quinta-feira, junho 05, 2008

Arno J. Mayer - As fontes de informação para a investigação das câmaras de gás são simultaneamente raras e não fiáveis

Arno J. Mayer é Professor de História Europeia na Universidade de Princeton (EUA) e especializou-se na história diplomática do século XX. Arno nasceu numa família judaica luxemburguesa em 1926; o seu pai era sionista. Fugindo da sua terra natal em Maio de 1940, a família conseguiu ficar um passo à frente dos invasores alemães, conseguindo chegar ao Norte de África, depois Lisboa, e finalmente os Estados Unidos. Os seus avós maternos foram enviados para Theresienstadt; o avô morreu lá mas a avó sobreviveu.

Em 1988 Arno J. Mayer publica o livro «Porque não escurecem os Céus? A 'Solução Final' na História» [Why Did the Heavens Not Darken? The 'Final Solution' in History - by Arno J. Mayer, New York: Pantheon, 1988, Hb., 492 pages].


Arno J. Mayer afirma no livro que acredita que existia uma política para o extermínio de Judeus e que as câmaras de gás homicidas eram uma realidade, mas ao mesmo tempo faz obervações com as quais muitos revisionistas concordariam:

"As fontes de informação para a investigação das câmaras de gás são simultaneamente raras e não fiáveis ... ninguém nega as muitas contradições, ambiguidades, e erros nas fontes de informação existentes." (p. 362)
["Sources for the study of the gas chambers are at once rare and unreliable ... there is no denying the many contradictions, ambiguities, and errors in the existing sources."]


"A maior parte do que se sabe [sobre as câmaras de gás] é baseado em depoimentos de oficiais nazis e carrascos em julgamentos no pós-guerra e na memória de sobreviventes e espectadores. Este testemunho deve ser filtrado cuidadosamente, uma vez que pode ser influenciado por factores subjectivos de grande complexidade." (p. 362-363)
["Most of what is known is based on the depositions of Nazi officials and executioners at postwar trials and on the memory of survivors and bystanders. This testimony must be screened carefully, since it can be influenced by subjective factors of great complexity."]


"Não se pode negar a existência de muitas contradições, ambiguidades, e erros nas fontes de informação existentes [sobre as câmaras de gás]." (p. 363)
["there is no denying the many contradictions, ambiguities, and errors in the existing sources".]


"De 1942 a 1945, certamente em Auschwitz, mas provavelmente por todo o lado, foram mortos mais judeus pelas chamadas causas 'naturais' do que pelas não 'naturais'." (p. 365)
["from 1942 to 1945, certainly at Auschwitz, but probably overall, more Jews were killed by so-called 'natural' causes than by 'unnatural' ones"]


O livro de Arno Mayer desencadeou algumas reacções muito desfavoráveis. Daniel Jonah Goldhagen de Harvard, num artigo intitulado "Falsa Testemunha" (False Witness), acusa Mayer de falsificação, distorção, revisionismo e de ter criado uma chalaça da memória e da história.

Ora, este mesmo Daniel Jonah Goldhagen foi um dos mais acérrimos defensores de Benjamin Wilkomirski autor do livro «Fragments». «Fragments» foi acolhido por muitos como um clássico da literatura do Holocausto. Foi traduzido numa dúzia de idiomas e ganhou o Jewish National Book Award, o prémio do Jewish Quarterly, e o prémio Mémoire de la Shoah. Wilkomirski, vedeta dos documentários televisivos, convidado de conferências e seminários sobre o Holocausto, angariador de fundos para o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, depressa se tornou cabeça de cartaz do Holocausto.

Aclamando «Fragments» como uma «pequena obra-de-arte», Daniel Goldhagen foi o principal defensor de Wilkomirski nos meios académicos. No entanto, historiadores reconhecidos como Raul Hilberg cedo denunciaram o livro como embuste. Hilberg também colocou as perguntas que se impunham depois de o denunciar: «Como pôde este livro passar por relato autobiográfico aos olhos de várias editoras? Como pode ter valido ao Sr. Wilkomirski convites do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, assim como de universidades famosas? Como é possível não termos um controlo de qualidade decente, quando se trata da avaliação do material sobre o Holocausto que está por editar?»

