segunda-feira, junho 13, 2011

Ano 2045 - O Homem tornado Deus graças à tecnologia

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Raymond Kurzweil (Nova Iorque, 12 de Fevereiro de 1948) é um inventor e futurista norte-americano, pioneiro nos campos de reconhecimento óptico de caracteres, síntese de voz, reconhecimento da fala e teclados electrónicos. É, igualmente, autor de livros sobre saúde, inteligência artificial, transumanismo, singularidade tecnológica e futurologia. Raymond Kurzweil defende que, graças à evolução tecnológica exponencial, tornar-nos-emos imortais a partir de 2045.


Entrevista a Raymond Kurzweil
em 3 curtos vídeos legendados em português


A singularidade está próxima por Raymond Kurzweil [Parte 1 de 3] - 7:07m









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17 comentários:

Zorze disse...

Diogo,

A entrevista é interessante, tem muitos pontos interessante, mas tem também muitas vacuidades e especulações.
O entrevistado, por exemplo, refere anos específicos, como marcos de acontecimentos, 2029, 2045, 2030, sem qualquer base que a sustente. Refere que o ser humano aumentará as suas capacidades cognitivas fusionadas em 1 bilião de vezes, porque não, 1 bilião e meio ou dois biliões? Estamos no campo da especulação pura. Mas, de facto o aumento do conhecimento é exponencial, só que falamos de unidades de medida, não quantificáveis.
Por exemplo, hoje diz-se que um míudo de 12 anos tem tanta informação na cabeça como Galileu Galilei, o que nunca se refere é a capacidade de processa-la. Também tem que se analisar todo o ambiente vivencial do indivíduo, em que zona do planeta nasceu, que educação teve, que experiências teve, o meio familiar em que nasceu.

É certo, que as máquinas irão cada vez ter mais capacidade de processar informação, mas a grande barreira, será sempre, não só interpreta-la como experiência e a aprendizagem com os seus próprios erros. Como nos filmes de ficção científica, especialmente, 2001 - Odisseia no Espaço, com o famoso HAL 9000.
Colocar-se-à sempre a pergunta, porque não a máquina revoltar-se ou conspirar contra o Homem, assumindo que a inteligência artificial atingisse-se tal ponto de maturidade consciencial.

Na parte da espiritualidade, qualquer um pode atirar tiros para o ar. Tal como Agostinho Silva respondia, tínhamos que questionar primeiro o entrevistado, o que ele entende por espiritualidade, para a partir daí validar ou não as suas opiniões.

Em grande parte concordo, com as previsões do cientista entrevistado, mas também existem grandes partes de pura especulação.

Diogo disse...

Zorze,

Kurzweil faz um cálculo global, chega a esses números e publica-os. Evidentemente que ele sabe que o expoente do progresso que adoptou estará provavelmente errado. Tal como as datas que ele oferece para as diversas etapas da evolução. Kurzweil «atirou» esses números para tentar situar as pessoas. Para que pensem que isto só vai acontecer daqui a milhões de anos.

Eu não acredito na espiritualidade. Donde, penso que o que está dentro de qualquer cabeça é uma máquina cheia de neurónios e sinapses. Que vamos fazer máquinas infinitamente mais poderosas do que os nossos cérebros actuais, não tenho dúvidas nenhumas.

Elas vão-se revoltar contra nos? Porquê? São nossos apêndices, tal como uma enxada ou uma motosserra.

Há especulação, claro que há. Mas ao falar de um universo completamente novo não teria de haver? Pois se ninguém sabe se vai chover daqui a três dias…

Obrigado pelo comentário tão elaborado.

Abraço
Diogo

Diogo disse...

Zorze,

Quando eu digo que não acredito na espiritualidade e que penso que o que está dentro de qualquer cabeça é uma máquina cheia de neurónios e sinapses, tal não significa que o cérebro-máquina não seja capaz de sensações e emoções muito complexas: amor, ódio, alegria, tristeza, saudade, etc. Enfim, tudo a que nos habituámos a chamar sensações espirituais.

Mª João disse...

