segunda-feira, março 29, 2010

A moeda explicada a idiotas, que é como quem diz: a Armandos, Armindos, Frangos e Passarinhos


O Crédito Social versus o Juro Bancário



Uma história de Louis Even, extremamente esclarecedora e que bem merece ser lida.

[Tradução minha]


1 - Os Sobreviventes de um Naufrágio

Uma explosão destruiu por completo um navio. Cinco sobreviventes agarraram-se a vários pedaços de destroços e, com eles, conseguiram construir uma jangada onde se agruparam e que as ondas levou à mercê das marés. Quanto às outras vítimas do desastre, não havia sinal deles.

Durante muito tempos os sobreviventes perscrutaram o horizonte. Poderia algum navio avistá-los? Poderia a jangada improvisada ir dar uma praia favorável?

De repente um grito soou: "Terra! Olhem! Ali, na direcção para onde as ondas nos estão a levar!"



E à medida que se confirmava que a silhueta no horizonte era de facto o contorno de uma costa, os sobreviventes na jangada dançavam de alegria.

Os sobreviventes eram cinco, cinco canadianos. Havia o Frank, o carpinteiro, grande e enérgico. Foi ele quem gritou em primeiro lugar, "Terra!"

Depois, Paul, o agricultor. Na imagem pode-se vê-lo de joelhos, com uma mão apoiada no chão e com a outra a segurar o mastro da jangada.

A seguir, o Jim, um criador de animais; é o das calças às riscas, de joelhos e a olhar em direcção à terra.

Também o Harry, um fruticultor, um pouco obeso, sentado num baú que fora salvo do naufrágio.

E finalmente, o Tom, um prospector e mineiro; é o risonho que tem a mão nos ombros do carpinteiro.



2 - Uma Ilha Providencial

Para os nossos cinco homens, pôr os pés em terra era como regressar à vida.

Chegados a terra, quando se secaram e aqueceram, o seu primeiro impulso foi explorar a pequena ilha para onde tinham sido lançados, longe da civilização.

Uma breve inspecção foi o suficiente para lhes animar o espírito. A ilha não era uma rocha árida. É verdade que eram os únicos homens que lá estavam nessa altura. Mas, a julgar pelos rebanhos de animais semi-domesticados que encontraram, deviam lá ter vivido pessoas antes de eles lá chegarem. Jim, o criador de animais, tinha a certeza que os podia domesticar completamente.


Paul achou o solo da ilha, na sua maior parte, perfeitamente adequado para a agricultura.

Harry descobriu algumas árvores de fruto que, se devidamente tratadas, poderiam dar excelentes colheitas.

Igualmente importante era a existência de vários tipos de madeira dos bosques. Frank, sem muita dificuldade, seria capaz de construir casas para uma pequena comunidade.

Quanto a Tom, o mineiro, bom, as formações rochosas da ilha mostravam sinais de ricos depósitos minerais. Sem ferramentas, Tom, mesmo assim, sentiu que com o seu engenho e iniciativa poderia produzir metais a partir dos minerais encontrados.

Portanto, cada um dos sobreviventes poderia servir a pequena comunidade com o seu próprio talento. Chegaram todos a acordo em chamar ao lugar a Ilha da Salvação. Todos deram graças à Providência pelo razoável final feliz do que poderia ter sido uma tragédia total.



3 - Riqueza Autêntica

E os homens começaram a trabalhar.

O carpinteiro constrói casas e faz utensílios. Ao princípio encontravam comida onde calhava. Mas depressa os campos foram trabalhados e semeados, e o agricultor começou a fazer as suas colheitas.


À medida que as estações se sucediam, este património dos cinco homens, a Ilha da Salvação, tornava-se cada vez mais rica.

A sua riqueza era feita não de ouro ou de notas do banco, mas de valores autênticos; uma riqueza constituída por alimentos, roupas e abrigos, de todas as coisas que os humanos precisam.

Cada homem trabalhava na sua própria ocupação. Quaisquer excedentes que pudessem resultar da sua produção, eram trocados pelos excedentes dos outros.

A vida não era sempre tão tranquila e completa como eles gostariam que fosse. Faltavam-lhes muitas das coisas a que eles se tinham habituado na civilização. Mas a sua sorte poderia ter sido bastante pior.

Além disso, todos tinham sofrido na carne a depressão no Canadá. Ainda se lembravam dos estômagos vazios lado a lado com armazéns a abarrotar de comida.

Pelo menos, na Ilha da Salvação, não eram forçados a ver as coisas que precisavam a apodrecer perante os seus olhos. Os impostos não existiam. Nem estavam em constante sobressalto com medo que as finanças lhes apreendessem os bens.

Trabalhavam duramente mas pelo menos podiam usufruir os frutos do seu labor.

Portanto, desenvolveram a ilha, agradecendo a Deus e esperando pelo dia da reunião com as suas famílias, ainda vivos e de saúde, essas duas grandes bênçãos.



4 – Um Sério Inconveniente

Os nossos homens juntavam-se amiúde para falar dos seus assuntos.

