quinta-feira, novembro 20, 2008

Reduzindo o dinheiro em circulação – pela restrição do crédito, a Banca destrói a economia e lucra biliões

Milton Friedman (economista): «Nunca tive conhecimento de nenhuma depressão económica séria em qualquer país, que não tenha sido acompanhada por um acentuado declínio da quantidade de dinheiro em circulação, e, de igual modo, nunca tive conhecimento de nenhum declínio acentuado de dinheiro em circulação que não tenha sido acompanhado por uma depressão económica séria


Diário Económico - 7/11/2008

Banco de Portugal revela que a Banca voltou a restringir as condições para a concessão de créditos. Critérios deverão ser ainda mais apertados no futuro.



O inquérito realizado em Outubro pelo Banco de Portugal (BdP) a cinco grupos bancários portugueses revelou que estes restringiram ainda mais os critérios para a concessão de crédito no terceiro trimestre, que se traduziu, entre outras coisas no aumento dos 'spreads' que praticam.

Segundo os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito efectuado pelo Banco de Portugal relativamente a Outubro deste ano, o aumento das restrições da concessão de empréstimos foi verificada em "todos os segmentos considerados."

A mesma fonte adianta que as principais razões para este aumento terão sido o contexto de "forte turbulência nos mercados financeiros internacionais", o aumento do custo de financiamento e as restrições de balanço dos bancos, em conjunto com a deterioração dos riscos apercebidos pelas instituições inquiridas."

"A alteração de critérios ter-se-á traduzido em 'spreads' de taxa de juro mais elevados e num aumento de restritividade das restantes condições contratuais, como sejam o encurtamento da maturidade dos novos contratos, a redução dos montantes concedidos e do rácio entre o valor do empréstimo e da garantia, uma maior exigência quanto às garantias solicitadas, maiores comissões e outros encargos não relacionados com as taxas de juro e a imposição de outras condições contratuais não pecuniárias mais apertadas", nota a instituição liderada por Vítor Constâncio.

(...) Para o próximo trimestre, o BdP diz que os bancos inquiridos "perspectivam continuar a aumentar a exigência dos critérios de aprovação de empréstimos, sobretudo no que respeita aos empréstimos concedidos a longo prazo a empresas e a particulares para aquisição de habitação."



Atente-se bem nos argumentos falaciosos que o monopólio bancário utiliza para restringir o crédito e, com isso, diminuir deliberadamente a quantidade de dinheiro em circulação e impor uma depressão económica:

1 - "Forte turbulência nos mercados financeiros internacionais"

2 – "Aumento do custo de financiamento"

3 – "Restrições de balanço dos bancos"

4 – "Deterioração dos riscos apercebidos pelas instituições inquiridas"



Sheldon Emry explica o mecanismo que leva os bancos a criarem deliberadamente depressões económicas, restringindo o crédito e portanto o dinheiro em circulação e, no processo, auferirem lucros fabulosos:

Numa economia é necessária uma adequada disponibilidade de moeda (moeda em poder do público mais depósitos à ordem no sistema bancário).

Uma disponibilidade de moeda adequada é indispensável a uma sociedade civilizada. Podemos privar-nos de muitas outras coisa, mas sem dinheiro, a indústria paralisava, as propriedades rurais tornar-se-iam unidades auto-sustentadas, excedentes de alimentos desapareceriam, trabalhos que precisem mais do que um homem ou uma família fixariam por fazer, remessas e grandes movimentos de produtos cessariam, pessoas com fome dedicar-se-iam à pilhagem e matariam para permanecer vivas, e todo o governo, excepto a família ou a tribo, deixaria de funcionar.

Um exagero, dirão? Nada disso. O dinheiro é o sangue da sociedade civilizada, o meio pelo qual é feito todas as transacções comerciais excepto a simples troca directa. É a medida e o instrumento pelo qual um produto é vendido e outro comprado. Removam o dinheiro ou reduzam a disponibilidade de moeda abaixo do que é necessário para levar a cabo os níveis correntes de comércio, e os resultados são catastróficos.

