terça-feira, setembro 07, 2010

Ahmadinejad está a soldo de Washington?

Em AANGIRFAN

Muitos líderes mundiais, de Marcos a Noriega e a Suharto, são reconhecidos como tendo sido agentes da CIA.

Os parágrafos seguintes incluem excertos de 'Condi and Iran' [Condoleeza Rice e o Irão] de RON JACOBS no Counterpunch, em Março de 2006 (também aqui).


Excerto I

Uma rápida lição de história lembrar-nos-á que o Xá da Pérsia [Reza Pahlavi] foi investido em 1953 depois de um golpe contra o governo populista de Mohammed Mossadegh. O golpe foi organizado, financiado e dirigido por Kermit Roosevelt e pela CIA.

O incentivo para o golpe foi a decisão de Mossadegh para a nacionalização do petróleo iraniano...

O Xá foi colocado no poder pela CIA mas, mais tarde, começou a preocupar os americanos. Começou a tornar-se demasiado poderoso e demasiado independente.

Em 1979 o Xá foi derrubado no que terá sido provavelmente em parte uma operação da CIA.

A CIA podia ter substituído o Xá ou por uma democracia laica e independente ou por aiatolas. Um governo laico e independente poderia não ser simpático para as companhias petrolíferas e para Israel. Um governo laico e independente poder-se-ia tornar demasiado poderoso.


Saindo não se sabe de onde, para o observador ocidental, o aiatola Khomeini apareceu na capital de Teerão, pronto para tomar as rédeas do governo revolucionário.

Foi noticiado que o MI6 britânico tinha ligações com Khomeini e voou com ele para Teerão.

(The use of the Muslim Brotherhood by MI6 and the CIA - A utilização da Irmandade Muçulmana pelo MI6 e pela CIA)

No escândalo Irão-Contras tornaram-se claras as relações estreitas da CIA com os aiatolas. Por outro lado, a combinação CIA/Pentágono/Israel não queria que o Irão se tornasse demasiado poderoso.

O agente da CIA, Saddam Hussein, foi utilizado para manter o Irão fraco. (Saddam Worked For The CIA - Saddam trabalhou para a CIA)

Mahmoud Ahmadinejad tornou-se presidente do Irão em 2005.

Há gente que suspeita que Ahmadinejad é um agente ou está a soldo da CIA.


Excerto III

A corrente crise sobre o programa de energia nuclear do Irão é uma crise planeada por Washington...

Por qualquer razão, Ahmadinejad tem alinhado cordialmente com os planos de Washington ao fazer declarações belicosas e por parecer estar a esconder as intenções do programa nuclear...


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Em suma

As constantes declarações "provocatórias" de Ahmadinejad destinam-se a manter um estado de tensão permanente que favorece as intenções de Washington de conquista e domínio no Médio Oriente e Ásia Central.

A somar à suposta ocultação do "programa nuclear iraniano para fins militares" e à divulgação incessante de testes de novas armas - mísseis, lanchas, torpedos, etc., Ahmadinejad acusou o governo americano de ter perpetrado os atentados do 11 de Setembro, organizou uma conferência em Teerão onde negou o holocausto judeu, afirmou que Israel tinha de ser riscado do mapa e, alegadamente, apoia o Hamas, o Hezbollah e os Xiitas radicais no Iraque.

O Irão de Ahmadinejad, ao representar o papel de "grande inimigo do Ocidente", tem servido para justificar as chacinas levadas a cabo por Israel sobre palestinianos e libaneses e tem desviado as atenções das guerras de ocupação e dos genocídios perpetrados pelos EUA no Iraque, Afeganistão e que se estão a extender ao Paquistão.

«O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a colocar em causa a versão oficial dos atentados do 11 de setembro nos Estados Unidos e acusa as autoridades norte-americanas de a usarem como pretexto para intervirem no Afeganistão.

