Excerto de "A Indústria do Holocausto" de Norman Finkelstein
Reivindicar o carácter único do Holocausto é intelectualmente estéril e moralmente indigno e no entanto eles persistem em fazê-lo. Pergunta-se: porquê? Em primeiro lugar, porque um sofrimento que seja único confere direitos únicos. O mal inigualável do Holocausto, segundo Jacob Neusner, não só coloca os judeus numa posição à parte, como também lhes dá «um direito sobre os outros». Para Edward Alexander, o carácter único do Holocausto é um «capital moral»; os judeus devem «reivindicar a soberania» sobre «esta propriedade valiosa». [...] Este dogma também conferiu carta branca a Israel: como os não judeus estão sempre prontos a matar os judeus, estes têm todo o direito de se proteger, sempre que achem adequado. Qualquer expediente a que os judeus possam recorrer, mesmo a agressão e a tortura, constitui legítima autodefesa. Deplorando a «lição do Holocausto» do eterno ódio dos gentios, Boas Evron observa que «é realmente equivalente a uma paranóia deliberadamente construída. (...) Esta mentalidade (...) desculpa à partida qualquer tratamento desumano em relação aos não judeus, porque a mitologia que prevalece é a de que 'todos colaboraram com os nazis na destruição dos judeus' e portanto tudo é permitido aos judeus na sua relação com os outros povos.»
Parte do CAPÍTULO 2
A HISTÓRIA CONTADA POR BURLÕES E TRAFICANTES
A HISTÓRIA CONTADA POR BURLÕES E TRAFICANTES
«A CONSCIÊNCIA do Holocausto» observa Boas Evron, «o respeitado escritor israelita, é na realidade «uma doutrinação oficial, propagandística, um chorrilho de chavões e uma perspectiva falsa do mundo, cujo verdadeiro objectivo não é de modo algum compreender o passado, mas manipular o presente.» Em si, o holocausto nazi não está ao serviço de nenhum desígnio político. Tanto pode gerar criticas como apoio à política israelita. Porém, refractada através de um prisma ideológico, «a memória do extermínio nazi» acabou por servir - nas palavras de Evron - «como um instrumento poderoso nas mãos da liderança israelita e dos judeus no estrangeiro». O holocausto nazi passou a ser o Holocausto.
Dois dogmas centrais enquadram a ideia do Holocausto: 1) O Holocausto constitui um acontecimento histórico categoricamente único; 2) O Holocausto constitui o clímax de um ódio irracional e eterno dos não judeus pelos judeus. Nenhum destes dogmas esteve presente em qualquer discurso público antes da guerra de Junho de 1967; e, embora se tenham tornado as peças essenciais da literatura do Holocausto, eles não figuram sob forma alguma em nenhum trabalho científico sério sobre o holocausto nazi. Por outro lado, ambos os dogmas se apoiam em tradições arraigadas do judaísmo e do sionismo.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o holocausto nazi não era visto como um acontecimento exclusivamente respeitante aos judeus - e muito menos único, sob o ponto de vista histórico. Os meios judaicos americanos em especial esforçavam-se por colocá-lo num contexto universalista. No entanto, depois da guerra de Junho, a Solução Final nazi foi radicalmente reenquadrada. «A primeira e mais importante alegação a surgir da guerra de 1967 e a tomar-se emblemática do judaísmo americano», recorda Jacob Neusner, foi que «o Holocausto (...) foi único, sem paralelo na história humana». Num estudo esclarecedor, o historiador David Stannard ridiculariza «a pequena indústria dos hagiógrafos do Holocausto, que defendem o carácter único da experiência judaica com toda a energia e engenho dos zelotas ideológicos». Bem vistas as coisas, o dogma do carácter único não faz sentido.
Ao nível mais básico, todos os acontecimentos históricos são únicos; quanto mais não seja por razões de tempo e lugar, e todos os acontecimentos históricos assumem características distintas, assim como características comuns a outros acontecimentos históricos. A anomalia do Holocausto é que o seu carácter único é considerado absolutamente decisivo. Que outro acontecimento histórico haverá, cabe perguntar, que seja essencialmente considerado em função da sua categoria única? Normalmente, as características distintivas do Holocausto são isoladas de forma a colocar-se o acontecimento numa categoria totalmente à parte. Nunca se toma claro, porém, por que razão os muitos aspectos comuns a outros acontecimentos devem ser vistos, comparativamente, como triviais.
Todos os que escrevem sobre o Holocausto afirmam que é único, mas poucos ou nenhum explicam porquê. Sempre que alguém refuta empiricamente um argumento a favor do seu carácter único, logo surge novo argumento contrário. Os resultados, segundo Jean-Michel Chaumont, são uma multiplicidade de argumentos em conflito uns com os outros e anulando-se entre si: «O conhecimento não se acumula. Pelo contrário, para reforçar um argumento anterior, volta-se sempre ao zero.» Por outras palavras: o carácter único é um dado adquirido na ideia do Holocausto a tarefa definida é prová-lo, já que negá-lo equivale a negar o Holocausto. Talvez o problema esteja na premissa e não na prova. Mesmo que o Holocausto fosse único, que importância teria isso? De que forma alteraria a nossa compreensão sabermos que o holocausto nazi não foi a primeira, mas a quarta ou quinta catástrofe numa série de outras catástrofes comparáveis?
