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quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Covid-19 - Sobre a lavagem cerebral que os Media nos têm injetado ininterruptamente há quase um ano

O falecido Mário Soares, pessoa por quem eu nutria simpatia nenhuma, era um indivíduo que sabia bem como funcionam os meios de comunicação. Em 27/04/2009, o ex-presidente afirmou no programa Prós e Contras: «Toda a comunicação social está concentrada nas mãos de meia dúzia de grupos económicos». Isto diz-nos tudo sobre as “verdades” que nos são marteladas incessantemente por jornalistas e comentadores…

                

Mário Soares: [...] E realmente isso mostra que há aí um conúbio... nem é com os jornalistas em si, mas com os diretores. Uma das coisas que sucedeu é que formar um jornal, que era fácil logo a seguir ao 25 de Abril, não era difícil, formava-se um jornal, quatro jornalistas e tal, o papel, tudo aquilo era fácil de conseguir. Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas

Fátima Campos Ferreira: Grupos económicos, é? 

Mário Soares: Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas exceções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir. 

Fátima Campos Ferreira: Sr. Dr., mas então onde fica aí a liberdade de expressão? 

Mário Soares: Fica mal, como nós sabemos. Evidentemente que os jornais e os jornalistas e mesmo as televisões têm o cuidado de pôr umas florzinhas para um artigo ou outro. Uma vinda à televisão ou outra, etc., para disfarçar um pouco as coisas, mas não é isso o normal. Se a senhora se der ao trabalho, como eu tenho feito, de apreciar o que é, de uma maneira objetiva e isenta, a comunicação social, e como todos se repetem, ou quase todos os grupos se repetem a dizer as mesmas coisas, uns piores que outros, outros melhores, outros mais... mas todos se repetem, incluindo a televisão oficial, bem, a senhora perceberá...

segunda-feira, janeiro 25, 2016

A propaganda da caixinha mágica é a grande vencedora das Eleições Presidenciais 2016




Os dois grandes vencedores destas Eleições Presidenciais 2016 foram indubitavelmente os candidatos que tiveram mais presença no pequeno ecrã – duas estrelas televisivas:


1 - Marcelo Rebelo de Sousa, também conhecido por «Picareta Falante», «Catavento» ou «Uma no Cravo, Outra na Ferradura», obteve 51,99% dos votos, mais 29,09% do que o segundo classificado – o candidato do PS, Sampaio da Nóvoa – e conseguindo a maioria absoluta à primeira volta.

Marcelo Rebelo de Sousa ganhou notoriedade no comentário político na televisão, colaborando no Jornal Nacional da TVI (2000-2004), com As Escolhas de Marcelo, na RTP1 (2005-2010), e novamente na TVI (2010-2015). Total = 14 anos de tempo de antena.


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2 - Vitorino Silva, popularmente conhecido como Tino de Rans, obteve 3,29% dos votos, menos 0,66% que o candidato do PCP, Edgar Silva.

Em 2001, Tino de Rans participou no programa de entretenimento da SIC - Noites Marcianas e em 2005 no reality-show da TVI - Quinta das Celebridades. Em 2013 regressou à televisão, participando no reality-show - Big Brother VIP, exibido pela TVI.

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if You don't appear on TV, You don't exist!

quinta-feira, dezembro 20, 2012

José Gomes Ferreira, subdiretor da informação da SIC (principal canal de propaganda da Alta Finança), está a ser elevado à categoria de novo herói nacional contra a corrupção política


O jovem e mediático José Gomes Ferreira, subdiretor da informação da SIC, é a nova coqueluche mediática fabricada pelo Grande Dinheiro para "combater" a corrupção, cujo principal beneficiário é precisamente o Grande Dinheiro. O povoléu, simultaneamente fascinado e atemorizado pela coragem do jovem paladino, grita em desespero:

"Apoiemos a investigação de José Gomes Ferreira! Depressa, antes que matem o nosso menino!"



O propagandista José Gomes Ferreira acompanhado do seu alter-ego a soldo


O povoléu, de curta memória, esquece uma lição que nalguns países já tem centenas de anos:

Em qualquer «Democracia» os dois partidos do «Arco da Governação», que se sucedem ininterruptamente no Poder, não passam de um único partido que obedece exclusivamente ao Grande Dinheiro.