Sob o simples sistema económico que tinham desenvolvido, havia uma coisa que os preocupava cada vez mais: não tinham nenhuma forma de dinheiro. A permuta, a troca directa de bens por outros bens, tinha os seus inconvenientes. Os produtos a serem trocados não estavam sempre à mão quando era discutida uma troca. Por exemplo, a madeira entregue pelo agricultor no inverno só poderia ser paga em batatas seis meses depois.


Algumas vezes, um deles podia ter um artigo de tamanho considerável que ele queria trocar por um certo número de artigos mais pequenos produzidos pelos outros em alturas diferentes.

Tudo isto complicava o comércio. Contudo, com um sistema monetário, cada um podia vender os seus produtos aos outros por dinheiro. Com este dinheiro podia comprar dos outros as coisas de que tinha necessidade, quando quisesse e quando estivessem disponíveis.

Todos concordaram que um sistema monetário seria, de facto, muito conveniente. Mas nenhum deles sabia como edificar um tal sistema. Sabiam como produzir riqueza verdadeira – bens. Mas a maneira de produzir dinheiro, o símbolo da riqueza, era algo que os ultrapassava. Eram ignorantes sobre a origem do dinheiro, e tendo necessidade dele, não sabiam como fazê-lo. Certamente, muitos homens com formação estariam na mesma situação; todos os nossos governos estiveram nessa difícil situação durante os dez anos anteriores à guerra [Primeira Guerra Mundial]. A única coisa que faltava no país era dinheiro, e, aparentemente, os governos não sabiam como obtê-lo.



5 – A Chegada de um novo Refugiado

Uma tarde, quando os nossos homens estavam sentados na praia a debater pela enésima vez o seu problema, viram aproximar-se subitamente um pequeno barco com um homem sozinho a remar.


Ficaram a saber que ele tinha sido o único sobrevivente de um naufrágio. O seu nome era Oliver.

Encantados por terem um novo companheiro, trataram-no com toda a amabilidade e levaram-no a dar uma volta para lhe mostrarem a colónia.

"Embora estejamos perdidos e separados do resto do mundo," disseram-lhe, "não temos muito de nos queixar. A terra e a floresta são boas para nós. Só temos falta de uma coisa – Dinheiro. Isso tornar-nos-ia mais fácil trocar os nossos produtos."

"Bom, podem agradecer à Providência," replicou Oliver, "porque eu sou um banqueiro e em menos de nada vou montar um sistema financeiro que posso garantir que vos satisfará. Nessa altura terão tudo o que as pessoas da civilização têm."

Um banqueiro!... UM BANQUEIRO!... Um anjo saído das nuvens não inspiraria mais reverência e respeito nos nossos homens. Porque, no fim de contas, não estamos nós acostumados, nós, que vivemos na civilização, a ajoelharmo-nos perante os banqueiros, esses que controlam o sangue vital da finança?



6 – O Deus da Civilização

"Sr. Oliver, como nosso banqueiro, a sua única ocupação nesta ilha será tomar conta do nosso dinheiro; não fará nenhum trabalho manual."

"Tal como qualquer outro banqueiro, irei empenhar-me em consolidar a prosperidade da comunidade."

"Sr. Oliver, vamos-lhe construir uma casa de acordo com a sua dignidade como banqueiro. Mas, entretanto, não se importa que o alojemos num dos edifícios que usamos para as nossas reuniões?"

"Isso estará muito bem para mim, meus amigos. Mas antes de tudo, descarreguem o barco. Há lá papel, uma prensa e tinta; e há também um pequeno barril que eu vos peço que tratem com o maior cuidado."

Os homens descarregaram tudo. O pequeno barril levantou muita curiosidade nos homens.

"Este barril," disse Oliver, "contém um tesouro que ultrapassa a imaginação. Está cheio de… ouro!"


Cheio de ouro! Os cinco homens quase desmaiaram. O deus da civilização aqui, na Ilha da Salvação! O ouro amarelo, sempre escondido, e, no entanto, terrível no seu poder; cuja presença ou ausência ou o menor capricho podia decidir o destino de todas as nações civilizadas!

"Ouro! Sr. Oliver, o Sr. é realmente um grande banqueiro!"

"Oh augusta majestade! Oh honorável Oliver! Grande sacerdote do deus ouro! Aceite a nossa humilde homenagem e receba as nossas juras de lealdade!"

"Sim, meus amigos, ouro suficiente para um continente. Mas o ouro não é para andar em circulação. O ouro tem de estar escondido. O ouro é a alma do dinheiro saudável, e a alma é sempre invisível. Mas eu explico-vos tudo quando receberem o vosso primeiro suprimento de ouro."



7 – O Enterro Secreto

Antes de se separarem para irem para as suas casas dormir, Oliver fez-lhes uma última pergunta:

"Quanto dinheiro precisam para começar de forma a começarem a trocarem os vossos produtos?"

Eles olharam uns para os outros e depois respeitosamente para o banqueiro. Depois de alguns cálculos e com o conselho do gentil banqueiro, decidiram que $200 para cada um, seria o suficiente.

Os homens separam-se, trocando comentários entusiásticos. E, não obstante o adiantado da hora, ficaram a maior parte da noite acordados com a imaginação excitada pela imagem do ouro. Só se foram deitar de madrugada.

