Entrevista de Thierry Meyssan ao Correio da Manhã em 10 de Setembro de 2002
Thierry Meyssan, 45 anos, estudou Ciência Política, mas trabalhou quase sempre como jornalista, tendo escrito «A Terrível Impostura» e «Pentagate»
Ninguém percebeu até hoje os atentados de 11 de Setembro de 2001, contra o World Trade Center e o Pentágono, mas é certa a intervenção terrorista nos actos. Pouco depois das explosões, Bin Laden e a al-Qaeda foram responsabilizados pelos Estados Unidos e, mais tarde, pelo Mundo. Passados 12 meses, há, porém, quem defenda uma tese diferente. O jornalista e investigador francês, Thierry Meyssan, analisou todas as imagens e informações e chegou à conclusão revolucionária de que nenhum avião caiu no Pentágono, mas antes que o ataque foi feito com um míssil norte-americano.
- O que é que despertou a sua teoria?
- Na sequência dos atentados, perguntei-me quem seriam os responsáveis pelos atentados. Como qualquer jornalista coloquei todas as hipóteses. No entanto, o governo americano responsabilizou logo Osama bin Laden pelos atentados, mas foi incapaz de provar a sua culpa. Ainda pensei que fosse por uma questão de segurança. Nunca pensei que fosse algo organizado, como sei hoje. Nenhum avião caiu no Pentágono.
Fui recolhendo elementos que pudessem servir de prova, embora muitos deles tenham desaparecido, como é o caso da torre 7 ou o anexo da Casa Branca, que são dois atentados muito importantes - noticiados na altura -, mas que desapareceram da versão oficial, sendo esquecidos por todos. A verdade é que existiram.
O que fiz foi reconstituir tudo o que se passou. Quem é que viu primeiro que havia um avião desviado, um controlador aéreo. O que é que ele deveria ter feito? Deveria ter avisado o comando militar de Nova Iorque. De seguida, fui ver o que o comando deveria ter feito. E assim sucessivamente. E verifiquei alguns procedimentos pouco habituais.
- Acha, então, que os americanos são os responsáveis pelos atentados?
- Realizar atentados destes é muito complicado. Numa primeira abordagem, diremos: "São dois aviões que penetraram as torres. É simples". Mas estes aviões não são facilmente manobráveis, muito menos com extraordinária precisão.
- E o Pentágono?
- É impossível ter sido um avião. Segundo a versão oficial, o Boeing caiu no relvado, deslizando até chocar com a fachada. Se ele deslizou tinha de haver um traço no chão e não havia. Não há destroços e as caixas negras ficaram inutilizadas. Centenas de toneladas de metal não desaparecem assim. Podem dizer que com a violência do choque o metal pode derreter-se, mas tinha de haver vestígios.
- Então o que é que aconteceu?
- Quando analisamos bem os estragos e os testemunhos, percebemos que os comportamentos descritos são impossíveis num Boeing. Quando vemos algo a voar a mais de 1000 km/h é impossível distinguir o que quer que seja. Por indicação dos controladores aéreos, 40 minutos antes dos atentados, foi emitido um comunicado informando que um avião 757 se despenhara numa reserva natural, em Ohio, no limite da Virgínia Ocidental. Mais tarde, o vice-presidente Dick Cheney disse na televisão que o avião não caiu em Ohio, mas antes, no Pentágono. O problema é que Ohio fica a mais 2500 km e é impossível um avião percorrer essa distância nos Estados Unidos, sem ser detectado pelos radares ou ser apanhado por aviões caça ou descoberto pelo satélite da NSA (Nacional Securiry Agency).
- Qual é a relação entre Bin Laden e os atentados do 11 de Setembro?
- Osama Bin Laden, como se sabe, trabalhou directamente com os serviços secretos americanos e eu penso que isso ainda hoje acontece e que jamais esses laços foram rompidos. A comunidade internacional pediu provas da culpabilidade de Bin Laden aos Estados Unidos, que disseram que iam fornecê-las rapidamente. Elas, porém, foram só enviadas a Tony Blair (primeiro-ministro inglês) e ao general Mussharaf (presidente do Paquistão). Os dois disseram que estavam convencidos e que se deveria atacar o Afeganistão. Mas com os debates suscitados pelo meu livro, o general Mussharaf mudou de ideias e, numa entrevista, explicou que hoje está certo de que Bin Laden não pode ser o organizador dos atentados.
