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terça-feira, fevereiro 27, 2018

Tony Judt - sobre a desigualdade social



Tony Judt em «Um tratado sobre os nossos actuais descontentamentos.»

Tony Judt (Londres, 1948 — Nova Iorque, 2010) foi um historiador, escritor e professor universitário britânico. Nos últimos anos, Judt lecionou na Universidade de Nova York, a cadeira de Estudos Europeus. Em 2006 foi finalista do Prémio Pulitzer com o livro "Pós-Guerra", uma análise na Europa de meados da década de 1940 até os primeiros anos do novo milénio.

"A desigualdade é corrosiva. Ela apodrece as sociedades a partir de dentro. A repercussão das diferenças materiais leva algum tempo a mostrar-se: mas a seu tempo aumenta a concorrência pelo estatuto social e bens; as pessoas experimentam uma sensação crescente de superioridade (ou de inferioridade) segundo as suas posses; cristaliza-se o preconceito para com as posições inferiores da escala social; o crime aumenta e as patologias do desfavorecimento social vão-se acentuando cada vez mais. O legado da criação de riqueza não regulada é realmente amargo."

sexta-feira, dezembro 28, 2012

MAIS IGUALDADE MENOS "LIBERDADE"


"A desigualdade é corrosiva. Ela apodrece as sociedades a partir de dentro. A repercussão das diferenças materiais leva algum tempo a mostrar-se: mas a seu tempo aumenta a concorrência pelo estatuto social e bens; as pessoas experimentam uma sensação crescente de superioridade (ou de inferioridade) segundo as suas posses; cristaliza-se o preconceito para com as posições inferiores da escala social; o crime aumenta e as patologias do desfavorecimento social vão-se acentuando cada vez mais. O legado da criação de riqueza não regulada é realmente amargo".

Tony Judt em «Um tratado sobre os nossos atuais descontentamentos.»

Tony Judt (Londres, 1948 — Nova Iorque, 2010) foi um historiador, escritor e professor universitário britânico. Nos últimos anos, Judt lecionou na Universidade de Nova York, a cadeira de Estudos Europeus. Em 2006 foi finalista do Prémio Pulitzer com o livro "Pós-Guerra", uma análise na Europa de meados da década de 1940 até os primeiros anos do novo milénio.


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domingo, fevereiro 20, 2011

Tony Judt - A instrumentalização moderna do Holocausto para obter vantagens políticas é eticamente infame e politicamente perigosa


Desde os finais dos anos setenta do século XX, a «Memória do Holocausto» tem-se vindo a tornar cada vez mais importante nos Estados Unidos e em muitos outros países. A campanha para lembrar o Holocausto – definido como o morticínio genocida de seis milhões de judeus na Europa durante a Segunda Guerra Mundial – inclui numerosos eventos memoriais comemorativos, cursos educativos em muitas escolas, e uma série de filmes, programas de televisão, livros e artigos de revista.

Por todos os Estados Unidos, políticos proeminentes e líderes civis participam em cerimónias memoriais anuais do Holocausto. Um certo número de países, incluindo a Grã-Bretanha, a Alemanha e a Itália, tem anualmente um Dia da Memória do Holocausto. Em Novembro de 2005, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução proposta por Israel para considerar o dia 27 de Janeiro como o dia internacional da Memória do Holocausto.

Todas as grandes cidades norte-americanas têm pelo menos um museu do Holocausto ou um memorial. Em todo o mundo existem mais de 250 museus do Holocausto e memoriais, a maior parte dos quais nos Estados Unidos e na Europa. O maior é o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos em Washington, DC, que é gerido por uma agência federal governamental e que recebe cerca de dois milhões de visitantes anualmente.

O público é continuamente recordado do sofrimento judeu durante a Segunda Guerra Mundial. Só entre 1989 e 2003, foram rodados mais de 170 filmes com temas do Holocausto. Em muitas escolas americanas e europeias, e nas salas de aula israelitas, um enfoque no sofrimento dos judeus europeus durante a II Guerra é obrigatório.


