sábado, outubro 27, 2007

Prémios Príncipe de Astúrias - Museu do Holocausto foi o mais aplaudido

Expresso Online - 26 de Outubro de 2007

O Prémio das Letras

Amos Oz

O melhor discurso da noite de entrega dos prémios Príncipe de Astúrias pertenceu ao escritor israelita Amos Oz. Com o título de "A mulher da janela", o texto, de apenas uma página e meia, foi lido em hebraico, "o idioma da Bíblia", como frisou Oz, que recebeu o prémio das Letras e foi o único laureado que dispensou a gravata. Um texto de antologia, em que o escritor aproveitou para desafiar a Europa. "Os judeus e os árabes têm algo em comum: ambos sofreram no passado sob a pesada e violenta mão da Europa". Esta realidade histórica "impõe à Europa uma especial responsabilidade na solução do conflito entre árabes e israelitas: em lugar de levantar um dedo acusador para uma ou outra das partes, os europeus deveriam mostrar afecto e compreensão e prestar ajuda a ambos. A Europa não tem que escolher entre ser pró-israelitas ou pró-palestinianos. Deve estar é a favor da paz".


O Prémio Concórdia

(...) No entanto, se houvesse um instrumento capaz de medir o ritmo e a intensidade dos aplausos, teria sido registado um pico máximo aquando da entrega do Prémio Concórdia ao Yad Vashem, o Museu da Memória do Holocausto. A numerosa delegação do museu, que incluía uma dezena de sobreviventes do holocausto, agradeceu colectivamente - e esta foi a segundo infracção ao protocolo -, de mãos dadas e ao alto, a que a assistência respondeu de pé, tributando-lhe uma prolongada e emocionada salva de palmas. Seguiu-se um respeitoso minuto de silêncio, em memória dos mais de seis milhões de judeus vítimas do nazismo.


O Prémio de Cooperação Internacional

Al Gore, o principal laureado da edição deste ano, com o prémio de cooperação internacional, dissertou sobre o tema da verdade. Foi um curto improviso, muito semelhante no conteúdo às suas famosas conferências sobre o aquecimento global. Citou Ghandi: "A força mais poderosa da humanidade é a força da verdade". Referindo-se aos problemas que afectam o planeta e o homem, exortou: "Somos um só povo, vivendo em nações separadas, mas que enfrentamos um futuro comum". Terminou com uma palavra de esperança, lembrando que "a vontade política é um recurso renovável".

(...) Al Gore [...] não deixou de lamentar "os cépticos que, em Espanha, afirmam que as mudanças climáticas se inserem num ciclo natural". O herdeiro da coroa aproveitou a ocasião para intervir, à sua maneira, neste debate, para enfatizar que "a mudança climática é uma das ameaças que os seres humanos devem enfrentar com decisão e urgência".


Comentário:

A Amos Oz, que defende que se "impõe à Europa uma especial responsabilidade na solução do conflito entre árabes e israelitas”, pergunto-lhe se não seria de começar por cortar nos três mil milhões de dólares que Israel recebe actualmente por ano em ajuda militar dos Estados Unidos.


Ao Yad Vashem, o Museu da Memória do Holocausto, pergunto-lhe se os “mais de seis milhões de judeus vítimas do nazismo” não serão apenass uma desculpa para «The Germans have paid 80 billions deutschmarks in restitution for the persecution of the Jews» [os alemães pagaram 80 biliões de marcos em indemnizações pela perseguição aos Judeus].


A Al Gore, pergunto-lhe se o investimento de 1% de produto interno bruto global (GDP $13.21 trillion in 2006 só nos Estados Unidos) no combate ao «Global Warming», como reclama um relatório do economista Sir Nicholas Stern, não será uma fantástica oportunidade para as sequiosas empresas do «Aquecimento Global»
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4 comentários:

Diogo disse...

Está-me a ouvir Lidador?

Hoje, sábado, decidi ir dar uma passeata a um centro comercial e entrei na livraria Bulhosa. Após uma curta pesquisa dei com o livro de Elie Wiesel – «Noite», que relata a experiência do Prémio Nobel da Paz em Auschwitz.

Sentei-me num dos sofás da livraria, pedi um café e comecei a lê-lo. Li-o todo (a edição da Texto Editores tem 127 páginas).

E sabe o que lhe digo? É um livro que toda a gente devia ler. Para os cépticos do holocausto é o desvanecer daquele grãozinho de dúvida que às vezes teima em não descolar da razão. Para os crentes, é um deslumbramento: não há uma única referência a qualquer câmara de gás. Só a um buraco enorme onde as pessoas que chegavam ao campo eram queimadas vivas (ao qual Wiesel escapou por um triz).

Apesar de ter lido o livro todo, decidi comprá-lo (13.29 Euros). Quis guardar um precioso testemunho do que deve ter sido provavelmente a maior fraude do século XX. E digo provavelmente, não porque tenha qualquer dúvida sobre a fraude, mas porque não sei se não terá havido outras ainda maiores.

Um Xi!

Anónimo disse...

O museu do holocausto deve ser um lugar surpreendente e que obriga a reflectir. Mas não deve ser muito visitado pelos próprios judeus, porque o que estão a fazer na Palestina... é o mesmo que Hitler tentou fazer com eles.

Anónimo disse...

Se a humanidade não fosse tão má para com os próprios semelhantes, não seriam necessários este tipo de museus, mas já que isso não é mais que uma utopia, é bom que estas coisas se lembrem. A primeira vez que eu vi um quadro de um campo de concentração, tinha aproximadamente 10 anos, nem imaginam o impacto que me causou.

Alexandra

Anónimo disse...

Excelente blog, a adicionar desde já!