A fraude dos dois partidos que não passam, afinal, de um só
The Establishment's Two-Party Scam


Chris Gupta: Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.


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Quem me chamou a atenção para esta corajosa entrevista de José Gomes Ferreira, lembrou, oportunamente, que: «é nestes momentos que se vê a diferença entre os fala-baratos de café, Blogues e FaceBook, e os que querem agir com bases e POSSIBILIDADES concretas».

Ora, é precisamente para isso que servem os fala-baratos dos Blogues e do FaceBook, para disponibilizarem informação que é omitida, truncada e enviesada nos jornais e telejornais...

Só que, infortunadamente,  José Ferreira Gomes age como o branqueador do atual governo PSD, atirando todas as culpas da atual situação para o governo anterior de Sócrates (um biltre que, juntamente com Passos Coelho, deviam ser enforcados). Não devemos levar a mal o José. É pago para isso mesmo. Será devidamente justiçado a seu tempo.


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José Gomes Ferreira, na SIC, antes e depois das eleições legislativas de 2011 (na passagem de Sócrates para Coelho):

• Em 31 de Março: 'O pior é que os investidores, que têm o dinheiro em Singapura, em Hong-Kong e nos outros países onde há dinheiro para investir, eles sabem disto. E, portanto, estes ratings dos bancos e da nossa dívida que estão todos os dias a cair, refletem o quê? O conhecimento dos investidores desta realidade. E nós, cidadãos portugueses, andamos aqui a enganarmo-nos. Acho que já chega.'

• Em 6 de julho: '(...) só os ingénuos acreditam que esta descida do ratings da Moody’s em quatro pontos tem a ver com critérios puramente técnicos. Só os ingénuos acreditam.'


E no programa «Querida Júlia», José Gomes Ferreira defende corajosamente as atuais medidas de austeridade impostas por Passos Coelho.

sábado, março 12, 2011

Manifestação da Geração à Rasca - o blackout total levado a cabo pelas televisões portuguesas

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O protesto da «Geração à Rasca» arrancou hoje, 12.03.2011, às 15 horas em 11 cidades portuguesas e em oito outras cidades europeias:


Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas, esta tarde, contra a precariedade laboral, iniciativa organizada pelo movimento Geração à Rasca. Ainda não há números oficiais, mas a estimativa dos organizadores aponta para 200 a 300 mil pessoas em Lisboa e cerca de 80 mil no Porto.

Pessoas com idades entre os 15 e os 55 anos juntaram-se ao protesto, deitando por terra a ideia de que seria apenas uma manifestação de jovens precários. Entre actores, jornalistas, cantores, pessoas de variados campos profissionais compõem a manifestação.

o ex-candidato presidencial José Manuel Coelho esteve presente na Marcha. Em declarações à RTP, o madeirense disse que «o povo tem que se unir» e chamou o primeiro-ministro, José Sócrates, de «traidor» e de o Miguel Vasconcelos dos novos tempos, lembrando que «há 300 anos o povo uniu-se contra Miguel Vasconcelos que quis entregar os portugueses aos espanhóis». Para José Manuel Coelho, Sócrates «traiu a pátria» e está «subserviente aos interesses estrangeiros», nomeadamente aos da «feiticeira Merkel».


E no dia (e à hora) em que aconteceu uma das maiores manifestações de sempre neste país contra a putrefacção da classe política, as televisões portuguesas de canal aberto transmitiam (por volta das 18:15) o seguinte:

RTP1 - Portugal No Coração - Especial Rei Do Acordeão




RTP2 - Desporto 2 - Euro 2012 - jogo de qualificação




SIC - Filme «Basta!»




TVI - Liga Zon Sagres - Rio Ave x Sporting


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quinta-feira, junho 25, 2009

Ao contrário da Aritmética, cujos números continuam a descer, o ensino de História Contemporânea está em crescendo



Comentário:

Uma pequena piada a alguns amigos meus que, em relação a determinados episódios da história recente, se limitam a repetir as ladainhas que entranharam graças aos filmes, documentários e séries do Steven Spielberg & Associates.
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sábado, maio 09, 2009

E se Hitler tivesse ganho a Segunda Guerra Mundial?

