«Há semanas dissemos que se Passos Coelho queria vetar o PEC e poupar os portugueses a um aumento de impostos, só tinha uma solução: cortar despesa pública. E não é que o novo líder do PSD prometeu mesmo cortes na despesa?
Ontem, depois de Miguel Macedo ter explicado que cortes são esses, percebemos porque está Portugal em tão mau estado: nem PSD nem PS têm coragem para tomar as medidas necessárias para reformar esse imenso lodaçal que são as finanças públicas portuguesas. Senão veja-se: o PSD diz que o seu plano corta 1.700 milhões de euros de despesa. Só que se trata de despesa com aquisição de bens e serviços. Ou seja, o plano não resolve o grande cancro das finanças públicas portuguesas: a despesa corrente. Não porque os técnicos que assessoram Pedro Passos Coelho não conheçam a verdadeira solução para o problema; mas porque não há coragem política para o fazer.
A razão é óbvia: quem prometer ao País a redução do número de funcionários públicos (cujos salários respondem pelo grosso da despesa corrente) perde eleições. Mas se o PSD não quer correr o risco de apresentar um receituário sério que corte pela raiz a origem da despesa corrente, é melhor estar quieto. Porque, com planos destes, o partido (e a sua liderança) só se descredibiliza.
Acresce que esta manobra de diversão acontece num momento em que os mercados nos encostam cada vez mais à Grécia: os juros da dívida subiram ontem para o nível mais alto desde 2008. E quem, nesses mercados, toma decisões sobre investir ou não em dívida pública portuguesa (e a que preço) não é estúpido. "Got it", Pedro?»
Ontem, depois de Miguel Macedo ter explicado que cortes são esses, percebemos porque está Portugal em tão mau estado: nem PSD nem PS têm coragem para tomar as medidas necessárias para reformar esse imenso lodaçal que são as finanças públicas portuguesas. Senão veja-se: o PSD diz que o seu plano corta 1.700 milhões de euros de despesa. Só que se trata de despesa com aquisição de bens e serviços. Ou seja, o plano não resolve o grande cancro das finanças públicas portuguesas: a despesa corrente. Não porque os técnicos que assessoram Pedro Passos Coelho não conheçam a verdadeira solução para o problema; mas porque não há coragem política para o fazer.
A razão é óbvia: quem prometer ao País a redução do número de funcionários públicos (cujos salários respondem pelo grosso da despesa corrente) perde eleições. Mas se o PSD não quer correr o risco de apresentar um receituário sério que corte pela raiz a origem da despesa corrente, é melhor estar quieto. Porque, com planos destes, o partido (e a sua liderança) só se descredibiliza.
Acresce que esta manobra de diversão acontece num momento em que os mercados nos encostam cada vez mais à Grécia: os juros da dívida subiram ontem para o nível mais alto desde 2008. E quem, nesses mercados, toma decisões sobre investir ou não em dívida pública portuguesa (e a que preço) não é estúpido. "Got it", Pedro?»
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Primeira questão - Os juros da Dívida Pública
Primeira questão - Os juros da Dívida Pública
Que entidades são essas que emprestam dinheiro a Portugal? Que necessidade tem o país de pedir dinheiro emprestado a bancos e a investidores privados e a outras instituições financeiras internacionais, ficando a pagar juros usurários, que rondam hoje os cinco por cento?
No fim de contas, o Banco Central Europeu [BCE] empresta aos bancos privados à taxa de 1%. Porque não há-de esta instituição emprestar a Portugal à mesma taxa? Para que serve, afinal, o Banco Central Europeu?
No fim de contas, o Banco Central Europeu [BCE] empresta aos bancos privados à taxa de 1%. Porque não há-de esta instituição emprestar a Portugal à mesma taxa? Para que serve, afinal, o Banco Central Europeu?
«O BCE vai emprestar 96,9 mil milhões de euros a 224 bancos, no último leilão que fará a um ano com juros baixos, esperando-se que a taxa de juro seja na ordem de um por cento, segundo a Bloomberg.
(...) No último leilão deste género, o BCE emprestou 75,2 mil milhões de euros, enquanto que, em Junho, tinha cedido mais de 442 mil milhões.»