A aquisição mais recente na corrida ao carácter único do Holocausto é o livro de Steven Katz - The Holocaust in Historical Context. Citando cerca de 5000 títulos no primeiro volume dos três que estão projectados para este estudo, Katz analisa toda a história humana para provar que «o Holocausto é fenomenologicamente único porque nunca antes nenhum Estado tinha decidido, quer em termos de intenções, quer como política realizada, aniquilar fisicamente todos os homens, mulheres e crianças pertencentes a determinado povo». Clarificando a sua tese, Katz explica: [...] «Um acontecimento histórico com características distintas é um acontecimento histórico distinto». Para evitar confusões, Katz insiste na explicação, dizendo que usa o termo fenomenologicamente «num sentido não-husserliano, não-shutzeano, não-scheleriano, não-heideggeriano, não-merleau-pontyano». Tradução: A tarefa de Katz é um disparate fenomena1. Mesmo que a tese central de Katz fosse comprovada, coisa que não acontece, isso apenas demonstraria que o Holocausto tinha em si características distintas. O contrário seria de admirar. Chaumont depreende que o estudo de Katz é na realidade «ideologia» mascarada de «ciência.
Pouca diferença separa a afirmação do carácter único do Holocausto do argumento segundo o qual. o Holocausto não pode ser apreendido racionalmente. Se o Holocausto não tem precedentes na história, coloca-se acima dela e portanto não é possível a história compreendê-lo. O Holocausto é único por ser inexplicável e é inexplicável porque é único.
Classificada por Novick como a «sacralização do Holocausto», esta mistificação é regularmente alimentada por Elie Wiesel. Para este autor, observa Novick com razão, o Holocausto é efectivamente uma religião do «mistério». Por conseguinte, Wiesel apregoa que. o Holocausto «conduz ao obscuro», «nega todas as respostas», «situa-se fora da história, e está mesmo para além dela», «é refractário ao conhecimento e à descrição», «não pode ser explicado nem visualizado», «nunca poderá ser entendido ou transmitido», assinala uma «destruição da história» e uma «mutação à escala cósmica». Só o sobrevivente-sacerdote (leia-se: só Wiesel) está apto a vislumbrar o seu mistério. E no entanto, o mistério do Holocausto, confessa Wiesel, «não é comunicável»; «Nem sequer podemos falar sobre ele». Assim, pela quantia habitual de 25.000 dólares (além da limusina com motorista), Wiesel explica nas suas conferências que o «segredo» da verdade de Auschwitz «reside no silêncio».
A compreensão racional do Holocausto equivale, nesta perspectiva, a negá-lo. Porque a racionalidade leva-nos a negar o carácter único e o mistério do Holocausto. E comparar o Holocausto com os sofrimentos de outros povos constitui, para Wiesel, uma «traição total à história judaica». Há anos, um jornal nova-iorquino parodiava em parangonas: «Michael Jackson e 60 milhões de outras vítimas morrem num holocausto nuclear». A página das cartas de leitores reproduzia um protesto indignado de Wiesel: «Como ousam classificar de Holocausto algo que aconteceu ontem? Só houve um Holocausto (...). Nas suas memórias, Wiesel, provando que a realidade pode superar a ficção, censura Shimon Peres por este se referir «sem hesitação aos "dois holocaustos" do século xx: Auschwitz e Hiroxima. Não o devia fazer.» Um dos chavões preferidos de Wiesel afirma que «a universalidade do Holocausto reside no seu carácter único». Mas se é incomparavelmente e incompreensivelmente único, como poderá ter uma dimensão universal?
O debate sobre o carácter único do Holocausto é estéril. O certo é que a reivindicação desse carácter único acabou por constituir uma forma de «terrorismo intelectual» (Chaumont). Os que recorrem aos métodos comparativos normais na investigação académica têm de começar por tomar mil e uma precauções para não serem acusados de «banalizar o Holocausto».
Um corolário da afirmação do carácter único do Holocausto é que constituiu um mal único. Por mais terríveis que sejam os sofrimentos dos outros não se lhe podem igualar. Os que defendem o carácter único do Holocausto recusam em geral esta implicação, mas os seus protestos não convencem ninguém.
Reivindicar o carácter único do Holocausto é intelectualmente estéril e moralmente indigno e no entanto eles persistem em fazê-lo. Pergunta-se: porquê? Em primeiro lugar, porque um sofrimento que seja único confere direitos únicos. O mal inigualável do Holocausto, segundo Jacob Neusner, não só coloca os judeus numa posição à parte, como também lhes dá «um direito sobre os outros». Para Edward Alexander, o carácter único do Holocausto é um «capital moral»; os judeus devem «reivindicar a soberania» sobre «esta propriedade valiosa».
Com efeito, o carácter único do Holocausto – esta «reivindicação» em relação aos outros, este «capital moral» - representa para Israel um álibi precioso. «A singularidade dos sofrimentos dos judeus», afirma o historiador Peter Baldwin, «reforça as reivindicações morais e emocionais que Israel pode chamar a si (...) perante as outras nações.» Assim, segundo Nathan Glazer, o Holocausto, que apontava para o «peculiar carácter distintivo dos judeus», deu-lhes «o direito de se considerarem especialmente ameaçados e especialmente dignos de todos os esforços no sentido da sua sobrevivência.». Para citar um exemplo típico, todos os relatos sobre a decisão de Israel de desenvolver armas nucleares evocam o espectro do Holocausto. Como se, a não ser assim, Israel não tivesse recorrido ao nuclear!
Há ainda outro factor. A reivindicação do carácter único do Holocausto é uma reivindicação do carácter único dos judeus. O que tomou o Holocausto único não foram os sofrimentos dos judeus mas o facto de os judeus sofrerem. Ou: o Holocausto é especial porque os judeus são especiais. Por isso, Ismar Schorsch, chanceler do Seminário Teológico Judaico, ridiculariza a reivindicação do carácter único do Holocausto como «uma versão secular de mau gosto sobre a Eleição». Elie Wiesel não é tão veemente sobre a singularidade dos judeus como sobre a do Holocausto. «Tudo em nós é diferente.» Os judeus são «ontologicamente» excepcionais. Ponto culminante de um ódio milenar dos gentios em relação aos judeus, o Holocausto não só atestou o sofrimento único dos judeus, como o seu carácter único.
