quarta-feira, julho 11, 2012

Carl Bass, CEO [Director-Executivo] da Autodesk - Progressos impressionantes na tecnologia vão provocar o fim do trabalho não especializado.






Como parte da série online na Internet – Wich Way Next [O que o futuro nos reserva], Vivek Wadhwa, vice-presidente da Academics and Innovation na Universidade de Singularity, sentou-se à mesa com Carl Bass, CEO [Director-Executivo] da Autodesk, para falar das tecnologias mais significativas que estão a chegar e que prometem redefinir os empregos disponíveis para os humanos no século XXI.

Durante o debate, Bass salientou que estamos neste momento num importante ponto de inflexão no trabalho automatizado. Progressos extraordinários nas áreas da inteligência artificial, na robótica e na produção digital estão todos a convergir dando lugar a um mundo recheado de tecnologias vindas directamente do mundo da ficção científica.

Até hoje, o prejuízo causado à indústria da manufatura norte-americana causada pelo outsourcing [transferência da produção para outros países de mão-de-obra mais barata], era principalmente uma questão de custo. Aquilo que o mundo desenvolvido pode considerar condições de trabalho forçado é considerado desejável e competitivo em países mais atrasados. Na China, por exemplo, trabalho que consiste em tarefas extremamente repetitivas, durante 12 horas por dia, 6 ou 7 dias por semana, dá um ordenado mensal de apenas 200 dólares. Agora, o grande problema é que até estes empregos estão a desaparecer, não por causa do outsourcing mas pela total automação da máquina.

Segundo Carl Bass, a noção de que se pode facilmente desfrutar um tipo de vida de classe média com uma educação superior e uma forte ética de trabalho, já não é verdadeira no mercado de trabalho actual, e pode nunca mais o voltar a ser. A natureza do trabalho disponível aos humanos está a evoluir substancialmente de um dia para o outro.

A robótica como tecnologia está longe de ser uma novidade, mas está preparada para substituir centenas de milhões de empregados em todo o mundo. A Canon anunciou recentemente planos para acabar completamente com o trabalho humano em muitas das suas fábricas em poucos anos, enquanto a Amazon acabou de dar 775 milhões de dólares para adquirir a companhia de robots Kiva, com planos para automatizar completamente a sua actividade de armazém. A próxima máquina fotográfica que você comprar pode ter sido completamente fabricada por máquinas e entregue à sua porta por um robot de distribuição.

O crescimento extremamente rápido na robótica deve-se em grande parte à Inteligência Artificial, e as próximas gerações de Inteligência Artificial vão engolir rapidamente muitos outros empregos. O software de reconhecimento da fala Siri, da Apple, ainda no berço, pode atingir a maioridade muito mais depressa do que muitos pensam. Algoritmos já substituíram muito do trabalho de comercialização de activos financeiros em Wall Street e outros algoritmos estão a ser desenvolvidos para fazer tudo, desde trabalhos académicos até ao diagnóstico de doenças. Muita gente assistiu à performance de «Watson», o super-computador projectado pela IBM, que bateu os dois melhores participantes de sempre no jogo Jeopardy em 2011.

Watson terá em breve uma formação superior em medicina, e poderá estar a fazer o diagnóstico a doentes dentro de um ano ou menos. Os algoritmos são hoje capazes de fazer as tarefas humanas mais subtis, como criar música. Investigadores da Universidade de Bristol desenvolveram uma fórmula matemática que pode predizer o sucesso comercial de canções populares, enquanto uma firma de engenharia alemã construiu um instrumento de cordas que utiliza a Inteligência Artificial para compor música.

Carl Bass explicou como os americanos evoluíram de velhos paradigmas no passado, evoluindo de uma enorme mão-de-obra agrária para uma urbana. Esforçamo-nos para prever os empregos de amanhã, mas a questão para a qual ninguém parece ter uma resposta é o que é que vai acontecer ao trabalho não especializado, e aos milhares de milhões de empregos que não vão regressar.


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Comentário

Carl Bass, CEO [Director-Executivo] da Autodesk (do célebre Autocad), expõe nesta entrevista a forma como a tecnologia está a eliminar o trabalho não especializado e aponta muitas das potencialidades da Inteligência Artificial, num futuro próximo, no trabalho especializado.

