O objectivo supremo da propaganda é conseguir que milhões de pessoas forjem entusiasticamente as grilhetas da sua própria servidão [Emil Maier-Dorn].
sexta-feira, setembro 16, 2005
Sharon, de besta a bestial, apenas com um discurso
Na Globo Online - 16 de Setembro de 2005
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, num discurso proferido na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), pôs a política israelita de pernas para o ar e gerou ataques da direita e elogios da esquerda esta sexta-feira, após reconhecer o direito dos palestinianos a possuírem um Estado independente.
O discurso de Sharon na Assembleia Geral da ONU, proferido na quinta-feira e no qual defendeu que fossem feitas concessões para "pôr fim a este conflito sangrento", revelou-se mais conciliatório do que muitos esperavam. O premier é visto tradicionalmente como um intransigente político linha-dura.
Sharon repetiu a sua declaração de que cabe aos palestinianos mostrar que desejam a paz investindo contra os grupos extremistas depois da retirada israelita da Faixa de Gaza, concluída no começo desta semana após 38 anos de ocupação.
"O homem que, nas últimas quatro décadas, intimidou, ameaçou, torpedeou, postergou, apontou o dedo em riste e fez retumbar sua voz, reiniciou o relógio ontem e redefiniu-se", escreveu Ben Caspit, um colunista do diário israelita "Maariv".
Comentário:
É com lágrimas nos olhos que assisto a este discurso de paz, de fraternidade e de harmonia, vindo de um homem alvo de vários processos judiciais por, entre outras coisas, o massacre de Kibya que provocou 80 mortos (metade deles mulheres e crianças) e ainda os célebres massacres de Sabra e Chatilla que provocaram 1982 vítimas.
Temo, no entanto, que um atentado perpetrado pelo Hamas ou por outro grupo semelhante, venha a pôr em causa o direito dos palestinianos a possuírem um Estado independente – como lucidamente afirmou Sharon.
E o caso complica-se ainda mais se o Hamas for uma criação da Mossad como afirma Hassane Zerouky:
"O Hamas construiu o seu poder através dos vários actos de sabotagem ao processo de paz, numa forma compatível com os interesses do governo Israelita. Por seu lado, este último procurou, de várias formas, evitar a aplicação dos acordos de Oslo. Por outras palavras, o Hamas estava a cumprir as funções para as quais tinha sido originalmente criado: evitar a criação do Estado Palestiniano. E, a este respeito, o Hamas e Ariel Sharon, estão de acordo; estão exactamente no mesmo comprimento de onda."
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4 comentários:
A mim não me engana ele...
Um assassino é sempre um assassino!
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