segunda-feira, abril 07, 2008

Os empreiteiros, os políticos, os elefantes brancos e a corrupção desenfreada




TVI - 4/4/2008

Helena Roseta, vereadora eleita pelo Movimento Cidadãos por Lisboa, considerou, esta sexta-feira, que a construção da nova ponte rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro é um «disparate total». Em causa está a entrada de «cerca de 60 mil automóveis, por dia», na capital.

A vereadora da autarquia relembra que Lisboa «já está completamente engarrafada de automóveis». Roseta acusa o Executivo de «mais uma vez, primeiro decidir e só depois discutir a questão».

A ligação Chelas-Barreiro foi a escolhida para a terceira travessia sobre o Tejo e já está a ser contestada. A vereadora garantiu que vai promover uma discussão sobre o tema, esperando que os cidadãos e a Câmara Municipal de Lisboa se envolvam.


Agência Financeira

As construtoras Somague, Teixeira Duarte e Mota-Engil estão interessadas em concorrer ao concurso público para a concessão da terceira travessia do Tejo, entre Chelas e o Barreiro, que será lançado em Novembro.

A terceira travessia do Tejo também interessa à Teixeira Duarte que «está a avaliar a possibilidade» de concorrer ao concurso para a ponte rodo-ferroviária, orçada em 1.700 milhões de euros.

Para o presidente da Mota-Engil, António Mota, «a terceira travessia do Tejo é um projecto que já está em cima da mesa há muito tempo».

António Mota disse que a construtora «está a trabalhar no consórcio, que ainda não está fechado», mas adiantou que o agrupamento integrará a Somague e a Teixeira Duarte, que também são parceiras da Mota-Engil no projecto português de alta velocidade.

«A terceira travessia está integrada na linha de alta velocidade Lisboa-Madrid e por isso o consórcio vai ser o mesmo que vamos apresentar para o projecto português de alta velocidade», justificou.


Louçã - Jornal Expresso - 5 de Abr de 2008

O Bloco de Esquerda considerou hoje "indecente" a nomeação do ex-ministro socialista Jorge Coelho para a presidência da construtora Mota Engil, insistindo na necessidade de um período de dez anos de incompatibilidade entre funções públicas e privadas.

"Não podemos confiar em políticos com apetite. Enriquecer não é a regra para a decisão política, mas o cuidado da coisa pública", declarou em conferência de imprensa o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louça.

Na administração da Mota Engil há dois ex-ministros [Jorge Coelho (na foto) e Valente de Oliveira] e um ex-secretário de Estado [Luís Parreirão] e, por isso, o Bloco de Esquerda dá inteira razão [ao ex-dirigente socialista] João Cravinho quando diz que é inaceitável que quem concedeu o exercício do monopólio para a construção e exploração de obras públicas tenha depois cargos de direcção na execução desses mesmos monopólios", apontou.

"Era o que faltava que um dia destes alguém nos viesse dizer que quem se mete com a Mota Engil leva. A Mota Engil e outras grandes empresas têm levado o que querem: ganham os concursos, têm a construção das auto-estradas, têm a construção das pontes e depois têm à sua frente os ex-ministros que contribuíram para algumas dessas decisões. É preciso decência", acrescentou.


Comentário:

Nunca como hoje foi tão certeira a frase de Jorge Coelho: "quem se mete com o PS, leva!":

12 comentários:

Anónimo disse...

Jorge Coelho vai assumir funções executivas na Mota Engil, cliente do estado, uma empresa de obras públicas. Eu se fosse proprietário da empresa, também procuraria recrutar os melhores, não me causa pois qualquer abalo ou repulsa, esta condição, como a de Ferreira do Amaral na Lusoponte, ou outras, sob a qual os medíocres, invejosos e insignificantes da nossa praça, costumam deitar as maiores suspeitas, e teorias da conspiração.