Bass afirma que o emprego está a evoluir muito depressa. Mas em direcção a quê, se, como ele próprio diz, as máquinas poderão fazer todo o tipo de trabalho do mais básico ao mais especializado? Que emprego sobra então? Nenhum!

Isto, enquanto os gurus da economia e da gestão de todos os países apontam as novas oportunidades de «empregos» que nunca existirão. E milhares de milhões de desempregados continuarão, inutilmente, em busca de um antigo paradigma que está a desaparecer.

É cada vez mais inútil reclamar empregos e o combate à precariedade. É cada vez mais imperativo exigir que o fruto do trabalho produzido pelas máquinas seja distribuído por todos. Este inclui o trabalho de toda a tecnologia (hardware e software) envolvida na produção de bens e serviços: ceifeiras-debulhadoras, computadores, aviões, programas de contabilidade, câmaras de vídeo, micro-ondas, etc. etc. etc.



16 comentários:

RAMIRO LOPES ANDRADE disse...

Caro Diogo

Este filme da colheita de morangos por um rôbo é arrepiante.
Este paradigma de tecnologia neste mundo é terrivel , onde nós seres humanos não passamos de números e consumidores.
A cura irá matar a humanidade, voltaremos a sociedade do mais forte irá imperar, alias, já estamos nesta sociedade desde os tempos dos faraós.
A escravidão, a subserviência da classe dominante, a arrogancia, a ignorancia, que provem da falta de instrução capaz , que faz da maioria da populaça ser ignorante, e satisfazer a vontade das elites, sejam elas quem forem ( bilderbergs / politicos , policias , gente idiota , etc ........... ).
Isto está mal , e vai ficar muito pior a brave prazo ........

Um abraço, e continue com teus post´s inteligentes e sarcasticos, fazem bem de ler, e mantem a mente alerta.

Ramiro Lopes Andrade

PEDRO LOPES disse...

É cada vez mais imperativo exigir que o fruto do trabalho produzido pelas máquinas seja distribuído por todos

Diogo,

Espere sentado.
Alguma vez isso irá acontecer? Jamé, como dizia o outro.
Essas tecnologias ficaram nas mesmas mãos que hoje detém o poder financeiro global.

Este assunto é demasiado assustador. Já li coisas sobre planos de "despopulação" levado a cabo pelas Super-Elites, mas nunca acreditei muito nessa teoria.
Mas este artigo poderá levar-nos a repensar, pois o que vão fazer a biliões de desempregados?

Nada que não se resolva com uma III Guerra mundial, mas se acontecer também pode ser perigosa para eles próprios, pois essa guerra levaria certamente ao uso de Basucas atómicas e o mundo ficaria altamente radioactivo. Ou então eles já conhecem algum antídoto para as radiações.

Mesmo que, por milagre, o resultado destas tecnologias fosse distribuído pela populações, não vejo isso com bons olhos.
As pessoas simplesmente deixariam de trabalhar e ainda assim teriam direito a bens de consumo. O Ser humano se deixar de trabalhar perde capacidades, ficará impotente para enfrentar qualquer desafio que se venha a colocar.
Admito que se baixe o horário de trabalhado(mais tempo para a família, laser,auto-aprendizagem etc), mas ausência total de trabalho seria mau. Lembro-me que era o Professor Agostinho da Silva(Grande filósofo) que defendia essa tese, mas em minha opinião isso podia fazer colapsar uma sociedade.

Anónimo disse...

Ora, ora! Muito antes de Carl Boss, ou quem quer que seja, já Robert A. Heinlein nos advertia disso. A ler "UTOPIA 14"

Anónimo disse...

Perdão, corrigindo o pOst acima: KURT VONNEGUT é o autor de "UTOPIA 14".

Diogo disse...

Caro Ramiro,

Tenho uma opinião diferente da sua. Se forem as máquinas a fazerem todo o trabalho, então a «escravidão», a «classe dominante» e as «elites» desaparecem. Estas exigem que haja escravos e uma classe dominada numa relação do tipo posse-produção-usufruto. Mas se forem as máquinas a fazer tudo, haverá escravos para quê? E as «classes dominantes» vão dominar o quê?

Ramiro, sem empregos não há salários. Sem salários não há vendas. Sem vendas não há lucros. Sem lucros não faz sentido a propriedade privada dos meios de produção. Alguém vai desejar ter a posse de uma empresa que fabrica produtos que ninguém tem capacidade de comprar?

