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Jon Stewart: Vamos começar hoje com uma actualização no escândalo que está a abalar a Igreja Católica. Tem havido mais revelações de abuso sexual, incluindo relatos de abusos neste mosteiro bávaro. Mas para ser justo nada de bom pode acontecer por detrás de portas com cabeças de "frangos-bestas" que parecem abrir-se automaticamente. Não pode ser bom. "É aqui que vamos fazer o Bris (cerimónia de circuncisão judaica)?"
O escândalo tem sido tão devastador em parte devido a alegações de que os "dedos manhosos" chegam ao topo do Vaticano. Mas não há provas que liguem directamente o Papa Bento XVI, antigo Cardeal Ratzinger, ao tratamento brando dado aos padres pederastas até agora.
Esta carta de 1985 mostra que o Cardeal Ratzinger rejeitou um pedido do Bispo de Oakland, John Cummins, para despadrar um padre pedófilo. Ratzinger reconhece em Latim que era um caso gravíssimo. Mas recusou tomar medidas. Esta carta está assinada pelo então Cardeal Ratzinger.
Isso não são provas! Sabem a quantidade de tretas que os cardinais têm de assinar? Os formulários de renúncia, as anulações de casamentos… as fotos para os fãs.
Como poderia a Igreja Católica voltar ao caminho certo? Felizmente para eles, o nosso perito residente John Hodgman está aqui para ajudar, com o segmento: "Não Tem de Quê".
John Hodgman, muito obrigado por estares connosco. Quero falar já sobre isto. Este parece um problema profundamente difuso. Como é que a igreja católica pode começar a abordá-lo?
John Hodgman: Há que começar com as coisas mais simples. A minha primeira recomendação é concentrarem-se na prevenção. Temos de encontrar um modo de evitar estes crimes antes que eles aconteçam. Por exemplo, vejam o vestuário dos padres. Batinas largas, leves, abertas... são uma brecha de confiança iminente. Juntar uma braguilha de botões pode parecer insignificante, mas daria a todos um pouco mais de tempo para se acalmarem, e, ou fugirem.
Jon Stewart: A braguilha de botões é um labirinto complicado. É só isso?
John Hodgman: Não Jon. Prepara-te para as duas palavras mais importantes na prevenção de escândalos na Igreja: acólitos chimpanzés.
Jon Stewart: Estás a sugerir a substituição dos meninos acólitos por chimpanzés?
John Hodgman: Vejo que estás a perceber o conceito. Os chimpanzés e os humanos partilham 96% do ADN, mas o mais importante é que não partilham os 4% que são sexualmente atraentes para os padres. Já vi chimpanzés. São perfeitamente capazes de apagar velas, recolher livros dos cânticos, passar a bandeja das esmolas e, no caso improvável de uma tentativa de abuso, sabem defender-se sozinhos. Podem atirar fezes aos padres ou arrancarem-lhes a cara à dentada.
Jon Stewart: Pelo que vejo, essas mudanças são sobretudo superficiais e umas são obviamente mais prováveis do que outras. Este é um problema sistémico.
John Hodgman: Sim, odeio admiti-lo, mas tens razão. É essencial que haja mudanças de base no modo como a Igreja actua. É aí que entra a minha segunda solução: acabar com a disposição. A igreja católica é um local demasiado sexy. São locais extremamente sensuais. A música suave, as velas, vinho, incenso. Toda aquela dança sedutora gera um clima em que os católicos só conseguem pensar em sexo e depois odiarem-se a eles próprios. Por isso...
Em vez de vinho da comunhão, obriguem as pessoas a beberem 5 litros de leite gordo. Em vez de espalharem o aroma estonteante do incenso, pulverizem-nos na cara com um ambientador.
E finalmente a música. Se tem de ter música, tem de ser o oposto sonoro de sedução. Sem ofensa, Jon, mas talvez possamos utilizar das tuas tradições religiosas (ouve-se música judaica). Não me interpretes mal, Jon. Klezmer é óptimo para afugentar cossacos. Mas não é... não é música para dar beijinhos, acho que deves concordar.
Jon Stewart: A prevenção é uma excelente medida, John. Mas e se, apesar destas precauções, e são boas sugestões, e se voltar a acontecer?
John Hodgman: Isso leva-nos à terceira solução, Jon: a responsabilização. Finalmente. Tem de haver um sistema em que os padres culpados possam desabafar, em que vão para uma sala pequena para falarem em privado e terem uma hipótese de se redimirem pelo que fizeram.
