segunda-feira, dezembro 12, 2016

O mito do «Pico Petrolífero» e a mentira da origem fóssil do Petróleo

Por outras palavras, o «Pico Petrolífero» é uma fraude para criar escassez artificial e aumentar os preços do petróleo. As guerras que têm sido despoletadas pelos Estados Unidos no Médio Oriente e em África para controlar os principais países produtores de petróleo, não visam rapinar o "Ouro Negro" mas evitar que a produção aumente e os preços baixem.



Temos vindo a assistir a uma forte subida nos preços do petróleo e é-nos dito simplesmente para nos habituarmos à ideia porque não há nada a fazer. Entretanto as companhias petrolíferas continuam a bater recordes de lucros.


Globo.com - 01/02/2008



Mas se estamos a ficar sem petróleo tão rapidamente então porque é que as reservas estão sempre a aumentar e a produção a disparar?

Em 2005 a Arábia Saudita aumentou as suas reservas de crude em cerca de 200 mil milhões de barris. O petróleo saudita está seguro e é abundante, disseram responsáveis sauditas.

"Estas reservas enormes vão permitir ao Reino Saudita manter-se como um dos principais produtores de petróleo nos próximos 70 a 100 anos, mesmo que aumente a sua capacidade de produção para 15 milhões de barris por dia, o que poderá muito bem acontecer nos próximos 15 anos."

Foi também noticiado que a Rússia tem vindo a aumentar enormemente as suas reservas, ainda mais do que a Arábia Saudita. Porque é que estes países estão a fazer isto se já não resta muito petróleo para extrair? Parece claro que a Rússia está preparada para uma ilimitada produção futura de petróleo.

Existe uma clara contradição entre a teoria do «Pico Petrolífero» e o aumento contínuo da produção e das reservas de petróleo.

Novas fontes de petróleo estão a ser descobertas por todo o lado no planeta. A noção de que existem apenas meia dúzia de fontes que o Ocidente está a tentar monopolizar é um mito propalado por aqueles que obtêm enormes lucros. No fim de contas, como é que se consegue obter enormes lucros de algo que existe em abundância?


O mito do «Pico Petrolífero»

Um artigo no Wall Street Journal de Peter Huber e Mark Mills explica porque é que o preço do petróleo permanece tão elevado enquanto o seu custo de produção continua tão baixo. Nós não estamos dependentes do petróleo do Médio Oriente por as reservas mundiais estarem a diminuir, mas porque é mais lucrativo explorar somente as reservas do Médio Oriente. Donde, o mito do «Pico Petrolífero» é necessário por forma a silenciar os que pedem a exploração de outras abundantes reservas mundiais.



Artigo retirado deste SITE (em português brasileiro):

Teoria dos combustíveis fósseis

Segundo a teoria dos combustíveis fósseis, que é a mais aceite actualmente sobre a origem do petróleo e do gás natural, organismos vivos morreram, foram enterrados, comprimidos e aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre, onde sofreram transformações químicas até originar o petróleo e o gás natural.


É com base nesta teoria que chamamos às principais fontes de energia do mundo moderno "combustíveis fósseis" - porque seriam o resultado de restos modificados de seres vivos.


Teoria do petróleo abiótico

Muito menos disseminado é o fato de que esta não é a única teoria para explicar o surgimento do petróleo. Na verdade, esta teoria hegemónica vem sendo cada vez mais questionada por um grande número de cientistas, que defendem que o petróleo tem uma origem abiótica - sem relação com formas de vida.

Os defensores da teoria abiótica do petróleo têm inúmeros argumentos. Por exemplo, a inexistência de fenómenos geológicos que possam explicar o soterramento de grandes massas vivas, como florestas, que deveriam ser cobertas antes que tivessem tempo de se decompor totalmente ao ar livre, juntamente com a inconsistência da hipótese de uma deposição do carbono livre na atmosfera no período jovem da Terra, quando suas temperaturas seriam muito altas.

A teoria da origem fóssil do petróleo não é consistente

A deposição lenta, como registada por todos os fósseis, não parece aplicar-se, uma vez que as camadas geológicas apresentam variações muito claras, o que permite sua datação com bastante precisão. Já os depósitos petrolíferos não apresentam praticamente alterações químicas variáveis com a profundidade, tendo virtualmente a mesma assinatura biológica em toda a sua extensão.

Além disso, os organismos vivos têm mais de 90% de água e mesmo que a totalidade de sua massa sólida fosse convertida em petróleo, não haveria forma de explicar a quantidade de petróleo que já foi extraída até hoje.

Outros fenómenos geológicos para explicar uma eventual deposição quase "instantânea" deveriam ocorrer de forma disseminada - para explicar a grande distribuição das reservas petrolíferas ao longo do planeta - e em grande intensidade - suficiente para explicar os gigantescos volumes de petróleo já localizados e extraídos.