Durante a Segunda Guerra Mundial e depois dela, relata Novick, «quase ninguém no seio do governo [americano] - e praticamente ninguém fora dele, judeu ou não - teria compreendido que se falasse do "abandono dos judeus"». Deu-se o contrário depois de Junho de 1967. «O silêncio do mundo», a «indiferença do mundo», o «abandono dos judeus»; estes termos tornaram-se recorrentes no «discurso do Holocausto».
Recuperando um preceito sionista, o sistema do Holocausto apresenta a Solução Final de Hitler como o clímax de um ódio milenar dos não judeus contra os judeus. Estes pereceram porque os gentios, quer fossem criminosos, quer colaboradores passivos, os queriam mortos. «O mundo livre e "civilizado"», segundo Wiesel, entregou os judeus «ao carrasco. Havia os que matavam - os homicidas - e havia os que ficaram em silêncio». As provas históricas de um impulso assassino dos não judeus são nulas. O esforço ingente de Daniel Goldhagen para provar uma variante desta alegação em Hitler's Willing Executioners pouco mais foi do que cómico. No entanto, a sua utilidade política é considerável. Por sinal, note-se que na realidade a teoria do «anti-semitismo eterno» leva água ao moinho do anti-semitismo. Como afirma Acendt em The Origins of Totalitarianism, «é um dado adquirido que esta doutrina foi adoptada pelos anti-semitas convictos; dá-lhes o melhor álibi possível para todos os horrores. É verdade que a humanidade tem insistido, há mais de 2000 anos, em matar judeus, pelo que as matanças dos ditos são uma ocupação normal, e até humana, e o ódio aos judeus é justificado sem necessidade de argumentos. O aspecto mais surpreendente desta explicação é que tem sido adoptada por muitos historiadores imparciais e por um número ainda maior de judeus.»
Adoptado pela indústria do Holocausto, o dogma sobre o ódio eterno dos não judeus tem servido para justificar a necessidade de um Estado judaico e para explicar a hostilidade em relação a Israel. O Estado judaico é a única salvaguarda contra o próximo (inevitável) surto de anti-semitismo homicida; inversamente, o anti-semitismo homicida está por trás de todos os ataques e até das manobras defensivas contra o Estado judaico. Para explicar as criticas a Israel, a ficcionista Cynthia Ozick tem uma resposta pronta: «O mundo quer erradicar os judeus. (...) O mundo sempre quis erradicar os judeus.» Se todo o mundo quer a morte dos judeus, realmente é de admirar estarem ainda vivos - e, ao contrário de grande parte da humanidade, não propriamente a morrer de fome.
Este dogma também conferiu carta branca a Israel: como os não judeus estão sempre prontos a matar os judeus, estes têm todo o direito de se proteger, sempre que achem adequado. Qualquer expediente a que os judeus possam recorrer, mesmo a agressão e a tortura, constitui legítima autodefesa. Deplorando a «lição do Holocausto» do eterno ódio dos gentios, Boas Evron observa que «é realmente equivalente a uma paranóia deliberadamente construída. (...) Esta mentalidade (...) desculpa à partida qualquer tratamento desumano em relação aos não judeus, porque a mitologia que prevalece é a de que 'todos colaboraram com os nazis na destruição dos judeus' e portanto tudo é permitido aos judeus na sua relação com os outros povos.»
No sistema do Holocausto, não só é impossível erradicar o anti-semitismo dos gentios, como ele é sempre irracional. Goldhagen, indo mais longe que os sionistas clássicos, sem falar dos dados científicos correntes, apresenta um anti-semitismo «que nada tem a ver com os judeus reais», «não constituindo fundamentalmente uma reacção a qualquer avaliação objectiva dos actos dos judeus» e «independente da natureza e actos dos judeus». Uma patologia mental dos gentios, cujo «domínio» é «o espírito». Impelidos por «argumentos irracionais», os anti-semitas, segundo Wiesel, «ressentem-se da simples existência dos judeus.» Como nota ironicamente o sociólogo John Murray Cuddihy, «não só o que os judeus fazem ou não fazem não tem nada a ver com o anti-semitismo, como qualquer tentativa de explicar o anti-semitismo através de qualquer responsabilidade dos judeus é em si um exemplo de anti-semitismo». Não se defende, como é evidente, que o anti-semitismo seja aceitável, nem se atribui aos judeus a culpa pelos crimes de que foram alvo, mas o anti-semitismo desenvolve-se num contexto histórico específico, com todo um jogo de interesses cruzados. «Uma minoria talentosa, bem organizada e bastante bem sucedida pode suscitar conflitos derivados de tensões objectivas entre grupos», salienta Ismar Schorsch, embora esses conflitos estejam «às vezes envoltos em estereótipos anti-semíticos.»
A essência irracional do anti-semitismo gentio infere-se indutivamente da essência irracional do Holocausto. A Solução Final de Hitler carecia simplesmente de racionalidade - era «o mal pelo mal», a matança em massa «sem objectivos»; marcou o culminar do anti-semitismo gentio; portanto o anti-semitismo gentio é essencialmente irracional. Tomadas separadamente ou em conjunto, estas proposições não resistem ao exame mais superficial. No entanto, politicamente o argumento é muito útil.