Eis um curto e bem conseguido vídeo em jeito de documentário, feito com muita ironia, que pretende demonstrar como a História é normalmente escrita pelos vencedores:

Excertos:

«1951 – Celebramos com o nosso amado Fuhrer o décimo aniversário da conquista da Grã-Bretanha. É uma ocasião para recordar e honrar os feitos da pátria, os homens da Wehrmacht , da LuftWaffe e da Kriegsmarine que derramaram o seu sangue por uma Europa Unida, grande e livre do jugo de imperialistas, comunistas, judeus e maçons.»

«O nosso Fuhrer foi aclamado pela multidão inglesa que recordava feliz a sua libertação da corrupta monarquia britânica… Adolf Hitler teve tempo para visitar a Universidade de Oxford onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa. Aí, deu uma conferência intitulada «Os crimes das democracias» aos estudantes de ciências políticas…»

«Os inspectores de armamento da União das Nações continuam com as inspecções aos Estados Unidos da América, enquanto o ditador McCarthur nega estar a desenvolver armas de destruição massiva

«O marechal Rommel que, há algumas semanas, apresentou perante o Conselho de Segurança provas categóricas de ligações entre o Governo de Washington e os terroristas, assim como do seu programa secreto nuclear e de guerra bacteriológica, entregará aos governos de Espanha e de Itália uma nova e última resolução com carácter de ultimato aos Estados Unidos. O Reich exercerá o seu direito de legítima defesa e, como garante da paz e da liberdade mundial, usará as suas armas nucleares para erradicar da face da terra o último vestígio de imperialismo terrorista, assassino e cobarde que resta no mundo.»



Vídeo falado em espanhol - (5:25m):


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domingo, outubro 05, 2008

Jon Stewart - como, em política, se pode dizer tudo e o seu contrário

Jon Stewart, do Daily Show, mostra-nos, com inegável humor, como os analistas políticos podem dizer tudo e o seu contrário, com igual desfaçatez, dependendo da cor que usam na lapela. Neste caso, está na calha a candidata do partido republicano à vice-presidência, Sarah Palin:

Jon Stewart: A escolha da governadora do Alasca, Sarah Palin, como candidata do partido republicano à vice-presidência, está a receber carradas de elogios de pelo menos um analista, cuja cabeça parece um monte de massa de pão crua.

Karl Rove: Ela é populista, é conservadora em termos sociais e económicos, é reformadora, já foi presidente de câmara, se não me engano foi presidente da segunda maior câmara do Alasca, antes de se candidatar a governadora.

Jon Stewart: O Karl Rove está muito impressionado com a experiência da governadora Palin, enquanto presidente da câmara de uma cidade com nove mil habitantes. Suponho que tenha ficado igualmente impressionado no mês passado, quando Tim Kaine, o ex-presidente de Richmond, que tem 200 mil habitantes, que também foi vice-governador e é agora governador da Virgínia, foi falado como possível candidato a "vice" de Barack Obama.

Karl Rove: Ele é governador há três anos, foi presidente da 150º maior cidade da América. Com todo o meu respeito por Richmond na Virgínia, é mais pequena que Chula Vista na Califórnia ou Aurora no Colorado, Mesa ou Gilbert no Arizona ou Henderson no Nevada. Não é uma cidade grande. Portanto, se escolhessem o governador Kaine, isso seria uma escolha claramente política, como que dizendo: a minha principal prioridade não é escolher uma pessoa capaz de ser Presidente dos Estados Unidos...


Vídeo legendado em português (5:53m):

terça-feira, setembro 16, 2008

Jon Stewart - a propaganda do Pentágono sobre a guerra do Iraque

Jon Stewart, do Daily show, com uma excelente dose de humor, desmascara a propaganda do Pentágono acerca da guerra do Iraque. O alvo são os falsos “analistas militares”:


Stewart: “Pois parece que muitos destes ex-militares não eram assim tão “ex”, trabalhando para empresas de armamento e para o Pentágono. Enquanto os canais televisivos lhes chamavam “analistas militares”, o Pentágono, em memorandos vindos a público há pouco tempo, refere-se a eles como “multiplicadores de mensagens”. O que soa muito melhor do que velhos matreiros.”

