quinta-feira, abril 08, 2021

A experiência social "Covid" é muito mais sinistra e perigosa do que se pensa

 

Jornal Observador (Alberto Gonçalves) - Isto não tem nada a ver com uma pandemia de uma doença respiratória. Isto já parece uma espécie de experiência social para ver até que posto as pessoas aceitam esta progressiva humilhação, este aumentar cruel do enxovalho, e até que ponto as pessoas engolem. Isto não tem nada a ver com Covid. Isto tem a ver com outras coisas, coisas muito mais sinistras e muito mais perigosas que a Covid.

Se há dois anos alguém nos contasse algumas das coisas por que estamos a passar agora, e estou a falar dessas medidas relativas à Covid, eu acho que ninguém acreditaria. Se alguém dissesse num noticiário que uma pessoa iria ser multada por estar a comer gomas na rua ou por estar a comer uma sandes dentro do carro ou que uma senhora era multada por estar a beber um café servido através de um postigo, eu acho que as pessoas não acreditariam. E mais: as pessoas não podem estar sentadas no banco de um jardim, a polícia expulsa pessoas que andam a passear na praia, as pessoas usam máscara quando andam sozinhas na rua ou no carro, ou acompanhados por um familiar com quem estão em casa sem máscara (e alguns talvez até com máscara).

E depois, como aconteceu hoje, o dr. Costa, revela-nos os próximos passos do desconfinamento. Se, dantes, nos contassem que um primeiro-ministro nos ia dizer os dias em que podíamos sair de casa e até a que horas, e quando é que podíamos ir ao café ou ao restaurante, isto pareceria de loucos. Estamos a viver uma espécie de distopia, um estado policial, em que as pessoas estão absolutamente limitadas nos seus direitos.

E o dr. Costa anunciou-nos o que estava previsto nesta 2ª fase do desconfinamento como se nos estivesse a fazer um favor, a dar-nos uma pequena prenda por nos termos portado bem. Acho que não compete ao dr. Costa ou ao prof. Marcelo, ou a algum membro do governo ou a alguma autoridade da saúde estabelecer os critérios pelos quais nós nos portámos bem ou mal. Não é essa a função deles. A função de um governo eleito é gerir mais ou menos a economia de um país.

Quando temos um governante a falar aos que deveriam ser cidadãos e não passam de bonecos, a fixar-lhes as regras a que devem obedecer, isto é desvalorizar em absoluto um país e uma sociedade. Estão a tratar as pessoas como crianças, e o pior de tudo é que os  portugueses parecem concordar e vão-se sentir muito agradecidos por o dr. Costa permitir mais umas migalhas de liberdade durante 15 dias.

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