Ao conferir inocência total aos judeus, o dogma do Holocausto iliba Israel e os judeus americanos de qualquer censura legítima. A hostilidade árabe, a hostilidade afro-americana, «não são fundamentahnente uma reacção a qualquer avaliação objectiva dos actos dos judeus» (Goldhagen). Considere-se o que diz Wiesel sobre as perseguições aos judeus: «Durante dois mil anos (...) sempre fomos ameaçados. (...) Porquê? Por coisa nenhuma.» Sobre a hostilidade árabe contra Israel: «Por sermos o que somos e por aquilo que a nossa pátria de Israel representa - o cerne das nossas vidas, o sonho dos nossos sonhos - quando os nossos inimigos tentam destruir-nos, fazem-no tentando destruir Israel.» Sobre a hostilidade dos negros em relação aos judeus americanos: «Os que se inspiram em nós não nos agradecem, antes nos atacam. Estamos numa situação muito difícil. Voltamos a ser bodes expiatórios de todos os outros. (...)
Ajudámos os negros; sempre os ajudámos. (...) Tenho pena deles. Deviam aprender uma coisa connosco: gratidão. Nenhum povo no mundo conhece a gratidão tanto como nós; sempre fomos gratos.» Sempre castigados, sempre inocentes: é este o fardo dos judeus.
O dogma sobre o ódio eterno dos gentios também justifica o dogma complementar do carácter único do Holocausto. Se o Holocausto marcou o clímax de um ódio milenar dos gentios aos judeus, a perseguição aos não judeus no Holocausto foi simplesmente acidental e meramente episódica, em termos históricos. Portanto, de todos os pontos de vista, os sofrimentos dos judeus durante o Holocausto foram únicos.
Finalmente, os sofrimentos dos judeus foram únicos porque os judeus são únicos. O Holocausto foi único porque não foi racional. Em última análise, na sua origem esteve uma paixão irracional, quase inumana. O mundo gentio odiava os judeus por inveja, despeito: ressentimento. O anti-semitismo, segundo Nathan e Ruth Ann Perlmutter, resultou da «inveja e ressentimento dos não judeus por os judeus rivalizarem com os cristãos no mercado. (...) Os gentios, numerosos e menos competentes, invejavam os judeus, que eram em menor número e mais capazes.» Ainda que negativamente, o Holocausto confirmava pois que os judeus eram os eleitos. Por serem melhores, ou mais bem sucedidos, os judeus foram alvo da ira dos não judeus, que acabaram por massacrá-los.
Num aparte breve, Novick pergunta-se: «O que seria o discurso sobre o Holocausto na América» se Elie Wiesel não fosse o seu «principal intérprete»? A resposta não é difícil: antes de Junho de 1967 a mensagem universalista de Bruno Bettelheim, sobrevivente dos campos de concentração, encontrava eco junto dos judeus americanos. Depois da guerra de Junho foi preterida em favor de Wiesel. A importância de Wiesel está em função da sua utilidade ideológica. O carácter único dos sofrimentos dos judeus/o carácter único dos judeus, a culpa permanente dos gentios/a inocência dos judeus, a defesa incondicional de Israel/a defesa dos interesses judaicos. Elie Wiesel é o Holocausto.
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Dois dogmas centrais enquadram a ideia do Holocausto: 1) O Holocausto constitui um acontecimento histórico categoricamente único; 2) O Holocausto constitui o clímax de um ódio irracional e eterno dos não judeus pelos judeus. Nenhum destes dogmas esteve presente em qualquer discurso público antes da guerra de Junho de 1967; e, embora se tenham tornado as peças essenciais da literatura do Holocausto, eles não figuram sob forma alguma em nenhum trabalho científico sério sobre o holocausto nazi. Por outro lado, ambos os dogmas se apoiam em tradições arraigadas do judaísmo e do sionismo.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o holocausto nazi não era visto como um acontecimento exclusivamente respeitante aos judeus - e muito menos único, sob o ponto de vista histórico. Os meios judaicos americanos em especial esforçavam-se por colocá-lo num contexto universalista. No entanto, depois da guerra de Junho, a Solução Final nazi foi radicalmente reenquadrada. «A primeira e mais importante alegação a surgir da guerra de 1967 e a tomar-se emblemática do judaísmo americano», recorda Jacob Neusner, foi que «o Holocausto (...) foi único, sem paralelo na história humana». Num estudo esclarecedor, o historiador David Stannard ridiculariza «a pequena indústria dos hagiógrafos do Holocausto, que defendem o carácter único da experiência judaica com toda a energia e engenho dos zelotas ideológicos». Bem vistas as coisas, o dogma do carácter único não faz sentido.
Ao nível mais básico, todos os acontecimentos históricos são únicos; quanto mais não seja por razões de tempo e lugar, e todos os acontecimentos históricos assumem características distintas, assim como características comuns a outros acontecimentos históricos. A anomalia do Holocausto é que o seu carácter único é considerado absolutamente decisivo. Que outro acontecimento histórico haverá, cabe perguntar, que seja essencialmente considerado em função da sua categoria única? Normalmente, as características distintivas do Holocausto são isoladas de forma a colocar-se o acontecimento numa categoria totalmente à parte. Nunca se toma claro, porém, por que razão os muitos aspectos comuns a outros acontecimentos devem ser vistos, comparativamente, como triviais.
Todos os que escrevem sobre o Holocausto afirmam que é único, mas poucos ou nenhum explicam porquê. Sempre que alguém refuta empiricamente um argumento a favor do seu carácter único, logo surge novo argumento contrário. Os resultados, segundo Jean-Michel Chaumont, são uma multiplicidade de argumentos em conflito uns com os outros e anulando-se entre si: «O conhecimento não se acumula. Pelo contrário, para reforçar um argumento anterior, volta-se sempre ao zero.» Por outras palavras: o carácter único é um dado adquirido na ideia do Holocausto a tarefa definida é prová-lo, já que negá-lo equivale a negar o Holocausto. Talvez o problema esteja na premissa e não na prova. Mesmo que o Holocausto fosse único, que importância teria isso? De que forma alteraria a nossa compreensão sabermos que o holocausto nazi não foi a primeira, mas a quarta ou quinta catástrofe numa série de outras catástrofes comparáveis?
