Contas-ordenado
Comissões pesadas para saldos negativos
Comissões pesadas para saldos negativos
Há bancos que cobram 20% pelo descoberto bancário e as comissões podem ir até 10 euros por cada dia em que a conta esteja abaixo de zero.
Chegar ao fim do mês com a conta em saldo negativo é cada vez mais arriscado. Os bancos estão a cobrar comissões pesadas por cada dia em que o cliente não tem provisão suficiente para fazer face aos pagamentos.
É pior ainda quando se trata de um pagamento feito com cheque. Já se sabe que, para evitar entrar no chamado «descoberto não autorizado», muitos portugueses recorrem à conta-ordenado.
Até agora, os juros eram relativamente baixos, mas isso acabou-se. Há bancos que cobram 20% pelo descoberto bancário. As comissões podem ir até 10 euros por cada dia em que a conta esteja abaixo de zero.
A Associação dos Consumidores de Produtos Financeiros diz que estas comissões são ilegais.
O BPI foi o último banco a aderir a esta prática. O banco tem estado a informar os clientes por carta. Além dos 5 euros diários por a conta entrar em descoberto, os clientes passam a pagar 20 euros por cada cheque que seja passado sem provisão.
Quem tem conta-ordenado está livre destes custos, desde que não exceda o valor de descoberto que tem contratualizado com o banco, mas fica sujeito ao pagamento de juros elevados.
Os bancos justificam a aplicação destes custos como forma de penalizar o endividamento dos clientes. Além disso, as instituições bancárias dizem que a concessão de crédito tem que ter um preço.
Já o Banco de Portugal afirma que não tem poder para proibir os bancos de cobrar comissões, porque se trata da política concorrencial e diz que apenas tem que exigir que os bancos sejam transparentes e informem os clientes sobre os preços.
Só o legislador, ou seja, o Governo, é que pode alterar a cobrança destas comissões através de decreto-lei.
Comentário:
Ora, no passado dia 10 Fevereiro de 2009, o Jornal de Negócios noticiava que a Euribor, a taxa mais utilizada como indexante dos contratos de crédito à habitação, tinha recuado para os 2%:
Euribor quebra barreira dos 2% [em 2009] e fica abaixo da taxa do BCE [taxa directora do Banco Central Europeu] pela primeira vez desde 2004.
Ou seja, precisamente quando a taxa de juro de referência do banco Central Europeu e a Euribor descem para os 2%, a canalha bancária vem dizer: «Até agora, os juros das contas ordenado eram relativamente baixos, mas isso acabou-se».
E ainda: «Os bancos justificam a aplicação destes custos como forma de penalizar o endividamento dos clientes».
O roubo assassino perpetrado pela banca a milhões de pessoas, boa parte delas com a corda na garganta, não deverá também ter um preço elevado para as sanguessugas financeiras?
Não será um imperativo fazer alguma coisa de forma a erradicar da economia as "instituições" parasitas lideradas por estes cavalheiros?
Jornal de Notícias – 29/1/2009
O Banco Espírito Santo (BES) obteve um lucro de 402,3 milhões de euros no exercício de 2008. O presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, salientou em conferência de imprensa que "este é o terceiro resultado mais elevado da história do banco apesar da difícil situação financeira".
Agência Financeira – 23/1/2009
Os lucros consolidados do BPI foram, em 2008, de 150,3 milhões de euros. "Medidos em grau de dificuldades, pela dimensão e complexidade, os resultados de 2008 foram muito melhores que os de 2007", afirmou o presidente-executivo do banco, Fernando Ulrich, na conferência de apresentação de resultados.
Açoriano Oriental – 13/2/2009
O Millennium bcp terá registado lucros de 189,4 milhões de euros em 2008. A "deterioração dos indicadores de imparidades" e o esforço de provisões feitas são as questões mais referidas pelos analistas para a quebra dos resultados do banco em 2008. O aumento das provisões terá sido na ordem dos 85 por cento, face a 2007, para mais de 482 milhões de euros.
