Miguel Sousa Tavares: «Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»
Diário Económico Online/Lusa - 20/05/2008:
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou estimar que o plano de investimento em infra-estruturas para os próximos dez anos vá aumentar o nível de actividade no sector da construção de sete para 11 mil milhões de euros por ano.
(...) Os projectos de investimento em grandes infra-estruturas lançados pelo Governo para os próximos 10 anos ascendem a quase 40 mil milhões de euros.
(...) "Estamos perante uma situação que é urgente mudar radicalmente e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar arduamente, afrontando muitas vezes incompreensões só justificáveis por preconceitos contra o que se tem, inapropriadamente designado por 'política do betão', e por obstáculos só justificáveis por quem põe interesses particulares, nomeadamente politico-partidários, à frente dos interesses do país", afirmou.
Comentário:
Quando um quinto dos portugueses (1,8 milhões) tem emprego precário, quando existem dois milhões de pobres em Portugal, quando se contam por várias centenas de milhares o número de desempregados no nosso país, «os mesmos de sempre» voltam a apostar em «obras» criminosamente inúteis e dispendiosas.
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Diário Económico Online/Lusa - 20/05/2008:
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou estimar que o plano de investimento em infra-estruturas para os próximos dez anos vá aumentar o nível de actividade no sector da construção de sete para 11 mil milhões de euros por ano.
(...) Os projectos de investimento em grandes infra-estruturas lançados pelo Governo para os próximos 10 anos ascendem a quase 40 mil milhões de euros.
(...) "Estamos perante uma situação que é urgente mudar radicalmente e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar arduamente, afrontando muitas vezes incompreensões só justificáveis por preconceitos contra o que se tem, inapropriadamente designado por 'política do betão', e por obstáculos só justificáveis por quem põe interesses particulares, nomeadamente politico-partidários, à frente dos interesses do país", afirmou.
Comentário:
Quando um quinto dos portugueses (1,8 milhões) tem emprego precário, quando existem dois milhões de pobres em Portugal, quando se contam por várias centenas de milhares o número de desempregados no nosso país, «os mesmos de sempre» voltam a apostar em «obras» criminosamente inúteis e dispendiosas.
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14 comentários:
Não será o TGV Lisboa-Porto somente uma forma de financiar os empreiteiros e garantir-lhes a sua parte do orçamento de estado? Para quê construir um TGV para 320 km com paragens e num percurso irregular? O alfa pendular consegue fazer isso quase no mesmo tempo que o TGV.
O problema é que nem toda agente está de acordo com esta análise. Eu estou de acordo com o novo Aeroporto porque os aviões não devem passar por cima da cidade (poluição e perigo de um desastre de grandes proporções, poluição sonora, etc.) mas já sou contra o TGV que acho um perfeito disparate. Tenho amigos que pensam o contrário são pelo TGV (porque os outros têm!!!) e são contra o novo aeroporto. Há os que são contra as duas coisas como tu e o que são pelas duas coisas. De modo que as opiniões não são unânimes contra a opinião do Governo. Uma grande salganhada...
É a continuação "do mais do mesmo". Há que garantir a reeleição em 2009.
Abraço,
Zorze
Pertinente esta abordagem, mas é importante avaliarmos a razão destas megalómanas opções. Durante a governação de Cavaco Silva as redes de auto-estradas foram a rampa de lançamento de Empresas de Obras Públicas e Construção Civil que como se sabe face às sucessivas derrapagens sobre os custos iniciais de cada quilometro de estrada foram absolutamente astronómicos, como aliás sempre acontece cada vez que o Estado lança a concurso Obras de grande dimensão. A desculpa pelo exagerado custo de cada quilómetro apresentada pelos então irresponsáveis governativos liderados por Cavaco Silva foi de que foram necessários construir muitos viadutos que não estavam previstos nos cadernos de encargos que haviam servido de base ao lançamento dos Concursos Públicos. E as empresas do ramo cresceram e enriquecerem as olhos vistos. Como entretanto a teta da CE secou no apoio a este específico investimento as empresas não tiveram outra alternativa senão lançarem-se no especulativo mercado imobiliário que cresceu exponencialmente e continuaram a enriquecer com a ajuda do crédito bancário esse também beneficiário dessa especulação face ao absurdo do custo do metro quadrado. Ora o mercado imobiliário vai entrar em recessão e inevitavelmente as empresas do sector já estão a acusar esse efeito porque terminam as construção dos imóveis em propriedade horizontal mas ficam com eles por vender. Tal como na banca a promiscuidade que existe entre os banqueiros e os governantes e é por demais conhecida, ela não se cinge a este sector do negócio do dinheiro, também envolve este sector que se está a organizar para se lançar nos concursos públicos das obras megalómanas que este Governo faz questão de levar por diante, porque entretanto vamos assistir à acomodação nessas empresas de mais uns destacados militantes do partido. Perante esta realidade que denota uma total falta de vergonha do poder político só nos resta uma alternativa para tentarmos evitar que o País esteja ainda hipotecado quando os nossos netos chegarem à idade adulta. Gritar. Basta. Chega. Nós não consentimos que a promiscuidade
seja institucionalizada desta forma descarada. Um abraço do
Raul
Tudo isto acontece porque o povo deixa...