- Como explica os vídeos de Bin Laden?
- É tudo teatro...
- Mas acha que ele é pago para fazer isso?
- Obviamente que ele é pago para fazer teatro. Os Estados Unidos fabricaram a personagem de Bin Laden. Primeiro, precisaram dele na guerra do Afeganistão contra os soviéticos. Mas ele não é um guerrilheiro, é alguém que geria o financiamento da Arábia Saudita e da CIA e o distribuía pelos 'mujadine'. É um gestor e não um soldado. Depois, se analisarmos o trabalho de Bin Laden constatamos que sempre trabalhou para os americanos e que hoje é um homem doente, que precisa de hemodiálise de mês em mês e meio. Algum tempo antes dos atentados esteve até internado num hospital americano no Dubai (Emirados Árabes Unidos), entre 4 e 14 de Julho de 1991, onde foi visitado pelo responsável da CIA na região. Há testemunhas.
- Para si tudo é muito claro. A verdade é que o Mundo inteiro pensa o contrário.
- Ninguém contesta os elementos que eu reporto, só as conclusões que eu tiro.
- Qual o interesse dos Estados Unidos?
- Não sou juiz, nem magistrado. Não pretendo julgar os culpados, nem sentenciá-los, isso é trabalho da Justiça. Como jornalista tenho é que analisar o significado político disto tudo. O certo é que o 11 de Setembro foi útil a determinados grupos americanos, que, sem serem culpados, são suspeitos.
- Que grupos são esses?
- O lóbi da indústria de armamento, que após os atentados aumentou a sua actividade. O lóbi do petróleo, que tinha planeado há muito uma expedição ao Afeganistão, mas que teve dificuldade em obter a aprovação da comunidade internacional. Depois, há o lóbi farmacêutico, que devido à psicose do antraz conseguiu assinar bons contratos para a produção de vacinas.
- Isso não lhe parece um exagero?
- O crime actual é algo de incompreensível. Mas há mais. Se procurarmos bem encontramos um terceiro edifício que caiu: a torre 7, que não foi atingida por um avião. Lá estava sedeada uma base secreta da CIA. O que quer dizer que milhares de pessoas serviam de escudo humano sem o saberem. Como vê, há vários aspectos dos ataques ao World Trade Center por esclarecer. Por exemplo, porque é que nos edifícios trabalhavam 30 mil pessoas e só morreram 2807, entre elas muitos visitantes. A diferença é surpreendente, mas explica-se pelo facto de muitos trabalhadores terem sido dissuadidos de ir trabalhar ou levados a sair. Mais, descobrimos que os dirigentes de grandes empresas do edifício não estão entre as vítimas. E porquê? Por que nesse dia estavam numa gala de caridade. É muito estranho que tanta gente tenha ido fazer caridade perto do Nebraska, mais propriamente perto da base militar de Offutt.
- Acredita em novos atentados?
- As pessoas que organizaram os atentados do 11 de Setembro são capazes de tudo. Mas só o farão se precisarem mobilizar a opinião pública internacional, como fizeram com o episódio histérico do antraz. Com as pessoas aterrorizadas, foi simples justificar o ataque ao Afeganistão. Por isso, espero que não haja uma nova vaga de atentados, mas se vierem a acontecer terão relação directa com anunciados ataques ao Iraque.
- O que é estar ligado a uma organização terrorista...
- Mas não é uma organização! Muito menos terrorista. A al-Qaeda foi a forma encontrada pelos árabes para criar uma base de dados num computador para processar os pagamentos dos que combatiam contra os soviéticos. Bin Laden recebia o dinheiro da Árabia Saudita e dos Estados Unidos para pagar aos mujadines. Nessa base, estavam os nomes de todos os mujadines e os serviços que eles prestavam. Isto é uma organização?! Não passa de uma base de dados. Dizer isso, é como dizer que todos os jornalistas portugueses são uma organização.
- Como é que tem a certeza disso?
