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sexta-feira, janeiro 23, 2009

O embuste da «Crise Financeira» – os credores dos bancos evaporaram-se?



Por Michel Chossudovsky

Onde é que se meteram os Credores dos Bancos?

Diz-se que as maiores instituições financeiras estão numa situação confusa, endividadas a credores não identificados. Desde o desencadear do colapso financeiro, a identidade dos credores dos bancos permanece um mistério.

Ao longo dos anos, o establishment financeiro estabeleceu hedge funds privados registados em nome de indivíduos ricos. Grandes quantidades de riqueza foram transferidas de grandes instituições financeiras para estes hedge funds privados, os quais, em grande medida, escapam à regulamentação governamental.

Por que é que os bancos estão endividados? A quem? Serão eles as vítimas ou os receptores? Serão eles os devedores ou os credores?

Os maiores bancos da América têm, ao longo dos anos, filtrado parte dos seus lucros excedentários para vários dispositivos financeiros susbtitutos: hedge funds, contas registadas em paraísos bancários, offshores seguros nos trópicos, etc.

Enquanto estas transferências de milhares de milhões de dólares são efectuadas electronicamente de uma entidade financeira para outra, a identidade dos credores nunca é mencionada. Quem está a recolher estas dívidas multi-bilionárias, as quais são, em grande parte, consequência da manipulação financeira?

O colapso dos valores de mercado das acções dos bancos foi, com toda a probabilidade, conhecido antecipadamente. Os bancos já mudaram o seu saque para um paraíso financeiro seguro.

Os bancos continuam a navegar em águas «revoltas» depois de terem recebido centenas de milhares de milhões de dólares de dinheiro de socorro financeiro.

Para onde é que o dinheiro do socorro financeiro está a ir? Quem é que se está a aproveitar dos muitos milhares de milhões de dólares de dinheiro de ajuda do governo? Este processo está a contribuir para uma concentração de riqueza privada sem precedentes.

A imprensa financeira reconhece a existência de milhares de milhões de dólares de "dívida interbancária". Mas nem uma palavra é mencionada acerca dos credores.

Para todo o devedor há um credor. Não será este o dinheiro que as elites financeiras devem a si mesmas?

Quem quer que possua estes biliões acabará por transformá-los em algo tangível. Esses senhores transformarão a sua enorme riqueza de papel na aquisição de activos bem reais.


O acordar do dia seguinte:

E após as esperanças e as promessas da tomada de posse presidencial do Presidente Obama, os americanos da classe média, que investiram em acções "seguras" dos bancos, perceberão que parte das poupanças de toda uma vida foi mais uma vez confiscada.


quarta-feira, setembro 10, 2008

O valor da (des)informação no Expresso

O valor da informação

A informação deve estar associada a um valor social, ou simplesmente valer por si mesma? A questão, que parece académica, tem, nestes dias, especial pertinência


A revista francesa ‘Paris Match’ chocou parte da opinião pública do seu país com uma reportagem que quase todos os jornalistas considerariam, «a priori», um grande «scoop»: entrevistou os guerrilheiros talibãs que há cerca de três semanas mataram, numa emboscada, 10 soldados franceses, além de ferir 21. Os guerrilheiros, que se deixaram fotografar com os rostos encobertos por lenços, nas fotos das páginas da revista vestem fardas dos soldados mortos e ostentam objectos pessoais dos militares assassinados.

Naturalmente, as famílias dos soldados mortos reagiram emotivamente. E o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, disse qualquer coisa como ‘é na retaguarda que a guerra corre pior, pois é aí que órgãos de comunicação promovem os nossos inimigos’.

A questão é pertinente. Até à guerra do Vietname, onde havia batalhas, existia censura militar. Hoje, embora ela continue infelizmente a existir sob certas condições, é praticamente impossível fazê-la. E isso, sendo óptimo, deve obrigar a uma responsabilidade acrescida para a informação.

A guerra deixou de ser um clássico embate de exércitos. Agora, as batalhas ganham-se e perdem-se na opinião pública, na frente da comunicação.

Assim sendo, não pode a comunicação social continuar a agir como se não fosse ela própria arma de guerra. Os mesmos motivos éticos que levaram - com bons resultados - a que não fossem relatados raptos em certos países da América Latina, justamente para não os incentivar, deverão levar os editores dos órgãos de comunicação a pensar maduramente no modo de enfrentar as realidades modernas da guerra.

O valor da comunicação livre é inestimável, mas não pode ser infinito. Como para tudo, há que criar regras.