"Olhem para estas adoráveis e bondosas ex-máquinas de matar. Os canais televisivos contrataram-nos para dar opiniões de especialistas acerca do esforço bélico do nosso país."


Analista 1: “Estamos a vencer a guerra contra o terrorismo.”

Analista 2: “Esta é a força mais bem preparada que já tivemos.”

Analista 3: “Esta é a melhor liderança que os militares já tiveram.”

Analista 4: “Quando pergunto a amigos meus de longa data do exército que não vão mentir-me, como estamos a sair-nos, e se estamos a ganhar ou a perder, eles dizem que estamos a ganhar.”


Stewart: “Esta gente é idosa e de confiança. Como o meu avô, que esteve na 2ª Guerra. Eles não iriam mentir-me, pois não avô? O avô matou o Hitler, não foi? E nunca enganou a minha avó com uma prostituta francesa.”


Vídeo (legendado em português) – 2:14m

quarta-feira, setembro 10, 2008

O valor da (des)informação no Expresso

O valor da informação

A informação deve estar associada a um valor social, ou simplesmente valer por si mesma? A questão, que parece académica, tem, nestes dias, especial pertinência


A revista francesa ‘Paris Match’ chocou parte da opinião pública do seu país com uma reportagem que quase todos os jornalistas considerariam, «a priori», um grande «scoop»: entrevistou os guerrilheiros talibãs que há cerca de três semanas mataram, numa emboscada, 10 soldados franceses, além de ferir 21. Os guerrilheiros, que se deixaram fotografar com os rostos encobertos por lenços, nas fotos das páginas da revista vestem fardas dos soldados mortos e ostentam objectos pessoais dos militares assassinados.

Naturalmente, as famílias dos soldados mortos reagiram emotivamente. E o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, disse qualquer coisa como ‘é na retaguarda que a guerra corre pior, pois é aí que órgãos de comunicação promovem os nossos inimigos’.

A questão é pertinente. Até à guerra do Vietname, onde havia batalhas, existia censura militar. Hoje, embora ela continue infelizmente a existir sob certas condições, é praticamente impossível fazê-la. E isso, sendo óptimo, deve obrigar a uma responsabilidade acrescida para a informação.

A guerra deixou de ser um clássico embate de exércitos. Agora, as batalhas ganham-se e perdem-se na opinião pública, na frente da comunicação.

Assim sendo, não pode a comunicação social continuar a agir como se não fosse ela própria arma de guerra. Os mesmos motivos éticos que levaram - com bons resultados - a que não fossem relatados raptos em certos países da América Latina, justamente para não os incentivar, deverão levar os editores dos órgãos de comunicação a pensar maduramente no modo de enfrentar as realidades modernas da guerra.

O valor da comunicação livre é inestimável, mas não pode ser infinito. Como para tudo, há que criar regras.



O Editor do Expresso não poderia estar mais de acordo com o Professor canadiano Michel Chossudovsky: «a comunicação social é ela própria uma arma de guerra».

Texto de Michel Chossudovsky, professor de Economia na Universidade de Ottawa:

Os arquitectos militares do Pentágono estão perfeitamente conscientes do papel central da propaganda de guerra. Engendrada pelo Pentágono, pelo Departamento de Estado e pela CIA, já foi lançada uma Campanha de medo e desinformação [fear and disinformation campaign (FDC)] . A distorção grosseira da verdade e a manipulação sistemática de todas as fontes de informação constituem uma parte integral da estratégia de guerra. Em consequência do 11 de Setembro, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld criou o Gabinete de Influência Estratégia [Office of Strategic Influence (OSI)] , ou Gabinete de Desinformação" ["Office of Desinformation"] como foi rotulado pelos seus críticos:

"O Departamento da Defesa afirmou ter necessidade de fazer isso, e estavam realmente a caminho de espalhar histórias falsas em países estrangeiros — num esforço para influenciar a opinião pública por todo o mundo. (Entrevista com Steve Adubato, Fox News, 26 Dezembro de 2002.)

