«War Is a Racket» - A Guerra é uma Fraude é o título de um livro do reformado Major General dos marines americanos. Smedley Darlington Butler, uma das únicas 19 pessoas a ser agraciado duas vezes com a Medalha de Honra, discute de forma aberta como os interesses empresariais beneficiaram comercialmente com a guerra. Em «War Is a Racket», Butler aponta vários exemplos, principalmente da Primeira Guerra Mundial, onde os industriais, cujas operações eram subsidiadas pelo erário público, eram capazes de obter lucros substanciais do sofrimento humano massivo.
O texto completo em inglês AQUI.
[Tadução minha]
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Capítulo I - A Guerra é uma Fraude
A Guerra é uma Fraude. Sempre foi.
É possivelmente a mais antiga, indubitavelmente a mais lucrativa, seguramente a mais cruel. É a única com abrangência internacional. É a única na qual os lucros são calculados em dólares e as perdas em vidas humanas.
Uma fraude é melhor descrita, julgo eu, como algo que não é aquilo que parece para a maioria das pessoas. Só um pequeno grupo de privilegiados sabe do que se trata. É feita para benefício de uns poucos, às custas de muitos. Da guerra, meia dúzia de pessoas conseguem grandes fortunas.
Na [Primeira] Grande Guerra uma mão cheia de pessoas arrecadou os lucros do conflito. Durante a [Primeira] Grande Guerra, surgiram pelo menos 21 mil novos milionários e bilionários. Tal foi o número dos que admitiram esses enormes ganhos sangrentos nas suas declarações de impostos. Quantos mais milionários de guerra falsificaram as suas declarações de impostos? Ninguém sabe.
Quantos destes milionários de guerra carregaram uma arma ao ombro? Quantos deles escavaram uma trincheira? Quantos deles sabem o que significa ir com fome para uma vala infestada de ratos? Quantos deles passaram noites aterrorizados e sem dormir, imersos em bombas, granadas e balas de metralhadora? Quantos deles desviaram um golpe de baioneta desferido por um inimigo? Quantos deles foram feridos ou morreram numa batalha?
Da guerra as nações adquirem territórios adicionais, se forem vitoriosas. Simplesmente tomam-na. Este novo território adquirido é de imediato explorado pelos poucos – exactamente os mesmos que arrecadam os dólares do sangue derramado na guerra. O resto das pessoas paga a factura.
E que factura é esta?
Esta factura representa uma contabilidade horrível. Novas lápides. Corpos deformados. Mentes destruídas. Corações e lares destroçados. Instabilidade económica. Depressão e toda a miséria que a acompanha. Impostos opressivos para gerações e gerações.
Durante muitos anos, como soldado, tive a suspeita de que a guerra era uma fraude; só quando regressei à vida civil é que me apercebi completamente disso. Agora, ao ver juntarem-se as nuvens da guerra internacional, como acontece hoje, devo enfrentá-lo e falar abertamente.
Estão novamente a escolher campos. A França e a Rússia juntaram-se e concordaram ficar do mesmo lado. A Itália e a Hungria apressam-se a fazer um acordo semelhante. A Polónia e a Alemanha lançam-se olhares enternecedores, esquecendo o presente [uma ocasião única] a sua disputa sobre o Corredor Polaco.
O assassínio do Rei Alexandre da Jugoslávia complicou a questão. A Jugoslávia e a Hungria, inimigos ferozes há muito, estão quase a atirar-se ao pescoço um do outro. A Itália estava pronta a entrar na dança. Mas a França estava à espera, tal como a Checoslováquia. Todos estavam de olhos postos na guerra. Não o povo – não os que lutam e pagam e morrem – apenas aqueles que fomentam guerras e ficam em segurança em casa a receber os lucros.
Existem 40 milhões de homens armados no mundo hoje, e os nossos estadistas e diplomatas têm a temeridade de afirmar que a guerra não está em preparação.
Os sinos do Inferno! Estão estes 40 milhões de homens a ser treinados para dançar?
Não em Itália, seguramente. O primeiro-ministro Mussolini explica bem para que é que eles estão a ser treinados. Ele, pelo menos, é suficientemente franco para falar. Ainda no outro dia, o Duce, na "Conciliação Internacional", a revista do Carnegie Endowment for International Peace, afirmou:
"E acima de tudo, o Fascismo, quanto mais toma em consideração e observa o futuro e o desenvolvimento da humanidade, à parte das considerações políticas do momento, não acredita nem na possibilidade nem na utilidade da paz perpétua… Só a guerra eleva à sua máxima tensão toda a energia humana e põe o carimbo da nobreza no povo que tem a coragem de a enfrentar."