O Editor do Expresso não poderia estar mais de acordo com o Professor canadiano Michel Chossudovsky: «a comunicação social é ela própria uma arma de guerra».

Texto de Michel Chossudovsky, professor de Economia na Universidade de Ottawa:

Os arquitectos militares do Pentágono estão perfeitamente conscientes do papel central da propaganda de guerra. Engendrada pelo Pentágono, pelo Departamento de Estado e pela CIA, já foi lançada uma Campanha de medo e desinformação [fear and disinformation campaign (FDC)] . A distorção grosseira da verdade e a manipulação sistemática de todas as fontes de informação constituem uma parte integral da estratégia de guerra. Em consequência do 11 de Setembro, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld criou o Gabinete de Influência Estratégia [Office of Strategic Influence (OSI)] , ou Gabinete de Desinformação" ["Office of Desinformation"] como foi rotulado pelos seus críticos:

"O Departamento da Defesa afirmou ter necessidade de fazer isso, e estavam realmente a caminho de espalhar histórias falsas em países estrangeiros — num esforço para influenciar a opinião pública por todo o mundo. (Entrevista com Steve Adubato, Fox News, 26 Dezembro de 2002.)

Para sustentar a agenda de guerra, estas "realidades fabricadas", canalizadas numa base diária para o interior das cadeias noticiosas devem tornar-se verdades indeléveis, tornando-se parte de um vasto consenso político e dos meios de comunicação. Desta forma, os media corporativos - embora actuando independentemente do aparelho militar de informações - são um instrumento desta evolução totalitária do regime.

Trabalhando em ligação com o Pentágono, Charlotte Beers, uma figura poderosa na indústria da publicidade, foi nomeado para chefe da unidade de propaganda do Departamento de Estado logo após o 11 de Setembro. O seu mandato é "para actuar contra o anti-americanismo no exterior" (Sunday Times, Londres 5 de Janeiro de 2003). O seu gabinete no Departamento de Estado destina-se a:

"assegurar que a diplomacia pública (cativar, informar e influenciar audiências públicas internacionais) seja praticada em harmonia com os negócios públicos (estendendo-se a americanos) e com a diplomacia tradicional para promover os interesses e a segurança dos EUA e proporcionar a base moral para a liderança americana no mundo".

A componente mais poderosa da Campanha de Medo e Desinformação (FDI) pertence à CIA, a qual secretamente subsidia autores, jornalistas e críticos por intermédio de uma rede de fundações privadas e organizações patrocinadas pela CIA.

A desinformação é rotineiramente "espalhada" pelos operacionais da CIA nas redacções do principais diários, revistas e canais de TV. Firmas de relações públicas externas são frequentemente utilizadas para criar "falsas histórias". Isso foi cuidadosamente documentado por Chaim Kupferbert em relação aos acontecimentos do 11 de Setembro.

Iniciativas de desinformação encoberta, sob os auspícios da CIA, também são canalizadas através de vários "procuradores" de informação noutros países. Desde o 11 de Setembro essas iniciativas resultaram numa disseminação diária de informação falsa referente a alegados "ataques terroristas".


Comentário:

Basta passar os olhos pelos artigos semanais do Monjardino, do Cutileiro, do Espada, do Coutinho, do Monteiro e de outros para concordarmos imediatamente com o editor de Expresso e com Chossudovsky: «a comunicação social, Jornal Expresso incluído, é ela própria uma arma de guerra». E é esta perspectiva que os leitores do jornal nunca devem perder de vista. Estas armas de guerra vomitam interminavelmente propaganda, desinformação, mentira, manipulação, medo e ódio.

O Paris Match ao entrevistar e mostrar as fotos dos talibãs que mataram, numa emboscada, 10 soldados franceses e os fotografaram com as fardas e com os objectos pessoais dos soldados mortos, pretende unicamente incitar o cólera da população francesa para a tornar mais maleável a uma maior intervenção militar da França e a uma cooperação mais estreita com o governo americano no envio de mais tropas para o Afeganistão (Obama Quer Mais Tropas no Afeganistão).

A manipulação mediática começa a ser tão transparente…
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terça-feira, agosto 12, 2008

Geórgia - A América pretende confrontar a Rússia?

Texto de Michel Chossudovsky - 10/8/2008

(Tradução minha)

Durante a noite de 7 de Agosto de 2008, coincidindo com a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o presidente da Georgia Saakashvili ordenou um ataque em força a Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul.