Como exemplo, bastará debruçarmo-nos sobre a Depressão Americana nos princípios dos anos 30 do século XX.


Depressão Bancária de 1930:

Em 1930 os Estados Unidos não tinham falta de capacidade industrial, propriedades rurais férteis, trabalhadores experientes e determinados e famílias laboriosas. Tinham um amplo e eficiente sistema de transportes ferroviários, redes de estradas, e canais e rotas marítimas. As comunicações entre regiões e localidades eram as melhores do mundo, utilizando telefone, teletipo, rádio e um sistema de correios governamental perfeitamente operacional.

Nenhuma guerra destruiu as cidades do interior, nenhuma epidemia dizimou, nem nenhuma fome se aproximou do campo. Só faltava uma coisa aos Estados Unidos da América em 1930: Uma adequada disponibilidade de moeda para negociar e para o comércio.

No princípio dos anos 30 do século XX, os banqueiros, a única fonte de dinheiro novo e crédito, recusaram deliberadamente empréstimos às indústrias, às lojas e às propriedades rurais. Contudo, eram exigidos os pagamentos dos empréstimos existentes, e o dinheiro desapareceu rapidamente de circulação. As mercadorias estavam disponíveis para serem transaccionadas, os empregos à espera para serem criados, mas a falta de dinheiro paralisou a nação.

Com este simples estratagema a América foi colocada em "depressão" e os banqueiros apropriaram-se de centenas e centenas de propriedades rurais, casas e propriedades comerciais. Foi dito às pessoas, "os tempos estão difíceis" e "o dinheiro é pouco". Não compreendendo o sistema, as pessoas foram cruelmente roubadas dos seus ganhos, das suas poupanças e das suas propriedades.


Sem Dinheiro para a Paz, mas com muito dinheiro para a Guerra:

A Segunda Guerra Mundial acabou com a "Depressão". Os mesmos banqueiros que no início dos anos trinta não faziam empréstimos em tempos de paz para a compra de casas, comida e roupas, de repente tinham biliões ilimitados para emprestar para aquartelamentos militares, rações de combate e uniformes.

Uma nação que em 1934 não conseguia produzir alimentos para venda, repentinamente podia produzir milhões de bombas para enviar para a Alemanha e para o Japão.

Com o súbito aumento da quantidade de dinheiro, as pessoas eram contratadas, as propriedades rurais vendiam os seus produtos, as fábricas começaram a funcionar em dois turnos, as minas foram reabertas, e "A Grande Depressão" acabou!

Alguns políticos foram considerados culpados pela depressão e outros ficaram com os méritos por ter acabado com ela. A verdade é que a falta de dinheiro causada pelos bancos trouxe a depressão, e a quantidade adequada de dinheiro acabou com ela. Nunca foi dito às pessoas a simples verdade de que os banqueiros que controlam o nosso dinheiro e crédito usaram esse controlo para saquear a América e colocá-los a todos na escravidão

Os Banqueiros que controlam o dinheiro podem aprovar ou desaprovar grandes empréstimos a grandes e bem sucedidas corporações a tal ponto que a recusa de um empréstimo reduzirá o preço das acções dessa corporação no mercado. Depois da descida de preços, os agentes dos Banqueiros compram grandes quantidades de acções, após o que o empréstimo muitas vezes de milhares de milhões de dólares é aprovado, as acções então sobem e são vendidas com lucros. Desta forma ganham biliões de dólares com que compram mais acções.