Sem dúvida que Mussolini quer dizer exactamente aquilo que disse. O seu exército bem treinado, a sua frota de aviões, e até a sua marinha estão preparados para a guerra – ansiosa por ela, aparentemente. A sua posição recente ao lado da Hungria na última disputa com a Jugoslávia mostram-no. E a mobilização apressada das suas tropas na fronteira austríaca depois de assassinato de Dolfuss, mostram-no também. Existem também outros na Europa cuja ostentação militar pressagia guerra, mais cedo ou mais tarde.
Herr Hitler, com o seu rearmamento da Alemanha e os seus constantes pedidos por mais e mais armas, constitui uma ameaça igual senão maior para a paz. A França aumentou recentemente o tempo de serviço militar da sua juventude de um ano para dezoito meses.
Sim, em todo o lado, as nações estão a preparar as suas armas. Os cães raivosos da Europa estão à solta. No Oriente a manobra é mais habilidosa. Em 1904, quando a Rússia e o Japão estiveram em guerra, expulsámos os nossos velhos amigos russos e apoiámos o Japão. Na altura os nossos muito generosos banqueiros internacionais estavam a financiar o Japão. Hoje, a tendência é incentivar-nos contra o Japão. O que é que a política de abertura em relação à China significa para nós? O nosso comércio com a China é de cerca de 90 milhões de dólares por ano. Ou as Ilhas Filipinas? Gastámos cerca de 600 milhões de dólares nas Filipinas em trinta e três anos e nós (os nossos banqueiros e industriais e especuladores) possuem lá investimentos privados de menos de 200 milhões de dólares.
Portanto, para salvar esse comércio chinês de cerca de 90 milhões, ou para proteger estes investimentos privados inferiores a 200 milhões de dólares nas Filipinas, seremos obrigados a odiar o Japão e ir para a guerra, uma guerra que nos pode perfeitamente custar dezenas de milhares de milhões de dólares, centenas de milhar de vidas americanas, e ainda mais centenas de milhar de homens mutilados e mentalmente desequilibrados.
Claro está, que para estas perdas, haverá um lucro compensador – serão feitas fortunas. Milhões e milhares de milhões de dólares serão acumulados. Por uns poucos. Fabricantes de munições. Banqueiros. Construtores de navios. Donos de fábricas. Embaladores de carne. Especuladores. Eles hão-de sair-se bem.
Sim, estão-se a preparar para uma nova guerra. Porque não o haveriam de fazer? Paga bons dividendos.
Mas o que é que ganham os homens que são mortos? O que é que ganham as suas mães e irmãs, as suas mulheres e as suas queridas? O que é que ganham os seus filhos?
O que é que alguém ganha excepto aqueles poucos para quem a guerra significa grandes lucros?
Sim, e o que é que ganha a nação?
Vejam o nosso caso. Até 1898 não possuíamos nenhum bocado de terra fora do continente da América do Norte. Nessa altura a nossa dívida nacional era um pouco mais de mil milhões de dólares. Então voltámo-nos para a "internacionalização". Esquecemos, pusemos de lado, o conselho do Pai do nosso país. Esquecemos o aviso de George Washington sobre "alianças conflituosas". Fomos para a guerra. Ocupámos território estrangeiro. No fim do período da [Primeira] Guerra Mundial, como resultado directo da nossa participação mínima nos assuntos internacionais, a nossa dívida nacional subiu para mais de 25 mil milhões de dólares. A nossa balança comercial favorável durante o período de vinte e cinco anos era de cerca de 24 mil milhões de dólares. Portanto, numa base puramente contabilista, ficámos um pouco para trás, ano após ano, e esse comércio internacional podia muito bem ter sido nosso sem as guerras.
Teria sido muito mais barato (já para não dizer seguro) para o americano médio, que paga as facturas, ter-se mantido fora das confusões internacionais. Para uns poucos, como o contrabando de bebidas alcoólicas e outras fraudes criminosas, traz lucros interessantes, mas o custo das operações é sempre transferido para o povo – que não lucra.
