segunda-feira, dezembro 03, 2012

E quando os violentos começarem a ser dezenas, milhares? E se andar por aí um rastilho subterrâneo a arder, rumo ao coração de multidões, atiçado por cada novo sopro de insensibilidade, de "ai aguentas", de desvergonha autoritária?


Passos Coelho, já fez um aviso àqueles que pensam que podem agitar as coisas de modo a transformar o período que estamos a viver numa guerra com o Governo: "Pode haver quem se entusiasme com as redes sociais e com aquilo que vê lá fora, esperando trazer o tumulto para as ruas de Portugal. Em Portugal, há direito de manifestação, há direito à greve. Nós não confundiremos o exercício dessas liberdades com aqueles que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal".



Três incendiários sofrem as consequências da política de terra queimada que elegeram para o país

Ao contrário do que pensa o ainda primeiro-ministro, ninguém pretende uma guerra com o Governo. O que um número cada vez maior de portugueses ambiciona é que os elementos que estão a "incendiar e a queimar Portugal" sejam liminarmente justiçados.


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Por Luis Rainha no blogue «Vias de Facto»


O tabu da violência


Salazar ficcionou a cómoda brandura dos nossos costumes. Franco, camarada ibérico de barbárie, resumiu-nos como uma nação de cobardes. Governo após governo apostaram no comodismo que nos levaria a preferir o resmungo clandestino às dores e ao sangue do confronto; ideia arriscada, face a um povo que tem por tradição enfrentar touros de mãos nuas.

No dia 14, a aposta começou a esgarçar-se sob uma chuva de fogo, pedras e fúria. A resposta policial foi vista pelo bom senso do costume como inevitável, exemplar até. Sempre ordeiras, as almas consensuais tranquilizaram-nos-nos: trata-se apenas de “uma dúzia” de desordeiros; malta sombria, estranha, talvez estrangeira, anarquistas, quiçá criminosos comuns, de cadastro e tudo. Haja obediência, respeitinho. O monopólio estatal da violência é coisa a venerar, pilar da ponte que vai de quem manda a quem obedece.

E quando os violentos começarem a ser dezenas, milhares? E se andar por aí um rastilho subterrâneo a arder, rumo ao coração de multidões, atiçado por cada novo sopro de insensibilidade, de "ai aguentas", de desvergonha autoritária?

Até Gandhi cartografou as fronteiras entre a cobardia e a autodefesa: "arriscaria mil vezes a violência antes de arriscar a castração de uma raça.” E a Constituição garante-nos o direito "de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública." Se esta se couraça e arma até aos dentes com a fúria cega de feras fardadas e bem treinadas, resta o quê?


Fim do texto de Luis Rainha


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A inutilidade do pacifismo contra genocidas encartados


Um ex-pacifista que se viu sem emprego, sem tecto e sem pão para dar aos filhos


Ouve-se muitas vezes dizer que "a violência gera violência", que "a violência nunca consegue nada" ou que "se se usar a violência para nos defendermos daqueles que nos agridem, ficamos ao nível deles". Todas estas afirmações baseiam-se na noção errada de que toda a violência é igual. Nada mais falso!

A violência tanto pode funcionar para subjugar como para libertar

Uma mulher que crave uma lima de unhas no coração de um energúmeno que a arrastou à força para um bosque com o intuito de a violar, está a utilizar a violência de uma forma justa;

Um homem que abate a tiro um assassino que lhe entrou em casa e lhe degolou a mulher, está a utilizar a violência de uma forma justa;

Um polícia que dispara contra um homicida prestes a abater um pacato cidadão, está a utilizar a violência de uma forma justa;

Os habitantes de um bairro nova-iorquino que se juntam para aniquilar um bando mafioso (que nunca é apanhado porque tem no bolso os políticos, os juízes e os polícias locais), estão a utilizar a violência de uma forma justa;

Um povo que se revolta de forma sangrenta contra a Máfia do Dinheiro, coadjuvada por políticos corruptos, legisladores venais, comentadores a soldo, e cujos roubos financeiros descomunais destroem famílias, empresas e o país inteiro, esse povo está a utilizar a violência de uma forma justa.

As sanguessugas são apenas algumas centenas e nós somos milhões. Estamos à espera de quê para as esmagar?