Yehuda Bauer, um proeminente especialista no Holocausto que é professor na Hebrew University em Israel, comentou em 1992: "Quer seja apresentado genuinamente ou não, de acordo com os factos históricos ou em contradição com eles, com empatia e compreensão ou de grande mau gosto, o Holocausto tornou-se um símbolo dominante da nossa cultura… Raramente se passa um mês sem que não surja uma nova produção televisiva, um novo filme, um certo número de novos livros em prosa ou em poesia lidando com o assunto, e a corrente está a crescer em vez de acalmar." [David Cesarani, ed., The Final Solution: Origins and Implementation (Routledge, 1994), pp. 305, 306]


Tim Cole, um professor de história e um especialista proeminente de estudos do Holocausto, escreve no seu livro «Selling the Holocaust» [Vendendo o Holocausto]: "A partir de um começo relativamente lento, chegámos agora ao ponto em que a cultura judaica em particular, e a cultura Ocidental de uma forma geral, estão saturadas com o Holocausto. Na realidade, o Holocausto tem saturado a cultura Ocidental a um tal ponto que surge não apenas num plano central, mas também nos bastidores. Isto pode ser confirmado no número notável de filmes contemporâneos que incluem o Holocausto como enredo ou sub-enredo." [Tim Cole, Selling the Holocaust (Routledge, 2000), p. 2.]


O académico judeu Peter Novick escreve que "uma boa parte da resposta para o papel que o Holocausto desempenha nos EUA é o facto… de os judeus executarem um papel importante e activo em Hollywood, na indústria televisiva, nos jornais, nas revistas e nos livros. Quem quer que negue este factor principal por trás da atenção massiva dada ao Holocausto nos media americanos está a ser ingénuo ou pouco sincero." [P. Novick, The Holocaust in American Life (1999), p. 207. See also pp. 11-12, 208]


Por ocasião da abertura do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos em Washington, o conhecido autor judeu Melvin Jules Bukiet considerou o Museu uma "expressão de força bruta. Não é a tragédia judaica que é lembrada no Museu esta semana, é o poder judeu ao qual é dada deferência." [Melvin Jules Bukiet, “The Museum vs. Memory: The Taming of the Holocaust,” The Washington Post, Sunday, April 18, 1993, p. C3]


Norman Finkelstein, um académico judeu que dá aulas na DePaul University em Chicago, escreveu no seu best-seller «A Indústria do Holocausto» [The Holocaust Industry], que "invocar o Holocausto é um estratagema para retirar legitimidade a toda a crítica aos judeus… Concedendo total falta de culpa aos judeus, o dogma do Holocausto imuniza Israel e os judeus americanos da censura legítima… Judeus americanos organizados têm explorado o Holocausto nazi para desviar críticas de Israel e para as suas políticas indefensáveis." [Norman G. Finkelstein, The Holocaust Industry (Verso, 2003), pp. 37, 52, 149]


Paula Hyman, uma professora de história moderna judaica na Universidade de Yale, observou: "Relativamente a Israel, o Holocausto pode ser usado para prevenir críticas políticas e para suprimir o debate; reforça o sentimento dos judeus como um povo eternamente sitiado que só pode confiar em si próprio para a sua defesa. A invocação do sofrimento vivido pelos judeus perante os nazis substitui muitas vezes a argumentação racional, e espera-se que convença os cépticos da legitimidade da actual política do governo de Israel." [Paula E. Hyman, “New Debate on the Holocaust,” The New York Times Magazine, Sept. 14, 1980, p. 79]