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É possivelmente a mais antiga, indubitavelmente a mais lucrativa, seguramente a mais cruel. É a única com abrangência internacional. É a única na qual os lucros são calculados em dólares e as perdas em vidas humanas.
Uma fraude é melhor descrita, julgo eu, como algo que não é aquilo que parece para a maioria das pessoas. Só um pequeno grupo de privilegiados sabe do que se trata. É feita para benefício de uns poucos, às custas de muitos. Da guerra, meia dúzia de pessoas conseguem grandes fortunas.
Na [Primeira] Grande Guerra uma mão cheia de pessoas arrecadou os lucros do conflito. Durante a [Primeira] Grande Guerra, surgiram pelo menos 21 mil novos milionários e bilionários. Tal foi o número dos que admitiram esses enormes ganhos sangrentos nas suas declarações de impostos. Quantos mais milionários de guerra falsificaram as suas declarações de impostos? Ninguém sabe.
Quantos destes milionários de guerra carregaram uma arma ao ombro? Quantos deles escavaram uma trincheira? Quantos deles sabem o que significa ir com fome para uma vala infestada de ratos? Quantos deles passaram noites aterrorizados e sem dormir, imersos em bombas, granadas e balas de metralhadora? Quantos deles desviaram um golpe de baioneta desferido por um inimigo? Quantos deles foram feridos ou morreram numa batalha?
Da guerra as nações adquirem territórios adicionais, se forem vitoriosas. Simplesmente tomam-na. Este novo território adquirido é de imediato explorado pelos poucos – exactamente os mesmos que arrecadam os dólares do sangue derramado na guerra. O resto das pessoas paga a factura.
E que factura é esta?
Esta factura representa uma contabilidade horrível. Novas lápides. Corpos deformados. Mentes destruídas. Corações e lares destroçados. Instabilidade económica. Depressão e toda a miséria que a acompanha. Impostos opressivos para gerações e gerações.
Durante muitos anos, como soldado, tive a suspeita de que a guerra era uma fraude; só quando regressei à vida civil é que me apercebi completamente disso. Agora, ao ver juntarem-se as nuvens da guerra internacional, como acontece hoje, devo enfrentá-lo e falar abertamente.
Estão novamente a escolher campos. A França e a Rússia juntaram-se e concordaram ficar do mesmo lado. A Itália e a Hungria apressam-se a fazer um acordo semelhante. A Polónia e a Alemanha lançam-se olhares enternecedores, esquecendo o presente [uma ocasião única] a sua disputa sobre o Corredor Polaco.
O assassínio do Rei Alexandre da Jugoslávia complicou a questão. A Jugoslávia e a Hungria, inimigos ferozes há muito, estão quase a atirar-se ao pescoço um do outro. A Itália estava pronta a entrar na dança. Mas a França estava à espera, tal como a Checoslováquia. Todos estavam de olhos postos na guerra. Não o povo – não os que lutam e pagam e morrem – apenas aqueles que fomentam guerras e ficam em segurança em casa a receber os lucros.
Existem 40 milhões de homens armados no mundo hoje, e os nossos estadistas e diplomatas têm a temeridade de afirmar que a guerra não está em preparação.
Os sinos do Inferno! Estão estes 40 milhões de homens a ser treinados para dançar?
Não em Itália, seguramente. O primeiro-ministro Mussolini explica bem para que é que eles estão a ser treinados. Ele, pelo menos, é suficientemente franco para falar. Ainda no outro dia, o Duce, na "Conciliação Internacional", a revista do Carnegie Endowment for International Peace, afirmou:
"E acima de tudo, o Fascismo, quanto mais toma em consideração e observa o futuro e o desenvolvimento da humanidade, à parte das considerações políticas do momento, não acredita nem na possibilidade nem na utilidade da paz perpétua… Só a guerra eleva à sua máxima tensão toda a energia humana e põe o carimbo da nobreza no povo que tem a coragem de a enfrentar."
Sem dúvida que Mussolini quer dizer exactamente aquilo que disse. O seu exército bem treinado, a sua frota de aviões, e até a sua marinha estão preparados para a guerra – ansiosa por ela, aparentemente. A sua posição recente ao lado da Hungria na última disputa com a Jugoslávia mostram-no. E a mobilização apressada das suas tropas na fronteira austríaca depois de assassinato de Dolfuss, mostram-no também. Existem também outros na Europa cuja ostentação militar pressagia guerra, mais cedo ou mais tarde.