Quanto a Oliver, não perdeu tempo. O seu futuro como banqueiro fê-lo esquecer a fadiga. Às primeiras luzes da madrugada foi cavar um buraco onde colocou o barril. Depois tapou o buraco, transplantando um pequeno arbusto para o local que cuidadosamente cobriu com terra. O barril ficou bem escondido.


Depois, foi trabalhar com a sua pequena prensa e imprimiu mil notas de $1. Observando as novas notas a sair da sua prensa, o refugiado tornado banqueiro pensou para si mesmo:

"Extraordinário! Como é simples fazer dinheiro. Todo o seu valor provém dos produtos que se podem comprar com ele. Sem produção, estas notas não valiam nada. Os meus cinco ingénuos clientes não compreendem isso. Pensam que o valor deste dinheiro advém do ouro. A ignorância deles faz de mim o seu senhor."

E quando a tarde chegou, os cinco vieram a correr ter com Oliver.



8 – Quem é Dono do Novo Dinheiro?

Cinco maços de notas de banco novas estavam em cima da mesa.

"Antes de distribuir o dinheiro," disse o banqueiro, "gostava que ouvissem o que tenho para dizer."

"Agora, a base de todo o dinheiro é o ouro. E o ouro que está guardado no barril do meu banco é meu. Consequentemente, este dinheiro é meu. Oh! Não fiquem tão desanimados. Eu vou usá-lo para atender às vossas necessidades. Contudo, vão ter de me pagar juros. Considerando que o dinheiro é escasso, julgo que 8% é um juro razoável."

"Oh, é bastante razoável, Sr. Oliver."

"Só mais uma coisa, meus amigos. Negócios são negócios, mesmo entre camaradas. Antes do receberem o vosso dinheiro, cada um de vocês vai assinar um papel. Nele comprometem-se a pagar tanto os juros como o capital (o empréstimo) sob pena de ter de vos confiscar as vossas propriedades. Oh! Isto é uma mera formalidade. As vossas propriedades não têm nenhum interesse para mim. Fico satisfeito com o dinheiro. E estou certo que vou recuperar o meu dinheiro e que vocês vão manter as vossas propriedades."

"Isso faz todo o sentido, Sr. Oliver. Vamos trabalhar mais do que nunca para lhe pagar o empréstimo."

"Isso é que é falar. E sempre que tenham algum problema, venham falar comigo. O vosso banqueiro é o vosso melhor amigo. Bom, aqui estão duzentos dólares para cada um de vocês."


E os nossos bravos cinco amigos foram para casa, com as mãos cheias de dólares e as cabeças extasiadas por terem dinheiro.



9 – Um Problema de Aritmética

E, desta forma, o dinheiro de Oliver entrou em circulação na ilha. O comércio, simplificado pelo dinheiro, duplicou. Toda a gente estava feliz.

E o banqueiro era sempre cumprimentado com verdadeiro respeito e admiração.

Mas, vejamos… Porque é que Tom, o mineiro, parecia tão sério, sentado a fazer contas com um lápis e papel? Era porque Tom, tal como os outros, tinha assinado um acordo onde era obrigado a pagar ao Oliver, ao fim de um ano, os $200 mais $16 de juros. Mas Tom tinha apenas meia dúzia de dólares no bolso e a data do pagamento estava próxima.


Por um bom período de tempo ele ficou às voltas com o problema do seu próprio ponto de vista, sem sucesso. Por fim, olhou para o problema sob o ponto de vista de toda a pequena comunidade.

"Levando em consideração toda a gente da ilha, como um todo, seremos capazes de cumprir com as nossas obrigações? Oliver entregou-nos um total de $1000. E agora está a pedir-nos $1080. Mas mesmo que lhe trouxéssemos todas as notas que existem na ilha, ainda faltariam $80. Ninguém fez esses $80 extras. Nós produzimos bens, não notas de dólar. Portanto, o Oliver pode apoderar-se de toda a ilha porque todos os habitantes juntos não lhe podem pagar a quantia total do capital mais os juros.

"Mesmo que alguns o pudessem fazer, os outros não o conseguiriam. O banqueiro acabará por ficar com tudo. É melhor termos já uma reunião e decidir o que fazer."

Tom, com as suas contas à mão, não teve dificuldade em demonstrar a situação. Todos concordaram que tinham sido enganados pelo simpático banqueiro. Decidiram ter uma reunião com o banqueiro.



10 – O Banqueiro Benevolente

Oliver adivinhou o que lhes ia na mente mas colocou a sua melhor cara. Enquanto ouvia, o impetuoso Frank apresentou o caso em nome do grupo.

"Como é que vamos pagar-lhe $1080 quando só existem $1000 em toda a ilha?"

"É o juro, meus amigos. A vossa taxa de produção não aumentou?"

"Claro, mas o dinheiro não. E é dinheiro que você está a pedir, não os nossos produtos. E você é o único que pode fazer dinheiro. Você só fez $1000 e agora pede-nos $1080. É uma impossibilidade!"