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Segunda questão - O Desemprego
Segunda questão - O Desemprego
Caro Camilo Lourenço, embora reconhecendo que a função pública pode em muitos casos ser melhor gerida, estará você apostado em enviar mais gente para o desemprego? De onde virão os postos de trabalho para todas estas pessoas que, sem dinheiro para consumir, provocarão a falência de milhares de empresas, fomentando ainda mais desemprego? Já alguma vez se perguntou sobre as verdadeiras causas do desemprego?
TSF – 21-04-2010 «O FMI aumentou, esta quarta-feira, a perspectiva para o número de desempregados em Portugal, acreditando que a taxa de desemprego poderá subir para os 11 por cento ainda em 2010 e reviu em baixa o PIB português.»
a) O Desemprego engendrado pela Banca:
Os bancos criam deliberadamente depressões económicas e correspondente desemprego, restringindo o crédito e portanto o dinheiro em circulação, auferindo, no processo, lucros fabulosos.
Em qualquer economia é necessária uma adequada disponibilidade de moeda. O dinheiro é o sangue da sociedade civilizada, o meio pelo qual são feitas todas as transacções comerciais. Se se remover o dinheiro ou reduzir a disponibilidade de moeda abaixo do que é necessário para levar a cabo os níveis correntes de comércio, os resultados são catastróficos. A falta de dinheiro causada pelos bancos traz a depressão e, com ela, o desemprego.
Milton Friedman: «Nunca tive conhecimento de nenhuma depressão económica séria em qualquer país, que não tenha sido acompanhada por um acentuado declínio da quantidade de dinheiro em circulação, e, de igual modo, nunca tive conhecimento de nenhum declínio acentuado de dinheiro em circulação que não tenha sido acompanhado por uma depressão económica séria.»
TSF – 21-04-2010 «O FMI aumentou, esta quarta-feira, a perspectiva para o número de desempregados em Portugal, acreditando que a taxa de desemprego poderá subir para os 11 por cento ainda em 2010 e reviu em baixa o PIB português.»
a) O Desemprego engendrado pela Banca:
Os bancos criam deliberadamente depressões económicas e correspondente desemprego, restringindo o crédito e portanto o dinheiro em circulação, auferindo, no processo, lucros fabulosos.
Em qualquer economia é necessária uma adequada disponibilidade de moeda. O dinheiro é o sangue da sociedade civilizada, o meio pelo qual são feitas todas as transacções comerciais. Se se remover o dinheiro ou reduzir a disponibilidade de moeda abaixo do que é necessário para levar a cabo os níveis correntes de comércio, os resultados são catastróficos. A falta de dinheiro causada pelos bancos traz a depressão e, com ela, o desemprego.
Milton Friedman: «Nunca tive conhecimento de nenhuma depressão económica séria em qualquer país, que não tenha sido acompanhada por um acentuado declínio da quantidade de dinheiro em circulação, e, de igual modo, nunca tive conhecimento de nenhum declínio acentuado de dinheiro em circulação que não tenha sido acompanhado por uma depressão económica séria.»
«Banco de Portugal revela que a Banca voltou a restringir as condições para a concessão de créditos. Critérios deverão ser ainda mais apertados no futuro.»
«O inquérito realizado em Outubro pelo Banco de Portugal (BdP) a cinco grupos bancários portugueses revelou que estes restringiram ainda mais os critérios para a concessão de crédito no terceiro trimestre [de 2008], que se traduziu, entre outras coisas no aumento dos 'spreads' que praticam.
Segundo os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito efectuado pelo Banco de Portugal relativamente a Outubro deste ano, o aumento das restrições da concessão de empréstimos foi verificada em "todos os segmentos considerados."
(...) Para o próximo trimestre, o BdP diz que os bancos inquiridos "perspectivam continuar a aumentar a exigência dos critérios de aprovação de empréstimos, sobretudo no que respeita aos empréstimos concedidos a longo prazo a empresas e a particulares para aquisição de habitação.»
b) O Desemprego Tecnológico:
À medida que tecnologia vai penetrando em todo o lado, a economia no seu conjunto vai perdendo capacidade para continuar a absorver os trabalhadores que perdem os seus trabalhos devido à automação. A estagnação e o declínio dos salários médios dos trabalhadores, a desigualdade crescente dos rendimentos e o consumo baseado em dívida em vez de no rendimento, reflectem claramente o aumento do desemprego estrutural.