Para sustentar a agenda de guerra, estas "realidades fabricadas", canalizadas numa base diária para o interior das cadeias noticiosas devem tornar-se verdades indeléveis, tornando-se parte de um vasto consenso político e dos meios de comunicação. Desta forma, os media corporativos - embora actuando independentemente do aparelho militar de informações - são um instrumento desta evolução totalitária do regime.

Trabalhando em ligação com o Pentágono, Charlotte Beers, uma figura poderosa na indústria da publicidade, foi nomeado para chefe da unidade de propaganda do Departamento de Estado logo após o 11 de Setembro. O seu mandato é "para actuar contra o anti-americanismo no exterior" (Sunday Times, Londres 5 de Janeiro de 2003). O seu gabinete no Departamento de Estado destina-se a:

"assegurar que a diplomacia pública (cativar, informar e influenciar audiências públicas internacionais) seja praticada em harmonia com os negócios públicos (estendendo-se a americanos) e com a diplomacia tradicional para promover os interesses e a segurança dos EUA e proporcionar a base moral para a liderança americana no mundo".

A componente mais poderosa da Campanha de Medo e Desinformação (FDI) pertence à CIA, a qual secretamente subsidia autores, jornalistas e críticos por intermédio de uma rede de fundações privadas e organizações patrocinadas pela CIA.

A desinformação é rotineiramente "espalhada" pelos operacionais da CIA nas redacções do principais diários, revistas e canais de TV. Firmas de relações públicas externas são frequentemente utilizadas para criar "falsas histórias". Isso foi cuidadosamente documentado por Chaim Kupferbert em relação aos acontecimentos do 11 de Setembro.

Iniciativas de desinformação encoberta, sob os auspícios da CIA, também são canalizadas através de vários "procuradores" de informação noutros países. Desde o 11 de Setembro essas iniciativas resultaram numa disseminação diária de informação falsa referente a alegados "ataques terroristas".


Comentário:

Basta passar os olhos pelos artigos semanais do Monjardino, do Cutileiro, do Espada, do Coutinho, do Monteiro e de outros para concordarmos imediatamente com o editor de Expresso e com Chossudovsky: «a comunicação social, Jornal Expresso incluído, é ela própria uma arma de guerra». E é esta perspectiva que os leitores do jornal nunca devem perder de vista. Estas armas de guerra vomitam interminavelmente propaganda, desinformação, mentira, manipulação, medo e ódio.

O Paris Match ao entrevistar e mostrar as fotos dos talibãs que mataram, numa emboscada, 10 soldados franceses e os fotografaram com as fardas e com os objectos pessoais dos soldados mortos, pretende unicamente incitar o cólera da população francesa para a tornar mais maleável a uma maior intervenção militar da França e a uma cooperação mais estreita com o governo americano no envio de mais tropas para o Afeganistão (Obama Quer Mais Tropas no Afeganistão).

A manipulação mediática começa a ser tão transparente…
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quarta-feira, junho 25, 2008

A boçalidade internauta versus a propaganda dos «media de referência»

Expresso - 21/06/2008

Texto de João Pereira Coutinho

A melhor forma de enfrentar o «culto do amador» está em procurar o profissional em nós. Porque somos nós o verdadeiro «filtro»

"Conhecem o «teorema do macaco infinito»? A ideia pertence a T.H. Huxley, que no século XIX afirmava que o macaco seria capaz de escrever uma peça de Shakespeare. Bastava, para tal, que dispuséssemos de macacos infinitos aos quais pudéssemos confiar máquinas de escrever infinitas. Um dia eles acabariam por medrar qualquer coisa de sublime."