"Tomem atenção, meus caros. Os banqueiros, para o bem da comunidade, adaptam-se sempre às condições dos seus tempos. Vou exigir apenas o juro. Apenas $80. Vocês vão continuar em posse do capital."


"Deus vos abençoe, Sr. Oliver. Vai anular os $200 que cada um de nós lhe deve?!"

"Oh, não! Tenho muita pena, mas um banqueiro nunca anula uma dívida. Ainda me devem todo o dinheiro que vos emprestei. Mas só me vão pagar, todos os anos, os juros. Se pagarem fielmente os juros todos os anos, eu não vos pressiono para me pagarem o capital. Talvez alguns de vós não me consigam pagar sequer os juros porque o dinheiro circula entre vocês. Bom, organizem-se como uma nação. Fundem um sistema de contribuições, a que chamamos impostos. Os que tiverem mais dinheiro serão mais taxados. Os pobres pagarão menos. Vejam se me trazem a soma total dos juros e eu ficarei satisfeito. E a vossa pequena nação terá sucesso."

E, assim, os nossos homens regressaram às suas casas, já mais calmos, mas ainda com dúvidas.



11 – Oliver Exulta

Oliver está sozinho em profunda reflexão:

"O negócio vai bem. Estes rapazes são bons trabalhadores, mas estúpidos. A ignorância e a ingenuidade deles é a minha força. Eles pedem dinheiro e dou-lhes as correntes da sua escravidão. Dão-me orquídeas e eu roubo-lhes os bolsos."

"É verdade que eles se podem revoltar e atirar-me ao mar. Mas eu tenho as assinaturas deles. São pessoas honestas e trabalhadoras que foram postas neste mundo para servir os financeiros.

"Oh grande Mammon [ídolo pagão que descreve o culto da riqueza]! Sinto o vosso génio bancário atravessar todo o meu ser! Oh, louvado senhor! Quão certo estavas quando dizias: "Dêem-me o controlo do dinheiro de uma nação e não me importa quem faça as leis." Sou o senhor da Ilha da Salvação porque controlo o seu dinheiro."


"A minha alma está embriagada de entusiasmo e ambição. Sinto que posso governar o universo. O que eu, Oliver, fiz aqui, posso fazê-lo em todo o mundo. Oh! Se ao menos eu pudesse sair desta ilha! Saberia como governar o mundo sem usar uma coroa."

"A minha maior felicidade seria impor a minha filosofia nas mentes daqueles que lideram a sociedade: banqueiros, industriais, políticos, reformadores, professores, jornalistas, - todos seriam meus servos. As massas ficam satisfeitas por viver em escravatura quando as suas próprias elites se constituem como seus administradores."



12 – O Custo de Vida Insuportável

Entretanto as coisas iam de mal a pior na Ilha da Salvação. A produção aumentou mas a troca de bens desceu para o mínimo. Oliver continuava a recolher os seus juros regularmente. Os outros tinham de pensar na forma de pôr dinheiro de lado para lhe pagar. Por isso, o dinheiro tendia a ficar parado em vez de circular livremente.

Os que pagavam mais impostos queixavam-se daqueles que pagavam menos. Aumentaram os preços dos seus produtos para compensar as perdas. O infeliz pobre que não pagava impostos lamentava-se do elevado custo de vida e comprava ainda menos.


A moral estava em baixo. Perderam a alegria de viver. Ninguém tinha interesse no seu trabalho. E porque haveriam de ter? Quando faziam uma venda, tinham de pagar impostos a Oliver. Começaram a ficar sem as coisas. Era uma autêntica crise. E acusavam-se uns aos outros de quererem caridade e de serem a causa do elevado custo de vida.

Um dia, o Harry, sentado no seu pomar, começou a reflectir sobre a situação. Chegou finalmente à conclusão de que este "progresso", nascido de um sistema monetário de um refugiado, tinha corrompido tudo na ilha. Claro que todos os cinco tinham as suas culpas; mas o sistema de Oliver parecia trazer ao de cima o que havia de o pior na natureza humana.

Harry decidiu demonstrar isso aos seus amigos e uni-los para que se fizesse alguma coisa. Começou com Jim, que não foi difícil de convencer. "Eu não sou um génio", disse, "mas já algum tempo que algo não me cheira bem neste sistema bancário."

Um a um, chegaram todos à mesma conclusão e decidiram ter outra reunião com Oliver.



13 – Reunião com o Banqueiro

Rebentou uma enorme discussão com o banqueiro.

"O dinheiro é escasso na ilha porque você tira-no-lo todo. Nós pagamos e pagamos e continuamos a dever tanto como no princípio. Trabalhamos que nos fartamos. Temos as melhores terras possíveis e estamos piores do que antes da sua chegada. Dívidas! Dívidas! Estamos enterrados até ao pescoço em dívidas!"


"Oh! Então rapazes, sejam razoáveis! Os vossos negócios estão a crescer graças a mim. Um bom sistema bancário é o melhor activo de um país. Mas para funcionar de forma produtiva têm de ter fé no banqueiro. Considerem-me como um pai. É mais dinheiro que querem? Muito bem. O meu barril de ouro ainda tem muitos milhares de dólares. Vou fazer uma hipoteca das últimas coisas que vocês adquiriram e emprestar-vos mais mil dólares imediatamente."

