segunda-feira, outubro 18, 2010

Todos os políticos em cargos de poder são funcionários bancários

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Banca é refúgio para ex-ministros

Jornal Expresso - 2 de Outubro de 2010


Dirigentes do Bloco estudaram o percurso de 115 ex-governantes: 84 foram para a Banca
ou tiveram uma ligação ao sector bancário, passando por órgãos sociais dos mais diversos bancos. Mais interessante ainda: desses 84 ex-governantes com ligação à banca, na grande maioria dos casos (56, ou seja, dois terços,) essa ligação não tinha antecedentes, e só surgiu depois da passagem pelo Governo.

Os dados apurados permitem aos autores sustentar a tese da “integração sistémica assegurada por estes dirigentes. São portadores de informação valiosa e de redes de influência. As responsabilidades partidárias, que se prolongam além dos cargos de governo e são valorizadas por estes, asseguram um canal permanente com várias dimensões do poder central e local”, o que é um “ativo estratégico” para os empregadores.

A generalidade dos bancos reconhece a importância deste “ativo estratégico” e vai buscar ex-ministros e secretários de Estado (sobretudo os que passaram pelas finanças e economia, mas não só — basta pensar nos casos de Dias Loureiro e Armando Vara, que vinham da Administração Interna, ou Celeste Cardona, que foi ministra da Justiça). BES e BCP são, no universo analisado, os que mais apostaram nestas contratações — um em cada dez está ou esteve no BES, e quase um em cada cinco teve ou tem uma ligação ao BCP. Rui Machete, ex-ministro e barão social-democrata, conseguiu juntar as duas marcas no seu currículo. Também o grupo Champalimaud (e, depois, Santander) apostou forte em ex-governantes, quase todos do PSD.


Dias Loureiro, Armando Vara, Celeste Cardona e Rui Machete

A banca é o máximo denominador comum neste universo, mas os ex-governantes ganharam destaque nas mais variadas empresas e grupos económicos. Destaque-se o Grupo Mello pela sua tendência para dar novas oportunidades a ex-governantes — dos 115 analisados, contratou 16, com percursos tão diversos como Álvaro Barreto, António Vitorino, Nogueira Leite, Couto dos Santos ou Luís Filipe Pereira. As empresas públicas ou aquelas onde o Estado tem participação relevante também se tornam autênticos albergues de ex-governantes — veja-se a CGD, a PT ou a EDP.

Os autores notam que “muitos destes dirigentes político-empresariais tomam ainda formas de ‘participação cruzada’, tecendo pontes eficientes entre vários grupos económicos cujos órgãos sociais integram simultaneamente”. Casos notórios são Mira Amaral, Ferreira do Amaral, Murteira Nabo, Nogueira Leite ou Luís Todo Bom.

Por outro lado, esta contaminação entre política e negócios permite “a promoção de uma meteórica mobilidade social ascendente”, pois a passagem pelo Governo é “um condão que transforma dezenas de quadros técnicos, docentes universitários ou responsáveis partidários em administradores de empresas privadas ou participadas, com acesso a rendimentos absolutamente incomparáveis com os auferidos anteriormente”. O exemplo mais evidente é Vara, que chegou à política como bancário e saiu como banqueiro, mas há muitos outros, como Jorge Coelho ou José Penedos.

Os bloquistas apontam um terceiro aspeto deste fenómeno: a “forte promiscuidade”, com “governantes que transitam diretamente da tutela para a gestão de topo de empresas cujo quadro de atuação condicionaram imediatamente antes”. Há bons exemplos nas obras públicas (Ferreira do Amaral, Jorge Coelho, Luís Parreirão) e na energia (Pina Moura, Fernando Pacheco). A grande maioria dos ex-governantes portugueses que se dedicaram aos negócios privados têm ou tiveram uma ligação ao sector bancário — esta é uma das conclusões de uma pesquisa desenvolvida por cinco dirigentes do Bloco de Esquerda, que será editada em livro na próxima semana. “Os Donos de Portugal — Cem Anos de Poder Económico”, a que o Expresso teve acesso, da autoria de Francisco Louçã, Luís Fazenda, Fernando Rosas, Cecília Honório e Jorge Costa, faz um retrato do século republicano olhando para os detentores do poder económico.

