quinta-feira, março 17, 2005

Sócrates - depois dos estádios, o TGV

Em relação ao anunciado TGV coexistem vários pareceres:

A opinião dos Expert(o)s

A Rave - Rede de Alta Velocidade vai lançar este ano os estudos para a ligação Aveiro/Salamanca em alta velocidade. Braamcamp Sobral, presidente da Rave, considera que nesta linha será "adoptada uma solução muito idêntica à definida para a linha Lisboa/Porto".

Para Braamcamp Sobral, a prioridade da Rave na ligação a Salamanca "é colocar Viseu no mapa ferroviário". Segundo este responsável, "não faz sentido manter a situação actual".

O primeiro troço a avançar, diz Braamcamp Sobral, será "Aveiro/Viseu", depois, "vamos resolver os problemas mais perto da fronteira. A intenção é fasear o projecto".

O projecto de alta velocidade prevê cinco novas ligações - Lisboa/Porto, Lisboa/Madrid, Porto/Vigo, Aveiro/Salamanca e Faro/Huelva. A primeira ligação a entrar em funcionamento é Lisboa/Madrid, em 2010, e a segunda será Lisboa/Porto, em 2012.

Em causa está um projecto avaliado em mais de 12 mil milhões de euros e que fomentará a criação de mais de 90 mil postos de trabalho (na esmagadora maioria trabalhos precários de construção civil).

Carlos Nunes, director-geral da Fergrupo, empresa ligada ao grupo espanhol Comsa, expressa bem as expectativas do sector quando diz ao DN que a alta velocidade "é o pão das empresas para os próximos anos".

Responsáveis da Somague, integrada no grupo espanhol Sacyr, realçaram a importância que o projecto tem para o sector da construção, considerando-o "estruturante para o País".

Numa primeira fase, os custos previstos para este empreendimento são de 3, 8 mil milhões de euros, um custo menor do que o avaliado para um outro projecto que previa uma viagem em TGV feita em apenas uma hora e dez minutos, mas que custava mais 1, 6 mil milhões de euros.

O ex-ministro António Mexia justificou a decisão de avançar faseadamente com a preocupação da viabilidade do projecto, ponto a tónica na relação entre o custo e o benefício das várias opções estudadas. Se fosse a solução máxima, o investimento adicional para encurtar o trajecto em 25 minutos seria de 6.000 milhões, ou seja, 240 milhões de euros por minuto.

O ex-ministro considerou que a poupança compensa: «Cada minuto que poupamos custa 240 milhões. É um hospital».



E a opinião de um contribuinte de Leiria:

A distância mínima aconselhável entre paragens do TGV, ainda não está bem estudada. Há quem diga que é de cerca de 350 km, há quem aponte para cerca de 500 km. Deste modo, um hipotético TGV Lisboa/Porto, a justificar-se, não admitiria qualquer paragem intermédia.

Da mesma forma que um hipotético TGV Lisboa/Madrid quando muito admitiria apenas uma paragem, mas já em território espanhol. E digo sempre a justificar-se porque está averiguado que se toda a gente que hoje viaja de comboio e de avião entre Lisboa/Porto, Lisboa/Madrid e Porto/Madrid passasse a viajar no TGV, essa clientela não era sequer suficiente para pagar os custos de funcionamento do comboio de alta velocidade. Quem pagaria o resto? E isto é só no que respeita a passageiros porque quanto a mercadorias nem pensar em TGV, dado o acréscimo de custos de investimento que acarreta.

A Espanha e a França já assim o decidiram, mas os teóricos (distraídos?) da RAVE (Rede de Alta Velocidade) ainda continuam a planear o transporte de mercadorias em alta velocidade até à fronteira, para depois terem de utilizar redes comuns no resto da Europa.



E, por fim, a minha casta opinião:

Foram gastos 800 milhões de Euros em dez estádios que estão às moscas. Quer-se agora gastar 12 mil milhões de euros (dois mil e quatrocentos milhões de contos) em comboios para levar as moscas aos estádios. Os nossos governantes, e os seus compinchas, governam-se a 300 à hora!

1 comentário:

Anónimo disse...

Best regards from NY! » » »