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Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 6/11/2012

Os aumentos de impostos que nos martirizam e destroem a economia têm como maiores beneficiários os agiotas que contrataram empréstimos com o estado português. Todos os anos, quase dez por cento do orçamento, mais de sete mil milhões de euros, destina-se a pagar juros de dívida pública.

Ainda no tempo de Sócrates, e para alimentar as suas megalomanias, o estado financiava-se a taxas usurárias de seis e sete por cento. A banca nacional e internacional beneficiava desse mecanismo perverso que consistia em os bancos se financiarem junto do Banco Central Europeu (BCE) a um ou dois por cento para depois emprestarem ao estado português a seis.

Foi este sistema que levou as finanças à bancarrota e obrigou à intervenção externa, com assinatura do acordo com a troika, composta pelo BCE, FMI e União Europeia. [...] Mas o que o estado então assinou foi um verdadeiro contrato de vassalagem que apenas garantia austeridade. Assim, assegurou-se a continuidade dos negócios agiotas com a dívida, à custa de cortes na saúde, na educação e nos apoios sociais.

[...] A chegada de Passos Coelho ao poder não rompeu com esse paradigma. Nem por sombras. O governo optou por nem sequer renegociar os empréstimos agiotas anteriormente contratados; e continua a negociar nova dívida a juros incomportáveis.

Os políticos fizeram juras de amor aos bancos, mas os juros pagámo-los nós bem caro, pela via dum orçamento de estado que está, primordialmente, ao serviço dos verdadeiros senhores feudais da actualidade, os banqueiros."

11 comentários:

Gonçalves disse...

Como pacifista, por princípio não acho que a violência, seja de que género for, conduza a algo construtivo, ou a algo que queira para o meu país. Contudo, ao fim de tantas manifestações pacíficas, greves gerais, plenários, assembleias populares, desobediências civis... o dia seguinte é sempre igual: cinco minutos na TV, dez linhas nos jornais, meia dúzia de fotos, e depois?

Desde o 25 de Abril, na política interna, o que é que o povo ganhou com o pacifismo? O que é que mudou de facto, com a nossa 'boa onda'? Que medidas foram tomadas no sentido do que o povo exigia, com os nossos brandos costumes? Para onde vai não sei.. O que sei é que se começarem a aparecer grupos que radicalizem mais a luta, não irão ser as palavras do 1º Ministro que vão por água na fervura. Muito pelo contrário! A questão é que para decisões ilegítimas, ilegais e inconstitucionais, facilmente se encontrarão formas de luta em conformidade. É disso que Coelho tem realmente medo: que as medidas do seu governo legitimem os actos de quem começa a perder a confiança nas suas 'falinhas mansas.

Carlos Marques disse...

Quando o poder começa ser confrontado na rua pelos populares, quando as elites começarem a ter medo de sair de casa, pois pode haver algum infeliz, desesperado, sem tecto, sem comida e sem nada a perder, que lhes faça num minuto o que eles estão a fazer a todo um povo num par de anos, então ocorrerá uma autêntica revolução! À velocidade a que o desespero alastra, isto não chega ao fim do verão que aí vem... Pedem ter a certeza!!!

Anónimo disse...

Ao ler este poema do guei, que nunca passou fome, e olhar para a actualidade só da vontade de rir.


Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.


Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.

etc. etc. e tal.

Na união soviética vivia-se melhor.
E entrtanto Portugal...finou-se.

RAMIRO LOPES ANDRADE disse...

Caro Diogo

O palhaço do PASSOS DO COELHO anda a passear em cabo verde, e a dizer que adora passear sozinho a noite, em Portugal.
Duvido que seja macho o suficiente para fazer estes passeios sem ter 100 policias a paisana á protege-lo.
Era de se aproveitar estes passeios , e ficar de tocaia em Massamá, com uma carabina 7.62x51, com alcance de 500 - 800 metros.
IA SER UMA FESTA!!!!!!!!
ALGUEM SE HABILITA ????
EU LEVO UMA SERRA PARA CORTAR AS GRADES DA PRISÃO A ESTE CORAJOSO, CASO HAJA ......................
Só rindo de um palhaço como este primeiro-ministro deste país de 5º mundo, que infelismente se tornou Portugal, minha pátria que foi destruída, PULHAS , BANDIDOS, SADICOS.
Um abraço.
Ramiro Lopes Andrade

PEDRO LOPES disse...