Esta prática está tão refinada hoje que ao Conselho de Directores da Reserva Federal (Banco Central dos EUA) basta apenas anunciar nos jornais uma subida ou descida da taxa de redesconto para fazer subir ou descer o valor das acções. Usando este método desde 1913, os Banqueiros e os seus agentes ganharam aberta ou secretamente o controlo de quase todas as maiores empresas da América. Utilizando esse controlo, forçam as corporações a pedir grandes empréstimos aos seus bancos de tal forma que os ganhos das corporações são sugados para os bancos sob a forma de juros. Esta prática deixa poucos lucros às corporações e explica porque é que os preços das acções estão tão baixos, enquanto os bancos obtêm biliões em juros dos empréstimos às empresas. Com efeito, os Banqueiros ficam com quase todos os lucros, enquanto os accionistas individuais ficam com os restos.

As milhões de famílias trabalhadoras da América encontram-se agora endividadas a poucas milhares de famílias de Banqueiros pelo dobro do valor estimado dos Estados Unidos enquanto país.



Presidente Thomas Jefferson: "Se o povo Americano alguma vez permitir que os bancos controlem a emissão do seu dinheiro, primeiro por inflação e depois por deflação, os bancos e as corporações que nascerem à sua volta, privarão o povo da sua propriedade até que os seus filhos acordem sem tecto no continente que os seus pais conquistaram."

18 comentários:

Ana Camarra disse...

Diogo

Medonho, maquiavélico, é o que me ocorre.
Ocorrem-me outros mimos que por decoro não digo.
O pior é que atrás disto vêm o resto um controle ainda mais importante, das mentalidades, das populações.
Que corja!

Beijos

(tens de fazer um post que me ponha bem disposta!)

Diogo disse...

Cara Ana,

Dos post que coloquei até hoje considero que este é um dos mais elucidativos que já tive a oportunidade de publicar.

Concordo em absoluto com os autores que cito no post, e que explicam perfeitamente todas as manigâncias bancárias que vemos hoje à nossa volta. Tenho uma amiga que já anda há mais de dois anos para vender a casa e cerca de cinco possíveis compradores foram ao banco e viram recusados os pedidos de crédito.

Se uma percentagem de pessoas, mesmo que pequena, percebesse o que aqui está dito, muitos filhos da puta eram enforcados.


É também por isto que gosto tanto de visitar o teu blog. Ler textos extraordinariamente bem escritos, conteúdos humanos, imagens e música a condizer. O mundo não é só porcaria.

Ana Camarra disse...

Diogo

Está muito elucidativo, imensamente.
Sabes eu escrevo um pouco como terapia de evasão, levo o dia a lidar com algumas realidades dolorosas, pessoas com fome, crianças maltratadas, outras coisas, não quero fugir, mas para maner o meu equilibrio preciso desesperadamente de procurar o lado bom das coisas.
Mas um dia destes trocamos, fazes um posto a explicar a tua paixão pelo windsurf, da forma apaixonante como falaste já uma vez, eu faço um texto co musica a condizer sobre certas coisas...

Kiss

Bilder disse...

Pois é meus amigos,esse é o mundo em que vivemos construido pelas elites para o seu proprio proveito.E quando dizemos que existe uma conspiração global(bem ilustrada pela piramide nas notas de dollar)dizem que somos loucos!

xatoo disse...

Não é só a emissão de mais ou menos dinheiro que explica as crises (menos graves ou mais graves, consoante o ciclo, conforme Mandel ou ciclos mais longos como em Kondratiev)
Quem as explica é a lei do Valor e a queda tendencial das taxas de lucro, estudo feito pelo Capital de Marx - se os capitalistas (industriais ou financeiros) pudessem expandir ilimitadamente a acumulação de mais valias, nunca haveria crise. Porém esse designio contradiz o próprio sistema capitalista porque a expansão do valor acumulado é a causa directa da queda das taxas de lucro.
Daí que tenha de haver em periodos de crise a destruição dos enormes valores acumulados, processo em que há uma expropriação do capital que se consegue salvar (inclusivé os bens alheios) para investir em novo paradigma e sair da crise, iniciando novo processo de acumulação.
Para salvar o planeta deste processo de crescimento cancerígeno é necessário matar o Capitalismo - e não dar uns tiros no bucho de meia dúzia de banqueiros.