Herr Hitler, com o seu rearmamento da Alemanha e os seus constantes pedidos por mais e mais armas, constitui uma ameaça igual senão maior para a paz. A França aumentou recentemente o tempo de serviço militar da sua juventude de um ano para dezoito meses.
Sim, em todo o lado, as nações estão a preparar as suas armas. Os cães raivosos da Europa estão à solta. No Oriente a manobra é mais habilidosa. Em 1904, quando a Rússia e o Japão estiveram em guerra, expulsámos os nossos velhos amigos russos e apoiámos o Japão. Na altura os nossos muito generosos banqueiros internacionais estavam a financiar o Japão. Hoje, a tendência é incentivar-nos contra o Japão. O que é que a política de abertura em relação à China significa para nós? O nosso comércio com a China é de cerca de 90 milhões de dólares por ano. Ou as Ilhas Filipinas? Gastámos cerca de 600 milhões de dólares nas Filipinas em trinta e três anos e nós (os nossos banqueiros e industriais e especuladores) possuem lá investimentos privados de menos de 200 milhões de dólares.
Portanto, para salvar esse comércio chinês de cerca de 90 milhões, ou para proteger estes investimentos privados inferiores a 200 milhões de dólares nas Filipinas, seremos obrigados a odiar o Japão e ir para a guerra, uma guerra que nos pode perfeitamente custar dezenas de milhares de milhões de dólares, centenas de milhar de vidas americanas, e ainda mais centenas de milhar de homens mutilados e mentalmente desequilibrados.
Claro está, que para estas perdas, haverá um lucro compensador – serão feitas fortunas. Milhões e milhares de milhões de dólares serão acumulados. Por uns poucos. Fabricantes de munições. Banqueiros. Construtores de navios. Donos de fábricas. Embaladores de carne. Especuladores. Eles hão-de sair-se bem.
Sim, estão-se a preparar para uma nova guerra. Porque não o haveriam de fazer? Paga bons dividendos.
Mas o que é que ganham os homens que são mortos? O que é que ganham as suas mães e irmãs, as suas mulheres e as suas queridas? O que é que ganham os seus filhos?
O que é que alguém ganha excepto aqueles poucos para quem a guerra significa grandes lucros?
Sim, e o que é que ganha a nação?
Vejam o nosso caso. Até 1898 não possuíamos nenhum bocado de terra fora do continente da América do Norte. Nessa altura a nossa dívida nacional era um pouco mais de mil milhões de dólares. Então voltámo-nos para a "internacionalização". Esquecemos, pusemos de lado, o conselho do Pai do nosso país. Esquecemos o aviso de George Washington sobre "alianças conflituosas". Fomos para a guerra. Ocupámos território estrangeiro. No fim do período da [Primeira] Guerra Mundial, como resultado directo da nossa participação mínima nos assuntos internacionais, a nossa dívida nacional subiu para mais de 25 mil milhões de dólares. A nossa balança comercial favorável durante o período de vinte e cinco anos era de cerca de 24 mil milhões de dólares. Portanto, numa base puramente contabilista, ficámos um pouco para trás, ano após ano, e esse comércio internacional podia muito bem ter sido nosso sem as guerras.
Teria sido muito mais barato (já para não dizer seguro) para o americano médio, que paga as facturas, ter-se mantido fora das confusões internacionais. Para uns poucos, como o contrabando de bebidas alcoólicas e outras fraudes criminosas, traz lucros interessantes, mas o custo das operações é sempre transferido para o povo – que não lucra.
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15 comentários:
E na Segunda Guerra atingiu-se o excesso impensável, e no entanto a guerra continua a fazer parte do nosso vocabulário imediato...
uma análise demagógica. Aliás, feita por um americano não podia resultar noutra coisa - uma espécie de converseta mole de easy talk Oprah: "olha, já viste como o teu milionário está tão gordinho (sai a tabuleta com a inscrição "risos"),,,
Aquilo que generalissimo bota da tropa Buttler nomeia de "fomos para a internacionalização" chama-se de facto Imperialismo e é um sistema estrutural, que está estudado e fundamentado resultante, como corolário lógico, do capitalismo. Parece que de facto o que rege o mundo é um qualquer bando de pilha galinhas milionários orientados por uns quantos Fagins malvados conspiradores. A palavra "capitalismo" então, salvo erro, está completamente ausente do texto. Alienante e deprimente. De facto não vale a pena perder muito tempo com este defunto agora que já passaram 111 anos sobre a primeira agressão armada dos EUA a outros povos.