Meio charlatão, meio louco, Wilkomirski passou toda a guerra na Suíça. Nem sequer é judeu. Em Outubro de 1999, o editor alemão de Wilkomirski retirou «Fragments» do mercado, reconhecendo publicamente por fim que não se tratava de um órfão judeu, mas de um indivíduo nascido na Suíça e chamado Bruno Doessekker.


Comentário:

O cientista político e escritor Daniel Jonah Goldhagen está descontrolado e não sabe o que diz.

Por um lado, defende com unhas e dentes um mentiroso como Wilkomirski que nunca pôs os pés num campo de concentração. Por outro, ataca ferozmente Arno J. Mayer por este afirmar que "as fontes de informação para a investigação das câmaras de gás são simultaneamente raras e não fiáveis" ... e que "ninguém nega as muitas contradições, ambiguidades, e erros nas fontes de informação existentes"”.

Se dúvidas houvesse, Wilkomirski seria uma boa prova das dúvidas de Mayer.
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13 comentários:

Anónimo disse...

Então os filmes e as fotografias das camionetas de gás e outras atrocidades terríveis também são falsificadas?

xatoo disse...

Nunca é de mais ver aqui as verdadeiras fotos das “camionetas do gaz” - e constatar que afinal o famoso ziklon era um vulgar insecticida que nem o estuque das paredes dos chuveiros danificava

cris disse...

Este comentário não tem nada a haver com o assunto, mas gostava de saber a sua opinião sobre esta notícia:

05/06/2008 - 22h48
Pentágono demite chefes da Força Aérea por incidentes com armas nucleares

da Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u409419.shtml

Pessoalmente acho muito estranho esta falta de segurança por parte da FA dos EUA.

Anónimo disse...

Infelizmente ainda são muitos aqueles que pretendem negar as evidências do extermínio de judeus (e outras categorias) na imensa máquina de aniquilação nazi.

augustoM disse...

Muita confusão para a minha cabeça, até parece uma conspiração.
Um abraço. Augusto

Diogo disse...

MS e Anónimo - vejam o link do Xatoo e puxem pela cabeça.


Cris – Li o artigo. Ou quiseram afastar dois militares não cooperantes ou preparam-se para detonar uma bomba atómica algures no Ocidente. Quem faz um 11 de Setembro, faz tudo.


Augusto – Eu percebo que isto é paradoxal. Até há um ano atrás também eu não punha o assunto em questão. Mas porquê o tabu?

Claro que os alemães eram capazes de gasear milhares de pessoas. Os portugueses espetaram pregos na cabeça de negros (99% inocentes) que iam buscar aos bairros de Luanda para serem interrogados quando deflagrou a guerra colonial. Em Moçambique os comandos portugueses punham mulheres grávidas em fila para ver quantas conseguiam matar apenas com uma bala. Os «terroristas», em Angola, Moçambique e Guiné decapitavam mulheres e crianças portugueses. Os aliados bombardearam cidades alemãs e japonesas provocando (de cada vez) centenas de milhares de mortos.

Na história e actualmente cometeram-se e cometem-se atrocidades inenarráveis. Todos os povos são capazes de o fazer. Porquê este «silêncio» imposto sobre os judeus? Porque não se discute? Porque não se investiga? Pessoas são presas na Europa por «questionarem»! Porquê?

Porque não há uma investigação como deve ser? Se eu fosse judeu ou alemão gostaria de saber toda a verdade. Mas não se pode questionar. É tabu. Os tribunais não admitem! Os tribunais impõem uma versão histórica. Porquê?

Se se questionar a esfericidade da Terra chamam-nos doidos. Mas se questionarem o «holocausto» as pessoas vão presas! Porquê? Há algo a esconder?

Zorze disse...

Não sendo um revisionista acérrimo, também concordo com a pergunta do Diogo.
Porquê não se investigar a sério ?

Abraço,
Zorze

contradicoes disse...