O bombardeamento aéreo e os ataques no terreno foram em grande parte direccionados contra alvos civis incluindo áreas residenciais, hospitais e a Universidade. A capital provincial Tskhinvali foi destruída. Os ataques resultaram em cerca de 1500 mortos civis, de acordo com fontes russas e ocidentais. “Os bombardeamentos aéreos e de artilharia deixaram a capital sem água, comida, electricidade e gás. Civis aterrorizados rastejaram das caves para as ruas à medida que os combates diminuíam, à procura de mantimentos.” (AP, 9 de Agosto de 2008). De acordo com algumas notícias, cerca de 34,000 pessoas de Ossétia do Sul fugiram para a Rússia. (Deseret Morning News, Salt Lake City, August 10, 2008).

A importância e o timing desta operação militar deve ser analisada cuidadosamente. Tem enormes implicações.

A Geórgia é posto fronteiriço das forças dos Estados Unidos e da NATO, na fronteira da Federação Russa e nas proximidades dos teatros de guerra da Ásia Central e do Médio oriente. A Ossétia do Sul está também no cruzamento de pipelines estratégicos de petróleo e de gás.

A Geórgia não age militarmente sem a aprovação de Washington. O chefe do governo georgiano é um funcionário dos EUA e a Geórgia é na realidade um protectorado dos Estados Unidos.

Que está por trás do plano militar? Que interesses se escondem? Qual é o objectivo da operação militar?

Há provas de que os ataques foram cuidadosamente coordenados pelos militares americanos e pela NATO.

Moscovo acusou a NATO de “encorajar a Geórgia”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo, Sergey Lavrov, sublinhou os impactos destabilizadores de ajuda militar estrangeira à Geórgia:
“Tudo confirma os nossos numerosos avisos dirigidos à comunidade internacional de que era necessário prestar atenção à enorme compra de armas pela Geórgia durante vários anos. Agora vemos como estas armas e tropas especiais georgianas que foram treinadas por especialistas estrangeiros estão a ser usadas”. .(Moscow accuses NATO of having "encouraged Georgia" to attack South Ossetia, Russia Today, August 9, 2008) .


O enviado de Moscovo à NATO, Dmitry Rogozin, enviou uma nota oficial a todos os representantes de todos os países membros da NATO:

“A Rússia já começou consultas com embaixadores dos países da NATO e consultas com representantes militares da NATO terá lugar amanhã,” disse Rogozin. “Vamos avisá-los contra continuarem a apoiar Saakashvili.”

“ Trata-se abertamente de uma agressão acompanhada por propaganda de guerra massiva”, disse Rogozin.

De acordo com Rogozin, a Geórgia tinha planeado inicialmente:

“Iniciar acções militares contra a Abecásia, contudo, a região fortificada da Abcásia revelou-se inacessível para as formações armadas da Geórgia, e portanto foi escolhida uma táctica diferente contra a Ossétia do Sul, que é territorialmente mais acessível.” O enviado russo não tem dúvidas de que Mikheil Saakashvili combinou estas acções com “patrocinadores”, com os quais ele está a negociar a adesão à NATO da Geórgia. (RIA Novosti, 8 de Agosto de 2008).

Contrariamente ao que está a ser comunicado pelos media ocidentais, os ataques foram antecipados por Moscovo. Os ataques foram programados para coincidir com a abertura dos Jogos Olímpicos, em grande parte para evitar a cobertura mediática das operações militares georgianas.

A 7 de Agosto, as forças russas estavam em elevado estado de alerta. O contra-ataque foi levado a cabo com rapidez.

Pára-quedistas russos foram enviados das divisões aerotransportadas Ivanovo, Moscovo e Pskov. Tanques, veículos blindados e vários milhares de tropas de infantaria colocados em posição. Os ataques aéreos russos alvejaram instalações militares dentro da Geórgia incluindo a base militar de Gori.

O ataque militar georgiano foi repelido com uma demonstração de força massiva por parte dos militares russos.


Acto de Provocação?

Os planeadores militares e serviços de inteligência dos EUA-NATO examinam invariavelmente vários cenários de uma proposta operação militar – neste caso, um ataque limitado georgiano em grande parte direccionado contra alvos civis, com o objectivo de infligir baixas civis.

O teste de cenários é uma prática rotineira. Possuindo capacidades militares limitadas, uma vitória da Geórgia e a ocupação da cidade de Tskhinvali, era uma impossibilidade logo à partida. E isto era conhecido e compreendido pelos estrategas militares dos EUA-NATO:

Um desastre humanitário em vez de uma vitória militar era uma parte integral deste cenário. O objectivo era destruir a capital provincial, infligindo igualmente uma significante perda de vidas humanas.