Aliás, o marine Buttler ganhou medalhas à pala disso. Serviu-se do sistema e depois encomendou a escrita de um livro a maldizer o sistema. espertalão o magala, hem?
http://en.wikipedia.org/wiki/Smedley_Butler
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Um livro deveras interessante.
Verdade insofismável de que a guerra beneficia poucos em detrimento do desperdício de muitos.
Também os cangalheiros sempre gostaram de guerras.
Abraço,
Zorze
Xatoo, uma análise demagógica? Que diz Buttler?
A guerra sempre teve 3 grandes utilidades políticas - reduzir a população (isto só deixou de ser uma necessidade depois da 2º guerra mundial), unir os povos sob um poder (ainda hoje se continuam a inventar ameaças para que as pessoas aceitem o poder em vez de o contestar sistemáticamente) e, eventualmente, aumentar a extensão do poder.
Não sei como é que o Xatoo consegue associar esta actividade milenar com o «capitalismo», parece a cassete que o imperialismo soviético fornecia para consumo interno.
Quanto aos que enriquecem com a guerra, são os mesmos que enriquecem com a paz, pessoas sem qq escrúpulo ou moral, não têm as mesmas ligações neuronais do comum dos humanos. Conheci alguns. Capazes de fazerem uns esforçozitos para promover a guerra, sem dúvida. E eles andam à nossa volta, espreitando a sua oportunidade com o ar mais inofensivo. São criminosos como os que fazem assaltos à mão armada, só que mais espertos.
Alf: «Quanto aos que enriquecem com a guerra... Conheci alguns. Capazes de fazerem uns esforçozitos para promover a guerra... São criminosos como os que fazem assaltos à mão armada, só que mais espertos.»
Não são não, Alf. São os maiores assassinos que existem à face da terra. A sociedade tem o dever, a obrigação moral, de os exterminar.
Desde que se enxerga a história da humanidade que há ricos e pobres, ou seja, agressores e agredidos. A evolução trouxe-nos ao paradigma actual três mundivisões em confronto: o absolutismo oligárquico (a chamada direita) o liberalismo (o presumivel centro) e o marxismo (a esquerda). A terminologia não é minha, é do historiador de economia David S. Landes, o autor de "A Riqueza e Pobreza das Nações". Todas as outras diversas derivas em volta destas 3 opções fundamentais são embustes (como a 3ª via de Blair "teorizada" pelo Anthony Giddens, não sei se se recordam)
o galardoado magala Buttler faz uma análise de classe. Da dele, ligeira e demagógica, para encher pneus. Mas isto é o tipo de coisas que só o estudo do Marxismo permite conhecer.
Tenham bom proveito com o vosso estrebuchar em torno dos conceitos da idade dos cro-magnon, dos ricos e dos pobres, milionários e vítimas, expertos e parvos, etc
Eu penso que as teorias políticas e sociais, e até religiosas, podem ser válidas num dado momento, mais ou menos extenso, mas a sociedade vai mudando porque as circunstâncias - população, equilíbrios de forças, desenvolvimento tecnológicos, recursos -vão mudando; assim, tal como em Ciência todas as teorias são provisórias, todas estão «erradas» a prazo.
O que é praticamente invariante no meio disto, tanto quanto me apercebo, é a natureza humana.
É por isso que eu busco sempre perceber as coisas à luz do entendimento da natureza humana e não de teorias sobre a sociedade.
Só me interessa uma teoria que seja consequência da natureza humana e, portanto, adaptável às circunstâncias. Uma teoria que é independente das circunstâncias tem pouco interesse para mim. Seja política ou religiosa ou económica.
Também já percebi que os que estão em cima não são diferentes dos que estão em baixo, já dizia o Nostradamus. E que existem diferentes paradigmas de comportamento humano mas nem são muitos nem podem ser cassificados absolutamente de «bons» ou de «maus» - dependem das circunstâncias.
Seria talvez bom que as coisas fossem mais simples, que pudessemos separar o trigo do joio, os bons dos maus, os anjos dos demónios, mas não é nada assim.