A aquisição mais recente na corrida ao carácter único do Holocausto é o livro de Steven Katz - The Holocaust in Historical Context. Citando cerca de 5000 títulos no primeiro volume dos três que estão projectados para este estudo, Katz analisa toda a história humana para provar que «o Holocausto é fenomenologicamente único porque nunca antes nenhum Estado tinha decidido, quer em termos de intenções, quer como política realizada, aniquilar fisicamente todos os homens, mulheres e crianças pertencentes a determinado povo». Clarificando a sua tese, Katz explica: [...] «Um acontecimento histórico com características distintas é um acontecimento histórico distinto». Para evitar confusões, Katz insiste na explicação, dizendo que usa o termo fenomenologicamente «num sentido não-husserliano, não-shutzeano, não-scheleriano, não-heideggeriano, não-merleau-pontyano». Tradução: A tarefa de Katz é um disparate fenomena1. Mesmo que a tese central de Katz fosse comprovada, coisa que não acontece, isso apenas demonstraria que o Holocausto tinha em si características distintas. O contrário seria de admirar. Chaumont depreende que o estudo de Katz é na realidade «ideologia» mascarada de «ciência.
Pouca diferença separa a afirmação do carácter único do Holocausto do argumento segundo o qual. o Holocausto não pode ser apreendido racionalmente. Se o Holocausto não tem precedentes na história, coloca-se acima dela e portanto não é possível a história compreendê-lo. O Holocausto é único por ser inexplicável e é inexplicável porque é único.
Classificada por Novick como a «sacralização do Holocausto», esta mistificação é regularmente alimentada por Elie Wiesel. Para este autor, observa Novick com razão, o Holocausto é efectivamente uma religião do «mistério». Por conseguinte, Wiesel apregoa que. o Holocausto «conduz ao obscuro», «nega todas as respostas», «situa-se fora da história, e está mesmo para além dela», «é refractário ao conhecimento e à descrição», «não pode ser explicado nem visualizado», «nunca poderá ser entendido ou transmitido», assinala uma «destruição da história» e uma «mutação à escala cósmica». Só o sobrevivente-sacerdote (leia-se: só Wiesel) está apto a vislumbrar o seu mistério. E no entanto, o mistério do Holocausto, confessa Wiesel, «não é comunicável»; «Nem sequer podemos falar sobre ele». Assim, pela quantia habitual de 25.000 dólares (além da limusina com motorista), Wiesel explica nas suas conferências que o «segredo» da verdade de Auschwitz «reside no silêncio».
A compreensão racional do Holocausto equivale, nesta perspectiva, a negá-lo. Porque a racionalidade leva-nos a negar o carácter único e o mistério do Holocausto. E comparar o Holocausto com os sofrimentos de outros povos constitui, para Wiesel, uma «traição total à história judaica». Há anos, um jornal nova-iorquino parodiava em parangonas: «Michael Jackson e 60 milhões de outras vítimas morrem num holocausto nuclear». A página das cartas de leitores reproduzia um protesto indignado de Wiesel: «Como ousam classificar de Holocausto algo que aconteceu ontem? Só houve um Holocausto (...). Nas suas memórias, Wiesel, provando que a realidade pode superar a ficção, censura Shimon Peres por este se referir «sem hesitação aos "dois holocaustos" do século xx: Auschwitz e Hiroxima. Não o devia fazer.» Um dos chavões preferidos de Wiesel afirma que «a universalidade do Holocausto reside no seu carácter único». Mas se é incomparavelmente e incompreensivelmente único, como poderá ter uma dimensão universal?
O debate sobre o carácter único do Holocausto é estéril. O certo é que a reivindicação desse carácter único acabou por constituir uma forma de «terrorismo intelectual» (Chaumont). Os que recorrem aos métodos comparativos normais na investigação académica têm de começar por tomar mil e uma precauções para não serem acusados de «banalizar o Holocausto».
Um corolário da afirmação do carácter único do Holocausto é que constituiu um mal único. Por mais terríveis que sejam os sofrimentos dos outros não se lhe podem igualar. Os que defendem o carácter único do Holocausto recusam em geral esta implicação, mas os seus protestos não convencem ninguém.
Reivindicar o carácter único do Holocausto é intelectualmente estéril e moralmente indigno e no entanto eles persistem em fazê-lo. Pergunta-se: porquê? Em primeiro lugar, porque um sofrimento que seja único confere direitos únicos. O mal inigualável do Holocausto, segundo Jacob Neusner, não só coloca os judeus numa posição à parte, como também lhes dá «um direito sobre os outros». Para Edward Alexander, o carácter único do Holocausto é um «capital moral»; os judeus devem «reivindicar a soberania» sobre «esta propriedade valiosa».
Com efeito, o carácter único do Holocausto – esta «reivindicação» em relação aos outros, este «capital moral» - representa para Israel um álibi precioso. «A singularidade dos sofrimentos dos judeus», afirma o historiador Peter Baldwin, «reforça as reivindicações morais e emocionais que Israel pode chamar a si (...) perante as outras nações.» Assim, segundo Nathan Glazer, o Holocausto, que apontava para o «peculiar carácter distintivo dos judeus», deu-lhes «o direito de se considerarem especialmente ameaçados e especialmente dignos de todos os esforços no sentido da sua sobrevivência.». Para citar um exemplo típico, todos os relatos sobre a decisão de Israel de desenvolver armas nucleares evocam o espectro do Holocausto. Como se, a não ser assim, Israel não tivesse recorrido ao nuclear!