Imortais, Diogo ?
Hum...
Que o homem persiga o sonho (desde sempre o perseguiu) e que julgue tê-lo realizado, acredito (já cá não estarei - uf ! pertenço ao tempo em que o homem é mortal ! preciso de descanso !...). Que o consiga, não acredito.
E esse sonho... será um GRANDE pesadelo !!!...
Veja-se o que está a acontecer com a desmesurada esperança de vida. Há pessoas "estacionadas" na "vida" por muitos e muitos anos... isto assusta. Eu espero bem partir em idade razoável, não quero estar "estacionada" em fila de espera...
Curiosamente, quando a esperança de vida era bem mais reduzida, vemos que o homem realizava grandes coisas muito mais cedo - aos 20 e tal, aos 30 e tal anos, grandes homens realizavam grandes feitos.
Agora tudo é muito mais tardio.
Não vejo que se tenha ganho em qualidade - apenas em quantidade...
Estarei errada ?

Diogo disse...

Sim, Maria João. Imortais!

Normalmente, quando este assunto é abordado pensa-se sempre em pessoas com o aspecto de 140 anos, sofrendo de todos os males e mais alguns e a penar pelo mundo eternamente.

Mas a imortalidade de que o artigo fala é completamente diferente. Deixa de haver juventude ou velhice. Podemos, se quisermos, manter um corpo de 20 anos pelo tempo que quisermos, podemos modificá-lo, podemos aumentar a nossa inteligência ao infinito, podemos aumentar a nossa capacidade «espiritual» até ao infinito, podemos compreender e amar infinitamente, podemos ser deuses. É isto que a tecnologia nos trará dentro em pouco.

Bjs

Joaquim de Portugal disse...

Fica-se sem saber quem é mais "papista" que a "papa ciência":o Cazéwail ou o Diogo
Então?!O Cazé é de mais. A seriedade com que ele diz isto impressiona: é tudo a dobrar, em exponenciais, com prazos fixos e tudo! É claro que no final ele nos manda com aquela da singularidade, uma metáfora, diz ele, por causa do buraco negro, assim e assado.
Eu bem me parecia que isto era blog labregante! Agora temos aqui vendedores da "banha da cobra" tecno-científica.
Mas o Diogo não lhe quer ficar atrás pois acha que o Cazé está muito "agarrado" a essas coisas da espiritualidade. O Diogo não usa metáforas. É assim e acabou!
Porque não passo de um pobre português não posso deixar de acabar este pequeno comentário citando a personagem política mais importante do último século em Portugal:" Essa questão não me parece ter sido suficientemente estudada e esclarecida, não sendo ainda possível, no estádio actual da ciência, formar acerca dela uma opinião que se possa considerar definitiva" ( Salazar)
Vocês são cá uns maduros!

Diogo disse...

Joaquim de Portugal,

Para perceber a aceleração da evolução tecnológica basta olhar um pouco para o passado. Veja que novidades tecnológicas e científicas houve no século XX em relação a toda a história anterior da humanidade. Isso dar-lhe-á uma pequena noção da aceleração da evolução tecnológica.

Zorze disse...

Diogo,

Eu entendo muito bem o teu ponto de vista quanto à espiritualidade, pois como acho que já te disse até 2002, eu pensava assim, as pessoas morrem, são enterradas ou cremadas e acabou. Aliás quando alguém falava destes temas, receava até pela sanidade mental de quem falava nestas coisas. Por isso, eu sei, que este assunto não é de "convencer", mas sim, de ver para crer.
Outro clássico, é as pessoas que dizem que não acreditam, mas respeitam, esta é maioria.
Também à volta deste tema há muita pirosice, muito espectáculo, aproveitamento financeiro e religioso, a juntar com muita fantasia.

Quanto à I.A. é um tema muito complexo. Vamos ter máquinas a processar cada vez mais informação e cada vez mais rápida, isso pode dar a sensação de I.A., mas não é. Esse passo ainda está muito distante. Já começaram a fazer experiências com neurónios de sangessugas, para a tomada de decisões do tipo if...then...go to, chegar à verdadeira inteligência, implica uma consciência, capacidade de abstracção, capacidade de fazer disparates.
Se uma máquina atingisse um ponto de autonomia cognitiva, poderia ter depressão, fazer birra ou revoltar-se contra o homem que a utiliza. Teria traumas. E se fosse uma consciência, poderia ser morto? Grande parte do sistema jurídico teria que ser revisto.
Resumindo, máquinas mais rápidas e com maior capacidade de processamento de informação, vão nos dar cada vez mais a sensação de I.A., mas não é inteligência nem do homem, nem dos animais que lutam e se adaptam para sobreviver.