Segundo os dados fornecidos pelo estudo da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal8 (FESETE), os sectores têxtil, de vestuário e calçado, um dos mais fortes pilares da indústria transformadora em Portugal, perderam 90.000 empregos entre 1990 e 2000. Numa década, a actividade viu-se, assim, reduzida de 24% da força de trabalho, o que teve, de acordo com a FESETE, um impacto proporcional sobre a produção final dada a introdução de novas tecnologias que substituem o trabalho físico.
c) O Desemprego da Globalização:
A globalização é um fenómeno sobretudo económico e financeiro, que teve início quando a tecnologia da informática se associou à das telecomunicações e quando algumas barreiras comerciais começaram a ser derrubadas. Pressupõe uma padronização dos produtos e uma estratégia de marketing mundial para uniformizar a sua imagem junto dos consumidores. As empresas transnacionais são o motor deste processo. Procuram, acima de tudo, abrir novos mercados para a sua produção e, ao mesmo tempo, aumentar as margens de lucro ao estabelecer essa mesma produção nos países onde a mão-de-obra é mais barata. Ou seja, nos países em desenvolvimento. Aparentemente, trata-se de uma vantagem para estes últimos, onde criam postos de trabalho.
No entanto, só aparentemente. Porque o lucro das transnacionais – no fundo o seu grande objectivo – é conseguido através dos baixos salários, das intermináveis jornadas de trabalho e da eliminação dos direitos dos trabalhadores (quantas vezes não recorrem mesmo ao trabalho escravo ou infantil), atacando conquistas sindicais e sociais, enfim, tudo o que representa o chamado Estado do bem-estar social.
«O inquérito realizado em Outubro pelo Banco de Portugal (BdP) a cinco grupos bancários portugueses revelou que estes restringiram ainda mais os critérios para a concessão de crédito no terceiro trimestre [de 2008], que se traduziu, entre outras coisas no aumento dos 'spreads' que praticam.
Segundo os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito efectuado pelo Banco de Portugal relativamente a Outubro deste ano, o aumento das restrições da concessão de empréstimos foi verificada em "todos os segmentos considerados."
(...) Para o próximo trimestre, o BdP diz que os bancos inquiridos "perspectivam continuar a aumentar a exigência dos critérios de aprovação de empréstimos, sobretudo no que respeita aos empréstimos concedidos a longo prazo a empresas e a particulares para aquisição de habitação.»
b) O Desemprego Tecnológico:
À medida que tecnologia vai penetrando em todo o lado, a economia no seu conjunto vai perdendo capacidade para continuar a absorver os trabalhadores que perdem os seus trabalhos devido à automação. A estagnação e o declínio dos salários médios dos trabalhadores, a desigualdade crescente dos rendimentos e o consumo baseado em dívida em vez de no rendimento, reflectem claramente o aumento do desemprego estrutural.
Segundo os dados fornecidos pelo estudo da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal8 (FESETE), os sectores têxtil, de vestuário e calçado, um dos mais fortes pilares da indústria transformadora em Portugal, perderam 90.000 empregos entre 1990 e 2000. Numa década, a actividade viu-se, assim, reduzida de 24% da força de trabalho, o que teve, de acordo com a FESETE, um impacto proporcional sobre a produção final dada a introdução de novas tecnologias que substituem o trabalho físico.
c) O Desemprego da Globalização:
A globalização é um fenómeno sobretudo económico e financeiro, que teve início quando a tecnologia da informática se associou à das telecomunicações e quando algumas barreiras comerciais começaram a ser derrubadas. Pressupõe uma padronização dos produtos e uma estratégia de marketing mundial para uniformizar a sua imagem junto dos consumidores. As empresas transnacionais são o motor deste processo. Procuram, acima de tudo, abrir novos mercados para a sua produção e, ao mesmo tempo, aumentar as margens de lucro ao estabelecer essa mesma produção nos países onde a mão-de-obra é mais barata. Ou seja, nos países em desenvolvimento. Aparentemente, trata-se de uma vantagem para estes últimos, onde criam postos de trabalho.