"Portanto! A nossa dívida vai subir para $2000! Vamos pagar o dobro dos juros pelo resto das nossas vidas!"

"Bem, sim – mas eu empresto-vos mais dinheiro cada vez que o valor das vossas propriedades aumentar. E vocês só terão de pagar os juros. Vocês juntam todas as vossas dívidas numa só – o que eu chamo uma dívida consolidada. E podem aumentar a dívida ano após ano."

"E aumentar os impostos ano após ano?"

"Obviamente. Mas os vossos rendimentos também aumentam todos os anos."

"Portanto, quanto mais o país se desenvolve a cada ano que passa, graças ao nosso trabalho, mais aumenta a dívida pública!"

"Evidentemente! Tal como no vosso Canadá – ou em qualquer outra parte do mundo civilizado. O grau de civilização de um país é sempre avaliado pela dimensão da sua dívida aos banqueiros".



14 – O Lobo Devora os Cordeiros

"E isso é um sistema monetário saudável, Sr. Oliver?"

"Cavalheiros, toda a moeda estável é baseada em ouro e vem dos bancos em forma de notas. A dívida nacional é uma coisa boa. Evita que os homens se sintam demasiado satisfeitos. Subjuga os governos à suprema e máxima sabedoria que os banqueiros encarnam. Como banqueiro, sou o archote da civilização nesta vossa pequena ilha. Vou impor as vossas políticas e regular o vosso modo de vida."

"Sr. Oliver, somos pessoas simples e ignorantes, mas não desejamos esse tipo de civilização aqui. Não lhe vamos pedir emprestado nem mais um cêntimo. Moeda estável ou não, não queremos mais nada consigo."

"Cavalheiros, lamento profundamente esta vossa decisão tão imprudente. Mas, se não querem mais negócios comigo, lembrem-se, eu tenho as vossas assinaturas. Paguem-me tudo imediatamente – capital e juros."


"Mas isso é impossível. Mesmo que lhe déssemos todo o dinheiro que existe na ilha, continuávamos em dívida consigo."

"Quanto a isso não posso fazer nada. Assinaram ou não? Sim? Muito bem. Em virtude da santidade dos contratos, eu executo as hipotecas das vossas propriedades com as quais vocês concordaram quando estavam tão satisfeitos com a minha ajuda. Se não querem obedecer voluntariamente à suprema autoridade do dinheiro, então vão obedecer pela força. Vão continuar a explorar a ilha, mas para meu proveito e segundo as minhas condições. Agora, saiam! Receberão ordens minhas amanhã."



15 – Controlo da Imprensa

Oliver sabia que quem quer que controlasse o dinheiro da nação, controlava a nação. Mas sabia também que para manter o controlo era necessário manter as pessoas num estado de ignorância e distraí-las por vários meios.

Oliver reparou que dos cinco habitantes da ilha, dois eram conservadores e três eram liberais. Essas ideias desenvolveram-se durante as suas conversas ao serão, sobretudo depois de terem caído na escravatura. E entre os conservadores e os liberais havia uma fricção constante.

Em certas ocasiões, Harry, o mais neutral dos cinco, sabendo que todos tinham as mesmas necessidades e aspirações, sugeriu a união das pessoas para pressionar as autoridades. Uma tal união não poderia ser tolerada por Oliver; significaria o fim do seu poder. Nenhum ditador, financeiro ou de outra espécie, podia fazer frente a pessoas unidas e instruídas.


Portanto, Oliver decidiu fomentar, o mais possível, o conflito político entre eles.

Os refugiados puseram a funcionar a sua imprensa editando dois semanários, "O Sol" para os liberais e "A Estrela" para os conservadores.

O estilo geral de "O Sol" era: "Se já não têm poder, é por causa desses traidores conservadores que se venderam aos grandes interesses económicos".

E o de "A Estrela": "O estado ruinoso dos negócios e da dívida nacional pode ser assacado directamente à responsabilidade política desses liberais."

E as duas facções discutiam ferozmente, esquecendo aquele que tinha forjado as correntes que os mantinha presos, esse senhor do dinheiro, o banqueiro Oliver.



16 – Um Precioso Destroço de um Naufrágio

Um dia, Tom, o mineiro, encontrou numa pequena praia, escondido por ervas altas num dos extremos da ilha, um barco salva-vidas quase vazio, apenas com um baú em boas condições.

Abriu o baú. Entre os artigos que lá se encontravam, uma espécie de álbum chamou a sua atenção: "O Primeiro Ano do Crédito Social". Entre as capas encontrou o primeiro volume de uma publicação do Crédito Social do Canadá.

Curioso, Tom sentou-se e começou a ler o livro. O seu interesse ia aumentando; a sua face iluminou-se.

"Olhem-me bem para isto!" gritou alto. "Isto é uma coisa que já devíamos saber há muito tempo."


"O dinheiro obtém o seu valor, não do ouro, mas dos produtos que o dinheiro pode comprar."