Se o objectivo era recuperar o controlo político do governo provincial, a operação seria levada a cabo de uma forma completamente diferente, com forças especiais a ocupar edifícios públicos chave, redes de comunicações e instituições provinciais, em vez de lançar raides bombistas contra áreas residenciais, hospitais, já para não falar da Universidade de Tskhinvali.


A resposta russa era inteiramente previsível

A Geórgia foi encorajada pela NATO e pelos Estados Unidos. Tanto em Washington como no quartel general da NATO em Bruxelas estavam bem cientes no caso de um contra-ataque russo.

A questão que se coloca é: tratou-se de uma provocação deliberada com o objectivo de despoletar uma resposta militar russa e puxar os russos para um confronto militar mais alargado com a Geórgia (e os seus aliados) que poderia potenciar uma guerra em larga escala?

A Geórgia possui o terceiro maior contingente das forças da coligação no Iraque a seguir às americanas e às britânicas, com cerca de 2000 homens. De acordo com relatórios, as tropas georgianas no Iraque estão agora a ser repatriadas em aviões militares americanos, para combater as forças russas. (See Debka.com, August 10, 2008)

A decisão Americana de repatriar as tropas georgianas sugere que Washington está apostado numa escalada do conflito, no qual as tropas georgianas serão usadas como carne para canhão contra forças russas massivas.


EUA-NATO e Israel envolvidos no planeamento dos ataques

Em meados de Julho, tropas georgianas e americanas levaram a cabo um exercício militar conjunto denominado “Resposta Imediata” [Immediate Response] envolvendo respectivamente 1,200 tropas americanas e 800 georgianas.

O anúncio pelo ministro da defesa georgiano a 12 de Julho confirmou que as tropas americanas e georgianas estavam em treino durante três semanas na base militar Vaziani perto da capital da Geórgia, Tiblissi. (AP, July 15, 2008). Estes exercícios, que terminaram apenas uma semana antes dos ataque de 7 de Agosto, foram um óbvio ensaio da operação militar, a qual, com toda a probabilidade, foi planeada em estreita cooperação com o Pentágono.

A guerra na Ossétia do Sul não foi feita para ser ganha, para restaurar a soberania georgiana sobre a Ossétia do Sul. Esta guerra teve como objectivo a desestabilização da região e ao mesmo tempo despoletar um confronto EUA-NATO com a Rússia.

A 12 de Julho, coincidindo com o começo dos jogos de guerra Geórgia-EUA, o ministro da defesa russo dei início às suas próprias manobras militares na região do Norte do Cáucaso. Tiblissi e Moscovo fizeram as declarações habituais: os exercício militares nada tinham a ver com a situação da Ossétia do Sul.

Não tenhamos ilusões. Não existe uma guerra civil. Os ataque fazem parte integral de uma muito maior guerra que abrange o Médio oriente e a Ásia Central, incluindo os preparativos de guerra dos EUA-NATO-Israel em relação ao Irão.


O papel dos conselheiros militares israelitas

Enquanto os conselheiros dos EUA e da NATO não participaram na operação em si mesma, estiveram activamente envolvidos no planeamento e na logística dos ataques. Segundo fontes israelitas (Debka.com, August 8, 2008), o assalto por terra de 7-8 de Agosto, com a utilização de tanques e artilharia foi ajudada por conselheiros militares israelitas. Israel também forneceu à Geórgia Hermes-450 e veículos aéreos não tripulados Skylark, que foram utilizados nas semanas que precederam os ataques de 7 de Agosto.

A Geórgia também adquiriu, segundo um relatório no Rezonansi (August 6, in Georgian, BBC translation) algumas armas poderosas através da actualização de aviões SU-25 e sistemas de artilharia em Israel. Segundo o Haaretz (August 10, 2008), os israelitas estiveram muito activos na modernização militar e em informações de segurança na Geórgia.

As forças russas estão agora a lutar directamente com o exército georgiano treinado pelos EUA-NATO e integrado por conselheiros americanos e israelitas. E os aviões de guerra russos atacaram a fábrica de motores a jacto militares nas proximidades de Tiblissi, que fabricam as actualizações do caça SU-25, com suporte técnico de Israel. (CTV.ca, August 10, 2008)

Quando observado pelo prisma de um contexto maior na guerra da Médio Oriente, a crise na Ossétia do Sul pode levar a uma escalada, incluindo um confronto directo entre a Rússia e as forças da NATO. Se isto vier a acontecer, poderemos estar em face da mas séria crise nas relações EUA-Rússia desde a crise dos mísseis cubanos em Outubro de 1962.