Abraço



Pedro Lopes,

«Essas tecnologias ficaram nas mesmas mãos que hoje detém o poder financeiro global.»

Para quê? Repito o que disse: Alguém vai desejar ter a posse de uma empresa que fabrica produtos que ninguém tem capacidade de comprar?

Também já li sobre planos de "despopulação". Mas seremos assim tantos como isso? E se formos, com as novas tecnologias não haverá formas de reduzir humanamente as taxas de natalidade – um filho por casal?

As pessoas podem deixar de trabalhar para garantir as suas necessidades e o seu sustento, mas podem fazer uma infinidade de coisas que lhes dará prazer: pintura, música, desportos, bricolage, desportos, etc.



Anónimo – Vou-me informar acerca de Kurt Vonnegut.

PEDRO LOPES disse...

Para quê? Repito o que disse: Alguém vai desejar ter a posse de uma empresa que fabrica produtos que ninguém tem capacidade de comprar?

É uma boa questão, mas não se iluda.
O Poder existente nunca abrirá mão do mesmo. Do controlo total.
Eu sei que sou pessimista, mas não vejo nada na evolução do mundo actual que me faça ser mais optimista.

A produção robotizada nunca criará produtos de boa qualidade. Isto será mais substituir chineses por máquinas.

Os produtos de qualidade, farão parte de uma economia diferente, destinada ao consumo das próprias elites.

A carneirada, fica sem trabalho, recebe um subsidio de desemprego que lhe permite ter acesso a esses produtos que serão de baixo preço mas também de baixa qualidade.
Mas não terão dinheiro para usufruir da falsa ilusão de liberdade que advém do facto de não terem de trabalhar.
E o dinheiro continuará a existir, pois é um dos instrumentos mais eficazes que a Super-Elite dispõe para controlo e perpetuação do poder.

Eu defendo a tecnologia(O ser humano sempre usou tecnologia), mas que esta ajude e facilite o trabalho ás pessoas e não a sua substituição.
Ou tecnologia que evite expor o ser humano a certos riscos.

Um dia se essa visão triunfar, as pessoas vão perder a noção de onde vem as coisas. Um morango ou uma batata não é mais que uma coisa que vem de uma prateleira de supermercado, tal como um Computador ou um telemóvel.

Quase todas as coisas tem o lado bom e mau.

Tal como no seu tópico anterior, onde diz que a violência pode ser escravizadora mas também libertadora, eu penso o mesmo em relação ao trabalho. Pode ser escravizador e pode ser também libertador, se quem o faz sentir que é ele que vai usufruir do seu resultado, e melhor ainda se a sentir que o que está a fazer é único, e tem a sua marca pessoal.

Um arquitecto fica orgulhoso, e sente-se único quando faz um protejo interessante.
Um agricultor sente-se feliz quando o que semeou está a florescer como previu e vai ter uma boa colheita que venderá ou consumira ele próprio.
Um programador de software ficará orgulhoso quando consegue inteligentemente resolver um algoritmo complicado.
Um pescador sente-se orgulhoso e feliz quando vê nas redes os peixes frescos prontos para vender ou alimentar a família.
Um cientista ficará orgulhoso quando o seu trabalho contribuiu para o sucesso de uma expedição a Marte.

Diogo,
Isso da robotizarão é assustador.
Que se fique apenas por alguns sectores onde o ser humano não pode acrescentar nada de mais relevante.

PEDRO LOPES disse...

E outra coisa, o trabalho, se for saudável e não escravizador, pode ser um campo onde o ser humano pode desenvolver a sua criatividade.
A criatividade de resolver um problema que parecia complicado.
A criatividade que pode existir na criação de um novo produto.

Sem o desafio de resolver um problema, ou melhorar uma coisa, onde se pode aplicar a criatividade?Talvez na música, escrita, artes, etc.
Mas muita gente não tem "vocação" para essas artes. Mas pode ter criatividade para outras coisas.

Diogo disse...

Pedro Lopes: O Poder existente nunca abrirá mão do […] controlo total.

Diogo: O controlo serve apenas para garantir a posse de bens que podem escassear ou desaparecer. A evolução tecnológica exponencial caminha no sentido oposto: cada vez mais e melhores bens. E tenderá também para uma produção completamente descentralizada. Tal como eu faço hoje um café (na máquina de fazer cafés) em minha casa quando me apetecer, o mesmo sucederá para todos os bens de que eu tenha necessidade.