Uma opinião semelhante tem o académico judeu, Tony Judt, director do Remarque Institute da Universidade de Nova Iorque: "A Shoah [termo hebreu para o Holocausto] é frequentemente explorado na América e em Israel para desviar e impedir qualquer crítica a Israel. De facto, o Holocausto dos judeus europeus é, hoje em dia, explorado de três maneiras: Fornece, em particular, aos judeus americanos uma exclusiva ‘identidade de vítima’ retrospectiva; permite a Israel superar qualquer sofrimento de outras nações (e justificar os seus próprios excessos) com a alegação de que a catástrofe judia foi única e incomparável; e (em contradição com as duas primeiras) oferece-se como exemplo de uma metáfora versátil para a maldade – em qualquer altura e onde quer que seja – e ensinado às crianças nas escolas nos Estados Unidos e na Europa sem qualquer referência ao contexto ou à causa. Esta instrumentalização moderna do Holocausto para obter vantagens políticas é eticamente infame e politicamente perigosa." [Tony Judt, “Goodbye To All That?,” The Nation (New York), Jan. 3, 2005, p. 17]


Tom Segev, um conhecido jornalista e autor israelita, afirma que "em Israel o Holocausto tornou-se um objecto de culto. Além disso, a herança do Holocausto, tal como é ensinada nas escolas e promovida nas cerimónias memoriais nacionais, encorajam muitas vezes um chauvinismo insular e um sentimento de que o extermínio nazi dos judeus justifica qualquer acto que pareça contribuir para a segurança de Israel, incluindo a opressão da população nos territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias." [Tom Segev, The Seventh Million: The Israelis and the Holocaust (New York: 1993), pp. 513, 517]


Amira Hass, uma jornalista e autora israelita premiada, escreveu num dos principais jornais de Israel:

"Israel transformou a liquidação dos judeus europeus numa mais valia. Os nossos parentes assassinados estão a ser recrutados para permitir a Israel continuar a não se ralar absolutamente nada com as decisões internacionais contra a ocupação. O sofrimento dos nossos parentes nos guetos e nos campos de concentração que recheavam a Europa, a angústia física e mental e o tormento a que os nossos parentes foram sujeitos todos os dias desde a libertação, são usados como armas para frustrar qualquer crítica internacional da sociedade que estamos aqui a criar. Esta é uma sociedade com uma descriminação embutida na base da nacionalidade, e a discriminação está-se a espalhar em ambos os lados da Linha Verde. Esta é uma sociedade que continua sistematicamente a banir a nação palestiniana da sua terra e usurpa os seus direitos como nação e as suas hipóteses para um futuro humano." [Amira Hass, ”Using the Holocaust to ward off criticism,” Haaretz (Israel), March 16 (or 21?), 2005]
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segunda-feira, agosto 09, 2010

Sobre as meias palavras e a «liberdade de expressão» que circulam em certos blogues muito badalados…

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O blogue «O cachimbo de magritte», cheio de "nomes sonantes" na sua lista de colaboradores, colocou o seguinte post a 8 de Agosto:




O único link do post - (Em Israel, ainda em 1967) - mostrava-nos um Tony Judt fervoroso defensor de Israel e combatente na Guerra dos Seis Dias:




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No jornal Público temos a notícia mais completa: «Morreu o historiador Tony Judt, sexta-feira na sua casa de Manhattan, Nova Iorque. Tinha 62 anos... Nascido numa família de judeus seculares em Londres, em 1948, passou verões da adolescência em kibutz e tornou-se um fervoroso defensor de Israel. Trabalhou como condutor e tradutor na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mas o entusiasmo arrefeceu e Judt trocou o sionismo e as ideias esquerdistas por um pensamento próximo da social-democracia. Tornou-se crítico quer do comunismo quer das políticas israelitas. Em 2003 afirmava que Israel era um "anacronismo" e passou a defender um estado bi-nacional para judeus e palestinianos... Esteve contra a guerra do Iraque e, como lembrou o New York Times, tinha reservas face à condição dos EUA como única superpotência. Tal como à influência judaica na política americana.»


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Neste post do blogue «O cachimbo de magritte» coloquei o seguinte comentário:

A limpeza étnica da Palestina numa entrevista ao historiador israelita Ilan Pappe (legendada em português). Ver para perceber melhor o «conflito israelo-palestiniano».

VÍDEO legendado em português




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Este comentário foi censurado por parte de um administrador do blogue «O cachimbo de magritte», algum liberal que receia que determinadas verdades ultrapassem os limites da conveniência:



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