"Dito de forma simples, o dinheiro deveria ser uma espécie de contabilidade, créditos a passar de uma conta para outra de acordo com as compras e as vendas. A soma total da produção."

"Sempre que a produção aumenta há um correspondente aumento da quantidade de dinheiro. Nunca devem ser pagos juros por dinheiro novo. O progresso é marcado, não por um aumento da dívida pública, mas pela emissão de um dividendo igual para cada indivíduo… Os preços são ajustados ao poder de compra geral por um coeficiente de preços. Crédito Social…"

Tom não se conteve mais. Levantou-se e desatou a correr, com o livro nas mãos, para partilhar a sua grande descoberta com os seus quatro camaradas.


17 – Dinheiro – Contabilidade Elementar

E o Tom tornou-se professor. Ensinou aos outros o que tinha aprendido do livro enviado pela providência – «Crédito Social».

"Isto", disse ele, "é o que nós podemos fazer sem necessidade de um banqueiro e o seu pote de ouro, ou sem subscrever uma dívida."

"Abro uma conta no nome de cada um de nós. Na coluna da direita ficam os créditos que se somam à vossa conta. Na coluna da esquerda ficam os débitos que se subtraem à vossa conta."


"Cada um quer $200 para começar. Muito bem. Escrevemos $200 na coluna de crédito de cada um e, imediatamente, cada um fica com $200."

"O Frank compra alguns bens ao Paul por $10. Deduzo $10 à conta do Frank, ficando ele com $190. E acrescento $10 à conta do Paul que fica agora com $210."

"O Jim compra ao Paul artigos no montante de $8. Deduzo $8 à conta do Jim, ficando ele com $192. Paul tem agora $218."

"O Paul compra madeira ao Frank por $15. Deduzo $15 da conta do Paul, que fica agora com $203. E acrescento $15 à conta do Frank que volta ter $205."

E assim por diante; de uma conta para outra da mesma forma que as notas do banco passam de mão em mão.

"Se alguém precisar de dinheiro para expandir a sua produção, emitimos para ele a quantidade necessária de novo crédito. Logo que ele tenha vendido os seus produtos, reembolsa essa soma ao fundo de crédito. O mesmo se passará com obras públicas, pagas com novos créditos."

"Da mesma forma, a conta de cada um será periodicamente incrementada mas sem receber crédito de ninguém, de modo que todos possam beneficiar do progresso que a sociedade cria. São os dividendos nacionais. Desta maneira, o dinheiro torna-se um instrumento útil."



18 – O Desespero do Banqueiro

Todos perceberam. Os membros desta pequena comunidade tornaram-se Credores Sociais. No dia seguinte, Oliver, o banqueiro, recebeu uma carta assinada pelos cinco:

"Caro senhor, sem a mínima necessidade o Sr. mergulhou-nos em dívida e explorou-nos. Já não precisamos mais de si para regular o nosso sistema monetário. A partir de agora, teremos todo o dinheiro que precisarmos sem necessidade de ouro, dívidas ou ladrões. Estabelecemos, imediatamente, o sistema de Crédito Social na ilha. O dividendo nacional vai substituir a dívida nacional."

"Se insistir em ser reembolsado, podemos pagar-lhe todo o dinheiro que nos deu, mas nem um cêntimo mais. O Sr. não pode exigir aquilo que não fez."

Oliver ficou desesperado. O seu império estava a desmoronar-se. Os seus sonhos destruídos. O que é que ele podia fazer? Seria fútil argumentar. Os cinco eram agora Credores Sociais: o dinheiro e o crédito já não eram mais misteriosos para eles do que eram para Oliver.


"Oh!", disse Oliver, "estes homens compreenderam o mecanismo do Crédito Social. Esta doutrina vai-se espalhar muito mais rapidamente que a minha. Devo-lhes pedir perdão? Tornar-me um deles? Eu, um financeiro e um banqueiro? Nunca! Vou-me é distanciar deles o mais que puder!"



19 – A Fraude Desmascarada

Para se protegerem contra qualquer futura exigência de Oliver, os nossos cinco homens fizeram-no assinar um documento atestando que ele tinha novamente tudo o que tinha quando chegou à ilha.

Foi feito um inventário; o barco, os remos, a pequena prensa e o famoso barril de ouro.

Oliver teve de revelar onde estava escondido o ouro. Os nossos rapazes içaram-no do buraco onde estava escondido com muito menos respeito do que quando o tinham descarregado do barco quando chegou. O Crédito Social tinha-lhes ensinado a desprezar o ouro.

O mineiro, que estava a ajudar a içar o barril, achou-o surpreendentemente leve para conter ouro. Se o barril estava cheio, disse aos outros, não será concerteza com ouro.

O impetuoso Frank não perdeu um momento; um golpe de machado e o conteúdo do barril ficou à vista.


Ouro? Nem vestígios dele! Apenas pedras – pedras sem qualquer valor!

Os nossos homens não puderam esconder o choque.

"Não me digam que ele nos pode enganar a este ponto!"

"Fomos tão estúpidos que ficámos extasiados com a simples menção da existência de ouro?"

"Hipotecámos todos os nossos bens em troca de um punhado de papeis baseados em meia dúzia de quilos de pedras? É um roubo misturado com fraude!"