O que não impede que em cada momento haja pessoas que actuam contra os interesses dos outros. só que essas pessoas não são extermináveis, são 10 a 15% das pessoas na nossa sociedade segundo a minha reduzida experiência. A única solução é um sistema que esteja preparado para lidar com a realidade da existência dessas pessoas e usar as suas caracteristicas, que podem ser tão perigosas para a humanidade, em favor desta.
Alf
o que "é exterminável" é a estupidez!
a "natureza humana" é a inteligência do Homem se integrar na Natureza. Nada mais que isso. E a actividade económica nada mais é que o trabalho para retirar dela (Natureza) as condições de subsistência que o ser humano necessita. E nenhum homem apenas por si tem condições para o fazer embora as teorias liberais tenham vindo a embebedar muitas cucas semi-ocas, como as abóboras são permeáveis à água. O homem é um animal que só pode subsistir integrado numa comunidade, logo, afirmar que as teorias sociais não prestam é mesmo modus intelitsengia de tubérculo com pernas.
Alf, veja lá se deixa de ser ridiculo, ou de ler o Paulo Coelho ou merdices similares porque senão qualquer nem a luz do sol lhe entra nessa casca que traz no alto do cocuruto
Xatoo
As teorias sociais do passado são elementos para as teorias sociais do futuro
Claro que o homem tem de existir em comunidade!
Mas as teorias de uma geração já não servem à geração seguinte, cada geração tem de criar as suas. Como o Marx fez, por exemplo.
Eu caminho por mim. Você estuda as teorias de outros e escolhe entre elas. Cada um é como é - nem você nem eu podemos ser de outra maneira.
Alf
primeiro diz que "as teorias são provisórias, todas estão erradas a prazo" "porque a sociedade vai mudando"
mas agora já vem dizendo de fininho que "as teorias sociais do passado são elementos para as teorias sociais do futuro" - isto é, dito em linguagem de gente: a sociedade não muda, evolui tal como a História e as consequências objectivas que produz.
Mas você Alf, enche a pança de ar e conclui que no meu disto "você faz o caminho por si" quer dizer, não tem em conta as teorias sociais, não tem em conta as condições históricas, não tem em conta a evolução do sistema estrutural criado e instituido, e conclui que cada geração tem de criar as suas próprias teorias"
O que você Alf quer dizer com o seu "Eu caminho por mim" uma tirada de génese liberal conservadora, é que você é uma barata tonta
Xatoo
A sua argumentação consiste unicamente em usar as palavras fora do contexto para lhes tirar o significado e fazer chalaça.
Xatoo,
"a "natureza humana" é a inteligência do Homem se integrar na Natureza. Nada mais que isso."
Esta afirmação é extremamente redutora da temática da natureza humana.
A inteligência alcançada, por ora, do Homem, na sua forma evolutiva, foi aprimorando a sua capacidade de adaptação, tal como, todos os outros animais que ainda sobrevivem. O ultrapassar dessa fronteira, foi que além de se integrar na Natureza, também a destrói. Tem vistas curtas e seu objectivo é manter o status quo que alcançou e quem não o alcançou luta para atingir o status social. Seja de que forma seja.
Vê por exemplo Durão Barroso, outrora MRPP, hoje presidente da comissão da UE.
Por outro lado quando referes "Mas isto é o tipo de coisas que só o estudo do Marxismo permite conhecer" outra redundância. Marx tem as costas bem grandes. Marx serve para tudo, para sinalizar quem sabe as coisas e quem não sabe.
Marx viveu e teorizou acerca de fenómenos sociais, económicos e financeiros da sua época. Deixou linhas interpretativas para outras gerações melhor entenderem a organização. Tal como outros. Ponto. Hoje têm que ser os que cá estão a fazer o mesmo.
Tal como, Emile Durkheim, o pai da Sociologia.
As mudanças ou evoluções, como lhe queiram chamar, eram brutais na época.
Portanto meu caro, Xatoo, o debate é sempre de algo importante. Todos aprendemos uns com os outros. A razão não é pertença na íntegra de uma única individualidade. Vivemos em comunidade, tal como dizes.
E podes debater sem esse nervosismo um tanto ou quanto psicótico.
Nalgumas coisas até tens razão, noutras não.
Abraço,
Zorze
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Amei _ZORZE !
a unica coisa que eu adicionaria : Xattttto! escolheu este nome para ter mais liberdade em postar chatices.
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