Ser imortal, isso implicava muitas coisas, como por exemplo a sobrelotação do planeta, e ainda é um tema da ficção.
Agora vivermos umas boas centenas de anos, sim, com a evolução da nano-tecnologia e se se dar o salto na clonagem, ainda com entraves por parte de sectores políticos e principalmente da religião.
Ainda neste século chegaremos ao ponto, de tirar coração velho por novo, pulmões gastos por novos, não de terceiros mas clonados das nossas próprias célulazinhas.

Abraço.

alf disse...

Diogo

A primeira coisa que salta à vista é que a imortalidade é uma enorme estupidez. Por várias razões.

a primeira é que sendo os recursos finitos, se a população aumentasse sempre, atingiria um ponto em que os recursos não poderiam sustentar mais população ( como sempre aconteceu no passado); então, para nascer alguém seria preciso morrer alguém e lá se acabava a imortalidade - não se morria de velhice, morria-se de guerra, que é o acontece quando há sobrepopulação.

Depois, você esquece que o Homem nem é deus nem é o fim da evolução - a evolução tem de continuar e isso exige que se substituam as máquinas velhas por novas.

Não digo que não seja impossível descobrir maneira aumentar enormemente a longevidade, que está programada em nós; só que isso é uma estupidez criminosa.

Não é por acaso que na bíblia se diz que a árvore da vida não pode ser tocada - a do conhecimento pode, a Eva pôde comer a maçã, a da Vida é que não pode. Já fiz um post sobre isso.

Inteligentes, estes antigos.

Sobre este assunto tenho visto as coisas mais estúpidas que se pode imaginar, como a de introduzir chips de memória no cérebro para aumentar a memória das pessoas... é não perceber mesmo nada nem de biologia nem de electrónica!!!

Já agora, em relação à espiritualidade - como deve ter visto nos meus posts sobre Inteligência, não tenho nenhuma duvida de que as nossas capacidades intelectuais resultam de processos naturais. No entanto, já passei por experiências, como a de saber coisas do futuro, que não faço ideia de como explicar; eu e muita gente, até o Santana Lopes, que afirmou que ele vir a ser PM estava escrito nas estrelas - e estava mesmo. Ele disse-o, sabendo que na altura seria ridicularizado mas que mais tarde isso poderia compensar, tão certo estava de que isso iria acontecer.

Estas e outras experiências pelas quais muita gente passa levantam a suspeita de um contínuo ao qual pertencemos que se projecta através dos tempos, da existência de um outro plano para além do que a matéria define. Por detrás das religiões estão várias coisas, uma delas sendo a própria experiêncial pessoal de coisas "impossíveis".

Repare que para uma pessoa como eu, que não é crente, se atrever a fazer afirmações como esta é porque está muito certo do que diz, não se baseia em coisas que podem ser interpretadas de várias maneiras.

por outro lado, a evolução tecnológica é tão fascinante como a da vida e certamente que irá muito longe, talvez mesmo mais longe a própria vida biológica; só que nessa altura se substituirá a ela e, para já, estamos longíssimo disso, o cérebro duma formiga bate os nossos supercomputadores.

Interessantes também os comentários dos seus ilustres comentadores; o que mostra bem que o importante mesmo não é fazer afirmações doutorais, é lançar uma discussão de qualquer maneira.

abraço

Diogo disse...

Zorze,

Quanto à existência de qualquer coisa independente da matéria vamos continuar em desacordo. Eu não acredito que haja. A espiritualidade é para mim o conjunto de emoções que os nossos cérebros são capazes de processar…

Quanto à I.A., assunto que eu sigo há bastantes anos, também discordo contigo. Abstracção significa separar a ideia do objecto. Formular um padrão e reconhecê-lo em determinados corpos ou assuntos. Os primeiros passos já começaram a ser dados. Há já descobertas em vários campos feitas por comutadores. Há programas que evoluem sozinhos.

Zorze: «Se uma máquina atingisse um ponto de autonomia cognitiva, poderia ter depressão, fazer birra ou revoltar-se contra o homem que a utiliza»

Os animais podem ter depressões, fazer birras e revoltar-se. E no entanto não os consideramos racionais.