Jon Stewart: Acho que sei do que estás a falar e acredito que a Igreja Católica já tem isso. Chama-se confessionário e acredito que...
John Hodgman: Não, não é disso que estou a falar. A minha ideia é ligeiramente diferente. Em vez de paredes com painéis de madeira, utilizaríamos betão reforçado. Em vez de uma divisória de confessionário tradicional, podemos aumentar a transparência na igreja com um vidro à prova de bala de 12,5 cm de espessura. E para assegurar que este é um espaço seguro para padres, porque não colocar guardas armados junto deles?
Jon Stewart: Estou a ver. Pareces estar a dizer que devem ser colocados numa prisão.
John Hodgman: Podes chamar-lhe isso. Prefiro chamar-lhe um mosteiro de alta segurança...
Jon Stewart: Vamos começar hoje com uma actualização no escândalo que está a abalar a Igreja Católica. Tem havido mais revelações de abuso sexual, incluindo relatos de abusos neste mosteiro bávaro. Mas para ser justo nada de bom pode acontecer por detrás de portas com cabeças de "frangos-bestas" que parecem abrir-se automaticamente. Não pode ser bom. "É aqui que vamos fazer o Bris (cerimónia de circuncisão judaica)?"
O escândalo tem sido tão devastador em parte devido a alegações de que os "dedos manhosos" chegam ao topo do Vaticano. Mas não há provas que liguem directamente o Papa Bento XVI, antigo Cardeal Ratzinger, ao tratamento brando dado aos padres pederastas até agora.
Esta carta de 1985 mostra que o Cardeal Ratzinger rejeitou um pedido do Bispo de Oakland, John Cummins, para despadrar um padre pedófilo. Ratzinger reconhece em Latim que era um caso gravíssimo. Mas recusou tomar medidas. Esta carta está assinada pelo então Cardeal Ratzinger.
Isso não são provas! Sabem a quantidade de tretas que os cardinais têm de assinar? Os formulários de renúncia, as anulações de casamentos… as fotos para os fãs.
Como poderia a Igreja Católica voltar ao caminho certo? Felizmente para eles, o nosso perito residente John Hodgman está aqui para ajudar, com o segmento: "Não Tem de Quê".
John Hodgman, muito obrigado por estares connosco. Quero falar já sobre isto. Este parece um problema profundamente difuso. Como é que a igreja católica pode começar a abordá-lo?
John Hodgman: Há que começar com as coisas mais simples. A minha primeira recomendação é concentrarem-se na prevenção. Temos de encontrar um modo de evitar estes crimes antes que eles aconteçam. Por exemplo, vejam o vestuário dos padres. Batinas largas, leves, abertas... são uma brecha de confiança iminente. Juntar uma braguilha de botões pode parecer insignificante, mas daria a todos um pouco mais de tempo para se acalmarem, e, ou fugirem.
Jon Stewart: A braguilha de botões é um labirinto complicado. É só isso?
John Hodgman: Não Jon. Prepara-te para as duas palavras mais importantes na prevenção de escândalos na Igreja: acólitos chimpanzés.
Jon Stewart: Estás a sugerir a substituição dos meninos acólitos por chimpanzés?
John Hodgman: Vejo que estás a perceber o conceito. Os chimpanzés e os humanos partilham 96% do ADN, mas o mais importante é que não partilham os 4% que são sexualmente atraentes para os padres. Já vi chimpanzés. São perfeitamente capazes de apagar velas, recolher livros dos cânticos, passar a bandeja das esmolas e, no caso improvável de uma tentativa de abuso, sabem defender-se sozinhos. Podem atirar fezes aos padres ou arrancarem-lhes a cara à dentada.
Jon Stewart: Pelo que vejo, essas mudanças são sobretudo superficiais e umas são obviamente mais prováveis do que outras. Este é um problema sistémico.
John Hodgman: Sim, odeio admiti-lo, mas tens razão. É essencial que haja mudanças de base no modo como a Igreja actua. É aí que entra a minha segunda solução: acabar com a disposição. A igreja católica é um local demasiado sexy. São locais extremamente sensuais. A música suave, as velas, vinho, incenso. Toda aquela dança sedutora gera um clima em que os católicos só conseguem pensar em sexo e depois odiarem-se a eles próprios. Por isso...
Em vez de vinho da comunhão, obriguem as pessoas a beberem 5 litros de leite gordo. Em vez de espalharem o aroma estonteante do incenso, pulverizem-nos na cara com um ambientador.