"Qualquer coisa foi produzida em Nova Iorque e ainda ninguém sabe quem foram os principais autores. Nenhum partido independente foi autorizado a identificar os autores".
»


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Jornal Público - 12-12.2008

«Mahmoud Ahmadinejad, defensor de que o genocídio de judeus durante a II Guerra Mundial constitui um "mito" instrumentalizado para justificar a criação de Israel, Estado que Ahmadinejad quer ver "varrido do mapa".»
.

23 comentários:

Daniel Santos disse...

esta é difícil de acreditar.

Diogo disse...

Pois é Daniel, o mundo é um jogo de sombras.

Hás-de reparar em quantas vezes por ano o Irão testa novos mísseis, novas lanchas, novos torpedos, etc., dando a idéia de que é um perigo para a região e para Israel.

Zé_dopipo disse...

Usar o Público como fonte para perceber alguma coisa do que se passa no Irão não lembra ao Diabo.
Da mesma forma, a terminologia adoptada para descrever o que se pretende, p.ex. no RON JACOBS, deixa ler fácilmente nas entrelinhas a cartilha que o rege.
Mais a mais, deve-se procurar alguma lógica nisto tudo, que não é difícil de encontrar, desde que não se ligue ao que é dito, mas se avalie o que é feito. Chomsky tem um livro muito bom para nos ajudar a perceber isto tudo melhor. Em Inglês o nome é "Hopes and prospects". A postura do Ahmadinejad tem sido sempre construtiva, mas a imprensa tipo Público, como correia de transmissão que é do Império, encarrega-se de nos convencer do contrário. Talvez procurando uma tradução fidedigna do discurso que o Público cita, se chegue à conclusão que não foi bem isso o que ele disse. Igualmente fica muito difícil de enquadrar na sua tese, o acordo recente entre o Irão, Brasil e Turquia.
Este "post" parece-me bastante ao lado.
Cumprimentos.

Canal Daniel Simões disse...

Até pode ser que a sua visão correta, Diogo, mas está querendo dizer que o presidente do Irão, ao expor as verdades sobre o 11/09 e sobre as intenções da criação de Israel (as quais sabemos haverem imensas provas para que sejam verdadeiras), está dando justificativas para que os EUA ataquem o Irão? Repuxada a idéia, não? E se el não revelasse aquelas patranhas dos EUA? Quereria dizer, também, que está do lado dos americanos?

Diogo disse...

Zé_Lucas,

Eu não utilizei o Público para compreender o que se passa no Irão. Utilizei-o unicamente para provar com uma imagem que Ahmadinejad organizou uma conferência sobre a revisão do holocausto.

Tenho vários livros de Chomsky. Acho que é um tipo que mete os pés pelas mãos em todos os assuntos que aborda.

Este post (que também traduz a minha opinião), afirma que todo este «conflito» com o Irão é uma falácia, e que Washington, Israel e o governo iraniano estão conluiados em representar uma situação de tensão permanente – dar crédito à «guerra ao terrorismo». Tudo isto serve os interesses de domínio dos EUA na região.

Abraço



Daniel Simões,

Uma certa percentagem da população mundial sabe que o 11 de Setembro foi um inside job, e uma percentagem muito mais pequena sabe que o holocausto foi um mito. Mas a grande maioria das pessoas não sabe.

O objectivo deste teatro todo não é atacar o Irão, mas forjar um «inimigo que quer possuir armas atómicas e que apoia o Hamas, o Hezbollah e a Al-Qaeda». Este «inimigo» serve para justificar as chacinas dos palestinianos e dos libaneses e para desviar as atenções dos genocídios no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão. Os EUA precisam de um «inimigo» mais palpável do que a Al-Qaeda para justificar a sua ocupação da Ásia Central. O governo do Irão presta-se lindamente a esse papel.

Helena Simões disse...

Pelo menos o Irão deve estar muito agradecido aos Estados Unidos por terem eliminado o seu arqui-inimigo que governava o Iraque - Saddam Hussein.