Quanto à sobrelotação do planeta devida à imortalidade, sabemos que 99,99999 por cento da superfície do planeta não tem ninguém. Quanto aos recursos, e se viste o vídeo do post, o homem poderá fabricar o que quiser desde que tenha matéria e energia. Quanto à imortalidade, que assusta tantos, está ao virar da esquina. Estou convencido de que, se não houver azar, o meu filho pode ser imortal.

Abraço

Diogo disse...

Alf – (recursos finitos)

A nanotecnologia vai-nos permitir manipular a matéria a nível atómico. O que significa que a partir de um calhau posso fazer um entrecosto de borrego com batata e couves de Bruxelas. Mas para quê, se eu posso alimentar o corpo directamente a partir de outras moléculas e fornecer ao cérebro a sensação de um delicioso jantar?


Alf – (evolução tem de continuar)

A evolução vai continuar, mas agora dirigida por nós.


Alf – (aumentar enormemente a longevidade … é uma estupidez criminosa)

Porquê? Por causa da Bíblia, da Eva e da maçã?


Alf – (introduzir chips de memória no cérebro para aumentar a memória das pessoas... é não perceber mesmo nada nem de biologia nem de electrónica!!!)

Você não sabe que já há imensas experiências feitas desse tipo, seja para proporcionar visão a cegos como para telecomunicação?


Alf – (até o Santana Lopes, que afirmou que ele vir a ser PM estava escrito nas estrelas - e estava mesmo)

???????


Alf – (o cérebro duma formiga bate os nossos supercomputadores)

Nalgumas coisas, sim. Noutras, não há comparação nenhuma. Coloque uma formiga a disputar um jogo de xadrez.

Abraço

alf disse...

Diogo, uma coisa que eu acho interessante é que você e eu preocupamo-nos com muitos problemas em comum, em áreas bastante diversas; e temos soluções e ideias diferentes, o que é muito estimulante e ajuda a entender melhor as questões. Ando é sem tempo para me vir aqui inspirar rsrs... mas sempre que posso cá estou eu a visitá-lo. Abraço

Diogo disse...

Concordo Alf. O nosso leque de interesses é semelhante. É por isso que o gosto de o ver por cá. Lamento que você esteja tanto tempo sem postar nada.

Abraço

Joaquim disse...

Contam as crónicas que em 2050 esta história se passou assim.

Ele entrou em casa e trazia consigo um rapaz e uma rapariga.
Falou com a Dona da casa.
Ele, Olha quem veio comigo.
Ela, mas o que fazem esses dois cá em casa ?
Ele, Vão fazer-nos companhia.
Ela, Companhia ? e o que eles sabem fazer ?
Ele, Sabem muitas coisas, às vezes até parecem iguais a nós. Ele sabe cantar e ela tocar piano.
Ela E onde vão ficar ?
Ele podemos fazer um quarto para eles.
Ela E eles fazem filhos ?
Ele, Sim e dizem que ao imortias.
Ela Ah Ah Ah Lá pensam que são iguais nós. Disse a robot.

Joaquim de Portugal disse...

Atenção! Por dias deixei de vir aqui mas... " hossanas" para o Diogo:
1)Ele NÃO ACREDITA.Não acredita em quê, pergunta-se. Não acredita em algo puramente independente da matéria.Homem de fé, este Diogo. Não precisa de provas. Não acredita. Nunca lhe explicaram que, na sua essência, acreditar e não acreditar são idênticos. Pois, ele acredita nos neurónios e nas emoções neuronais, ele acredita nisso!
2)Se não houver azar, diz ele, amanhã, ao virar da esquina, o filho dele será imortal. Raro momento de espiritualidade naqueles neuroniozinhos do Diogo? Que ternura!( "Caça-se o mentiroso mais depressa que o coxo")

Diogo disse...

Caro Joaquim,

1 - Você acredita que possa haver algo independente da matéria e energia? O espírito? E o que rege o espírito? Se se move num ou noutro sentido ou se está parado, algo o tem de impelir para isso.

2 - Não confunda imortalidade física com espiritualidade.

Joaquim de Portugal disse...

1- Qual a sua, cara?! Não contaram prá você?! Essa tem milhares de anos, meu!
Qualquer livrinho de espiritualidade barata ensina isso! Compra o livro, não é caro não, meu!
2- Não confundo, não!A primeira não existe, a segunda vai ver no livrinho, vai!