Jornal de Notícias – 5/2/2009
O Santander-Totta obteve um lucro de 517,7 milhões de euros em 2008, mais 1,5 % do que no exercício de 2007, anunciou o banco liderado por Nuno Amado. "O reforço da solidez financeira e o crescimento dos depósitos e dos créditos às empresas" foram alguns dos destaques na actividade do banco realçados por Nuno Amado na conferência de imprensa de apresentação de resultados do exercício de 2008, que decorre em Lisboa.
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Chegar ao fim do mês com a conta em saldo negativo é cada vez mais arriscado. Os bancos estão a cobrar comissões pesadas por cada dia em que o cliente não tem provisão suficiente para fazer face aos pagamentos.
É pior ainda quando se trata de um pagamento feito com cheque. Já se sabe que, para evitar entrar no chamado «descoberto não autorizado», muitos portugueses recorrem à conta-ordenado.
Até agora, os juros eram relativamente baixos, mas isso acabou-se. Há bancos que cobram 20% pelo descoberto bancário. As comissões podem ir até 10 euros por cada dia em que a conta esteja abaixo de zero.
A Associação dos Consumidores de Produtos Financeiros diz que estas comissões são ilegais.
O BPI foi o último banco a aderir a esta prática. O banco tem estado a informar os clientes por carta. Além dos 5 euros diários por a conta entrar em descoberto, os clientes passam a pagar 20 euros por cada cheque que seja passado sem provisão.
Quem tem conta-ordenado está livre destes custos, desde que não exceda o valor de descoberto que tem contratualizado com o banco, mas fica sujeito ao pagamento de juros elevados.
Os bancos justificam a aplicação destes custos como forma de penalizar o endividamento dos clientes. Além disso, as instituições bancárias dizem que a concessão de crédito tem que ter um preço.
Já o Banco de Portugal afirma que não tem poder para proibir os bancos de cobrar comissões, porque se trata da política concorrencial e diz que apenas tem que exigir que os bancos sejam transparentes e informem os clientes sobre os preços.
Só o legislador, ou seja, o Governo, é que pode alterar a cobrança destas comissões através de decreto-lei.
Comentário:
Ora, no passado dia 10 Fevereiro de 2009, o Jornal de Negócios noticiava que a Euribor, a taxa mais utilizada como indexante dos contratos de crédito à habitação, tinha recuado para os 2%:
Euribor quebra barreira dos 2% [em 2009] e fica abaixo da taxa do BCE [taxa directora do Banco Central Europeu] pela primeira vez desde 2004.
Ou seja, precisamente quando a taxa de juro de referência do banco Central Europeu e a Euribor descem para os 2%, a canalha bancária vem dizer: «Até agora, os juros das contas ordenado eram relativamente baixos, mas isso acabou-se».
E ainda: «Os bancos justificam a aplicação destes custos como forma de penalizar o endividamento dos clientes».
O roubo assassino perpetrado pela banca a milhões de pessoas, boa parte delas com a corda na garganta, não deverá também ter um preço elevado para as sanguessugas financeiras?
Não será um imperativo fazer alguma coisa de forma a erradicar da economia as "instituições" parasitas lideradas por estes cavalheiros?
Jornal de Notícias – 29/1/2009
O Banco Espírito Santo (BES) obteve um lucro de 402,3 milhões de euros no exercício de 2008. O presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, salientou em conferência de imprensa que "este é o terceiro resultado mais elevado da história do banco apesar da difícil situação financeira".
Agência Financeira – 23/1/2009
Os lucros consolidados do BPI foram, em 2008, de 150,3 milhões de euros. "Medidos em grau de dificuldades, pela dimensão e complexidade, os resultados de 2008 foram muito melhores que os de 2007", afirmou o presidente-executivo do banco, Fernando Ulrich, na conferência de apresentação de resultados.
Açoriano Oriental – 13/2/2009
O Millennium bcp terá registado lucros de 189,4 milhões de euros em 2008. A "deterioração dos indicadores de imparidades" e o esforço de provisões feitas são as questões mais referidas pelos analistas para a quebra dos resultados do banco em 2008. O aumento das provisões terá sido na ordem dos 85 por cento, face a 2007, para mais de 482 milhões de euros.