Anónimo disse...

Este seu comentário é clarificador.
Assim,suporto a sua perspectiva.Acho que tem razão.

Anónimo disse...

o mundo é um jogo de sombras
Platão, Republica

Não tarda é só no que já acredito.
E a ser como o entende o Diogo, ainda o Ahmadinejad se expõe a levar o bafo que já levou Sadham, ingloriamente, como a outros.

Simon

Rick disse...

Sem duvida que o tridente imperial Eua/Britania/Israel com todas as suas agencias secretas já deram provas de influencia e manipulação em vários sitios,e por mais estranho que pareça a quem não consegue entender tamanhas artimanhas a verdade é que o jogo parece continuar e cada vez mais elaborado!!Como dizia o velho da montanha: "nada é verdade,tudo é permissivel."

Zé_dopipo disse...

Caro Diogo, só referí aquele livro do Chomsky pela quantidade de notas bibliográficas que apresenta, facilitando a consulta das fontes. Nunca pretendí insinuar que o Diogo não tem acesso a essa informação e até a muita outra que eu não terei.
De qualquer maneira, a minha forma de olhar para esta situação toda, não me permite concordar consigo. Digámos que, no jogo de xadrez que se joga naquela região, se o Irão tivesse acesso a uma arma nuclear, daria check-mate aos US. Acha que se o Iraque tivesse ADM, tinha sido invadido e ocupado como foi?

Um abraço.

Diogo disse...

Rick e Anónimos anteriores,

Os EUA possuem a maior e mais cara estrutura militar do planeta (maior e mais cara que a de todos os outros países juntos).

As quatro irmãs anglo-americanas: ExxonMobil, ChevronTexaco, Shell e BP detêm o monopólio de todo o petróleo mundial.

Os EUA possuem quase duas dezenas de grandes serviços secretos de informações.

Os EUA têm a força, o monopólio petrolífero e a mais poderosa estrutura de informações e operações secretas.

De que forma poderiam eles ficar quietos em relação aos seus interesses? Se Ahmadinejad fosse um verdadeiro adversário, já tinha desaparecido.



Zé Lucas,

Peço-lhe que não fique melindrado com a minha resposta (algo) brusca sobre Chomsky. Simplesmente já li vários livros dele e parece que estou a nadar em seco. Acho-o um indivíduo demasiado confuso, para não dizer outra coisa.

Como é que o Irão, com uma ou mais armas nucleares, dava xeque-mate aos EUA?

Abraço

Zé_dopipo disse...

Se não mate, pelo menos lá muito perto. Sabendo nós do papel de Israel naquela zona, completamente impune dada a sua superioridade militar, única potência nuclear na zona ( o Paquistão não conta e a Indía tambem não, para estas contas ), com um país do tamanho e história como o Irão também nuclear, para além do petróleo, claro, todo este balanço seria subvertido.
Agora, o que tem mais a ver com o seu "post" é o facto de o Irão ter sempre tido uma postura razoável, ao contrário do que transparece na sua tese. Só quando se sentem os tambores a rufar mais alto, é que eles se fecham e defendem. De resto, têm sempre demonstrado abertura para discutir o seu programa nuclear, como mostrou à bem pouco tempo o acordo atingído com o Brasil e a Turquia. Agora, evidentemente, acham que têm direito ao seu projecto de desenvolvimento, que passa pela energia nuclear para fins pacíficos. Este direito é-lhes reconhecido por toda a gente, sendo a retórica de guerra outra coisa.
Esta é a minha interpretação dos factos, mas não me custa reconhecer que pouca coisa é o que parece, sendo isto verdade para todos nós.
Cumps.

xatoo disse...

continuas com o rol de parvoices do costume... é mesmo não perceber patavina do que foi a revolução iraniana que nacionalizou todos os interesses dos EUA no país...
e para cúmulo do desconchavo cita-se uma pretensa ligação entre a Irmandade Muçulmana (que tem raiz no Egipto) e o M16 como tendo levado Khomeini (um advogado perito em Direito religioso exilado em França desde 1964 e um nacionalista, tal como Mossadeg deposto pela CIA em 1953)e liga-se tudo isto com o Ahmadinejad que só aparece em 2005
enfim, a ignorância é atrevida a cozinhar omoletas
ganda gozo
http://en.wikipedia.org/wiki/Iranian_Revolution

Diogo disse...

