Em Maio de 2008, quando se completavam 60 anos da fundação do estado de Israel, vários historiadores judeus contestaram indignados a história oficial e «heróica» de uma «terra sem povo para um povo sem terra».
Ilan Pappe, da iniversidade de Haifa, era um dos mais importantes desses "revisionistas". Acabara de lançar o livro «A Limpeza Étnica da Palestina», que se tornaria um best-seller, e onde descreve detalhadamente uma politica sistemática de violência contra os árabes, antes mesmo do estado de Israel ser considerado oficial pelas Nações Unidas.
O repórter da Globo, Silio Boccanera, entrevistou Ilan Pappe em Londres, onde este leccionava na altura. Uma entrevista que continua actual e ajuda a compreender os acontecimentos na Faixa de Gaza neste começo sombrio de 2009.
Silio Boccanera: A sua pesquisa para o livro indicou que havia um plano evidente de retirar à palestina uma vasta área habitada para a formação de um estado judeu, antes de o mesmo ter sido criado. Há quanto tempo existia esse plano e quem o congeminou?
Ilan Pappe: A ideia de eliminar da Palestina a sua população nativa, dos árabes, surgiu como um conceito claro nos anos 1930. Foi idealizada por David Ben Gurion, que se tornou o primeiro-ministro de Israel. Na época, líder da comunidade judaica na Palestina de 1948, antes de Israel existir.
No entanto, a ideia de como traduzir esse desejo, essa estratégia, num plano só se desenvolveu depois da Segunda Guerra Mundial. Na realidade, o primeiro passo foi fazer um registo de todas as aldeias palestinianas. É um registo espantoso. Quando o vi pela primeira vez mal podia acreditar. Era tão meticuloso que mostrava em detalhe quantas árvores de fruto havia em cada aldeia e que tipos de fruto dava cada uma delas, além, é claro, dos poços que havia, e da qualidade dos solos das aldeias. Foi um levantamento completo da futura propriedade do estado judeu.
8 comentários:
O problema da Palestina não é apenas um problema de postos de controle, de abusos dos direitos humanos, do muro, da demolição das casas, da estratégia da ocupação ou do cerco de Gaza. O problema central é o roubo ilegal, a colonização e a ocupação de um país inteiro. Estes são apenas sintomas do nacionalismo judeu expressa pela ideologia sionista.
Não se costuma mencionar o facto que esta terra bíblica a que os judeus modernos chamam a "sua terra" foi obtida com o genocídio dos povos de outras nações que ocupavam a terra que os judeus actuais dizem ter um direito histórico.
Pois estes mesmos usurpadores dum território, admiram-se e chamam de terroristas aos seus legítimos donos da terra, quando afinal todos os demais países colonizadores tal como o nosso foi obrigado pelas Nações Unidas a devolver os territórios em África aos seus autótenes. Permitindo-se impor-se sobre o povo colonizado, Israel dizima o povo palestiniano perante a passividade do Mundo.
não só ocuparam e expulsaram os habitantes ancestrais dessas terras, como o fizeram de uma forma completamente terrorista - os actos de aterrorizamento dos árabes começaram logo assim que Hitler chegou ao poder, que utilizou os judeus contra os britânicos que tutelavam a Palestina. Na verdade existiu um pacto de Hitler com as Chefias judeo-Sionistas que utilizaram os judeus como arma de arremesso (exportando-os literalmente) contra o inimigo inglês.
O terrorismo do Stern Gang, Irgun Zvai Leumi, etc. é um dado pouco conhecido (porque deliberadamente esquecido, excepto o Leumi que é hoje um importante banco transnacional de Israel).
Há um livro recente sobre esse periodo,
"Major Farran`s Hat: Murder Scandal and Britain`s War Against Jewish Terrorism 1945-1948" de David Cesarini.
Ainda não li, mas deve ser interessante. Alguém que pesquise e acrescente algo
.
ora aqui está a historia da ligação entre o terrorismo do Stern e o dito Banco
http://www.fpp.co.uk/online/01/10/SwissBanks2.html
este merece um post
.
Bela entrevista!
Que aconteceu a este tipo?
Israel continua a desenvolver uma política de extermínio que ninguém denuncia, uma política a longo prazo conducente ao auto-extermínio dos palestinianos.
Quanto ao livro "Major Farran`s Hat", uma das poucas referências que encontrei na internet foi isto:
http://www.ft.com/cms/s/2/34cd4554-1fe2-11de-a1df-00144feabdc0.html
http://www.scotsman.com/bookreviews/Book-Review-Major-Farran39s-Hat39A.5135540.jp
http://www.play.com/Books/Books/4-/5481726/Major-Farran-Hat/Product.html
Mais um livro de qualidade, que nunca irá vêr edição em língua portuguesa.
O artigo abaixo "http://eli-ezer-emess.blogspot.com/2009/09/globonews-o-revisonismo-de-ilan-pappe-e.html" esclarece toda a verdade.
Confiram trechos do mencionado artigo acima:
"É sempre assim: toda vez que Israel reage àqueles que o atacam ou que põem em risco a sua existência como Estado; parte da mídia tende a tratá-lo como espécie de “inimigo público número um” no Oriente Médio.
O israelense Ilan Pappe pertence à safra dos “novos historiadores”, turma que se propõe rever fatos históricos, no mais das vezes, atribuindo a tais acontecimentos a pecha de “falsos” ou “manipulados”, propondo revisionar os fatos sob a sua ótica ideológica de esquerda.
Ilan Pappe não foge à regra...
Nessa senda, irônico é o fato de Karl Marx, também de ascendência judaica, depois de defecar o comunismo, aduzir que o fez para se vingar de Deus e do seu povo (mais conhecido como povo de Israel). Com efeito, servindo ao propósito de o seu ideal, o comunismo exterminou, em todo o mundo, mais de duzentos milhões de vidas humanas! Ilan Pappe, como político do partido comunista israelense - Hadash, não conseguiu introduzir, nos anos 90, o marxismo em Israel – fato que o frustrou a ponto da psiquiatria e, agora, procura vingar-se de Israel e do seu Deus por meio de burlesca ideologia conhecida como “revisionismo” – ala excêntrica esquerdista que se propõe a “desmistificar” fatos históricos e reinventá-los, ou melhor: interpretá-los a seu bel prazer, é claro.
Mas, é tão distorcido e contraditório o revisionismo do marxista judeu Ilan Pappe que ele não foi capaz de explicar na entrevista que concedeu a Globo como é que a população ÁRABE ISRAELENSE sói cresce no estado de Israel: árabes comerciantes; árabes padeiros, árabes joalheiros, árabes donas de casa, árabes professores, árabes cientistas, árabes músicos, árabes engenheiros, árabes advogados, árabes médicos, enfim e que convivem com o cidadão israelense judeu, harmoniosamente, dentro do território de Israel!
Outro ponto de vista revisionista, bem atual, é o de atribuir à ofensiva israelense no sul do Líbano em 2006, como sendo “um fracasso total” a fim de desacreditar a operação militar em “Strip Gaza”. Contudo, depois do término da ofensiva contra o Hezbollah nunca mais ele lançou um misseozinho sequer no território israelense como vinha fazendo antes da ofensiva de 2006!
Pretender “revisionar” um passado distante vá lá, mas os fatos ocorridos no ano de 2006 são muito recentes para iniciar uma distorção!
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