Carbono do interior da Terra

Por essas e outras razões, vários investigadores afirmam que nem o petróleo, nem o gás natural e nem mesmo o carvão de pedra, são combustíveis fósseis. Para isso, afirmam, o ciclo do carbono na Terra deveria ser um ciclo fechado, restrito à crosta superficial do planeta, sem nenhuma troca com o interior da Terra. E não há razões para se acreditar em tal hipótese.

Na verdade, aí está, segundo a teoria dos combustíveis abióticos [de origem não fóssil], a origem do petróleo, do gás natural e do carvão: eles têm origem no carbono que é "bombeado" continuamente pelas altíssimas pressões do interior da Terra em direcção à superfície.


É possível sintetizar hidrocarbonetos a partir de matéria orgânica, e estas experiências foram, por muitos anos, o principal sustentáculo da teoria dos combustíveis fósseis.

Mas agora, pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu demonstrar experimentalmente a síntese do etano e de outros hidrocarbonetos pesados em condições não-biológicas. A experiência reproduz as condições de pressão e temperatura existentes no manto superior, a camada da Terra abaixo da crosta.


Metano e etano abióticos

A pesquisa foi feita por cientistas do Laboratório de Geofísica da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, em conjunto com cientistas da Suécia e da Rússia, onde a teoria do petróleo abiótico surgiu e tem muito mais aceitação académica do que noutras partes do mundo.

O metano (CH4) é o principal constituinte do gás natural, enquanto o etano (C2H6) é usado como matéria-prima petroquímica. Esses dois hidrocarbonetos, juntamente com outros associados aos combustíveis de origem geológica, são chamados hidrocarbonetos saturados porque têm ligações únicas e simples, saturadas com hidrogénio.

Utilizando uma célula de pressão, conhecida como bigorna de diamante, e uma fonte de calor a laser, os cientistas começaram a experiência submetendo o metano a pressões mais de 20 mil vezes maiores do que a pressão atmosférica ao nível do mar, e a temperaturas variando de 700° Celsius a mais de 1.200° Celsius. Estas condições de temperatura e pressão reproduzem as condições ambientais encontradas no manto superior da Terra, entre 65 e 150 quilómetros de profundidade.

No interior da célula de pressão, o metano reagiu e formou etano, propano, butano, hidrogénio molecular e grafite. Os cientistas então submeteram o etano às mesmas condições e o resultado foi a formação de metano. Ou seja, as reacções são reversíveis.

Essas reacções fornecem evidências de que os hidrocarbonetos pesados podem existir nas camadas mais profundas da Terra, muito abaixo dos limites onde seria razoável supor a existência de matéria orgânica soterrada.

Bigorna de diamante, usada para reproduzir as gigantescas
pressões existentes abaixo da crosta terrestre.
[Imagem: Department of Physics/University of Cambridge]




Reacções reversíveis

Outro resultado importante da pesquisa é que a reversibilidade das reacções implica que a síntese de hidrocarbonetos saturados é termodinamicamente controlada e não exige a presença de matéria orgânica.

"Nós ficamos intrigados por experiências anteriores e previsões teóricas", afirma Alexander Goncharov, um dos autores da pesquisa. "Experiências feitas há alguns anos submeteram o metano a altas pressões e temperaturas, demonstrando que hidrocarbonetos mais pesados se formam a partir do metano sob condições de temperatura e pressão muito similares. Entretanto, as moléculas não puderam ser identificadas e era provável que houvesse uma distribuição."

"Nós superamos esse problema com a nossa técnica aprimorada de aquecimento a laser, que nos permitiu aquecer um volume maior de maneira mais uniforme. Com isso, descobrimos que o metano pode ser produzido a partir do etano", declarou Goncharov.


Hidrocarbonetos gerados no interior da Terra

"A ideia de que os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e contribuem para a formação dos reservatórios de óleo e gás foi levantada na Rússia e na Ucrânia muito anos atrás. A síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, assim como a presença dos hidrocarbonetos pesados ao longo de todas as condições no interior do manto da Terra agora precisarão ser exploradas," explica outro autor da pesquisa, professor Anton Kolesnikov.

"Além disso, a extensão pela qual esse carbono 'reduzido' sobrevive à migração até a crosta, sem se oxidar em CO2, precisa ser descoberta. Essas e outras questões relacionadas demonstram a necessidade de um programa de novos estudos teóricos e experimentais para estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra," conclui o pesquisador.

Os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre

3 comentários:

Anónimo disse...

Esta é uma boa síntese da teoria do petróleo abiótico. É lamentável que os geólogos do petróleo, por razões de sobrevivência profissional e mentalidade de grupo, continuem tão obstinados na sua determinação em ignorar as provas e continuarem a defender uma teoria de 1757.

João disse...

Olá Diogo

A "ciência" ao serviço do capital
Têm uma imaginação feroz.

PS se me permites: devias deixar de ler sempre a mesma fonte ou fontes de informação.

Diogo disse...

Olá João,

Quem é que tem uma imaginação feroz? Os que defendem que o petróleo é de origem fóssil e vai acabar, ou os que defendem que o petróleo é produzido no continuamente bo interior da Terra?

Eu tenho muitas fontes de informação e conheço bem ambas as teorias.

Abraço
Diogo