Meu caro Diogo, o holocausto não representa para mim nenhum tabu. A sua insistente abordagem sobre afirmações e contradições sobre o mesmo veiculadas por diversas personalidades internacionais as quais lhe merecem o seu comentário final com que encerra a abordagem a qual depois desencadeia uma série de comentários uns favoráveis outros nem por isso, alguns dos quais bem fundamentados, permitem-nos concluir de que o referido holocausto não corresponde e está longe de corresponder à realidade em termos de vítimas que do mesmo resultou. Este tema já percebi é-lhe muito caro daí a razão de
insistir na abordagem com vista
ao apuramento da verdade o que julgo não lhe será muito fácil conseguir. Como pessoalmente não me move qualquer simpatia pelo povo judeu, que martiriza os palestinianos a quem usurparam a terra e se arrogam no direito à sua ocupação. Sabendo ainda que por detrás de algumas administrações dos EUA, como é o caso da actual liderada pelo Bush
se encontram personalidades judaicas com enormes responsabilidades na instabilidade mundial, o que reforça a minha antipatia pessoal por este povo,
leva-me a evitar participar na discussão deste tema que afinal
é tão caro ao meu amigo e que encontra sempre no seu painel de comentadores quem como o Xatoo tão bem se documenta para reforçar a tese de que o holocausto que alguns autores escreveram sobre o mesmo não passa dum embuste. Concluindo. A razão da minha não participação na discussão sobre a existência ou não do holocausto e sobretudo na dimensão do número de vítimas que nos andam há muito tentar impingir é apenas e só porque não suporto os judeus que continuam a oprimir e reprimir os palestiniano que insistem em lutar
para reaverem o território que lhes pertence e foi por eles usurpado. Espero sobre esta matéria tê-lo esclarecido e com isso dissipar-lhe qualquer dúvida quanto à minha postura sobre a mesma.Um abraço
Raul

xatoo disse...

caríssimo Raul
é uma pena que não se interesse por aprofundar o caso do holocausto: Porque é mais grave que a manipulação de números em que está a pensar. De facto o holocausto existiu mas foi inventado e levado a cabo pelos próprios judeus. E Hitler, por força das circunstâncias, foi o escolhido para o fazer. Na prática foi o Reich que implementou o Plano Haavara e incentivou a luta armada pela fundação de Israel. Mas cada um de nós, não pode estar à espera que nos venham entregar a verdade numa bandeja: Temos de procurar descobri-la; só assim a assimilamos e compreendemos, ligando os factos e tentando construir uma tese racional.
Ora faça lá uma busca sobre um autor maldito, cujo livro não é possivel encontrar na Alemanha:
Hennecke Kardel

Canal Daniel Simões disse...

Reunião Bilderberg em Washington é notícia no jornal "Sol" referindo os convidados portugueses.

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=96043&tab=community

alf disse...

Eu concordo com o que o Diogo diz: o «holocausto», no máximo, é uma barbaridade como tantas outras: pior fizer os alemães na Rússia; genocídios têm sido muitos.

Apetece-me falar do assunto exactamente por ser proibido - essa proibição é que é inadmissivel!

Uma coisa que egostava de ver investigada / esclarecida: qual era afinal o «grande plano» dos alemães para os judeus?

Se era para os exterminar, não faz sentido - muito mais russos mataram eles nesse tempo, se quisessem exterminar os judeus, te-lo-iam feito.

É preciso não esquecer que os primeiros a perseguir os judeus era o proprio povo alemão,que os denunciava. E denunciava-os para quê? O que é que o povo alemão pretendia?

Para se interpretar os factos é preciso conhecer os motivos e os objectivos. E isso não está claro para mim.

Anónimo disse...

Interessante!...

Leo Gott disse...

Técnicas de negação do Holocausto:
http://holocausto-doc.blogspot.com/search/label/T%C3%A9cnicas%20dos%20negadores%20do%20Holocausto

Poderemos ver o que foi feito com a citação de Arno Mayer e também com os embustes do "revisionista" Fritz Berg