segunda-feira, janeiro 23, 2012

“O Estado-mercadoria e o fim da democracia”, onde se denuncia a dominação absoluta dos especuladores internacionais (leia-se o monopólio bancário) sobre o poder democrático

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DESVARIOS




"Eis o resultado da situação a que chegamos: «lixo»". A afirmação é do professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Mário Vieira de Carvalho, em artigo publicado no Público (18/4/2011) com o sugestivo título "O Estado-mercadoria e o fim da democracia", onde denuncia a dominação absoluta dos especuladores internacionais sobre o poder democrático, na pretensão de substituir a política pela economia, escondendo, de facto, uma agenda política que ultrapassa em muito a racionalidade económico-financeira proclamada. "São milhões de pessoas, Estados inteiros oferecidos em holocausto à gula do capitalismo de casino" diz o professor, para quem a subversão da democracia e do seu caráter profundamente plebiscitário é assim explicada: "Nunca a ideologia de dominação foi tão sofisticada. Já não lhe basta «assegurar» o sentido do voto. Pretende também torná-lo obsoleto." Trata-se, portanto, de um grave risco para o sistema democrático que está na base da nossa vida colectiva.

"Lixo" é a designação com que as agências de rating mimoseiam os países que falham em cumprir as exigências da sua (e dos organismos institucionais que lhes dão a devida cobertura) gula desmedida. Entidades predadoras das riquezas nacionais e de toda e qualquer ideia de coesão social, para quem a ética rima com ambição desmedida custe a quem custar, estes especuladores financeiros emparceiram com governos voluntariamente reféns desta descarada chantagem. Só assim se pode compreender, por exemplo, a conversão da dívida de bancos privados em dívida pública (veja-se, entre nós, o caso do escandaloso resgate financeiro do BPN) ou da viabilização de interesses megalómanos nas tristemente célebres Parcerias Público-Privadas. Trata-se, portanto, de um grave risco para o contrato social que esteve na origem das sociedades modernas e de uma ameaça direta aos direitos mais básicos da população.

O negócio da notação financeira é extremamente lucrativo. As receitas das duas maiores empresas do ramo, as norte-americanas Moody’s Corporation e a Standard & Poor’s (S&P) – curiosa designação: mediania e pobreza! – amealharam mais de 8 mil milhões de dólares (5570 milhões de euros) em receitas no ano de 2009 – um ano após o despoletar da crise mundial do subprime – tendo tido um incremento de lucros de cerca de 30% no primeiro caso e 20% no segundo, relativamente ao ano transato (novo aumento de lucros respectivamente de 10% e 13% ocorreu em 2010), aumentos alimentados pela dívida crescente dos países rotulados. Os governos destes países, apostados em resgatar a qualquer preço o setor privado e conseguir a liquidez necessária, emitiram montantes cada vez mais elevados de dívida pública e caíram no âmbito de atuação da notação financeira. Estas agências nada produziram, mas certamente muito destruíram, amealhando enormes quantidades de riqueza e movimentando verbas astronómicas. Com efeito, o retorno financeiro dos prestamistas – erradamente designados por investidores – que recorrem aos cálculos destas empresas nada tem a ver com qualquer atividade produtiva, mas com a compra, a juros proibitivos e mercê de todo o tipo de benefícios, das dívidas soberanas dos diversos países em dificuldades. Simples agiotagem, portanto.