Pedro Lopes: A produção robotizada nunca criará produtos de boa qualidade […] Estes, farão parte de uma economia diferente, destinada ao consumo das próprias elites.

Diogo: Porquê? Isso significaria escassez de meios e de bens, coisa que num mundo a caminho da abundância total não faz sentido.


Pedro Lopes: A carneirada, fica sem trabalho, recebe um subsidio de desemprego […] e o dinheiro continuará a existir, pois é um dos instrumentos mais eficazes que a Super-Elite dispõe para controlo e perpetuação do poder.

Diogo: O Poder (dos quais o dinheiro é um instrumento) serve apenas para que A tenha mais bens que B. Num mundo a caminho da abundância total, ter Poder não faz sentido. Ninguém vai tentar controlar o oxigénio que respiramos porque este é tão abundante que pode ser considerado virtualmente infinito. Que interesse tenho eu em controlar parte de um bem a que toda a gente tem acesso na quantidade que desejar?


Pedro Lopes: […]Eu penso o mesmo em relação ao trabalho. Pode ser escravizador e pode ser também libertador […]

Diogo: Você pode pintar um quadro, compor música, construir uma cadeira ou plantar batatas. Você fará o que lhe der prazer mas não precisará disso para subsistir.


Pedro Lopes: Diogo, isso da robotizarão é assustador.

Diogo: Não pense assim. É finalmente a grande libertação da humanidade! E a criatividade pode continuar a existir. Quando apareceu a fotografia, julgou-se que seria o fim dos pintores. E afinal...

Anónimo disse...

http://www.sabado.pt/Ultima-hora/Politica/Lusofona--Relvas-e-Damasio-sao-ambos-do-GOL.aspx

Percebem a necessidade de uma mão de ferro para arrumar com esta corja?

Isto é como os ratos,não param de procriar e estão por todo o lado.

Joaquim disse...

ò Diogo

Voce continua a não dar importancia à biologia. É claro que o dominador desejará que a sua herança genética continue a dominar. Isso é a ordem natural. O gozo do controlo não é ter a coisa em si mas sim determinar quem e quando poderá ser usufruida.

Além disso o Homem tem qqque se sentir util e apreciado.

Repetindo a pergunta ao outro pos.
Se a máquina fizer tudo mrlhor onde é que está o espaço humano ?

Diogo disse...

Joaquim: «O dominador desejará que a sua herança genética continue a dominar. Isso é a ordem natural»

Diogo: Isso foi a ordem natural. Já não o é num mundo de abundância.


Joaquim: «O gozo do controlo não é ter a coisa em si mas sim determinar quem e quando poderá ser usufruída»

Diogo: Num mundo em que existe escassez isso pode ser verdade. Mas num mundo de evolução tecnológica exponencial em que virtualmente tudo pode ser feito nas quantidades que desejarmos, o controlo (ou o Poder) deixa de fazer sentido.


Joaquim: «Além disso o Homem tem que se sentir útil e apreciado. Se a máquina fizer tudo melhor onde é que está o espaço humano?»

Diogo:Repito o que disse acima - a criatividade vai continuar a existir e a aumentar (o tempo ocupado pelo trabalho pode ser empregue na criatividade). Quando apareceu a fotografia, julgou-se que seria o fim dos pintores. E afinal...

JMS disse...

Mas alguém já pensou: 1º, com que dinheiro se vai financiar a investigação tecnológica e as infra-estruturas necessárias para essa robotização da produção mundial? Há dinheiro para investir, com a economia global à beira do colapso?
E 2º e mais importante ainda: quem é que iria financiar tudo isso, se depois não houvesse lucros e mais-valias a extrair do negócio? Uma congregação de filantropos? Os estados ultra-endividados e governados em todo a parte pelo poder económico?
Em 3º lugar, com que energia é que se vai alimentar toda essa maquinaria, se neste momento até a ideia de crescimento económico já é uma miragem? Sejamos realistas, essa robotização do mundo nunca vai acontecer. E uma tecnologia libertadora do homem não precisa de ser ultra-sofisticada.
E concordo com a perspectiva do Pedro Lopes em relação ao trabalho. Se não for excessivo nem completamente alienante, o trabalho fortalece a pessoa, dá-lhe dignidade e valor, fomenta a sua criatividade e capacidade de resistência. Um mundo de consumidores passivos e dependentes seria um mundo de cidadãos ainda mais bovinos do que o americano médio.