E o povo deixa porque os governos lhe fazem lavagem cerebral...
E os governos fazem lavagem cerebral porque o povo deixa...
E a lavagem cerebral é tão grande que o povo nem sequer tem consciência que está permitindo, que tem poder para mudar tudo...
Mas o povo está tão alienado, tão dormente que até mesmo maior parte aqueles que possuem a informação sobre o que está realmente a passar-se com a Nova Ordem Mundial, nada mais fazem a não ser escrever, escrever, escrever...
O custo destas obras é muito relativo. No essencial será apenas circulação de dinheiro, se as coisas forem bem feitas, não como foram feitas no passado em que as obras eram a adjudicadas a empresas espanholas que depois subcontratavam empresas portuguesas com a corda na garganta a quem pagavam só um aparte do que recebiam
A nosso sociedade ocidental é uma sociedade baseada no emprego. Tem de inventar trabalho se for preciso. Em vez de por as pessoas a carregar pedras de um lado para o outro, como se fazia antigamente, é preferivel usa-las para construir coisas que podem ter alguma utilidade.
Num pais em que a maioria das pessoas só tem preparação para empregos não qualificados, manter actividade na construção civil parece-me vital.
Mas não sei julgar isto a priori. É preciso fazer um balanço:se não forem estas obras, o que irá suceder? As pessoas que vão trabalhar nisto ficarão a fazer o quê? Qual o reflexo nos encargos com o desemprego? Mais vale pagar obras públicas que subsidios de desemprego.
Manter empregos na construção civil para os emigrantes...
Estamos nas ruas da amargura a assistir sem poder agir.
Ando tão cansada desta miséria que nem me apetece ver noticiários, ler jornais, nem coisa nenhuma.
Boa semana amigo Diogo
Beijos
«Num pais em que a maioria das pessoas só tem preparação para empregos não qualificados, manter actividade na construção civil parece-me vital»
Meu caro Alf, será possível uma resposta tão pobrezinha? Para quem fala de Relatividade?
num futuro não muito remoto, numa sociedade equilibrada, o maior gerador de emprego vai ser demolir as obras públicas de betão desnecessárias que agora se andam a construir.
Por motivos energéticos, metade da construção sem qualidade no Algarve devia ser já demolida de imediato.
Portugal transformou num imenso "prédio Coutinho" o tal lá de Viana do Castelo que, como ninguém mais ouviu falar dele, deverá ser para manter. Só falta o PSD de novo no governo para assinar a manutenção do mamarracho e mais uma jantarada à pala dos empreiteiros lá da terrinha
Cheguei atrasado aos comentários, já disseram quase tudo. Gosto particularmente do comentário do Contradições, ainda que do ponto de vista teórico, o Alf tenha razão, mais vale criar empregos que pagar subsídios de desemprego. No entanto, 40 mil milhões de euros, bem gastos, criavam muitos milhares de postos de trabalho. Não é com obras megalómanas e absolutamente desnecessárias que recuperamos a economia. Para quem um novo aeroporto, se este está tão longe de estar saturado? E um TGV para passear as moscas, será economicamente fiável? Quem pagará no futuro os prejuízos do funcionamento do mesmo?
acho que vou aproveitar a sugestão do Nicolaias de escrever pouco. Chega! -vou sair prá rua e dar um estalo no primeiro bófia que encontrar. então, inté.
O Nicolaias tem razão. Mas este escrever, este falar, vai aumentando a bolha da indignação, da cólera e da revolta. O estoiro já não irá demorar muito.
Indignados'
UHMMM1
Sorry,
Só para informar que, apesar da comunicação social portuguesa nada dizer, o Tratado de Lisboa foi ontem solenemente ratificado pela Inglaterra. Por acaso o mais populoso país da UE e a mais velha democracia representativa...
Lá vão ter de adiar o velório e guardar as coroas funerárias...
Ou então podem enviá-las aos proprietários de terras, ditos agricultores, que se queriam mnifestar em cima dos tractores movidos pela propaganda do PCP e pelo gasóleo subsidiado pelo contribuinte.
Uma coisa parva!
MFerrer
http://homem-ao-mar.blogspot.com
mferrer,
O Tratado de Lisboa foi ontem solenemente ratificado pelo parlamento Inglês, tal como foi feito cá em Portugal. Uma grande vitória para os comissários não eleitos de bruxelas.
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