Embora estas empresas tenham sido alvo de inúmeros processos criminais ligados à emissão de notações de risco enganadoras ou à classificação em alta de ativos tóxicos (com o conveniente compadrio das instituições bancárias nacionais e internacionais) e mesmo por violação de leis estaduais norte-americanas, mantêm uma valorização das suas ações na Bolsa nova-iorquina inversamente proporcional à enorme tragédia social que têm vindo a provocar. Foi assim, de resto, que se fez a propaganda desenfreada de fundos financeiros de risco (hedge funds) baseados nas hipotecas subprime que estiveram na origem da bolha imobiliária dos inícios do século XXI, com as dramáticas consequências conhecidas. Em 2006, nas vésperas da crise ser detonada (agosto de 2007), 80% dos títulos de subprime receberam a nota máxima (AAA) equivalente ao rating das obrigações do Tesouro dos EUA (nessa altura, 40% das receitas anuais da Moody’s, S&P e Fitch já provinham da notação financeira dos produtos subprime). Quando faliram, os gigantes americanos do mercado de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, a maior companhia de energia estadounidense Enron ou o conglomerado segurador AIG, apresentavam igualmente os ratings mais elevados. O Banco de Investimentos Lehman Brothers, o 4º maior dos EUA, quando em setembro de 2008 já estava com dificuldades em saldar as suas dívidas, foi classificado pela Fitch e a S&P com AA (Público, 26/6/2011). Agindo sem rigor, nem transparência, divulgando informação fraudulenta, depreciando concorrentes e favorecendo com classificações máximas aqueles que lhes solicitavam os respectivos serviços de consultadoria, fez-se, isso sim, a promoção da irresponsabilidade, da ganância e do aventureirismo, atitudes que dificilmente podem ser compagináveis com uma ética da responsabilidade tantas vezes invocada pelos dirigentes governamentais um pouco por todo o mundo. Com efeito, haverá algo de mais totalmente leviano do que a prossecução de políticas públicas conducentes às portas da bancarrota, como foi o caso de Portugal? Tal estado de coisas foi, aliás, feito com a complacência e cumplicidade despudorada das instâncias financeiras internacionais como o Banco Mundial ou, sobretudo, o FMI, que viu os seus próprios proventos aumentar graças aos empréstimos concedidos aos países europeus em crise – Irlanda, Grécia e agora Portugal –, tendo revisto em alta, em mais de 60%, os resultados operacionais para o ano de 2011 em relação a 2010. Trata-se, portanto, de um retorno direto aos pressupostos daquilo que foi designado por "capitalismo selvagem" que há 200 anos a esta parte fazia o esplendor da Inglaterra vitoriana, mas no presente a uma escala incomparavelmente alargada e proveitosa.

O que sobra de todos estes desvarios? A certeza de que, à medida que a crise se agrava, não só aqueles que a provocaram não são responsabilizados, como se converteram nos seus principais beneficiários.
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13 comentários:

Ricardo A disse...

Check this out http://www.disinfo.com/2012/01/iceland-declares-independence-from-international-banks/

Anónimo disse...

http://hyperborea-land.blogspot.com/2012/01/bem-lhes-podem-fechar-porta.html

http://www.youtube.com/watch?v=jVIcdWmRkfo&feature=channel_video_title

Anónimo disse...

A globalização é um polvo bicefalo.

A democracia consiste em:

Opção A - Capitalismo igualitario

Opção B - Marxismo igualitario

Ó diogo,o plano deles é aproximar isto ao nivel da china.

Sempre foi esse o plano,e a democracia foi o rebuçado que eles deram aos ingeunuos para lhes ganhar a confiança e distraí los enquanto tomavam conta das Nações e montavam a teia.

Agora vem a parte 2 do plano,que é tentarem financiar uma pseudo revolução da plebe controlada pelos partidos da dita oposição mas que na verdade trabalham para eles.

A meta final é o marxismo puro e duro e capitalismo selvagem de estado.

Aqueles que vos falam em liberdade e outras tretas,são os que vos querem escravizar e têm chips reservados para todos voçês e os vossos descendentes.

Só o nacionalismo pode derrotar o polvo bicefalo.

O capital e os bastardos(não nativos) não têm nem nunca terão Pátria.

Voçês ainda não atingiram que a democracia é o cavalo de troia do sistema.

Anónimo disse...

"O que sobra de todos estes desvarios? A certeza de que, à medida que a crise se agrava, não só aqueles que a provocaram não são responsabilizados, como se converteram nos seus principais beneficiários."

Ó Diogo então voçê quer que os que financiam os partidos e campanhas partidarias sejam agora julgados?

Voçê ainda não percebeu que eles é que são os donos distos e os politicos os seus lacaios?

A democracia moderna sempre foi deles.