J. Lopes disse...

Curiosamente Jorge Coelho sempre me pareceu "mais do mesmo", a personificação do homem do aparelho mas numa versão populista próxima do insuportável. Assim sendo, a ida para a Mota-Engil não surpreende mesmo nada. Aliás, fica a ideia de que o senhor saiu do governo quando viu uma janela de oportunidade (para possível sucessão ao calamitoso Guterres em condições favoráveis que nunca surgiram?). Se quisesse servir o Estado podia tê-lo feito; não voltou a exercer cargos públicos porque não quis. O privado paga (muito) melhor.

xatoo disse...

Não estou assim tão certo se foi o Coelho que foi nomeado para a Mota construtora, ou se
foi o Mota da construtora que nomeou o Coelho para o governo. Sim, porque quando o Sampaio entrou para a CML em principios da década de 90 a Mota&Companhia estava para aí em 8ª posição no ranking das construtoras nacionais, e hoje está entre as 3 primeiras que fazem amiude consórcios entre elas para poder concorrer com as grandes estrangeiras no mercado global - que, como se sabe têm acesso aqui ao naco das obritas locais. Do mal o menos, mas
falar em defender "a coisa pública" no actual estado de coisas é decerto confusão com a expressão popular "coçar a coisa púbica"

Aurora disse...

Fialves pelo seu bom comportamento para com os políticos «honestos» deste país, bem merecia que a Mota-Engil lhe oferecesse um bom lugar. Bem o merece.

Tinta Azul disse...

Mais um coelho que entrou na cartola!

Anónimo disse...

Eu também concordo que deve haver um período de nojo para políticos.
Mas que mete nojo estas negociatas mete.
Quanto à questão da ponte Chelas-Barreiro sou totalmente a favor. Agora o que desejo é que seja tudo feito com transparência. Desejo esse que no nosso País é practicamente igual a acreditar no Pai Natal ou na Alice do País das Maravilhas.
Lá se vão encher mais uns bolsos como sempre...

Um abraço,
Zorze

Anónimo disse...

A Mota e Cia viveu sempre graças ao investimento público. Primeiro, quando era uma pequena empresa, quase familiar, foi graças ao projecto do vale do Mondego que se manteve. Foi ganhando poder. Participei em fiscalizações de várias empreitadas por ela realizadas, normalmente um trabalho árduo, com o empreiteiro sempre a ver se sacava o máximo, usando a famigerada chico-espertice. Lembro-me que numa outra empreitada, houve um quadro da fiscalização que também “trabalhava” para o empreiteiro! Com a suspeição de conluio e o inquérito levado a cabo pela Inspecção, nada se provara. Obviamente.
O pior era ver directores de serviços do Estado, também a defender o empreiteiro, em caso de litígio. Sempre. Alguns litígios ainda se arrastam pelo tribunal, até que o Estado frouxo pague.

Os tempos mudaram. A fiscalização agora é dada em outsourcing. Os tais directores e fiscais do Estado estão a conduzir o Prace; são EXCELENTES. A Mota e Cia cresceu mais, e enquanto vai afiando o dente para o betão, o conselheiro Coelho acaba de ser nomeado para CEO da mesma.

Anónimo disse...

Estes anti-semitas vermelhuscos calões que não querem trabalhar, que por aqui pululam
estão sempre a criticar os seus melhores.

O governo é honesto, e quem diz o contrário é um maluquinho da teorias da conspiração.

As pessoas são contratadas por serem são bons profissionais, e não por outras "coisas".

O GOVERNO É HONESTO !
O que vocÊs precisavam era de outra pide, para encafifar terroristas que escrevem blogs
anti-governo, assim já aprendiam.

xatoo disse...

olha que giro, um skinhead!
não devias estar de cana no Monsanto pá' como é que arranjaste acesso à net?

contradicoes disse...

A promiscuidade existe
não são meras ficções
e o poder político persiste
proporcionar estas nomeações

Para pois servirem de ponte
entre o privado e o poder
o negócio não anda a monte
é pois preciso vencer

As empreitadas a concurso
com propostas em carta fechada
fazendo pois figuras de urso
a concorrência eliminada

Anónimo disse...

Acho que todos - excepto um certo calvohead - irão gostar desta declaração na AR do Bernardino Soares:

http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=31711&Itemid=120

Anónimo disse...

Comigo vai dar sempre tudo certo. E eu já não tenho vergonha.
Coelhone