"Andrew Keen regressa ao teorema de Huxley em livro que deu polémica nos EUA e foi agora editado entre nós pela Guerra & Paz. Intitula-se «O Culto do Amadorismo». O título, como se costuma dizer, é todo um programa: entregue à multidão ignara - à geração YouTube, à geração Blogspot, à geração Wikipédia; no fundo, aos «macacos infinitos» -, a Internet está a arrasar com o mérito intelectual e artístico; a promover a ignorância e a boçalidade em larga escala; e a cultivar um narcisismo repulsivo em que milhões de alienados usam a rede para exporem os seus delírios."

"O problema, no fundo, está na ausência de filtro, capaz de separar a qualidade da mediocridade. Num jornal clássico, existe um editor; na televisão, existe um programador; nos meios de comunicação, existem profissionais que julgam e seleccionam. A Internet é uma selva epistemológica e moral que, acredita Keen, só será espaço frequentável quando os mecanismos de julgamento e selecção tradicionais forem exercidos por profissionais cibernéticos."

"Entendo o argumento de Keen. Mas é difícil concordar com o tom alarmista do autor. A Internet é um caos? Sem dúvida. Mas por cada vídeo idiota no YouTube, existem preciosidades musicais, históricas ou até filosóficas que seriam impensáveis há uma década. A melhor forma de enfrentar o «culto do amador» está em procurar, nas famílias ou nos amigos, nos livros ou nas escolas, o profissional em nós. Porque somos nós o verdadeiro «filtro» cibernético; os editores pessoais da informação que procuramos e recusamos; os programadores privados das imagens que nos inspiram ou repugnam."

"A Internet mata a cultura tradicional? Pelo contrário: a Internet exige-a como nunca."

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Numa edição anterior do Expresso, João Pereira Coutinho empunhava armas contra o que considerava:

"A guerra contra o cliché"

"Eu não sei se é possível escrever poesia depois de Auschwitz. Mas sei que transformar Auschwitz em poesia transporta um risco fatal: converter o horror em sentimentalismo e o sentimentalismo em cliché. Foi o que aconteceu com o 11 de Setembro de 2001. Ou, melhor, com o 11 de Setembro de 2006, que acompanhei na imprensa e nas televisões. Com um saco de enjoo ao lado. Foram artigos emocionais. Fotografias pretensamente épicas, acompanhadas por frases pretensamente profundas. As últimas palavras dos mortos para amigos ou familiares, expostas em público como se fossem propriedade colectiva. Sem falar dos repulsivos "documentários ficcionais" que transformam o drama em caricatura. Não sei se a roupa interior das vítimas teve direito a espiolhagem mediática, mas tudo é possível e, pior, tudo é provável. Esta orgia macabra de dor não é apenas a consagração «pop» de um acto imperdoável - uma verdadeira vitória para os fanáticos, subitamente promovidos a vilões de matiné. Transformar o 11 de Setembro em «videoclip» é também uma forma de lhe retirar dignidade trágica. A dignidade que só a memória e o silêncio são capazes de preservar".


Comentário:

João Pereira Coutinho, no primeiro artigo, tece loas à Internet e contesta o «pessimismo» de Andrew Keen, para quem a Internet «promove a ignorância e a boçalidade em larga escala». Coutinho considera que cada um de nós deve procurar em si mesmo, nos amigos, nos livros e nas escolas, o verdadeiro «filtro» cibernético, o editor que existe em cada um de nós, graças ao qual todos nós poderemos atravessar incólumes a selva epistemológica e moral de que fala Andrew Keen.

Mas como chama a atenção Michael Parenti, os «editores profissionais», os das televisões, os dos jornais, os dos livros, inclinam-se consistentemente em direcção a determinados interesses. Uma das tácticas preferidas deste «jornalismo» dá pelo nome de «Supressão pela Omissão»:

"Meios de comunicação que parecem à primeira vista sensacionalistas e intrusivos, são, na realidade, silenciosos e evasivos. Mais insidioso que o furo sensacionalista é a evasiva astuciosa. Histórias verdadeiramente sensacionais (que não sensacionalistas) são desvalorizadas e evitadas completamente. Às vezes, a supressão inclui não apenas detalhes vitais mas toda a história, mesmo aquelas mais importantes."

