segunda-feira, janeiro 29, 2018

Rudolf Höss, o primeiro comandante de Auschwitz, jurou que, durante a sua chefia, morreram 3 milhões de pessoas nesse campo. Hoje, é afirmado que terão lá morrido cerca de 1,1 milhões de pessoas, 960 mil das quais judeus.

Rudolf Höss

Rudolf Höss foi o primeiro de três sucessivos comandantes do campo de concentração de Auschwitz. É muitas vezes chamado "o Comandante de Auschwitz".

Rudolf Höss compareceu perante o Tribunal Militar Internacional de Nuremberga como testemunha a 15 de Abril de 1946, onde o seu depoimento causou grande sensação. Para espanto dos outros réus e na presença de jornalistas de todo o mundo, Höss confessou os mais horrendos crimes da História. Contou como recebeu pessoalmente uma ordem de Himmler para exterminar os Judeus. Estimou em 3 milhões o número de pessoas que tinham sido exterminadas em Auschwitz, dois milhões e meio das quais nas câmaras de gás.

As confissões de Rudolf Höss provaram que o extermínio sistemático de Judeus, sobretudo por intermédio de câmaras de gás, foi uma realidade histórica. Höss testemunhou em Nuremberga atrocidades horrendas, e confirmou sob juramento a verdade de um depoimento que ele aceitou assinar para a acusação. Nesse depoimento, Höss confessou ter dado ordens para gasear milhões de vítimas.


Excerto da confissão de Rudolf Höss perante o Tribunal Militar Internacional de Nuremberga (15 de Abril de 1946):

"I have been constantly associated with the administration of concentration camps since 1934, serving at Dachau until 1938; then as Adjutant in Sachsenhausen from 1938 to 1 May 1940, when I was appointed Commandant of Auschwitz.. I commanded Auschwitz until 1 December 1943, and estimate that at least 2,500,000 victims were executed and exterminated there by gassing and burning, and at least another half million succumbed to starvation and disease making a total dead of about 3,000,000. This?figure represents about 70 or 80 percent of all persons sent to Auschwitz as prisoners, the remainder having been selected and used for slave labor in the concentration camp industries; included among the executed and burned were approximately 20,000 Russian prisoners of war (previously screened out of prisoner-of-war cages by the Gestapo) who were delivered at Auschwitz in Wehrmacht transports operated by regular Wehrmacht officers and men. The remainder of the total number of victims included about 100,000 German Jews, and great numbers of citizens, mostly Jewish, from Holland, France, Belgium, Poland, Hungary, Czechoslovakia, Greece, or other countries. We executed about 400,000 Hungarian Jews alone at Auschwitz in the summer of 1944."


Tradução:

"Eu tenho estado sempre associado à administração de campos de concentração desde 1934, servindo em Dachau até 1938; depois como Comandante-Adjunto em Sachsenhausen de 1938 até 1 de maio de 1940, quando fui nomeado Comandante de Auschwitz... Fui Comandante de Auschwitz até 1 de dezembro de 1943, e estimo que pelo menos 2.500.000 vítimas foram lá executadas e exterminadas por gaseamento e pelo fogo, e pelo menos outro meio milhão sucumbiu à fome e à doença perfazendo um total de cerca de 3.000.000 de mortos. Este número representa cerca de 70 ou 80 por cento de todas as pessoas enviadas para Auschwitz como prisioneiros, sendo o restante selecionado e usado para trabalho escravo nas indústrias do campo de concentração; incluídos entre os executados e mortos pelo fogo estavam cerca de 20 mil prisioneiros de guerra russos (anteriormente retirados das celas de prisioneiros de guerra da Gestapo) que foram entregues em Auschwitz nos transportes da Wehrmacht efectuados pelos oficiais e homens da Wehrmacht. Os restantes do número total de vítimas incluíam cerca de 100.000 judeus alemães e um grande número de cidadãos, principalmente judeus, da Holanda, França, Bélgica, Polónia, Hungria, Checoslováquia, Grécia ou outros países. Nós executamos cerca de 400.000 judeus húngaros só em Auschwitz no verão de 1944."



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Soube-se, mais tarde, através do livro «Legions of Death» [Legiões da Morte], de Rupert Butler, que Rudolf Höss foi espancado quase até à morte por membros da British Field Police Force [Força Policial de Campo Britânica] após a sua captura, e muito maltratado depois disso até ter prestado o seu depoimento sob juramento no Tribunal Militar Internacional de Nuremberga.

Nesse livro, o sargento britânico Bernard Clarke afirma que "Rudolf Höss foi preso em 11 de março de 1946 e que foram precisos três dias de tortura para obter uma declaração coerente".



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De qualquer modo, o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos afirma hoje que, durante todo o período de funcionamento do Campo de Concentração de Auschwitz, terão lá morrido cerca de 1,1 milhões de pessoas, 960 mil dos quais judeus:

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5 comentários:

Anónimo disse...

Ninguém se entende com os números de vítimas do Holocausto.

Anónimo disse...

"Polish senate passes Holocaust-related bill that triggered diplomatic spat with Israel"
https://www.rt.com/news/417546-poland-holocaust-bill-israel/
.
"Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu condemned the bill as a “distortion of the truth, the rewriting of history and the denial of the Holocaust.”"

lol lol
Carlos

Diogo disse...

Carlos, o holocausto é uma marca registada.

Maria disse...

Quando é que os generais norte-americanos e oficiais britânicos que ainda estejam vivos - e já serão muito poucos - se resolvem a contar a verdade do que se passou de facto em Auschwitz, contrariando o que os nazis incriminados em Nuremberga afirmaram 'sobre juramento' (obrigados a fazê-lo à custa de torturas e estas, sim, verdadeiramente cruéis) relativamente aos supostos gazeamentos através dos chuveiros e aos supostos crematórios para onde eram atirados vivos diàriamente milhares de prisioneiros judeus, pelos oficiais nazis?

Quando é que isso acontece? Apesar de alguns judeus honestos já o tenham vindo a fazer desde há algum tempo, com uma coragem digna de registo. Mas ainda não chegam.
Maria

Diogo, parabéns pelos excelentes e oportunos temas que aqui vem trazendo.

Diogo disse...

Obrigado Maria. Bastavam análises forenses com a tecnologia de hoje.