Jornal de Notícias – 5/2/2009
O Santander-Totta obteve um lucro de 517,7 milhões de euros em 2008, mais 1,5 % do que no exercício de 2007, anunciou o banco liderado por Nuno Amado. "O reforço da solidez financeira e o crescimento dos depósitos e dos créditos às empresas" foram alguns dos destaques na actividade do banco realçados por Nuno Amado na conferência de imprensa de apresentação de resultados do exercício de 2008, que decorre em Lisboa.
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12 comentários:
Para que serve e que faz o Banco de Portugal, trabalho que justifique os altíssimos ordenados pagos aos seus administradores?
Com o aval que o Governo deu aos bancos, estes sentem-se com mais poder, para obrigar e espoliar o cidadão comum. Nunca ninguém neste País ouviu o Primeiro-ministro ou Ministro das Finanças, dizer ás Instituições de Crédito, que devido ás dificuldades que as pessoas sentem, deveriam tentar renegociar as suas dívidas e cobrarem o mínimo de comissões possíveis. Porque será que não o fazem?
Outra armadilha, utilizada pelo BCP, é de manter um valor flutuante no plafond, aumentando-o à medida que o tentamos pagar.
Esta cambada de chulos que são os banqueiros além de cobrarem juros pesados a quem não consegue manter um saldo médio na conta à ordem, têm o desplante de não pagaram nem sequer um cêntimo a quem lá tiver um saldo muito superior aquele a que é obrigado. Mas isto só acontece neste País porque a entidade reguladora nnão regula coisa nenhuma, pelo menos no sentido de proteger o depositante.
só há uma forma das pessoas lutarem contra isto: têm de se convencer que não podem gastar mais que aquilo que ganham. "Contas a descoberto" é o que os Bancos mais adoram. Cobrar juros é a alma do negócio; se prescindirmos de desejos perversos e desajustados ao nosso status social combatemos o sistema tornando-o vulnerável naquilo em que é mais sensivel: na exploração do próximo e no auto financiamento pela concessão de crédito.
Vamos lá a pôr de parte a ideia das casas de praia e viagens caribenhas, sem ser nas férias grandes uma vez por ano, nos BMW`s e pensar em andar de eléctrico (e de bicicleta aos fins de semana)
ok?
É claro que, mesmo fazendo isto, o remédio é insuficiente - eles criam bolhas de consumo noutros lados, Angola, Brasil, India, etc.
Seria preciso que todos, em todos os lados, tivessem os mesmos conhecimentos e compreensão do problemas. Este foi o dilema do Trotsy
Diogo
Pois é tal pescadinha de rabo na boca, vão sempre sacar de alguma forma.
Está claro com a conivência dos amigos do Governo, afinal não é vão que se pagam campanhas eleitorais e se sai do Governo para cargos bancário e vice versa.
Beijos
Ponham o "vil metal" na C.G.Depósitos. Há muito que não tenho surpresas.
Eu gostava de saber qual a é percentagem de portugueses, dos que têm conta-ordenado, que sabem que estão a pagar juros + comissões ao banco, quando a conta entra em negativos. E dos que sabem, quantos imaginam a brutalidade de juros (que podem chegar aos 20%) + comissões (entre cinco e dez euros diários) que agora os obrigam a pagar.
A conta-ordenado é uma das maiores burlas praticadas por estes ladrões profissionais. Eles sabem que 80% das pessoas chegam ao fim do mês com a conta a zeros, que estão sempre com a corda na garganta. Então, que fizeram? Disponibilizaram a conta-ordenado.
Um dia, as pessoas que viam, nos princípios de cada mês, 160 contos (salário médio) na sua conta, depositados pela empresa onde trabalham, depararam com 320 contos disponíveis na sua conta-ordenado. Evidentemente que pessoas a viver no fio da navalha, que é a maior parte, lembraram-se imediatamente que era necessário substituir o esquentador (que ora acende, ora não), comprar uma televisão para o quarto do miúdo e mandar substituir uma janela já podre com a humidade. E já está! Completamente dentro da ratoeira até ao fim da vida. Porque com salários pequenos não é possível poupar e, portanto, fugir dos negativos.