Diogo disse...

Ana, eu sou um nabo a fazer windsurf. Comecei há poucos anos, pratico dúzia e meia de vezes por ano (no Verão), mas dá-me uma paz de alma que é raro sentir. Meti também o meu filho a fazer (começou com sete e agora vai fazer onze), logo tenho o companheiro de regatas ideal. Mas está combinado, hei-de fazer um post sobre aquilo que gosto de fazer.


Pois é Bilder, há uma conspiração global. A prová-lo estão os vários monopólios: a unanimidade mediática, as guerras, as manobras combinadas das finanças, os bancos centrais privados e os políticos a soldo. É um matrix na verdadeira acepção da palavra. Como sair dele? Ou uma consciencialização em larga escala (o que eu não acredito) ou uma mudança radical do paradigma tecnológico: algo que retire todo o valor de posse àquilo de que necessitamos para viver. Um exemplo: o ar é vital à sobrevivência, mas existe em tal quantidade que ninguém pretenderá ter o seu monopólio.


Xatoo, Marx nasceu há quase duzentos anos. Houve mais evolução tecnológica neste período do que nos quatro mil anos anteriores. As teorias dos sistemas de produção de Marx estão para hoje, como as teorias dos sistemas de produção de Ramsés II estão para os meados do século XIX. A tecnologia está em evolução exponencial. O «trabalhador» está em extinção e, como tal, todas as teorias que assentavam na sua exploração. É neste novo paradigma que o poder do dinheiro tem os dias contados.

Zorze disse...

Diogo,

E eu diariamente (nos dias úteis) analiso pedidos de crédito. Faço informações para conceder ou para não conceder. Como o director é um palhacito, o que eu decido, é que ele decide.

Concordo em absoluto com o teu post, pois é a verdade em que vivemos.

Voltando, às vezes, a minha análise é do tipo "se vou com a cara do bicho". Se o animal for estúpido, fica marcado, de mim não leva nada. Ainda à capacidade de decisão subjectiva. No que posso uso-a. Como também já "ajudei" muita gente.

Na questão dos spreads, a tabela que uso agora é diferente da que usava à uns meses atrás. Lá está!

No endividamento excessivo sou muito sensível. Consigo entender porquê é que a pessoa chegou até lá. Arrebento neurónios para lhes conseguir um bom plano de pagamentos.

Este sistema vai colapsar, disso tenho a certeza.
Agora as consequências, nem o falecido Zandinga, conseguiria prever.

Abraço,
Zorze

Zorze disse...

E já agora, a nossa banca não está a apertar o crédito porque lhes apetece.
Estão a sofrer na "pele" dos torcionários (mega-bancos internacionais) que lhes dão o sangue creditício, como muito bem o post exemplifica.
Somos muito pequenitos.

alf disse...

no meu último post do outramargem mostro que é verdade o que diz o xatoo. É importante compreender isso para não estarmos a pensar que a crise é fruto exclusivo da ganancia de banqueiros ou seja de quem for.

A armadilha dos banqueiros não estará nas restrições do crédito mas no contrário. Empréstimos para carro a 20 anos??? Isso faz algum sentido? mas eu conheço quem tenha.

Eu, pessolmente, não tenho queixas nenhumas dos bancos. Emprestam-me dinheiro com um spreadezito insignificante para eu comprar a casa, sem eles não teria casa própria; prestam-me imensos serviços financeiros a troco de nada - guardam-me o dinheiro, dão-me meios de pagamento eficientes, fazem-me extratos das despezas, etc, etc. É só vantagens. É por isso que recorro a eles.