- É fácil! A al-Qaeda foi criada pelos serviços oficiais americanos. Dizer que há milhares de mujadines da al-Qaeda por todo o Globo é como dizer que há jornalistas por todo o Mundo. É a propaganda política que alimenta essa ideia de organização.
Sempre foi assim até ao 11 de Setembro. Há inúmeras análises de especialistas, onde o nome al-Qaeda é um meio e não uma organização. É ridículo pensar que al-Qaeda é uma organização. O que se passa é que os Estados Unidos precisaram fabricar um adversário. Podiam dizer “o nosso adversário é um bando de pessoas necessitadas, que sofreram muito na guerra contra os soviéticos”. Mas isso não mete medo. Por isso, dizem que a al-Qaeda “é uma organização secreta, com gente infiltrada por todo o lado, sempre pronta a organizar um atentado”. Isso já assusta.
- E o Mundo inteiro acredita que é assim.
- Entenda! Uma organização não é um desenho! Rumsfeld, em Janeiro de 2001, uma semana antes de assumir as funções de Secretário da Defesa, declarou já que o inimigo dos Estados Unidos era a al-Qaeda. Disse que era 'uma organização muito poderosa, com milhões de soldados' e explicou que a al-Qaeda já tinha fabricado uma bomba atómica, acrescentando que ela ia lançar um satélite e que era por isso - foi ele que o disse - que os Estados Unidos precisavam de um escudo antimíssil para se protegerem. Agora, diga-me: os jornalistas que estiveram no Afeganistão, se tivessem visto uma base de lançamento de satélites, não o teriam dito!? E se vissem uma central nuclear, não teriam dito!? É um país desolado, com gente que vive como se estivesse na Idade Média. Onde está a organização? Só se for o James Bond a encontrá-la...(risos).
- Se tem provas, nunca pensou em levar o governo norte-americano a tribunal?
- Para quê? Ele não reconhece os tribunais internacionais. Mas também não pode ser um grupo de jornalistas a dizer que os culpados são aquele general ou ministro. Tem de se perceber bem o que é que se passou e colocar os Estados Unidos ao nível dos outros países. Depois, constituir uma comissão de inquérito internacional para investigar quem são os verdadeiros culpados. Se forem estrangeiros, então dar-se-á legitimidade aos Estados Unidos para bombardear esse país. Se os autores estão na América, é que será um sério problema. É obrigatório constituir uma comissão de inquérito, que dê oportunidade para eles provarem a sua versão. Penso que é fundamental saber por que razão eles próprios não propuseram essa ideia, porque não só não formaram uma comissão, como nada fizeram para que a verdade fosse conhecida. Quanto mais não seja para acabar com boatos e rumores, aproveitados para gerar uma enorme especulação bolsista em redor das companhias de seguros e de aviação. Porque é que não desmascaram essa gente? Não, preferiram nada fazer para descobrir a verdade e atacar o Afeganistão e mobilizaram-se, logo, para remover os escombros. Ou seja, não só nunca mostraram provas, como impediram uma investigação internacional e destruíram metodicamente as provas.
- Vai publicar mais livros sobre o assunto?
- A minha investigação continua. Se encontrar mais elementos importantes, é lógico que o farei. Mas há outras coisas importantes, além do 11 de Setembro. Neste momento, penso que é prioritário perceber o que se está a passar no Médio Oriente, sobre as suspeitas que recaem sobre o Iraque e a Arábia Saudita.
12 comentários:
Pelos vistos as teorias de conspiração também aparecem nos meios de comunicação social. Mas só muito de vez em quando e escondidas nas páginas interiores.
De qualquer forma o Correio da Manhã está de parabéns.
Fazer o quê?
Continuar a denunciar! É o que este blog, em boa hora, faz.
Continua...
Um beijo.
Já dei o meu contributo: republiquei este post!