E finalmente a música. Se tem de ter música, tem de ser o oposto sonoro de sedução. Sem ofensa, Jon, mas talvez possamos utilizar das tuas tradições religiosas (ouve-se música judaica). Não me interpretes mal, Jon. Klezmer é óptimo para afugentar cossacos. Mas não é... não é música para dar beijinhos, acho que deves concordar.
Jon Stewart: A prevenção é uma excelente medida, John. Mas e se, apesar destas precauções, e são boas sugestões, e se voltar a acontecer?
John Hodgman: Isso leva-nos à terceira solução, Jon: a responsabilização. Finalmente. Tem de haver um sistema em que os padres culpados possam desabafar, em que vão para uma sala pequena para falarem em privado e terem uma hipótese de se redimirem pelo que fizeram.
Jon Stewart: Acho que sei do que estás a falar e acredito que a Igreja Católica já tem isso. Chama-se confessionário e acredito que...
John Hodgman: Não, não é disso que estou a falar. A minha ideia é ligeiramente diferente. Em vez de paredes com painéis de madeira, utilizaríamos betão reforçado. Em vez de uma divisória de confessionário tradicional, podemos aumentar a transparência na igreja com um vidro à prova de bala de 12,5 cm de espessura. E para assegurar que este é um espaço seguro para padres, porque não colocar guardas armados junto deles?
Jon Stewart: Estou a ver. Pareces estar a dizer que devem ser colocados numa prisão.
John Hodgman: Podes chamar-lhe isso. Prefiro chamar-lhe um mosteiro de alta segurança...
15 comentários:
Claro que todas as pessoas que têm rancor contra a Igreja Católica estão muito satisfeitos com todos os estes escândalos de abuso sexual, mas negam e fazem vista grossa aos incontáveis milhares de casos dos não clérigos como os pais, professores, chefes de escuteiros, treinadores, etc.
em grande.
Quantos padres foram acusados de abuso sexual de menores, entre 1950 até hoje?
Apesar de toda esta “brincadeira” a malícia, mal dissimulada, está lá.
“Como poderia a Igreja Católica voltar ao caminho certo?”
Isto faz-me lembra um bloguer, e segue a mesma linha da raciocínio, de que, Portugal era um ninho de pedófilos (por causa do processo Casa Pia). Pelos vistos parece que tem razão.
Este sr nada mais é que um lugar, bastante, comum. Todo fanfarrão, por um lado, fala do que não sabe, e por outro, não sabe do que fala. Claro que os meios de comunicação gostam é destes “artistas”. Têm a mesma utilidade das novelas e os “futebóis”.
Caro Diogo desculpe-me mas não ando com paciência para este tipo de “Stewartes”.
Tenho pena.
Setubalense – Eu não faço vista grossa a nenhum caso de pedofilia. Mais, defendo a castração química para todos os casos comprovados.
Daniel Santos – Também acho.
Zé – Não sei. Está a tentar dizer que eles estão protegidos ou que não há pedófilos entre eles?
Carlos – O que é certo é que Ratzinger manteve pelo menos um pedófilo em funções. Só por isso devia estar preso. Quanto ao tipo de humor do sketch é dos meus preferidos. Meu caro, estamos em registos difentes.
A solução é erradicar as religiões todas, e instituir a pena de morte.
Não passa de um exercico de humor rufia e alcoviteiro que serve apenas radicalizar posições. Denunciar é imperioso, mas fazelo com graçolas aproveita a quem?
Denunciar os crimes da ICAR é imperioso, "mas fazê-lo com graçolas" aproveita a quem?
Jon Stewart é um JUDEU praticante e assumido (de outra forma não teria emprego de luxo nem notoriedade nos Media, que tanto são criticados por serem mentirosos). Esquecido isto, há sempre adictos que são vitimas do esquema que está montado, por mais espalhafatosas e "contestatárias" que se possam julgar (o caso do autor do blogue: "defendo a castração química" etc. e tal). Lérias.
De modo que, deste "exercicio de humor rufia e alcoviteiro" fica tudo explicado na difusão das graçolas do judeu contra os padres pedófilos (como se não houvesse também casos de pedofilia entre os rabis judaicos) sendo a única forma de resolver a questão a de "erradicar as religiões todas" e submeter os crimes à legislação da sociedade civil livre (como muito bem alvitrou o "anónimo das 01:13"
x
Xatoo e alguns comentadores anteriores,
O humor é uma excelente forma de colocar a nu muitas situações criminosas e de apontar o dedo aos responsáveis. Graçolas? A mim parece-me humor de alto nível.