Claro que os bancos farão so possíveis para tirar proveitos da crise. Como todos os outros. Não estão as industrias automoveis tb a querer ajudas? E para quê? é preciso as pessoas passarem a vida a comprar carro novo? O meu tem 6 anos e está como novo e o anterior durou 16 anos e ainda estava bom qd o abati. Não seria preferível irem fazer geradores eólicos ou paineis solares?

A «crise» é o resultado de um problema de desigualdade dos fluxos monetários. Que só termina por uma redistribuição de riqueza, como diz o Obama. Não há nenhuma outra maneira de sair dela. Entretanto, como sempre, cada um tenta tirar da «crise» os benefícios possíveis... porque as crises são sempre um mar de oportunidades para quem não tem escrúpulos... que é mais ou menos toda a gente, uns mais do que outros, desde que a oportunidade lhes passe debaixo da mão...

Anónimo disse...

O seu excelente post levou-me a este excelente artigo, como ao que o antecede e o que lhe vem a seguir:
http://resistir.info/chossudovsky/grande_depressao_sec_xxi.html

Diogo disse...

Zorze, não é só nos spreads que eles restringem:

«Se, até há um ano, muitos conseguiam obter 100 por cento do valor de uma casa em empréstimo, hoje, já não conseguem fazê-lo. Os bancos só emprestam cerca de 80 por cento, com um spread mais alto»



Alf, você é o cliente ideal de todo sistema bancário. Plenamente satisfeito com todas as benesses que os bancos lhe concedem. Bem aventurado!



Simon,

Já tinha lido este artigo de Chossudovsky e provavelmente vou postá-lo. O que ele diz é que é nestas fases de Depressões que: «A riqueza de papel é transformado em propriedade e controle de activos produtivos reais, incluindo indústria, serviços, recursos naturais, infra-estrutura, etc.»

Ou seja, é a fase da colheita. Quando os que criam o jogam com dinheiro virtual se apropriam da propriedade real.

Anónimo disse...

The Great Depression According to Milton Friedman
By Ivan Pongracic, Jr

http://www.fee.org/publications/the-freeman/article.asp?aid=8132

xatoo disse...

a ignorância em torno de quem foi Milton Friedman e quais as regras económicas (o mercado livre a desregulamentação financeira, as reaganomics) que implementou são confrangedoras
Andam a bramar contra o sistema e depois passam a vida a citar aqueles que o conceberam.
Prática mais idiota não deve haver.

Anónimo disse...

boas a todos,

muito bom diogo, infelizmente não é só através do dinheiro falso que esta gentinha cada vez mais nos tira a liberdade e a privacidade.

se me permite, gostaria que o diogo através deste blog e dos seus leitores fizessem chegar ao maio número de pessoas mais um atentado às nossas liberdades, desta vez trazido pela mão do sr sarkozy que não mais é que uma marioneta.

http://www.programaslivres.net/2008/11/22/mobilizem-se-para-bloquear-a-resposta-gradual-do-sarkozy-no-conselho-europeu/

abraço,

rjnunes

Diogo disse...

Xatoo,

Eu sei bem quem foi Milton Friedman e tenho conhecimento das suas teses ultraliberais. É por isso que o seu testemunho - de que são os bancos ao reduzir a quantidade de moeda em circulação que provocam as depressões económicas – é mais valioso.

Tal como o de Murray Rothbard, outro ultraliberal, quando afirma que os bancos que utilizam o sistema de reservas fraccionais – criam dinheiro a partir do nada. Que fazem o mesmo que os contrafactores.

Estes testemunhos são preciosos porque contradizem totalmente as teses que defendem.

Anónimo disse...

"Estes testemunhos são preciosos porque contradizem totalmente as teses que defendem."

Rothbard é contra a existência de bancos centrais, ao contrário do Friedman. Também é a favor da liberdade e concorrência de moedas no mesmo país.

Anónimo disse...

can you email me: mcbratz-girl@hotmail.co.uk, i have some question wanna ask you.thanks

Google+ disse...

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