O dinheiro que continuam a ver na conta ao princípio de cada mês continua a ser 160 contos, mas agora todos negativos. Excepto o primeiro «mês de festa», quando «optaram» pela conta-ordenado, vão continuar a viver com 160 contos por mês. 160? Não, menos! Porque agora pagam juros e comissões aos ladrões financeiros. E estes acabam de anunciar aumentos escandalosos em comissões e taxas criminosas.
A banca privada deve de ser exterminada. É ela o grande mal de todos os males. Literalmente.
Eu aqui vou pelo o xatoo. As pessoas têm que se mentalizar de que só podem gastar o que ganham. Têm que crescer dentro da sua inocência e perceber de uma vez por todas que ninguém dá nada a ninguém. Nem devem se iludir com publicidades muito bem feitas.
Não vale de nada apontar o dedo aos milhões de lucros da banca se é o ego consumista de cada um que alimenta tais resultados.
O Ricardo Espírito Santo Salgado, o Santos Ferreira, o Ulrich, o Nuno Amado e por portas e travessas a família Eduardo dos Santos (e cada vez mais) agradecem ao povo português por ser tão benemérito.
Num País onde um dos maiores problemas é a iliteracia, quanto mais ser um informado cliente bancário.
Abraço,
Zorze
Discordo Zorze.
Neste caso, há muita publicidade enganosa, há omissão criminosa e há vigarice da grossa. A banca consegue somar, de uma forma simpática, as três.
De certeza que 70 a 80 por cento das pessoas a quem foram impingidas as conta-ordenado não sabem que estão a pagar juros e comissões. Por outro lado, a conta-ordenado é uma ratoeira.
As vigarices são (ou deveriam ser) proibidas por lei. Se eu comprar uma embalagem de carne no super-mercado, parto do princípio de que está em condições. Não devo ter de a cheirar para saber se está podre.
Deve-se obrigar quase toda a população, muita da qual pouco literata, a ler as letras pequeninas e a perceber os trocadilhos e as omissões dos bancos e dos seguros?
Zorze: « Não vale de nada apontar o dedo aos milhões de lucros da banca se é o ego consumista de cada um que alimenta tais resultados»
O ego consumista? De milhões que recebem o ordenado mínimo?
Diogo,
Os que recebem o ordenado mínimo, também pouco lucro dão à banca. Mal têm uma conta de Depósito à Ordem e pouco mais. A banca a esses (re)tira-lhes através das despesas de manutenção, comissão aliás que eu acho infame.
Começando pelos particulares, o alvo, são os trabalhadores efectivos e funcionários públicos. A chamada classe média/média e média/alta.
São aqueles que querem mostrar no estacionamento da praceta o carro último modelo ou chegar bronzeado ao trabalho em Janeiro e Fevereiro. Esses são os clientes preferenciais da banca. São clientes "bola de neve" fazem publicidade à Instituição de borla, ou melhor, pagam para trazer novos clientes sem se aperceberem.
Na banca dá-se muita importância a "opinion makers" locais. Seja o presidente do conselho directivo da escola local ou o dono da papelaria que conhece toda a gente.
Quanto às empresas, e em Portugal, falemos de PME's, são comidos de toda a forma e feitio e como a grande maior parte dos nossos empresários pouca cultura e fraca competência de gestão têm, ainda fica mais fácil. São subsidio-dependentes, melhor, pedinchas profissionais, que ao mínimo resvalo não têm problemas nenhuns em despedir quem já trabalhava à anos para eles.
Infelizmente, este tipo de empresariado (vigarista e bacoco) é a grande maioria nacional. Conheço bastantes, e digo-te, não prestam.
Em resumo, no circuito económico português, grassa a incompetência, o desleixo, a falta de vergonha, a falta de ética, a corrupção generalizada e etc, etc...
É transversal a toda a cadeia alimentar. Do mais alto até ao mais baixo.
Abraço,
Zorze
De acordo Zorze, mas quem está no topo da cadeia alimentar são os bancos. São esses é que é necessário exterminar. São esses os grandes ladrões, seja a nível pessoal, nacional ou global.
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