Há ainda outro factor. A reivindicação do carácter único do Holocausto é uma reivindicação do carácter único dos judeus. O que tomou o Holocausto único não foram os sofrimentos dos judeus mas o facto de os judeus sofrerem. Ou: o Holocausto é especial porque os judeus são especiais. Por isso, Ismar Schorsch, chanceler do Seminário Teológico Judaico, ridiculariza a reivindicação do carácter único do Holocausto como «uma versão secular de mau gosto sobre a Eleição». Elie Wiesel não é tão veemente sobre a singularidade dos judeus como sobre a do Holocausto. «Tudo em nós é diferente.» Os judeus são «ontologicamente» excepcionais. Ponto culminante de um ódio milenar dos gentios em relação aos judeus, o Holocausto não só atestou o sofrimento único dos judeus, como o seu carácter único.
Durante a Segunda Guerra Mundial e depois dela, relata Novick, «quase ninguém no seio do governo [americano] - e praticamente ninguém fora dele, judeu ou não - teria compreendido que se falasse do "abandono dos judeus"». Deu-se o contrário depois de Junho de 1967. «O silêncio do mundo», a «indiferença do mundo», o «abandono dos judeus»; estes termos tornaram-se recorrentes no «discurso do Holocausto».
Recuperando um preceito sionista, o sistema do Holocausto apresenta a Solução Final de Hitler como o clímax de um ódio milenar dos não judeus contra os judeus. Estes pereceram porque os gentios, quer fossem criminosos, quer colaboradores passivos, os queriam mortos. «O mundo livre e "civilizado"», segundo Wiesel, entregou os judeus «ao carrasco. Havia os que matavam - os homicidas - e havia os que ficaram em silêncio». As provas históricas de um impulso assassino dos não judeus são nulas. O esforço ingente de Daniel Goldhagen para provar uma variante desta alegação em Hitler's Willing Executioners pouco mais foi do que cómico. No entanto, a sua utilidade política é considerável. Por sinal, note-se que na realidade a teoria do «anti-semitismo eterno» leva água ao moinho do anti-semitismo. Como afirma Acendt em The Origins of Totalitarianism, «é um dado adquirido que esta doutrina foi adoptada pelos anti-semitas convictos; dá-lhes o melhor álibi possível para todos os horrores. É verdade que a humanidade tem insistido, há mais de 2000 anos, em matar judeus, pelo que as matanças dos ditos são uma ocupação normal, e até humana, e o ódio aos judeus é justificado sem necessidade de argumentos. O aspecto mais surpreendente desta explicação é que tem sido adoptada por muitos historiadores imparciais e por um número ainda maior de judeus.»
Adoptado pela indústria do Holocausto, o dogma sobre o ódio eterno dos não judeus tem servido para justificar a necessidade de um Estado judaico e para explicar a hostilidade em relação a Israel. O Estado judaico é a única salvaguarda contra o próximo (inevitável) surto de anti-semitismo homicida; inversamente, o anti-semitismo homicida está por trás de todos os ataques e até das manobras defensivas contra o Estado judaico. Para explicar as criticas a Israel, a ficcionista Cynthia Ozick tem uma resposta pronta: «O mundo quer erradicar os judeus. (...) O mundo sempre quis erradicar os judeus.» Se todo o mundo quer a morte dos judeus, realmente é de admirar estarem ainda vivos - e, ao contrário de grande parte da humanidade, não propriamente a morrer de fome.
Este dogma também conferiu carta branca a Israel: como os não judeus estão sempre prontos a matar os judeus, estes têm todo o direito de se proteger, sempre que achem adequado. Qualquer expediente a que os judeus possam recorrer, mesmo a agressão e a tortura, constitui legítima autodefesa. Deplorando a «lição do Holocausto» do eterno ódio dos gentios, Boas Evron observa que «é realmente equivalente a uma paranóia deliberadamente construída. (...) Esta mentalidade (...) desculpa à partida qualquer tratamento desumano em relação aos não judeus, porque a mitologia que prevalece é a de que 'todos colaboraram com os nazis na destruição dos judeus' e portanto tudo é permitido aos judeus na sua relação com os outros povos.»
No sistema do Holocausto, não só é impossível erradicar o anti-semitismo dos gentios, como ele é sempre irracional. Goldhagen, indo mais longe que os sionistas clássicos, sem falar dos dados científicos correntes, apresenta um anti-semitismo «que nada tem a ver com os judeus reais», «não constituindo fundamentalmente uma reacção a qualquer avaliação objectiva dos actos dos judeus» e «independente da natureza e actos dos judeus». Uma patologia mental dos gentios, cujo «domínio» é «o espírito». Impelidos por «argumentos irracionais», os anti-semitas, segundo Wiesel, «ressentem-se da simples existência dos judeus.» Como nota ironicamente o sociólogo John Murray Cuddihy, «não só o que os judeus fazem ou não fazem não tem nada a ver com o anti-semitismo, como qualquer tentativa de explicar o anti-semitismo através de qualquer responsabilidade dos judeus é em si um exemplo de anti-semitismo». Não se defende, como é evidente, que o anti-semitismo seja aceitável, nem se atribui aos judeus a culpa pelos crimes de que foram alvo, mas o anti-semitismo desenvolve-se num contexto histórico específico, com todo um jogo de interesses cruzados. «Uma minoria talentosa, bem organizada e bastante bem sucedida pode suscitar conflitos derivados de tensões objectivas entre grupos», salienta Ismar Schorsch, embora esses conflitos estejam «às vezes envoltos em estereótipos anti-semíticos.»