Zé Lucas, se o Irão fizesse explodir uma bomba atómica em Israel, no minuto seguinte deixava de existir.

Ahmadinejad faz de conta que anda a jogar ao gato e ao rato no «projecto nuclear», deixando sempre dúvidas no ar. Some a isto a constante exibição de novas armas, a negação do holocausto, o querer riscar Israel do mapa e a acusação de massacre no 11 de Setembro ao governo americano. É a mistura ideal para manter um estado de «tensão permanente com o Ocidente». Que está para lavar e durar.


Xatoo, o próximo post será sobre Khomeini.

Quanto às nacionalizações, Chávez não fez o mesmo em relação ao petróleo americano? Foi invadido? Não? Porquê?

Flávio Gonçalves disse...

Lamentavelmente o Diogo de quando em vez deixa-se absorver uma teoria da conspiração demasiado arrojada.

Portanto, servem a Israel e aos EUA tanto os que os servem de pernas abertas, como os que denunciam as suas mentiras... assim sendo, mais vale irmos para casa.

Não sei se percebe quão derrotista são as suas insinuações de que seja com Ahmadinejad ou com Chávez, não há salvação, é tudo marioneta sionista.

Aliás, não sei se percebe quão úteis ao sistema são esses disparates que, cada vez mais, promove misturado com textos sérios...

Diogo disse...

Caro Flávio, compreendo a sua incredulidade e revolta contra este post. Você que até esteve presente na conferência de Teerão sobre o holoconto.

Mas pense no seguinte: acha que um pequeno país como o Irão (comparado com os EUA), e terceiro ou quarto maior produtor mundial de petróleo, poderia alguma vez estar fora das garras da Grande Finança Mundial? Acha que estes, com o descomunal poder militar, político, financeiro e de informações de que dispõem, alguma vez permitiriam tal coisa?

Também eu já acreditei que o Irão (que julgava independente), aliado à Rússia e à China, formando o SCO (Shanghai Cooperation Organization), poderiam bater o pé à Grande Finança. Hoje sei que tanto a Rússia como o Irão estão totalmente subjugados, e quando à China tenho poucas dúvidas.

Abraço

Flávio Gonçalves disse...

Pelo número de capitalistas portugueses presentes no almoço com o Manoucher Mottaki, e pelos capitalistas presentes nas recepções da Venezuela, a minha impressão é de que os capitalistas, desde que tinham lucro, se estão completamente nas tintas para os regimes.

O meu problema passa pela geopolítica e pelas relações internacionais: o nosso governo podia usufruir de excelentes preços e parcerias com estes regimes, não o faz por ter receio do Amigo Americano.

Os regimes existem para lá da economia, os capitalistas privados vão agir sempre, resta saber até que ponto influenciam o poder.

Na Venezuela e no Irão o seu peso é quase nulo. Na Rússia já foi, Putin anda a sucumbir.

A diferença entre governos regidos pelo capital e pela finança e governos em que, embora existindo ambas, não se deixam manipular?

Os governos iranianos e venezuelanos regulam as suas políticas externas e industriais tendo em vista o aumento do bem estar do povo. O nosso governa tendo em vista o aumento de lucros da finança e dos "fundos de reforma", chamemos-lhe assim, dos nossos governantes.

Tolerar a Finança e o Capital, não se deixando manipular por estes, é a grande diferença.

Diogo disse...

Flávio, você está enganado.