A relação com Israel

Israel é hoje parte do eixo militar Anglo-Americano, que serve os interesses dos gigantes do petróleo ocidentais no Médio Oriente e na Ásia Central.

Israel é parceiro no pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan que transporta petróleo e gás para Mediterrâneo Oriental. Mais de 20% do petróleo israelita é importado do Azerbeijão, do qual uma larga fatia vem pelo pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan (BTC). Controlado pela British Petroleum, o pipeline BTC alterou dramaticamente as geopolíticas do Mediterrâneo Oriental e do Cáucaso.

O pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan altera consideravelmente o status dos países da região e fortalece uma nova aliança pró-ocidental. Tendo levado o pipeline para o mediterrâneo, Washington criou praticamente um novo bloco com o Azerbeijão, a Geórgia, A Turquia e Israel , " (Komerzant, Moscow, 14 July 2006).

Enquanto os relatórios oficiais afirmam que o pipeline Baku-Tiblissi-Ceyhan canalizará petróleo para os mercados ocidentais, o que é raramente reconhecido é que parte do petróleo do mar Cáspio será canalizado directamente para Israel, via Geórgia. A este respeito, um pipeline Israelo-Turco já foi previsto que ligará Ceyhan ao porto israelita de Ashkelon e daí através de Israel para o Mar vermelho.

O objectivo de Israel é não só adquirir petróleo do Mar Cáspio para consumo próprio mas também jogar um papel chave na reexportação do petróleo do Mar Cáspio para os mercados asiáticos através do porto de Eilat no mar vermelho. As implicações estratégicas para este redireccionamento do petróleo do Mar Cáspio são enormes.


A resposta Russa

Em resposta aos ataques, forças russa intervieram com tropas terrestres convencionais. Tanques e veículos blindados foram enviados. A força aérea russa também se envolveu em contra-ataques contra posições militares georgianas incluindo a base militar de Gori.

Os meios de comunicação ocidentais descreveram a Rússia como a única responsável pela morte de civis, ao mesmo tempo que os media ocidentais tomavam conhecimento (confirmado pela BBC) que a maior parte das baixas foram resultados dos ataques aéreos e terrestres georgianos.

Baseada em fontes russas e ocidentais, as estimativas iniciais de mortos na Ossétia do Sul apontavam para pelo menos 1,400 (BBC) a maior parte civis. “O número de mortos georgianos andará entre os 82, incluindo 37 civis, e os 130 mortos… Um ataque aéreo russo a Gori, uma cidade georgiana próximo da Ossétia do Sul, fez 60 mortos, muitos deles civis, segundo fontes oficiais da Geórgia. (BBC, August 9, 2008). Fontes russas calculam em 2000 o número de civis mortos na Ossétia do Sul.

Um processo de escalada e confontação entre a Rússia e a América está em marcha, uma reminiscência da Guerra Fria.

Estaremos a assistir a um acto de provocação, com vista a despoletar um conflito mais vasto? Apoiados pela propaganda dos media, a Aliança militar ocidental pretende usar este incidente para confrontar a Rússia, tal como ficou provado pelas recentes declarações da NATO?
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segunda-feira, maio 05, 2008

SIC Notícias – a Al-Qaeda é uma invenção da CIA, criada para permitir o controlo do petróleo do Médio Oriente pelos EUA

SIC: Professor Chossudovsky, o senhor publicou um livro onde diz que o terrorismo islâmico beneficia a agenda de Washington. O que quer dizer com isso?

Chossudovsky: O que eu quero dizer é que esta guerra não foi realizada para lutar contra o terrorismo islâmico. Trouxe a Washington objectivos económicos estratégicos, que são, essencialmente, o controlo das reservas petrolíferas do Médio Oriente e da Ásia Central que perfazem 70% das reservas petrolíferas mundiais actuais.


SIC: No mesmo livro diz que a guerra contra o terrorismo é uma mentira. O que significa isso?

Chossudovsky: A noção de um inimigo externo, que é usada para justificar a guerra contra o terrorismo deve ser entendida com a possibilidade desse "inimigo externo" ser uma criação da CIA. É uma criação da Administração americana, não há qualquer inimigo externo.