A essência irracional do anti-semitismo gentio infere-se indutivamente da essência irracional do Holocausto. A Solução Final de Hitler carecia simplesmente de racionalidade - era «o mal pelo mal», a matança em massa «sem objectivos»; marcou o culminar do anti-semitismo gentio; portanto o anti-semitismo gentio é essencialmente irracional. Tomadas separadamente ou em conjunto, estas proposições não resistem ao exame mais superficial. No entanto, politicamente o argumento é muito útil.
Ao conferir inocência total aos judeus, o dogma do Holocausto iliba Israel e os judeus americanos de qualquer censura legítima. A hostilidade árabe, a hostilidade afro-americana, «não são fundamentahnente uma reacção a qualquer avaliação objectiva dos actos dos judeus» (Goldhagen). Considere-se o que diz Wiesel sobre as perseguições aos judeus: «Durante dois mil anos (...) sempre fomos ameaçados. (...) Porquê? Por coisa nenhuma.» Sobre a hostilidade árabe contra Israel: «Por sermos o que somos e por aquilo que a nossa pátria de Israel representa - o cerne das nossas vidas, o sonho dos nossos sonhos - quando os nossos inimigos tentam destruir-nos, fazem-no tentando destruir Israel.» Sobre a hostilidade dos negros em relação aos judeus americanos: «Os que se inspiram em nós não nos agradecem, antes nos atacam. Estamos numa situação muito difícil. Voltamos a ser bodes expiatórios de todos os outros. (...)
Ajudámos os negros; sempre os ajudámos. (...) Tenho pena deles. Deviam aprender uma coisa connosco: gratidão. Nenhum povo no mundo conhece a gratidão tanto como nós; sempre fomos gratos.» Sempre castigados, sempre inocentes: é este o fardo dos judeus.
O dogma sobre o ódio eterno dos gentios também justifica o dogma complementar do carácter único do Holocausto. Se o Holocausto marcou o clímax de um ódio milenar dos gentios aos judeus, a perseguição aos não judeus no Holocausto foi simplesmente acidental e meramente episódica, em termos históricos. Portanto, de todos os pontos de vista, os sofrimentos dos judeus durante o Holocausto foram únicos.
Finalmente, os sofrimentos dos judeus foram únicos porque os judeus são únicos. O Holocausto foi único porque não foi racional. Em última análise, na sua origem esteve uma paixão irracional, quase inumana. O mundo gentio odiava os judeus por inveja, despeito: ressentimento. O anti-semitismo, segundo Nathan e Ruth Ann Perlmutter, resultou da «inveja e ressentimento dos não judeus por os judeus rivalizarem com os cristãos no mercado. (...) Os gentios, numerosos e menos competentes, invejavam os judeus, que eram em menor número e mais capazes.» Ainda que negativamente, o Holocausto confirmava pois que os judeus eram os eleitos. Por serem melhores, ou mais bem sucedidos, os judeus foram alvo da ira dos não judeus, que acabaram por massacrá-los.
Num aparte breve, Novick pergunta-se: «O que seria o discurso sobre o Holocausto na América» se Elie Wiesel não fosse o seu «principal intérprete»? A resposta não é difícil: antes de Junho de 1967 a mensagem universalista de Bruno Bettelheim, sobrevivente dos campos de concentração, encontrava eco junto dos judeus americanos. Depois da guerra de Junho foi preterida em favor de Wiesel. A importância de Wiesel está em função da sua utilidade ideológica. O carácter único dos sofrimentos dos judeus/o carácter único dos judeus, a culpa permanente dos gentios/a inocência dos judeus, a defesa incondicional de Israel/a defesa dos interesses judaicos. Elie Wiesel é o Holocausto.
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14 comentários:
Os ataques israelitas contra os palestinianos são reminiscências das práticas nazis durante a segunda Grande Guerra. Os israelitas têm autênticos campos de concentração para os palestinianos. Os ataques suicidas dos palestinianos são fruto do sofrimento constante que lhes é causado pelo estado hebraico.
Tenho andado à procura deste livro e não o tenho encontrado.
Na passada quarta feira Bush recebeu na Casa Branca uma delegação do comité judeu que há já 30 anos comemoram o "Dia Nacional da Educação" nos EUA, note bem é o dia "NACIONAL"
No dia a seguir Bush recebe o Papa. Ratzinger é um alemão que esteve preso vários meses pelos Aliados por estar incorporado como soldado nazi. Diz-se que depois que viu a Alemanha ser derrotada o futuro prelado de Roma se converteu num grande admirador dos americanos. foi sempre o nº2 do anterior Papa e fiel aliado do Reagan. Porque chegaria Ratzinger onde está hoje?
Entretanto na mesma semana o ex-Presidente Carter visita Israel "intercedendo pela paz" enquanto a tropa continua dizimando vítimas palestinianas com ataques cirúrgicos.
Carter enquanto presidente foi o principal impulsionador do Museu do Holocausto em Washington.
A Alemanha ainda hoje paga indemnizações de guerra a Israel baseado na falácia do holocausto.
Por estes elementos parciais, dará para se concluir que os extremistas Judeus Sionistas, depois da IIGG que aliás venceram, fizeram uma espécie de OPA ao cristianismo?
Enfim, bardamerda com as religiões!
mas não faço a menor ideia como é que algum dia nos veremos livres disto
Nem o Xatoo nem eu...
Bfsemana, abraço K'mrd.
Xatoo: «mas não faço a menor ideia como é que algum dia nos veremos livres disto»
O poder tem assentado até agora no controlo financeiro, portanto, da moeda. A moeda tem sido o óleo que faz «girar» a economia de troca. Quando a tecnologia eliminar a economia de troca, elimina também a moeda e, com ela, o poder financeiro.