Anónimo disse...

:-)

Li neste link:

http://grupolegio.blogspot.pt/2012/04/algumas-reflexoes.html

Ora vejam do que andam a discutir

voz a 0 db disse...

Boas...

Se abdicarmos do SISTEMA MONETÁRIO E DO LUCRO A ELE INERENTE... então começaremos a caminhar no sentido ideal...
Se mantivermos o SISTEMA MONETÁRIO E O LUCRO... então há medida que os avanços tecnológicos evoluem e vão substituindo a mão-de-obra dos animais humanos, estes tornam-se dispensáveis e meramente uma fonte de prejuízo, e prejuízo NÃO DÁ!
Logo...

A longo prazo a coisa será hilariante!

A dos morangos é fixe... parece os robots que já existem e que já chegaram a portroikal para a ordenha totalmente automática das desgraçadas das Vacas leiteiras... Só aqui já se foram mais uns quantos trabalhos... Tudo em nome do LUCRO!

Abr

alf disse...

Diogo

Que as máquinas vão subsituir o trabalho de produção humano, sem dúvida, e não é preciso olhar para o futuro, é já isso que acontece, já substituem muito mais de 50% da mão-de-obra, talvez ande perto de 90%

O que não é verdade é que acabe com o emprego. O trabalho é que fica diferente - muito mais gente a investigar, a pensar e a trabalhar em áreas em que o relacionamento humano é indispensável.

parte do nosso drama é que a maioria da nossa população só tem "duas mãos", só serve para aquilo que as máquinas fazem; mas não as gerações futuras.

Um colega meu dizia: um engenheiro nunca faz duas vezes a mesma coisa. E ele nunca fazia - para cada tarefa que aparecia, ele fazia o programa de computador que a realizava. O problema é que isso dá muito mais trabalho do que fazer a tarefa.... por isso a maioria das pessoas gosta é de passar a vida a fazer a mesma tarefa. Essa mentalidade é que não tem futuro.

Quem quer fazer coisas vê os robots como vê o computador, como um ajudante, uma ferramenta extraordinária que lhe vai permitir fazer coisas que seriam impossíveis sem isso.

Na minha vida profissional encontrei várias vezes colegas que se queixavam que "não tinham que fazer"; eu, ao contrário sempre tive mais para fazer do que anos de vida. Podem automatizar tudo e mais alguma coisa que as pessoas com a mentalidade certa e olhos abertos encontrarão sempre uma infinidade de coisas para fazer.

Mas você tem razão numa coisa: o problema da redistribuição é crucial. É esse o grande problema a resolver.

PEDRO LOPES disse...

Diogo,

Em relação ás suas alusões ao pioneiros da aviação ou á fotografia, repare que nem a fotografia nem a industria aeronáutica vieram destruir postos de trabalho. Antes pelo contrário, estas inovações criaram outros empregos. Criou-se então a industria aeronáutica que ainda hoje emprega muitos trabalhadores e muitos engenheiros e designers que recorrem á criatividade e intelecto para criar novas máquinas ou novas tecnologias para as melhorar.

E já agora, já deve ter visto as máquinas automáticas de pagamentos nos supermercados e nas portagens.
Acha que os detentores dos mesmos estão a distribuir pelos que puseram no olho da rua os lucros dessa medida?Claro que não. Eles apenas instalaram as máquinas porque fizeram umas contas de merceeiro e viram que em X anos vão gastar muito menos nas máquinas do que nos empregados que lá estavam. É isso e apenas isso que move a automatização.

Eu sei que esses empregos são pouco atraentes pois o empregado passa o dia a fazer os mesmos gestos repetitivos.
Mas ainda assim acho preferível do que ficarem sem sustento.
E no caso das portagens alguns se o entenderem podem ir lendo livros ou ouvir música pois há auto-estradas em que passa um carro 1 em 1 hora.

Para mim a tecnologia(A boa) deve servir para:
Facilitar em vez de substituir;
permitir o aparecimento de novos produtos e novos empregos;
Poder explorar situações ou lugares inacessíveis ou altamente perigosos ao ser humano.
Libertar-nos de tarefas repetitivas, mas deixar sempre espaço para as tarefas criativas.