Tanto Ahmadinejad como Chávez trabalham para a CIA:

Overthrowing a man such as Hugo Chavez, guilty of such transgressions, was a duty so "natural" for the CIA that only reason it might not have been intimately involved in the operation would be that the Agency had been secretly disbanded.

Abraço

Anónimo disse...

Às pessoas sensatas: não vale a pena tentarem "desmontar" estas conspirações lunáticas.

Estudar verdadeiramente os problemas e construir uma carreira na diplomacia e em organizações afectas à política externa exige muito trabalho - é mais cómodo o refúgio nestes mitos (por trás de um computador, possivelmente depois de um dia de trabalho desmotivante e banal) do que enfrentar a realidade do dia-a-dia nos meios diplomáticos e no sector da segurança, também eles muito menos entusiasmantes do que estas pessoas sedentas de emoção pregam.

Por outro lado, não é possível demonstrar a falsidade de uma teoria da conspiração, porque ela funciona em lógica fechada, como as filosofias da história: parte-se de uma premissa e deduz-se tudo a partir dessa premissa, encaixando-se no esquema tudo e mais alguma coisa, por muito evidentemente absurdo que pareça às pessoas lúcidas; quando já se conhece o fim de um filme de suspense (a revelação: tudo é uma enorme conspiração do complexo militar-industrial-securitário controlado pelo grande "capital financeiro") e se volta a vê-lo, tudo nos parece uma prova do final. É isso que estas pessoas fazem todos os dias - dizem qual é o "final" (isto é uma analogia) e depois andam atrás dos "indícios". A tese precede a investigação e esta não a pode infirmar porque só se selecciona o que está de acordo com esta (e se não está dobram-se os factos). Tudo é uma prova de tudo e todos estão implicados ou são cegos ou são os heróicos defensores da Verdade, porque tudo existe no mesmo ciclo vicioso.

Flávio Gonçalves disse...

Bom, sem ofensa, conhecendo pessoas de ambos os regimes, ministros inclusive, velhos camaradas meus que agora integram inclusive ambos os regimes, conhecendo o trajecto de vida de Hugo Chávez (com quem, por uma fortuita coincidência, partilho a amizade de alguns amigos em comum) seria mais fácil alguém convencer-me que o Diogo é que trabalha para a CIA.

Com base no que eu disse, o Diogo achará que eu próprio trabalho para a CIA (senão como conheço esta gente e visito ambas as embaixadas como se fosse visita da casa?).

Sucede que conheço esta gente antes de serem governo, sei o que lhes custou lá chegarem, os que morreram - supostamente vítimas dessa mesma CIA ou da Mossad - pelo caminho.

O problema do Irão e da Venezuela é só este: ao contrário dos EUA e de Israel, não dão dinheiro aos seus apoiantes, logo não existem nem publicações, nem institutos, associações ou organizações - partidárias ou não - no mundo Ocidental que as apoie.

O Diogo está a ser vítima de desinformação. Ou se calhar eu, ao longo da última década e meia.

Hoje em dia a única liberdade que temos é a de escolher as mentiras em que acreditamos... eu já optei pelo meu lado.

Diogo disse...

Caro Anónimo, poderia deduzir-se das suas palavras que neste mundo não existem conspirações e que todas as pessoas do planeta agem sempre de coração aberto e dizem sempre a verdade nua e crua.

Se procurarmos numa enciclopédia (neste caso o Wikipédia), veremos que uma conspiração é uma combinação entre duas ou mais pessoas físicas com o objectivo de lesar outrem em algum momento futuro, e, em alguns casos, com pelo menos um acto secreto para fomentar essa combinação.