"Só de pensar que nos zangámos e quase nos odiámos uns aos outros, simplesmente por causa de uma fraude! Esse diabo!"

Furioso Frank levantou o machado. Mas nessa altura já o banqueiro tinha fugido a sete pés para a floresta.



20 – O Adeus à Ilha da Salvação

Depois de aberto o barril e da revelação da sua duplicidade, nunca mais se ouviu falar de Oliver.

Pouco tempo depois, um navio, navegando um pouco fora da sua rota, notou sinais de vida nesta ilha que não vinha no mapa e lançou âncora a curta distância da costa.

Os nossos homens souberam que o navio ia a caminho da América. Então decidiram levar com eles tudo o que pudessem carregar e regressar ao Canadá.


Acima de tudo, certificaram-se de que traziam com eles o álbum "O Primeiro Ano do Crédito Social" que os salvara das mãos do financeiro, Oliver, e que iluminara as suas mentes.

Todos os cinco se comprometeram, logo que chegassem ao Canadá, em entrar em contacto com os autores deste documento e divulgar a causa do Crédito Social.
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13 comentários:

Anónimo disse...

BRILHANTE!
Este post tem rolar pela carneirada toda.

Eurico Moura disse...

De acordo Anónimo! Eu farei a minha parte.
http://portudo-e-pornada.blogspot.com/2010/03/economia-para-totos-o-dinheiro.html

Rick disse...

Caro amigo,bela parábola essa mas infelizmente será tarde para abrir os olhos ao povinho,não só porque o sistema bancário está montado há séculos em forma de piramide(assim os individuos que beneficiam do mesmo se defendem uns aos outros)como a divisão dos seres humanos está inflacionada,não somos apenas cinco individuos numa ilha!
Tenho para mim que se perdeu uma bela oportunidade de criar um sistema realmente alternativo a partir do momento que se criou uma revolução(comunismo)que só levou ao engano e à morte milhões de pessoas no século XX!

Zorze disse...

Diogo,

Muito bom!
Em traços gerais explana o sistema em que vivemos hoje em dia. Mostra também a estéril luta política, que não vai ao essencial da coisa.

Abraço,
Zorze

Anónimo disse...

Está muito bom, mostra à evidência como nos transformamos todos em escravos da máfia bancária e do estado, que não é mais do que um instrumento de opressão ao serviço da classe dominante.
O que fazer? Podemos continuar a informarmo-nos e a espalhar por todos os meios textos como este ao maior numero de pessoas.

Anónimo disse...

"O que fazer? Podemos continuar a informarmo-nos e a espalhar por todos os meios textos como este ao maior numero de pessoas"

Resposta: Arranjar uma grande manobra de diversão que envolvesse media e policias.

Enquando um maluco ao mesmo tempo fazia explodir assembleia da republica.o maior bordel de portugal.
;)

alf disse...

Esta história não está lá muito bem contada.

Não se paga juros pelo dinheiro. O dinheiro não é impresso pelos banqueiros.

Paga-se juros por um empréstimo. De dinheiro ou de outra coisa qualquer.

Se um dos naufragos fizer uma pá, pode emprestar aos outros e receber em troca uns legumes - a quem ele empresta a pá devolve-lhe, depois de usar, a pá e uns legumes pelo empréstimo - é o juro.

Se eu empresto o meu carro a um amigo, ele devolve-me com o depósito cheio, ou lavado, qualquer coisa que expresse o agradecimento pelo empréstimo - é o que corresponde ao «juro» do empréstimo.

Se alugar o carro numa agência, tem de devolver o carro e pagar pelo «empréstimo». Tem de pagar a desvalorização do carro e mais qualquer coisa.

Com o dinheiro é a mesma coisa.

Portanto, toda esta história do amigo Diogo é verdadeiramente uma parábola para enganar o povinho. Como é que você se deixa enganar com uma treta destas?

Aquele Que Manda Vir disse...

o senhor alf ta a esquecer-se é que o dinheiro nao é nem nunca foi dos banqueiros, simplesmente é inventado do nada, logo, pagar aos banqueiros uma quantia extra por nos terem emprestado uma coisa que nao é deles, nao faz sentido. é roubo

Diogo disse...

Anónimo (29 Março, 2010 17:15) – Concordo consigo, este texto merece ser lido pelo maior número de pessoas possível.



Eurico Moura – Obrigado pela divulgação no seu blog.



Rick – Quantas mais pessoas tiverem os olhos abertos mais difícil será intrujar. A Internet, o email e o passa palavra podem ser armas poderosas.



Zorze – Este texto mostra como a «luta política» está absolutamente domesticada pela Banca.



Anónimo (29 Março, 2010 23:05) – A divulgação da forma como é executada a fraude bancária é um primeiro passo para nos livrarmos dela.



Anónimo (30 Março, 2010 00:05) – A Assembleia da República é um instrumento da Banca e financiado por ela.