No entanto, só aparentemente. Porque o lucro das transnacionais – no fundo o seu grande objectivo – é conseguido através dos baixos salários, das intermináveis jornadas de trabalho e da eliminação dos direitos dos trabalhadores (quantas vezes não recorrem mesmo ao trabalho escravo ou infantil), atacando conquistas sindicais e sociais, enfim, tudo o que representa o chamado Estado do bem-estar social.
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Terceira questão - A Opinião Jornalística
Terceira questão - A Opinião Jornalística
Mário Soares no Programa "Prós e Contras" [27-04-2009] – Toda a comunicação social está concentrada nas mãos de meia dúzia de grupos económicos.
Mário Soares: [...] E realmente isso mostra que há aí um conúbio... nem é com os jornalistas em si, mas com os directores. Uma das coisas que sucedeu é que formar um jornal, que era fácil logo a seguir ao 25 de Abril, não era difícil, formava-se um jornal, quatro jornalistas e tal, o papel, tudo aquilo era fácil de conseguir. Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas.
Fátima Campos Ferreira: Grupos económicos, é?
Mário Soares: Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir. É difícil, porque há muito pouca... é por isso que nós vimos muitos jornalistas, dos mais notáveis que apareceram depois do 25 de Abril, já deixaram de ser jornalistas. Fazem outras coisas, são professores de jornalismo, são professores de outras coisas. Bem, há aqui portanto um conúbio.
Fátima Campos Ferreira: Sr. Dr., mas então onde fica aí a liberdade de expressão?
Mário Soares: Ah, fica mal, fica mal, como nós sabemos.
Fátima Campos Ferreira: Mas não é também ao abrigo do chapéu da liberdade de expressão que o jornalismo ainda trabalha?
Mário Soares: Evidentemente que os jornais e os jornalistas e mesmo as televisões têm o cuidado de pôr umas florzinhas para um artigo ou outro. Uma vinda à televisão ou outra, etc., para disfarçar um pouco as coisas, mas não é isso o normal. Se a senhora se der ao trabalho, como eu tenho feito, de apreciar o que é, de uma maneira objectiva e isenta, a comunicação social, e como todos se repetem, ou quase todos os grupos se repetem a dizer as mesmas coisas, uns piores que outros, outros melhores, outros mais... mas todos se repetem, incluindo a televisão oficial, bem, a senhora perceberá...
Mário Soares: [...] E realmente isso mostra que há aí um conúbio... nem é com os jornalistas em si, mas com os directores. Uma das coisas que sucedeu é que formar um jornal, que era fácil logo a seguir ao 25 de Abril, não era difícil, formava-se um jornal, quatro jornalistas e tal, o papel, tudo aquilo era fácil de conseguir. Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas.
Fátima Campos Ferreira: Grupos económicos, é?
Mário Soares: Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir. É difícil, porque há muito pouca... é por isso que nós vimos muitos jornalistas, dos mais notáveis que apareceram depois do 25 de Abril, já deixaram de ser jornalistas. Fazem outras coisas, são professores de jornalismo, são professores de outras coisas. Bem, há aqui portanto um conúbio.
Fátima Campos Ferreira: Sr. Dr., mas então onde fica aí a liberdade de expressão?
Mário Soares: Ah, fica mal, fica mal, como nós sabemos.
Fátima Campos Ferreira: Mas não é também ao abrigo do chapéu da liberdade de expressão que o jornalismo ainda trabalha?
Mário Soares: Evidentemente que os jornais e os jornalistas e mesmo as televisões têm o cuidado de pôr umas florzinhas para um artigo ou outro. Uma vinda à televisão ou outra, etc., para disfarçar um pouco as coisas, mas não é isso o normal. Se a senhora se der ao trabalho, como eu tenho feito, de apreciar o que é, de uma maneira objectiva e isenta, a comunicação social, e como todos se repetem, ou quase todos os grupos se repetem a dizer as mesmas coisas, uns piores que outros, outros melhores, outros mais... mas todos se repetem, incluindo a televisão oficial, bem, a senhora perceberá...