Há anos que os dirigentes do BE denunciam a “promiscuidade” entre política e negócios, de que Armando Vara se tornou o caso mais paradigmático nos últimos anos. Agora, os bloquistas tentaram aprofundar a questão da “contaminação intensa entre poder de Estado e negócios privados”. Olharam para as “áreas governativas estratégicas da economia, finanças, obras públicas, emprego e planeamento” e identificaram 115 percursos individuais de ministros e secretários de Estado “com currículo empresarial e de negócios relevante”, nas palavras de Jorge Costa. Não é um levantamento exaustivo das carreiras profissionais dos ex-governantes, mas apenas daqueles que mais se destacaram no regresso ao privado.

[...]


Comentário

A tese do Bloco de Esquerda da «integração sistémica de dirigentes políticos na banca por serem portadores de informação valiosa e de redes de influência» é falsa.

Toda esta rapaziada ascendeu a cargos políticos por decisão ab anteriori da Banca. Sem o apoio desta nunca teriam chegado a cargos de poder. A Banca, que domina por completo os Media e os Partidos Políticos, nunca o permitiria. Quem comanda, aqui e lá fora, é o Poder Financeiro. É esse que tem de ser destruído.
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7 comentários:

Rick disse...

Bingo!
O bloco de Louçã diz sempre umas coisas anti-sistema mas no fundo faz parte do mesmo sistema.Eu em outro comentário digo que o bloco é o unico(para alem da cassete do pcp)a apontar o sistema internacional financeiro como algo viciado mas claro que timidamente para não levantar muita poeira.Mas claro que todo o sistem politico português é uma charada para enganar o povo e todos os partidos que aderem ao sistema acabam por ser engolidos por muitas boas intençoes que tenham!

Anónimo disse...

Como foram escolhidos os 115?
Porque é que o louçã não ataca os casos conhecidos de corrupção e faz estas fitas? Para efeito exclusivo de propaganda política?
Porque é que o Bloco de Esterco se recusou a consultar as escutas na comissão que investigou a compra da TVI pelo gang socratino?
Porque apoiou todos os projectos megalómanos do doente mental?
Porque recebeu o Pedroso aos abraços?
Porque são a outra face da mesma moeda? Parece.
Omde está a superioridade moral desse partido?

Rick disse...

Definitivamente temos de chegar à conclusão que todos estão controlados pelo sistema,e o sistema não é outro senão o sistema financeiro nacional(como se viu nos ultimos dias) mas principalmente o global que tudo monopoliza e corrompe!!
As pessoas teem de compreender que isso é que é a realidade que governa o nosso mundo, e não a novela ou o futebol ou outra distração qualquer da moda,tudo promovido pelos meios corporativos de tv etc,os mesmos que não dizem o que andam a discutir em segredo nas reunioes Bilderberg etc!

Anónimo disse...

ó meus amigos.O bloco de esterco é apenas uma agremiação panasca,com a cabeça toda fodida dos açicos e com uma ideologia indefenida e inpraticavel.

Basta ver algumas das suas tiraras:

"Portugal não precisa de exercito"
"Numa sociedade de paz e amor não é preciso armas"
"Um homossexual é igual a um heterossexual"


Isto por acaso é alguem responsavel com o minimo sentido de estado?
Esses caralhos devem pensar que gerir uma nação é o mesmo que gerir uma gay parade,ou um "boom festival".

Voçês ainda dão importancia aos partidos?
Meus amigos,os partidos são parte do probelema e não da solução.

Preparemos a revolução,com muita bomba,bala e muito sangue.

Anónimo disse...

«Fim da atribuição, antes dos 65 anos, das pensões de reforma aos detentores de cargos públicos e políticos, bem como da sua acumulação»
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N3117

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

teses
as teses dão tesão?
é os gajos da RTP
os maníacos pela REFER
e aqui os banca na banca
o sistema
os interesses ocultos
a maçonaria

é tudo muito mais simples

o estado é nosso logo o estado tem de nos dar tudo


não tem arranje

e assi 10 milhões de patarecos enganam o estado e roubam o estado que é deles

o facto de alguns serem melhores a roubar
e terem quadrilhas mais ou menos desorganizadas
é questão de sorte

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

até vampiros bombistas aqui comentam