Texto de de Michel Chossudovsky, professor de Economia na Universidade de Ottawa:
Os arquitectos militares do Pentágono estão perfeitamente conscientes do papel central da propaganda de guerra. Engendrada pelo Pentágono, pelo Departamento de Estado e pela CIA, já foi lançada uma Campanha de medo e desinformação [fear and disinformation campaign (FDC)] . A distorção grosseira da verdade e a manipulação sistemática de todas as fontes de informação constituem uma parte integral da estratégia de guerra. Em consequência do 11 de Setembro, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld criou o Gabinete de Influência Estratégia [Office of Strategic Influence (OSI)] , ou Gabinete de Desinformação" ["Office of Desinformation"] como foi rotulado pelos seus críticos:
"O Departamento da Defesa afirmou ter necessidade de fazer isso, e estavam realmente a caminho de espalhar histórias falsas em países estrangeiros — num esforço para influenciar a opinião pública por todo o mundo. (Entrevista com Steve Adubato, Fox News, 26 Dezembro de 2002.)
Um certo número de agências governamentais e informação - com ligações ao Pentágono - estão envolvidas em várias componentes da campanha de propaganda. A realidade é apresentada de pernas para o ar. Actos de guerra são anunciados como "intervenções humanitárias" destinados a uma "mudança de regime" e à "restauração da democracia". A ocupação militar e o massacre de civis são apresentados como "manutenção da paz". A abolição de liberdades civis - no contexto da assim chamada "legislação anti-terrorista" - é retratada como um meio para proporcionar "segurança interna" e promover liberdades civis. E subjacentes a estas realidades manipuladas, declarações sobre "Osama bin Laden" e "armas de destruição em massa", que circulam abundantemente nas cadeias noticiosas, são apresentadas como a base para um entendimento dos acontecimentos mundiais.
Para sustentar a agenda de guerra, estas "realidades fabricadas", canalizadas numa base diária para o interior das cadeias noticiosas devem tornar-se verdades indeléveis, tornando-se parte de um vasto consenso político e dos meios de comunicação. Desta forma, os media corporativos - embora actuando independentemente do aparelho militar de informações - são um instrumento desta evolução totalitária do regime.
Em estreita ligação com o Pentágono e a CIA, o Departamento de Estado montou também a sua própria unidade de propaganda "soft-sell" (civil), dirigida pelo subsecretário de Estado para Diplomacia Pública e Negócios Públicos, Charlotte Beers, uma figura poderosa na indústria da publicidade. Trabalhando em ligação com o Pentágono, Beers foi nomeado para chefe da unidade de propaganda do Departamento de Estado logo após o 11 de Setembro. O seu mandato é "para actuar contra o anti-americanismo no exterior" (Sunday Times, Londres 5 de Janeiro de 2003). O seu gabinete no Departamento de Estado destina-se a:
"assegurar que a diplomacia pública (cativar, informar e influenciar audiências públicas internacionais) seja praticada em harmonia com os negócios públicos (estendendo-se a americanos) e com a diplomacia tradicional para promover os interesses e a segurança dos EUA e proporcionar a base moral para a liderança americana no mundo".
A componente mais poderosa da Campanha de Medo e Desinformação (FDI) pertence à CIA, a qual secretamente subsidia autores, jornalistas e críticos por intermédio de uma rede de fundações privadas e organizações patrocinadas pela CIA. A CIA influencia também o âmbito e a direcção de muitas produções de Hollywood. Desde o 11 de Setembro, um terço das produções de Hollywood são filmes de guerra. "As estrelas de Hollywood e os autores de guiões apressam-se a reforçar a nova mensagem de patriotismo, aconselhando-se com a CIA e inspirando-se junto dos militares acerca de possíveis ataques terroristas na vida real". "O Verão de todos os medos" ("The Summer of All Fears") , dirigido por Phil Alden Robinson, que pinta o cenário de uma guerra nuclear, recebeu o endosso e o apoio tanto do Pentágono como da CIA.
A desinformação é rotineiramente "espalhada" pelos operacionais da CIA nas redacções do principais diários, revistas e canais de TV. Firmas de relações públicas externas são frequentemente utilizadas para criar "falsas histórias". Isso foi cuidadosamente documentado por Chaim Kupferbert em relação aos acontecimentos do 11 de Setembro: "Alguns, relativamente poucos, correspondentes bem relacionados forneciam os 'furos de reportagem', que obtinham cobertura nas relativamente escassas fontes de notícias dos principais meios de comunicação, onde os parâmetros de debate são ajustados e a "realidade oficial" é consagrada.
Iniciativas de desinformação encoberta, sob os auspícios da CIA, também são canalizadas através de vários "procuradores" de informação noutros países. Desde o 11 de Setembro essas iniciativas resultaram numa disseminação diária de informação falsa referente a alegados "ataques terroristas". Em virtualmente todos os casos relatados (na Grã Bretanha, França, Indonésia, Índia, Filipinas, etc.) afirmam que os "supostos grupos terroristas" têm "ligações à Al-Qaeda de Osama bin Laden" sem naturalmente admitir o facto (amplamente documentado por relatórios de agências de informações e documentos oficiais) que a Al-Qaeda é uma criação da CIA.
4 comentários:
Of course not Vitorino, you silly boy! You're just a fat stupid man.
Am I right or am I right?
No http://frangosparafora.blogspot.com/
"Os países da União Europeia (UE) preparam-se para nomear um responsável pela coordenação dos meios nacionais de luta contra o terrorismo, embora com um perfil mais tecnocrático do que político e de competências muito reduzidas." in "Público", 19-03-2004
As probabilidades de que seja um português são, portanto, elevadas.
O jornal "Público" parece estar a fazer jus à sua condição de membro de circuitos privilegiados de informação ao adiantar, em manchete, que "a União Europeia vai ter um pequeno Senhor Terrorismo".
Ladies and Gentlemen... Mr. António Vitorino!
E na TSF Online - 19 de Março 04
António Vitorino propôs a criação de um mecanismo de coordenação com o objectivo de aumentar a troca de dados entre os serviços de informação, da polícia e da justiça dos Estados-membros, que, segundo o comissário europeu, estão envoltos numa «cultura de secretismo».
Bruxelas mantém a insistência da necessidade dos Estados-membros aplicarem efectivamente a legislação aprovada após os atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos, como é o mandato europeu de captura e a definição de crimes terroristas.
Por agora é unânime a criação da figura de um coordenador europeu contra o terrorismo, sendo já apelidado de «senhor terrorismo», para que faça a gestão comunitária nesta matéria.
O encontro não deverá originar qualquer decisão, uma vez que a aprovação das medidas está a cargos dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que se reúnem a 25 e 26 de Março em Bruxelas.
Mas uma nova filosofia de conquista do mundo já foi criada.
Perante o completo insucesso no campo militar de conquista do mundo, os mericanos há já algum tempo que vêm desenvolvendo uma nova formula para conquistar o mundo, substituindo as armas pela economia, a celebre globalização, de que muita gente fala, mas poucos sabem ao certo o que significa.
Claro que do antagonismo destas duas teorias, nasceu uma rivalidade que tem levado a parte militar e seus partidários ou dirivados a exageros para tentar assegurar a sua actuação, pois sabe que ó sucesso de uma será o fim da outra.
Não é um tema fácil, quase exotérico, para ser tratado num comentário, mas prometo voltar ao assunto com um texto que irei publicar no Editorial.
Um abraço. Augusto
Enviar um comentário