Em economias directas, os bancos (o controlo financeiro) são inúteis. Já falta pouco para lá chegarmos.
Um problema destas coisas tem a ver com a dificuldade em lidarmos com elas sem generalizarmos excessivamente. Há montes de judeus que não têm nada a ver com esta história lamentável. Como vamos distinguir uns dos outros?
No fundo, isto é um processo de chantagem psicológica que resulta sempre lindamente. Muitas mães e pais o fazem, muitos "amigos" o fazem, muita gente se vale das vantagens do papel de vítima... normalmente para encobrir o seu papel de agressor, como é o caso.
Eu atrevi-me a dizer qualquer coisa sobre o assunto há uns 30 anos; felizmente que mão amiga me tapou a boca, senão tinha-me lixado... e não eram os judeus que me lixavam, pelo contrário, eram os outros sempre À espreita duma oportunidade de se afirmarem como "politicamente correctos"
A dificuldade de falar destes assuntos está talvez aí: na quantidade de gente que se promove aproveitando a história dos judeus.
É preciso saber distinguir o judaismo como religião praticada dentro das sinagogas sem extravasar para o espaço público, do Sionismo a doutrina fundamentalista aliada ao Imperialismo criada pelo Theodore Herzl.
Agora vamos a factos meus caros amigos:
todos os bancos nacionais re-negoceiam os valores emprestados a bancos estrangeiros que por sua vez, em última instância, dependem de aprovação da Reserva Federal americana. Ora a FED é obra de judeus, criada em 1913 pelo banqueiro judeu Paul Warburg a firm gerida por judeus Kuhn,Loeb & Co. e representantes da Casa bancária judaica Rothschild, gerida nos últimos 30 anos por um judeu Alan Greenspan, a que sucedeu outro judeu: Ben Bernanke, que actuam segundo a doutrina económica de outro judeu: Milton Friedman. Todos os 7 representantes no FED são judeus, e nem vale a pena mencionar quantos fazem parte do PNAC, nem a acção do judeu Henry Kissinger na politica externa americana nos últimos 50 anos, ou da judia Madeleine Allbrigt (pelos democratas) durante a era Clinton, quando a politica da Nato conheceu maior fulgor e melhores negócios para o Complexo Politico Militar - agora "optimizados" por Bush.
Dúvidas?
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A melhor forma(sem correr o risco de ser chamado anti-semita)para compreender a história dos ultimos cem anos(pelo menos)é ouvir e ler alguns judeus como por exemplo Finkelstein,Atzmon e Makow.No meu blog a agenda secreta proponho o post as teias do zionismo.
Os judeus foram vítimas do holocausto como os interessados por diversas formas tentam e continuam a tentar demonstrar. Ele existiu segundo algumas provas, mas a dúvida reside no número de vítimas. Existem judeus em toda a parte do Mundo e eles estão normalmente bem na vida.
Pessoalmente não me move qualquer simpatia porque lidei entre 1954 e l959 com uma comunidade de judeus
radicada em Dilolo do concelho do Katanga, ex-congo Belga, sendo portanto esta comunidade de judeus
belgas. Eram absolutamente detestáveis. Intoleravelmente racistas, não permitiam a entrada nos seus cafés e restaurantes de qualquer negro ou mestiço. E inclusivamente nas suas lojas só era permitida a entrada de negros nas que se destinavam eles.
Fiz questão de referir isto porque efectivamente não nutro qualquer simpatia por esta gente que se arvora em vítima, quando afinal
eles sendo uma espécie de nómadas
insistem em usurpar o território que ocupam aos palestinianos e ainda se permitem abatê-los impiedosamente, sujeitando-os a todo o tipo de barbárie que muito bem entendem as suas forças armadas.
um dia destes comentei sobre a mistificação do holocausto no Arrastão. O Daniel Oliveira quase não respondeu, excepto para me chamar preconceituoso, depois de admitir que ele próprio tem raizes familiares judias. Resultado da peleja: dois comentários meus posteriores sobre o PSD foram censurados e o link para o meu blogue que existia no Arrastão foi removido.
Bem diz o professor Maltez, um gajo de direita mas sem papas na língua: "a maçonaria (jews included I presume) espalhou gente e influências pelos quatro maiores partidos que influenciam o panorama politico nacional"
Não se trata de "esquerdistas" centristas ou outros posicionamentos politicos, trata-se que o sentimento de pertença a um grupo coeso,especifico, de influência, tem mais força que o espectáculo de todos os partidos em cena
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Concordo, o Holocausto não pode servir de aval para tudo o querem fazer. O ódio eterno aos judeus, não é só por serem acusados de matar Cristo, mas pelo assalto da diáspora à Europa e, as consequências financeiras para os países onde eles permaneceram.
Um abraço. Augusto
A propósito do "monumento ao massacre dos judeus" o Daniel Oliveira voltou a não publicar dois comentários meus.
Se o pendor para a Censura é de esquerda, com "amigos" destes não precisamos de inimigos
Fantástico trabalho amigo Diogo
Parabéns!
Devemos enterrar os mortos e não criar mais motivos de odio, Stalin , foi um grande "matador", os europeus idem , quando se instalaram na America...
Bom,o que interessa para a historia deveria ser para nos tornar melhores, mas não é isso que vejo na actualidade.
Afinal , até temos as "pestes" de antes...
Obrigada por te ler
Beijos e mais beijos
Meu caro Diogo, excelente artigo. Estão aí as várias correntes de pensamento acerca do Holocausto e desfias muito bem esse tipo de autoridade moral que dá direito a tudo.
Abraço,
Zorze
El autor de la puñalada a Max Regis se llama Jacob Benaya. Sin embargo, ha sido preso también el israelita Elías, Presidente del Casino de Orán......
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