Se a Rússia quer guerra? Basta observar como ela colocou provocadoramente as suas fronteiras tão próximas das bases militares da NATO…
O presidente Barack Obama foi sincero em admiti-lo, a 3 de Março de 2014, quando afirmou que: "estamos a dizer aos russos que se, de fato, eles continuarem na trajectória atual, então analisaremos toda uma série de passos - económicos, diplomáticos - que irão isolar a Rússia".
Pois bem, é precisamente este desejo de expandir a NATO e isolar a Rússia através da incorporação de todos os países que fazem fronteira com esta na NATO, ou seja, uma estratégia de cerco geopolítico e militar à Rússia, que provocou que este país se tenha sentido ameaçado na sua segurança nacional.
A verdade é que a NATO deveria ter sido dissolvida após o colapso do império soviético, em 1991, e especialmente depois do Pacto de Varsóvia ter sido desmantelado. Mas não! Os Estados Unidos quiseram tirar partido da situação e exigiram que tudo caísse nos braços do seu Império militar-financeiro.
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O discurso de despedida de Eisenhower
No seu "Farewell Adress” (discurso de despedida) de 17 de Janeiro de 1961, o presidente norte-americano Dwight Eisenhower alertou os seus compatriotas sobre o perigo real e latente de poderes obscuros provindos de uma oligarquia e outros grupos financeiros ligados ao complexo militar-industrial usurparem o poder democrático e constituírem um governo secreto [nos EUA].
O discurso, com menos de dez minutos, que entrou para a História pela peculiaridade de o antigo líder militar da II Guerra Mundial ter chamado a atenção da nação e do mundo para a existência do «complexo industrial-militar» dos EUA, denominação dada ao colossal aparato de poder político e económico que, após o conflito, se instituiu ao redor das Forças Armadas e da indústria de armamentos do país. Cinco décadas depois, as suas palavras guardam ainda uma inquietante atualidade, pois o poderio de tal aparato atingiu proporções quase inimagináveis, a ponto de convertê-lo no principal pólo irradiador das forças desestabilizadoras que estão alimentando a presente crise global, a par do sistema financeiro "globalizado" (com o qual se acha estreitamente entrelaçado).
Os três parágrafos do discurso de Eisenhower, os mais frequentemente citados, abordam diretamente a questão:
«Esta conjunção de um imenso establishment militar e uma grande indústria de armas é nova na experiência americana. A influência total – económica, política e, até mesmo, espiritual – é sentida em cada cidade, em cada governo estadual, em cada gabinete do Governo Federal. Nós reconhecemos a necessidade imperativa deste desenvolvimento. Mas, não obstante, não podemos deixar de compreender as suas graves implicações. Todos os nossos esforços, recursos e meios de vida estão envolvidos; portanto, trata-se da própria estrutura da nossa sociedade.»
«Nas reuniões de governo, devemos precaver-nos contra a aquisição de influência indevida, deliberada ou não, por parte do complexo industrial-militar. O potencial para o aumento desastroso de abuso de poder existe e continuará a persistir.»
«Nunca devemos deixar que o peso dessa combinação coloque em risco as nossas liberdades ou processos democráticos. Não devemos assumir nada como garantido. Somente uma cidadania alerta e consciente pode compelir o entrelaçamento adequado da grande maquinaria industrial e militar de defesa com os nossos métodos e objetivos pacíficos, de modo que a segurança e a liberdade possam prosperar juntas.»
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Logotipo da NATO
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A cavalgada da NATO em direcção à Rússia
Ao constituir uma arreliadora barreira ao avanço dos EUA-NATO para leste, o mapa acima mostra claramente a verdadeira causa do desmembramento da Jugoslávia.
A Jugoslávia era formada pelas repúblicas: Eslovénia, Croácia, Bósnia Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedónia. Ao fazer parte do Movimento dos Não-Alinhados, a Jugoslávia funcionava como um estado-tampão entre o Ocidente e a União Soviética. Perante este entrave, os EUA-NATO trataram de a desintegrar.
A administração Reagan teve como alvo a economia jugoslava numa Decisão Diretiva de Segurança Nacional (NSDD 133), em 1984, classificada como Segredo Sensível e intitulada de Política dos EUA para a Jugoslávia. A versão censurada tratava da Europa Oriental e foi desclassificada em 1990 (NSDD 54). Nesta última, a Administração Americana defendeu "desenvolver esforços para promover uma revolução silenciosa para derrubar governos e partidos comunistas", enquanto reintegrava os países da Europa Oriental numa economia orientada para o mercado.
A desintegração da Jugoslávia, levada a cabo pelos EUA e a pela NATO, provocou 250 mil mortos.
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As «Revoluções Coloridas» nas fronteiras com a Rússia
Revoluções coloridas foi a designação atribuída a uma série de manifestações políticas no espaço da antiga União Soviética. Esses movimentos muitas vezes adotaram uma cor específica ou flores como o símbolo que dá nome à sua mobilização. Esse fenómeno surgiu na Europa Oriental e também teve repercussões no Médio Oriente.
Estas manifestações têm em comum o uso de ação direta, a resistência não violenta (de acordo com os seus apoiantes) e um discurso democratizante, liberalizante e pró-ocidental, destacando-se também o papel desempenhado por algumas ONGs e organizações estudantis. O sucesso de cada um desses movimentos é variável, mas o seu eco repercutiu-se em todo o espaço da antiga União Soviética.
Até agora, esses movimentos foram bem-sucedidos na Sérvia (a Revolução Bulldozer, de 2000), na Geórgia (a Revolução Rosa, em 2003), na Ucrânia (a Revolução Laranja, em 2004), e (ainda o mais violento), a Revolução das Túlipas no Quirguistão (2005). Cada vez que grandes protestos se seguiam a eleições disputadas, o resultado era a renúncia ou deposição de líderes considerados pelos seus opositores como autoritários.
O alcance e o significado dessas "revoluções" ainda estão em discussão, bem como o papel desempenhado por agentes externos, principalmente por norte-americanos - CIA, Fundação Soros, USAID e o National Endowment for Democracy. Apesar de apoiar esses movimentos e de os apresentar como puramente nacionalistas, muitos críticos acusam-nos de serem manipulados e maximizam a importância desses agentes externos.
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Os Estados Unidos mantêm a maior coleção de bases militares estrangeiras na história mundial. Oficialmente, no início de 2011, havia 1.429.367 tropas americanas estacionadas em 150 países do mundo. Este número não inclui os contratados (mercenários) que superam as tropas no Iraque e no Afeganistão ou as operações da CIA ou de outras unidades secretas.
Estima-se em mais de mil as bases militares norte-americanas localizadas em todos os continentes, exceto na Antártida.