Alf – É aqui que você está redondamente enganado. O dinheiro, ao contrário de tudo o resto, é inventado pela Banca a partir do nada. E depois é emprestado com juros. O parasitismo da Banca está exactamente aqui: cobram juros de nada:


Murray N. Rothbard [Professor de economia e liberal da Escola Austríaca] fala da gigantesca fraude bancária que os bancos comerciais privados têm vindo a praticar até aos nossos dias:

"Desde então, os bancos têm criado habitualmente recibos de depósitos, originalmente notas de banco e hoje depósitos, a partir do nada [out of thin air]. Essencialmente, são contrafactores de falsos recibos de depósitos de activos líquidos ou dinheiro padrão, que circulam como se fossem genuínos, como as notas ou contas de cheques completamente assegurados."

"Os bancos criam dinheiro literalmente a partir do nada, hoje em dia exclusivamente depósitos em vez de notas de banco. Este tipo de fraude ou contrafacção é dignificado pelo termo reservas mínimas bancárias [fractional-reserve banking], o que significa que os depósitos bancários são sustentados apenas por uma pequena fracção de activos líquidos que prometem ter à mão para redimir os seus depósitos."

Os bancos comerciais praticam essencialmente dois grandes tipos de fraude:

1 – Quando lhes é pedido um empréstimo, os bancos criam dinheiro a partir do nada sob a forma de depósitos bancários, e cobram juros desse «dinheiro» que possui uma existência apenas contabilística.

Estas «operações» são tornadas possíveis porque os bancos comerciais funcionam em circuito fechado (o dinheiro levantado num banco é depositado noutro), e actuam sob a batuta dos bancos centrais, na sua maioria privados ou geridos por privados, que determinam as taxas directoras e regulam os movimentos financeiros entre os bancos comerciais.

2 – Facilitam ou dificultam a concessão de crédito, diminuindo ou aumentando as taxas de juro e os spreads, e levando, deste modo, a períodos inflacionários e depressões económicas que conduzem empresas e famílias à pobreza e à falência, e de cujos bens se apropriam por uma fracção do seu real valor.

http://citadino.blogspot.com/2009/11/para-estoirar-de-vez-com-os-bancos.html



Aquele Que Manda Vir – Acima, expliquei ao Alf o funcionamento da Banca. Esperemos que ele investigue e acabe por compreender.

Filipe disse...

Em resumo: o recém-chegado devia ter-se tornado no ESTADO, e não num BANCO.

O seu trabalho seria gerir a contabilidade de todos, emitir dinheiro, agendar obras públicas, etc. E seria pago por ele, como qualquer dos outros náufragos.

A emissão de dinheiro seria baseada nos bens e serviços existentes, e não no ouro, ou outros critérios manipuláveis.

Só faltou mesmo acrescentar a eleição periódica do Estado, e a definição de regras para evitar abusos, relaxe, ou trafulhices do náufrago que o ocupa...

alf disse...

Diogo

Em tempos eu já soube a teoria do dinheiro, do real e do virtual; já não sei, as minhas preocupações são agora outras, mas não estou nada preocupado com isso, porque sei que não há problema por esse lado. Pode ser que esteja enganado mas duvido.

Os problemas nascem das manigâncias entre banqueiros e governos, que proliferam porque as pessoas são burras e vão logo atrás das aparentes vantagens pessoais.

Um caso é o dos PPR - as pessoas aderem por causa do que abatem aos impostos; para os bancos, é uma forma de obter dinheiro pagando um juro baixo; as pessoas estão convencidas que ficam a ganhar mas não ficam, porque o dinheiro que o Estado assim perde vai ter de o ir buscar noutro lado. Portanto, fazer PPR é andar a roubar dinheiro aos contribuintes que o não fazem para beneficiar a banca.

Mas qd o governo fala em acabar com essa pouca vergonha, logo as vozes indignadas se levantam. Não há nada a fazer, este é um mundo de gente burra e gananciosa.

Outro esquema é o do leasing, que resulta de uma burrice do sistema fiscal. Quando uma empresa faz um investimento, a ideia de que só deve entrar nas contas como custo o correspondente a uma amortização é uma enorme estupidez que lixa completamente as contas de empresas novas. A solução possível é recorrer ao leasing, pelo qual a banca cobra juros usurários, sabendo que as empresas não tem alternativa neste mundo em constante evolução que exige constante investimento por parte das empresas.

Nos EUA os investimentos descontavam a dobrar. E isso faz toda a diferença. Cá, as empresas são penalizadas por investir, em vez de serem incentivadas.

Diogo, sugiro-lhe que crie uma Fundação que concretize o que defende. Apresente-nos os seus estatutos. Nada como meter as mãos no barro para percebermos bem as coisas... eu até voltaria a estudar a teoria do dinheiro...

Anónimo disse...

FODAM-SE!E NINGUÉM PROPÕE LEVANTAR O DINHEIRO DOS BANCOS?!!!!

Anónimo disse...

Eu adorei este post!!
Exclarece muita coisa , as pessoas deviam todas ver isto.
Inclusive os professores diviam fazer um video disto e mostrar as crianças para tambem elas perceberem o que se passa á sua volta, que nao comentam os mesmos erros que o nosso adorado povo português está a cometer.
Vamos nos iluminar.
Esqueçer a ignorancia .
Vamos ser inteligentes....