quarta-feira, junho 29, 2011

A censura, a meia-verdade, a mentira, a omissão e a propaganda, explicitamente inscritas no estatuto editorial do Jornal Expresso

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Jornal Expresso - Estatuto Editorial



Lendo-se o que está escrito no novo estatuto editorial do Expresso, chama a atenção o ponto 7:

7 - O Expresso sabe, também, que em casos muito excepcionais, há notícias que mereciam ser publicadas em lugar de destaque, mas que não devem ser referidas, não por auto-censura ou censura interna, mas porque a sua divulgação seria eventualmente nociva ao interesse nacional. O jornal reserva-se, como é óbvio, o direito de definir, caso a caso, a aplicação deste critério.


Manuel António Pina - Jornal de Notícias [28.06.2011]

«Chegou, pois, a altura de um jornal declarar, sem rebuço, que não publicará notícias "que mereciam ser publicadas em lugar de destaque" se entender que a sua divulgação pode "eventualmente" ser "nociva ao interesse nacional". O jornal ponderará, caso a caso, o "interesse nacional" das notícias, mas algo fica, desde já, claro: para esse jornal, a verdade factual deixou de ter por si só, mesmo dentro da lei, "interesse nacional"; e mais: o jornal passará a substituir-se ao poder político e a definir o que é, ou não, de "interesse nacional", podendo decidir não dar a conhecer verdades se as achar inconvenientes ou inoportunas. A bem da Nação.»

«Se ainda havia algum pudor, deixou de haver: um jornal assume às claras que se rege por critérios de oportunidade (políticos por excelência) e não exclusivamente por critérios jornalísticos.»


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Mário Soares acerca dos Media no Programa "Prós e Contras" [27.04.2009]:

Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas

Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é

Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]


Comentário

Ficamos deste modo a saber que os grupos económicos (dos quais, os mais poderosos são incomparavelmente os Bancos), não apenas trazem o cidadão deste país dependente pelo capital, mas, afronta derradeira, pelas voz dos seus jornais e televisões - que censuram, expressam meias-verdades, omitem, mentem e propagandeiam - ordenam ao português o que há-de pensar, o que há-de fazer, como se há-de governar e os montantes de dívidas e juros que vai ter de pagar!
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7 comentários:

Paulo disse...

Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade e a estratégia da comunicação social irá ser a de continuar a mentir, mentir, mentir escandalosamente ...

simon disse...

Mas que lhe quer, ó mano, que o Balsamamão deixe de ser, como os seus capangas, os salazaristas de antanho e então?!

Joaquim de Portugal disse...

O Sr. Balsemão é, segundo dizem, patrão do Expresso...
O Sr. Balsemão é, segundo dizem, membro activo do grupo Bilderberg...
O grupo Bilderberg é, segundo dizem, promotor activo do Governo Mundial...
O Governo Mundial é, segundo dizem, contrário aos interesses nacionais...

Será que o Expresso se passou para o lado da contra revolução das nações?

Vá lá entender-se isto!?

Canal Daniel Simões disse...

Claro que não, Joaquim: o "bem da nação" é o bem da nação globalizada, não da nação nacionalizada e patriótica.

Diogo,
se não se oposer vou colar este seu trabalho lá no meu blogue com as devidas referências.

Bem haja!

kamarada Spartakus disse...

é um estatuto pelo menos tão radical como as medidas extraordinárias que este governo se prepara para implementar...

Zorze disse...

E isso já acontece à tanto tempo... com o passar dos tempos, cada vez mais concentrado.
Por outro lado, esperemos pela tele-novela da privatização da RTP!
Vão cair muitas fichas...

Abraço.

Anónimo disse...

NNua palavra:CENSURA.