"O humor é uma excelente forma de colocar a nu muitas situações criminosas e de apontar o dedo aos responsáveis. Graçolas? A mim parece-me humor de alto nível."
Mas tambem pode funcionar como um meio de manipulação psicologica para levarmos na brincadeira o que devia ser levado a serio.
Nota que em Portugal brinca se com assuntos de traição,corrupção,pedofilia e brinca se com isso quando os mesmos casos justificavam pena de prisão,rusga com cameras a filmar e na eventualidade de a justiça não fazer isso,execuções legitimas por parte do povo Portugues.
Anónimo,
O vídeo, depois de duas sugestões absurdas para lidar com o problema da pedofilia na Igreja, afirma claramente que os pedófilos devem ir bater com os costados na prisão.
O que é que me diz do humor político do Ricardo Araújo Pereira? Também é inócuo?
Diogo, embora o vídeo tenha o seu mérito e o JS e a sua equipa tenham um grande nível nos sketches que fazem, tenho que apontar que é incoerente que estejas sempre a colocar vídeos dele. O JS é de facto judeu e, para grande pena minha, isso interfere com os assuntos que trata, ou melhor, não trata. Aquando do ataque de israel à flotilha ele nem piou. Ou melhor apenas fez uma apreciação negativa da flotilha. Fiquei tão desiludido que deixei de ver o seu programa. Mesmo as represálias que decerto receberia se censurasse israel não justificam o seu silêncio.
Pedro Sousa,
Eu sei que Jon Stewart não fala de determinados assuntos e se mostra tendencioso noutros.
Mas gosto do humor dele e se ele aborda um qualquer assunto de uma forma que eu concordo, coloco o vídeo.
Também já tenho utilizado textos de indivíduos por quem não tenho qualquer simpatia - Mário Soares, Fernando Madrinha, Sousa Tavares e tantos outros, quando estes se descaem e dizem verdades que normalmente calam. É preciso aproveitar os momentos de fraqueza, distracção ou ingenuidade de políticos e jornalistas e apanhar o momento em que a boca lhes foge para a verdade.
Diogo: "É preciso aproveitar os momentos de fraqueza, distracção ou ingenuidade de políticos e jornalistas e apanhar o momento em que a boca lhes foge para a verdade."
A boca não "lhes foge para a verdade", "foge" para a música que o Diogo gosta de ouvir e a que convenientemente chama de "verdade" (nem podia ser de outra forma: nós não admitimos acreditar em mentiras; aquilo em que acreditamos é, obviamente, verdade).
Miguel:
Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 1/9/2007:
Para um breve retrato deste nosso país singular onde cada vez mais mulheres dão à luz em ambulâncias - e assim ajudam o ministro Correia de Campos a poupanças significativas nas maternidades que ainda não foram encerradas -, basta retomar três ou quatro notícias fortes das últimas semanas. Esta, por exemplo: centenas e centenas de famílias pedem conselho à Deco porque estão afogadas em dívidas à banca. São pessoas que ainda têm vontade e esperança de cumprir os seus compromissos. Mas há milhares que já não pagam o que devem e outras que já só vivem para a prestação da casa. Com o aumento sustentado dos juros, uma crise muito séria vem aí a galope.
Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. Daí que os manda-chuvas do Millenium BCP se permitam andar há meses numa guerra para ver quem manda mais, coisa que já custou ao banco a quantia obscena de 2,3 mil milhões de euros em capitalização bolsista. Ninguém se rala porque, num país em que os bancos são donos e senhores de quase tudo, esse dinheirinho acabará por voltar às suas mãos.
Na aparência, nem o endividamento das famílias nem a obesidade da banca têm nada a ver com os ajustes de contas na noite do Porto. Porém, os negócios que essa noite propicia - do álcool que se vende à droga que se trafica mais ou menos às claras em bares e discotecas, segundo os jornais - dão milhões que também passam pelos bancos. E quanto mais precária a situação das tais famílias endividadas e a daquelas que só não têm dívidas porque não têm crédito, mais fácil será o recrutamento de matadores, de traficantes e operacionais para todo o tipo de negócios e acções das máfias que se vão instalando entre nós.
Quer dizer, as notícias fortes das últimas semanas - as da tal «silly season», em que os jornalistas estão sempre a dizer que nada acontece - são notícias de mau augúrio. Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais. Quem pode voltar optimista das férias?
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