Paulo de Morais, professor universitário - Correio da Manhã (19/6/2012):
[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos."
[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."
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Ouve-se muitas vezes dizer que "a violência gera violência", que "a violência nunca consegue nada", ou que "se se usar a violência para nos defendermos daqueles que nos agridem, ficamos ao nível deles". Todas estas afirmações baseiam-se na noção errada de que toda a violência é igual. A violência pode funcionar tanto para subjugar como para libertar:
* Se uma mulher crava uma faca na barriga de um energúmeno que a está a tentar violar, essa mulher está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Se um homem abate a tiro um assassino que lhe entrou em casa e ameaça assassinar-lhe a família, esse homem está a utilizar a violência de uma forma justa;
* Se os habitantes de um bairro nova-iorquino se juntam para aniquilar um bando mafioso (que nunca é apanhado porque tem no bolso os políticos, os juízes e os polícias locais), estão a utilizar a violência de uma forma justa;
* Se um povo utilizar a violência para se libertar da Máfia do Dinheiro, acolitada por políticos corruptos, legisladores venais e comentadores a soldo, e cujos roubos descomunais destroem famílias, empresas e a economia de um país inteiro, esse povo está a utilizar a violência de uma forma justa.
4 comentários:
Ora nem mais! Concordo plenamente e violentamente.
É claro como água pura
A questão que o Paulo Morais tem de vencer é a do seu propositado isolamento. A Frente Cívica mantém-se como grupo fechado, pouco interessado (aparentemente) em integrar mais pessoas, em constituir grupos locais, por ex.
Por outro lado, em geral fala em salas fechadas para público selecionado. Terá de descer à rua, falar com o povo comum, estabelecer pontes
Há anos participei e animei debates na rua sobre a dívida
Nos momentos que se seguiram à bancarrota do BES, com outras pessoas organizei uma concentração junto da sede do banco e todos os que quiseram deram as suas opiniões. Estupidamente muitos defenderam a repetição do modelo utilizado para o BPN - a nacionalização... que na realidade significou a transferencia para a plebe dos custos das vigarices dos banqueiros
Cumprimentos
GT
Grazia Tanta,
Penso que Paulo Morais quer ficar o mais afastado possível da partidocracite e que as denúncias cheguem a um número cada vez maior de pessoas através da Internet - o que está a ser conseguido: as pessoas partilham e comentam.
Discursos e manifestações de rua já não chegam a ninguém.
Cumprimentos
O meu receio é que não "reste" nada, que não haja nada a fazer. Mas é uma pena. E a tua "imagem" é feliz e muito apropriada: a Justiça está no bolso dos criminosos.
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