É será por isso que perante as controvérsias que na Internet têm envolvido os atentados do 11 de Setembro e o Holocausto Judeu, João Pereira Coutinho apela à nossa sensatez editorial, ao nosso filtro da «qualidade de informação», por forma a que a «boçalidade em larga escala» não se espraie irresponsavelmente, e que os delírios repulsivos de milhões de alienados não conspurquem «versões históricas» há muito adquiridas e cuja "dignidade só a memória e o silêncio serão capazes de preservar".

Conhecem o «teorema do macaco infinito»? Ou a proposição do João Pereira Coutinho?
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segunda-feira, junho 23, 2008

Propaganda de Guerra - a obsessão do jornal "The Daily Telegraph" pelo número 700 mil

No dia 22 de Março de 1916, ou seja durante a Primeira Guerra Mundial, o jornal britânico "The Daily Telegraph" publicava um artigo em que reivindicava falsamente que os alemães tinham assassinado 700,000 sérvios em câmaras de gás. No dia 25 de Junho de 1942, ou seja durante a Segunda Guerra Mundial, o mesmo jornal informou que os alemães tinham assassinado 700,000 judeus na Polónia em câmaras de gás.


The Daily Telegraph – 22 de Março de 1916

Atrocidades na Sérvia - 700,000 vítimas

«Os Governos Aliados obtiveram provas e documentos, que serão publicados em breve, que provam que a Áustria e a Bulgária foram culpadas de crimes horríveis na Sérvia, onde os massacres cometidos foram piores do que os perpetrados pela Turquia na Arménia.»

«O Governo Italiano publicou hoje o testemunho de dois prisioneiros italianos que fugiram da Áustria através da Sérvia, e que se refugiaram na Roménia. O que estes dois prisioneiros viram e tiveram conhecimento, contudo, não era nada comparado com as provas fornecidas pelos próprios sérvios, e comunicadas pelo Sr. Pasitch ao Governo Italiano e ao Papa. De acordo com informação fidedigna, as vítimas dos austríacos e dos búlgaros ultrapassaram as 700.000. Em todas as regiões, cidades e aldeias, a população foi reduzida com recurso a massacres. Mulheres, crianças e velhos foram encerrados em igrejas pelos austríacos, e esfaqueados com baionetas ou sufocados com recurso a gases asfixiantes. Numa igreja de Belgrado, 3.000 mulheres, crianças e velhos foram asfixiados dessa maneira.»

«Refugiados sérvios, sem estarem sob juramento, afirmaram que estiveram presentes quando foi feita uma distribuição de bombas e máquinas para a produção de gás asfixiante aos búlgaros pelos alemães e pelos austríacos, que ensinaram os búlgaros a forma de utilizar estes instrumentos para exterminar a população sérvia. Os búlgaros usaram este método em Nish, Pirot, Prizrend e Negotin, cujos habitantes morreram por asfixia. Meios semelhantes foram empregues pelos austríacos em várias partes do Montenegro.»



Vinte e seis anos depois:

The Daily Telegraph – 25 de Junho de 1942

Alemães matam 700,000 judeus na Polónia

«Câmaras de gás móveis - Mais de 700.000 judeus polacos foram chacinados pelos alemães no maior massacre da história mundial. Para além disso, tem sido levado a cabo um sistema de morte pela fome pelo qual, o número de mortos, como os próprios alemães admitem, atinge um número semelhante.»

«Os mais horríveis detalhes do assassínio em massa, mesmo a utilização de gás venenoso, são revelados num relatório enviado secretamente para o Sr. S. Zygielboim, representante judeu do Conselho Nacional Polaco em Londres, por um grupo operacional na Polónia.»



Comentário:

Em duas Guerras Mundiais, o mesmo jornal - "The Daily Telegraph" - repete quase textualmente a mesma notícia: o mesmo vilão - a Alemanha; a mesma arma - o gás; o mesmo número de vítimas – 700 mil. Apenas mudou a nacionalidade das últimas – Sérvios na Guerra de 1914-1918 e Judeus na Guerra de 1939-1945.

O Daily Telegraph faz questão de reaproveitar as matrizes de caracteres tipográficos das reportagens que compõe nas suas rotativas, mesmo vinte e seis anos depois.
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