No Insurgente:
http://oinsurgente.blogspot.com/
Parece que o quadro existente não deveria oferecer dúvidas: está em curso uma jihad contra o Ocidente, da qual, como subobjectivo específico, até consta a reconquista do Al-Andalus para o Islão. Em nome dela, foi possível um atentado que influenciou decisivamente umas eleições europeias. O Presidente de um dos grandes países islâmicos acredita na chegada iminente do "12.º imã" (aquele que virá no fim dos tempos, imediatamente depois do caos universal), ao mesmo tempo que se sentiu envolvido por uma aura quando discursou na ONU. É esse mesmo Presidente que não desiste de fabricar a bomba atómica, enquanto promete destruir Israel, o lar judaico na Palestina. Ainda estão frescas as palavras de Zacharias Moussaoui (o único sobrevivente do atentado de 11 de Setembro de 2001), regozijando-se com o sofrimento registado pelas gravações dos passageiros do voo 93 (que embateu nas Torres Gémeas) e afirmando o seu desejo de que houvesse um "12, 13 ou 14 de Setembro" todos os dias, até à total destruição da América. O padrão é claro, mas há quem continue a pregar a "compreensão". Que há "razões de queixa" contra o Ocidente e que essas razões de queixa nos deviam levar a "compreender" o ódio contra o Ocidente. Quem fez os atentados de 11 de Março, sabendo que no dia seguinte haveria menos um contingente militar no Iraque, "compreende-nos" muito bem. Só nós é que somos mesmo de compreensão lenta.
A cegueira não tem fim!
Todos sabemos que o Correio da Manhã é um tablóide mas desta vez passou das marcas - foram os próprios americanos que fizeram o 11 de Setembro! Santa mãezinha.
Augusto
O artigo no Insurgente é de ir às lágrimas. Realço a parte final do artigo:
«Quem fez os atentados de 11 de Março, sabendo que no dia seguinte haveria menos um contingente militar no Iraque, "compreende-nos" muito bem. Só nós é que somos mesmo de compreensão lenta.»
Em todo o artigo só concordo com a última frase: o autor do artigo (e os que pensam como ele) são realmente de compreensão lenta!
Tal como deixei expresso no sociocracia, os factos são por demais evidentes para que as pessoas em geral não percebam dos objectivos da administração Bush. Mas julgo que a tentativa de continuar em querer demonstrar esta farsa, está condenada ao fracasso. Julgo que Bush entrou na fase do descrédito total e por isso limitar-se-á a partir de agora apenas a proferir ameaças que nem sequer serão levadas a sério. Com um abraço do Raul
Não tenho a certeza disso Raul. Eles fizeram o 11 de Setembro. Eles invadiram o Afeganistão e o Iraque. Eles já não podem recuar. A não ser que haja um golpe de estado na América. Alguém (militares e civis) que deponha estes assassinos.
O problema não se chama Buch.
O problema é bem mais profundo. Vai-se o Buch, vem outro.
Igual!
E como não bastasse as preocupações com o terrorismo nas arábias, agora, os pobres, têm à porta o problema das presidênciais na Nicarágua. O Daniel Ortega ainda lhes faz muitas dores de cabeça.
Veio hoje notícia sobre o assunto, no Expresso.
Tenho em meu poder um DVD realizado pela BBC e exibido na Inglaterra.(claro que a exibição foi recusada nos EUA). É o "PON" (Power of Nightmares). Dividido em quatro partes de uma hora cada, é "aparentemente surpreendente" o que o vídeo desmascara!... A quarte parte, "Loose Change 911", dedicada ao dia 11 de Setembro, é por demais elucidativa para não ser tida como credível. Para além disso, tenho "montes" de links que nos dão a certeza praticamente absoluta de que o 11 de Setembro foi planeado e executado pelos próprios EUA!!!...
a.castro:
Tenho também o «Loose Change» em formato AVI. Tal como o «Power of Nightmares» e o «In plane site».
Tenciono ir colocando curtos clips de todos estes filmes neste blog. São estremamente elucidativos,
O THIERRY MEYSSAN ESTA E MUITO CERTO, NAO HA "TEORIA DA CONSPIRACAO" COISA NENHUMA, E SIM UMA NACAO PODEROSISSIMA QUE SE TORNOU TERRORISTA, PORQUE OS SEUS ATOS INJUSTOS COMETIDOS PELO MUNDO AFORA PROVAM ISTO, EU PENSO QUE NAO E NECESSARIO CITAR O NOME DESTA POTENCIA!
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