"O palhaço do PASSOS DO COELHO anda a passear em cabo verde, e a dizer que adora passear sozinho a noite, em Portugal."

Pois, mas só se for disfarçado.
O Patêgo sai á rua vestido de puta, que é no fundo o que ele é, uma grandessíssima puta.

É pá enquanto ninguém lhe dá um tiro nos cornos, seria bonito, o pessoal de massamá combinar pela net e cantar-lhes as janeiras!
A uma hora marcada toda a cidade a cantar a uma só voz:

"PASSOS ESCUTA, ÉS UM FILHO DA PUTA"
"PASSOS ESCUTA, ÉS UM FILHO DA PUTA"
"PASSOS ESCUTA, ÉS UM FILHO DA PUTA"
"PASSOS ESCUTA, ÉS UM FILHO DA PUTA"

De forma a que fosse bem audível.

Diogo disse...

Gonçalves - Ser pacifista – contra assassinos impiedosos – é um crime.


Carlos Marques - Esperemos que as coisas saiam desta fantochada - que consiste em acreditar que existe um governo, um poder legislativo, um poder judicial (e um poder mediático) genuinamente interessados no progresso do país, no primeiro semestre de 2013. Que a caça ao Grande Ladrão comece.


Ramiro Lopes Andrade - Não é necessário começar por limpar o sebo ao César. Há muitos lacaios por aí abaixo que merecem uma bala na testa. Abraço.


Pedro Lopes - Quanto a Passo Coelho, se não for um imigrante cabo-verdiano a degolá-lo ou um emigrante português a fazer-lhe um buraco na testa, então que sejam os tubarões das praias cabo-verdianas a fazer dele uma indigesta refeição.

simon disse...

e por momentos a arte por pouco subjuga o transeunte, ignaro de horrores do coelho e portas, como do seu algoz, robot carrasco, a segredar-lhe, vejam que calma e que sossego despende a face do herói, de peito valente, aberto ao fusil déspota, nos baralhando e confundindo sobre a verdade que esses ladrões, corrutos, sentenciados, já foram antes os assassinos de muita gente .

J. Lopes disse...

Costuma dizer-se. «Quem semeia ventos, colhe tempestades». Tenho a certeza que o láparo nem sabe, nem sequer se apercebeu do tornado que vem aí...Santa inocência! E já repararam no silêncio do Cavaco? Será que realmente temos um Presidente? Não me parece. Deve estar a comer filhoses e fatias douradas nos intervalos da sesta...

PEDRO LOPES disse...

Bosta contra cagalhão.

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/12/04/mario-soares-diz-que-passos-coelho-deve-ter-cuidado-com-o-que-possa-acontecer-lhe



O Velho carniceiro a mandar bitaites a um carniceiro caloiro.
Deve ser apenas uma praxe. Um brincadeira do paizinho da democracia.
Porque na realidade o cheiro a merda nauseabundo é idêntico.


"E já repararam no silêncio do Cavaco?"

Já nem me lembrava desse calhau.

Rui disse...

Este post cai como sopa no mel.

No site da RTP:

O antigo Presidente da República Mário Soares escreve hoje no Diário de Notícias um artigo de opinião muito crítico de Passos Coelho, avisando-o de "que corre grandes riscos". "Tem Portugal inteiro contra ele: sacerdotes, militares, de alta e baixa patente, cientistas, académicos, universitários, rurais, sindicalistas, empresários, banqueiros, pescadores, portuários, médicos e enfermeiros e, sobretudo, a maioria dos seus próprios correligionários do PSD", acusa Soares. Para acrescentar: "O povo não existe para o primeiro-ministro e para o seu Governo. Tenha, pois, cuidado com o que lhe possa acontecer".

PEDRO LOPES disse...

Thor e N,

Vocês batem forte e feio no Marxismo (em bem) e eu também o faço de vez em quando.
Mas é necessário bater também forte e feio no capitalismo. Podem também contabilizar os milhões de mortos e a miséria que esta doutrina económica tem espalhado pelo mundo pela mão do império Anglo-Americano-Judaico.

O Comunismo nem sequer é uma ideologia, é uma arma. O Capitalismo ultra-liberal também não é uma ideologia é outra arma.
São armas no sentido em foram e são congeminadas de fora por quem quer dominar a economia de uma determinada nação
São ambos armas de destruição massiva de nações e povos.