quinta-feira, julho 12, 2007

Os dez Mandamentos da Condução do Vaticano


A ultrapassagem de um carro de forma perigosa é pecado para a Igreja Católica, segundo as recomendações divulgadas pelo Vaticano a 19 de Junho de 2007 para os motoristas. O guia, traz ainda regras como: não guiarás sob influência do álcool; respeitarás os limites de velocidade; não considerarás o carro como objecto de glorificação pessoal, nem o usarás como local de pecado.

As 36 páginas das "Directrizes para o Cuidado Pastoral da Estrada" contêm dez mandamentos abrangendo questões como a ira ao volante, o respeito aos pedestres, a manutenção do veículo e como evitar gestos rudes na hora de dirigir.

Questionado em entrevista colectiva sobre qual seria tal "ocasião para pecar", o cardeal Renato Martino disse: "Quando um carro é usado como lugar para o pecado."


O Daily Show pegou obviamente no assunto:

Jon Stewart: Nesta semana, o Vaticano publicou os dez Mandamentos da Condução. Um guia moral ao uso do carro feito pelo cardeal Renato Martino, porque, cito: “Conduzir, tornou-se uma parte importante da vida contemporânea. "Sim, eu também reparei nestas carruagens sem cavalos por aí. O seu clamor abafa o meu gramofone".

Jon Stewart: Um carro não deve ser usado como uma ocasião para pecar. Isso implica o que eu penso?

John Oliver (correspondente no Vaticano): Sim, Jon. Sua Eminência é bem clara. Se a tua carrinha está a abanar, a tua alma imortal pode estar em perigo.


14 comentários:

Anónimo disse...

A igreja não me vai obrigar a soprar no balão do pecado. Pago a multa que for preciso.

Anónimo disse...

felizmente não tenho de ligar às bacoradas desses gajos...
especialmente à parte de não poder usar as poltronas da minha carrinha para actividades muito agradáveis e nada pecaminosas...

xatoo disse...

é preciso cuidado com o sexo sem luvas, e muito menos sem que seja cristãmente abençoado, principalmente dentro de viaturas. Já não é a primeira vez que ouço que, por engano, é habitual fazerem-se bóbós às manetes das mudanças.

Anónimo disse...

Não compreendo como só agora o Papa se deu conta desta possibilidade.

Flávio Gonçalves disse...

Incluí-me na corrente literária, vai lá ao blog.

Anónimo disse...

Oh luikii não estejas com basófias ! Desde quando é que tu utilizas as poltronas da tua carrinha para actos pecaminosos ? Quem não te conheça que te compre !!

xatoo disse...

Diogo
o teu cliente Lidador mudou-se para o "Cinco Dias". Vai lá ver o post sobre a Zita Seabra, aquilo está engraçado,,

contradicoes disse...

Ora aqui está uma atitude da Santa Madre Igreja que eu apoio inteiramente. Actos indecorosos dentro dum automóvel, era o que faltava.

R disse...

Eles lá vão fazendo progressos, pequenos mas melhor que nada. Ainda há-de vir o dia em que dirão que o Reino dos Céus se abrirá àqueles que usarem preservativo.

Anónimo disse...

ridícula "igreja", c'u papa e os cardeais e bispos e padres, mais aquele jovem de camisa franciscana, ou mais que havia de ser...

oh, se tu existisses, god, pa lhes dares juízo!...

amélie

Anónimo disse...

ay, a 'igreja' é muito parola, graças a deus!

Anónimo disse...

Dispensava-se bem a proibição de usar o carro como lugar de pecado: ou está implícita em todas as outras, e não é necessária, ou o Vaticano tinha especificamente em vista a repressão da sexualidade, o que só tem o direito de fazer no que toca os seus fiéis.

Posto isto, todas as outas proibições fazem obviamente sentido. Um ateu ou um agnóstico dirá que não se deve conduzir agressivamente porque é anti-cívico, um católico dirá que não se deve conduzir agressivamente porque é pecado. Não me parece que haja grande diferença entre as duas posições.

A mim, pelo menos, tanto me faz que se use uma terminologia ou outra desde que as pessoas se matem umas às outras um pouco menos nas estradas. Ou muito menos, se possível.

Anónimo disse...

Diogo, os tais mandamentos são estes:

1. Não matarás;

2. A estrada deve ser um meio de comunhão entre as pessoas e não um local para danos mortais;

3. Cortesia, lealdade e prudência o ajudarão a lidar com imprevistos;

4. Seja caridoso e ajude o próximo em necessidade, especialmente vítimas de acidente;

5. Carros não devem ser uma expressão de poder e dominação, nem uma oportunidade para pecar;

6. Convença caridosamente os jovens e os nem tão jovens a não dirigir caso não estejam em condições para fazê-lo;

7. Ajude familiares de vítimas de acidentes;

8. Una motoristas culpados e suas vítimas no momento oportuno, de forma que eles passem pela libertadora experiência do perdão;

9. Na estrada, proteja os mais vulneráveis;

10. Sinta-se responsável pelos outros.

Agora diga-me com toda a franqueza: de qual destes mandamentos é que você discorda? Eu, por mim, poderei talvez discordar da segunda parte do quinto, mas isto apenas na suposição, que o texto em si não autoriza, que o referente aqui é a sexualidade.

Diogo disse...

Caro Sarmento,

Não discordo de nenhum (excepto a segunda parte do quinto). Mas eles não estão já todos nos dez mandamentos do Moisés?:

5 - Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).

6 - Não pecar contra a castidade (em palavras ou em obras).

7 - Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).

8 - Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo).

9 - Não desejar a mulher do próximo.

10 - Não cobiçar as coisas alheias.

Jesus interpreta a Lei do Amor da seguinte maneira: "Amarás o SENHOR teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente e a teu próximo como a ti mesmo".


De forma que, haverá mesmo necessidade de dez mandamentos para a condução? E que tal mais dez mandamentos para ir à praia? Ou à discoteca? Ou para fazer vela?

Um abraço