Isto tudo é teatro,e do mau.

http://www.youtube.com/watch?v=iWA2NeUqTLI&feature=related

Os "iluminados" das 3 vindas do fmi cá,da maior divida desde 1828,da maior emigração nativa de sempre,da mais baixa natalidade de sempre,do maior roubo aos cofres do estado,do maior corte de efectivos das forças armadas...

São eles,os comentadores em canais varios,os gurus,os empresarios "notaveis",os politicos de varios partidos...

Anónimo disse...

"artigo 308.º - Traição à pátria

Quem, por meio de violência, ameaça de violência, usurpação ou abuso de funções de soberania:

a) Tentar separar da Mãe-Pátria, ou entregar a país estrangeiro ou submeter à soberania estrangeira, todo o território português ou parte dele; ou

b) Ofender ou puser em perigo a independência do País;

é punido com pena de prisão de 10 a 20 anos."

"Na lei militar, traição é o crime de deslealdade de um cidadão à sua pátria. Por exemplo, em tempos de guerra, uma pessoa que coopera ativamente com o inimigo (colaboracionismo), é considerado um traidor."

Ora se o ministério publico e toda a justiça está sob o controle deles e a justiça não é aplicada cabe aos cidadãos organizarem se para fazer justiça com as proprias mãos.

E é dever das Forças Armadas Portugueses estarem ao lado desses mesmos cidadãos.

Anónimo disse...

E os governos da grécia e da itália,não foram votados.São gajos da máfia do g&s e obce

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

"E os governos da grécia e da itália,não foram votados.São gajos da máfia do g&s e obce"

Mas mesmo que fossem votar ia dar ao mesmo porque os partidos são diferentes tentaculos do mesmo polvo.

Além do mais a esmagadora maioria do povo vota consoante a opinião que tem sobre determinado sujeito,opinião essa que é formada consoante o que ele ouve nos media,radios e jornais repetidamente.

Quando o palhaço está gasto,o sistema manda queimar o palhaço e opinadores na tv começam a dizer mal dele,cronistas no jornais escrevem cronicas sobre o mesmo a dizer mal,toda a maquina do sistema começa a mexer uma nova propaganda para o gado.

A esmagadora maioria das pessoas não têm qualquer capacidade de pensar sobre qualquer decisão politica,não só por falta de sabedoria ou grau intelectual,mas devido á manipulação de decadas de que foi alvo,pois tudo o que pensam é apenas repetição da propaganda,as massas pensam o que o sistema delimitou para as mesmas pensarem.

Depois de ouvir os opinadores na tv,os cronistas nos jornais,e alguns "famosos" em programas do mundo "cor de rosa" ,o cidadão comum vai para casa,para o café,para o trabalho ou para o barbeiro e entre os amigos ele vai repetir exactamente as opiniões que ouviu da maquina de propaganda do sistema, e os amigos idem e assim é o circulo vicioso.

Enquanto isso um novo palhaço ao serviço do sistema está na forja,com todo o treino da retorica para mais uma vez enganar e trair o povo e a Nação.

Se através da democracia os intresses do povo e a Nação pudessem realmente ser protegidos,ela seria proibida.

Ela só existe porque é precisamente a democracia que permite não só a alienação do povo,mas a sua divisão,pois quanto mais partidos mais o povo está divido e uns contra os outros.

Partidos politicos corruptos e viciados,com ideologias estéreis e inuteis,mas cujo folclore mediatico cativa os fracos de espirito e consegue assim dividir a Nação.

Democracia=Dividir para reinar=Ordem mundial sionista=Globalização=Escravização de tudo e todos.

Anónimo disse...

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2261697&seccao=EUA e Am%E9ricas

"Aumentar o racismo" traduzido significa "Os Americanos correrem com os judeus e deixarem de ser colonos na sua propria terra"

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=BkzSJNPeobc

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=E3pRqxKR5fY

http://www.youtube.com/watch?v=LVUxasn43L8

http://www.youtube.com/watch?v=32RgWya7_oE

25 de abril sempre faxismo nunca mais
BIS até se fartarem -----vilanagem

Afonso disse...

A corporação mundial domina o ocidente e busca dominar o oriente.Quem são os individuos e as organizações da corporação global?

mfc disse...

Quem manda ... pode!
Já o meu avozinho o dizia!!