Agora pergunto, será que existem conspirações? Quando dois ou mais indivíduos se juntam para planear um assalto um estabelecimento comercial, isso não é uma conspiração? Quando os administradores de uma empresa se juntam para tomar decisões que os vão beneficiar a eles e prejudicar os accionistas e funcionários (a Enron, por exemplo), isso não é uma conspiração? Quando um governo de um país poderoso suborna os líderes de um país mais atrasado para poder explorar as suas riquezas naturais, isso não é uma conspiração? Quando um governo de um país poderoso inventa ameaças inexistentes num país mais fraco para servirem de desculpa para o invadir e roubar o seu petróleo, isso não é uma conspiração?

Há, portanto, conspirações. Porque é que tantos países têm serviços secretos? Estes servem apenas para defender o país de conspirações de terceiros ou são também utilizados para conspirar contra terceiros?

Os serviços secretos costumam ter espiões e homens infiltrados? Um infiltrado ou um subornado pode fazer parte dos mais altos escalões do governo de um país terceiro? Um infiltrado ou um subornado pode tornar-se o dirigente máximo desse país terceiro?

Marcos, Noriega, Suharto e tantos outros dirigentes de outros países não trabalhavam para a CIA?

Os EUA têm atacado e bombardeado o Iraque causando mais de um milhão de mortos entre civis com base em mentiras (que eles próprios já reconheceram). O Iraque é o segundo maior produtor de petróleo do mundo. As duas coisas estarão relacionadas?

Anónimo, você afirma que para os «lunáticos da conspiração» “a tese precede a investigação”.

Aqui dou-lhe uma certa razão. Sabe porquê? Porque muita gente já sabe o que a casa gasta. Já conhece o modus operandi de diversos regimes criminosos. E, porque, a partir do momento em que se começa a perceber como funcionam os grandes interesses, todos os acontecimentos se tornam mais claros.

Abraço



Caro Flávio, os EUA já têm ido muitas vezes ao outro lado do mundo reduzir países ao tempo da pedra lascada.

Porque é que eles toleram o regime de Chávez, que está a nadar em petróleo, mesmo ali ao pé da porta?


Flávio: «Hoje em dia a única liberdade que temos é a de escolher as mentiras em que acreditamos... eu já optei pelo meu lado.»

Há um mundo objectivo por trás de todas estas cortinas. Temos de estar sempre de pé atrás e fazer um esforço para descobrir a verdade.

Abraço

Flávio Gonçalves disse...

Não me agrada muito esta ideia de que 'nós', aqui, onde é irrelevante (ou quase) divulgamos as nossas dúvidas acerca do 11 de Setembro e do Holocausto... mas se for um governante qualquer a fazê-lo, alguém que consiga obter realmente uma repercussão na comunicação social, essas figuras públicas têm que ser forçosamente infiltrados e sionistas encapotados que servem para defender exactamente aquilo que denunciam e atacam publicamente?

Não. O Diogo é que está a ser bem enganado, mas a opção é sua. Dado que acreditamos ambos firmemente nas nossas posições, falemos então de política nacional :)

Sejam o que forem, esses dois regimes ofereceram o seu apoio ao governo Português, o Irão oferecendo petróleo acessível, bem como a Venezuela (que actualmente até aceita que Portugal lhes envie contentores de leite açoriano em troca de barris de petróleo). A nossa economia não teria senão a ganhar com protocolos entre Portugal-Irão-Venezuela?

Anónimo disse...

"Caro Anónimo, poderia deduzir-se das suas palavras que neste mundo não existem conspirações e que todas as pessoas do planeta agem sempre de coração aberto e dizem sempre a verdade nua e crua."

Não sei como conseguiu deduzir isto das minhas palavras...é realmente descabido.

Uma coisa são pequenas "conspirações", outra coisa são explicações totais da realidade baseadas numa única premissa - a da existência da conspiração. É uma regra científica básica: não se pode explicar toda a variação, que é o que os teóricos da conspiração querem fazer. Assim já não há nada para investigar, porque só se investiga quando não se tem a certeza sobre as conclusões, quando se pretende procurar a Verdade. Se a Verdade é o seu dado...não há nenhum método válido para fazer a sua "investigação".