. Nos restantes dois casos, que abrangem uma antiga telegrafista de Auschwitz, de 92 anos, e um antigo enfermeiro no mesmo campo, hoje com 95 anos, está a ser analisado o estado de saúde de ambos para decidir ou não da continuação dos processos.
Hanning permaneceu em silêncio e imóvel ao longo de todo o julgamento, que decorreu na cidade de Detmold e se iniciou a 11 de fevereiro, a maior parte do tempo de olhos baixos. Numa intervenção em abril pediu perdão às vítimas, dizendo então que tinha "vergonha de ter deixado suceder tantas injustiças, que conhecia perfeitamente, e de nada ter feito para as impedir".
O ex-SS integrou a Juventude Hitleriana antes de combater em França e na Ucrânia, onde foi gravemente ficou ferido e impossibilitado de regressar à frente de combate, sendo então transferido para o serviço do campo. Descrito como um "elemento da engrenagem" pela acusação, Hanning não foi acusado de nenhum crime específico, derivando a responsabilidade que lhe foi imputada da natureza do crime: extermínio em massa ou, na linguagem jurídica, "cumplicidade em homicídio agravado", ainda que sem envolvimento direto. Para a acusação, era claro que o militar "sabia que em Auschwitz eram assassinadas todos os dias pessoas inocentes".
Por seu turno, os advogados das partes civis - judeus que passaram pelo campo - salientaram que, pela primeira vez, a justiça alemã iria punir o papel de um SS nas "diferentes formas" de extermínio: a morte devido às condições de vida dos presos, as câmaras de gás e as execuções sumárias.
Para o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, Hanning "teve a sentença merecida" e o seu processo "constituiu um grande passo, ainda que tardio" naquilo que respeita "às mortes em massa sucedida em Auschwitz. A sentença não é, contudo, definitiva. Quer os advogados de Hanning quer a acusação podem recorrer da decisão do tribunal até à próxima sexta-feira.
Até hoje, segundo números oficiais, 106 mil militares alemães foram acusados de crimes de guerra, dos quais 13 mil foram julgados. Destes últimos, cerca de 6500 condenados.
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Ex-telegrafista de Auschwitz de 91 anos é levada à Justiça na Alemanha
Globo - 21/09/2015
Uma ex-telegrafista de Auschwitz, de 91 anos, foi encaminhada à justiça alemã por "cumplicidade" no extermínio de pelo menos 260 mil judeus em 1944, anunciou nesta segunda-feira (21) a procuradoria citada pela agência de notícias alemã DPA.
O tribunal de Kiel (norte do país) não divulgou a identidade da ex-telegrafista, que integrou um corpo feminino destinado a ajudar nos campos de concentração, dizendo apenas que ela foi processada pelo período de abril a julho de 1944. Estes três meses correspondem, nomeadamente, ao extermínio em massa de judeus húngaros, a um ritmo jamais alcançado nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau.
O tribunal de Kiel deverá decidir no próximo ano se levará adiante um julgamento, dependendo da gravidade das acusações, mas também da saúde da acusada, um obstáculo frequente no julgamento de ex-nazistas, indicou o procurador-geral Heinz Döllel.
O caso será analisado pela justiça especializada em crimes cometidos por menores porque ela tinha menos de 21 anos no momento dos crimes.
- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!
A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?
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O judeu, Prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel
Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston.
Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."
As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.
Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."
As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.
Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau.
E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.
Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:
- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!
A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?
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Associated Free Press - 23.04.2009 - O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, numa cerimónia em Israel, em Abril de 2009, que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial:
7 comentários:
Acrescento este artigo de Ingrid Rimland Zundel:
http://www.veteranstoday.com/2016/06/18/its-time-to-put-a-stop-to-german-bashing-part-i/
Nick, obrigado pelo elogio e obrigado pelos links.
Este rebaixamento contínuo dos alemães (estes julgamentos nojentos de pessoas com noventa e tal anos - de guardas e telegrafistas), mostram bem com que tipo de gente o mundo está a lidar. Já para não falar da extorsão financeira à Alemanha e outros países pelas organizações judaicas que continua ad eternum para os «sobreviventes do holoconto»...
Colaborando com a aversão à cantilena sionista:
http://fab29-palavralivre.blogspot.com.br/2015/01/70-anos-de-auschwitz.html
Abraço.
https://i.sli.mg/DHVCKW.jpg
FAB 29 - É a eterna dança dos número das vítimas de Auschwitz.
Anónimo(20 junho, 2016 09:15) - Essa é muito boa!
Não há dúvida que eles põem as massas a pensar como querem.
Um comentário que presenciei, em que um sionista declarado afirmou numa discussão num blog, e que define a mais pura verdade.
..."Tu, e todos, comem aquilo que os judeus vos mandarem comer, pá!"...
E aqui regressam os links antes retirados a meu pedido.
https://www.youtube.com/watch?v=E0_BZphQ7Qo
https://www.youtube.com/watch?v=QlBA2zp992c
https://www.youtube.com/watch?v=kjuH-8w1Y5w
Mais uma vez felicito o autor do Blog. Tem artigos muito interessantes.
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