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"Got it", Camilo?
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"Got it", Camilo?
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7 comentários:
Bom Post! Não é que eu não consigo discordar de si nem no mais pequeno aspecto???
O BCE empresta a 1% aos bancos porque a actividade destes é garantida ... pelo Estado! Paradoxalmente, os juros para o Estado são altos porque..
Bem, na verdade, cá para mim, trata-se apenas de exploração - as instituições financeiras estão concertadas na exploração dos estados fracos. SAbem que o dinheiro que lhes emprestam não corre perigo e como estão concertados, podem subir a taxa de juro. Da mesma maneira que as gasolineiras podem subir os preços, pois sabem que as pessoas continuam a consumir.
Estas são as regras do jogo. Não há bons nem maus, há apenas estúpidos e espertos. Cada um puxa a brasa à sua sardinha como pode. O Estado português tem de se tornar mais esperto. Os portugueses têm de se tornar mais espertos e deixarem de comprar tudo o que é estrangeiro. Têm de substituir a mentalidade de consumidores pelo de produtores. Sem isso, não há futuro.
Quanto ao desemprego na função pública - despedir tem altos custos para o Estado: fundo de desemprego, problemas sociais, degradação da economia, etc.
Para uma empresa privada é que é bom - os custos passam para o Estado. Desempregar os fp não reduz custos para o Estado, só mudam de rubrica.
Não é óbvio?
A recessão está a privar aos jovens a oportunidade de ganharem experiência profissional e a maior parte dos que estão empregados estão a fazer trabalhos abaixo das suas habilitações e provavelmente permanecerão nesses lugares para sempre.
As recessões rebaixam as capacidades profissionais e têm custos psicológicos e familiares elevadíssimos.
Aleluia Alf, até que enfim que o vejo a concordar comigo nestas coisas das finanças e da economia (coisa que tem vindo a fazer paulatinamente sobre os temas científicos no seu blogue).
Mas não concordo com este seu parágrafo: «Estas são as regras do jogo. Não há bons nem maus, há apenas estúpidos e espertos. Cada um puxa a brasa à sua sardinha como pode. O Estado português tem de se tornar mais esperto. Os portugueses têm de se tornar mais espertos e deixarem de comprar tudo o que é estrangeiro. Têm de substituir a mentalidade de consumidores pelo de produtores. Sem isso, não há futuro. »
A questão é que a Banca Internacional domina governos, parlamentos, tribunais e os Media. De forma que os cidadãos dos vários países estão totalmente nas mãos da usura internacional por intermédio das instituições que supostamente os deveriam proteger.
Pois é Helena, o jornalista Camilo Lourenço defende a miséria para todos (excepto, por enquanto, para uma elite cada vez menor). E é revoltante ver toda uma juventude condenada à miséria – os mil euristas de que falam os europeus.
Mais de 90% dos jornalistas são pagos para mentir?
A aquisição de bens e serviços é despesa corrente. Ao sr Camilo não lhe agrade que se corte nesse campo...porque, provavelmente, será o que o afecta...se tiver alguma consultoria com com algum organismo público, por isso defende que sejam os outros a pagar a crise!
Diogo,
Estas questões do financiamento internacional são muito complexas e envolvem engenharias financeiras muito difíceis de explicar em três ou quatro linhas.
Veja-se só o caso da Espanha, que é tremendamente preocupante. Se por hipótese a Espanha colapsa-se o FMI não teria capacidade financeira para "acudir".
Vivemos num mundo brutalmente hipócrita.
Portugal paga à volta de 4,5% aos investidores estrangeiros, normalmente institucionais e grandes particulares e paga menos de 1% aos aforradores portugueses.
Ao mesmo tempo permite, por via legislativa, que os seus bancos nacionais transfiram grandes quantidades de capital dos seus grandes clientes para offshores. Grande parte desse capital de origem duvidosa e livre de impostos.
Quid juris?
Abraço,
Zorze
E o Mário Soares fala como se não fosse um dos principais culpados da situação que se vive hoje.
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