Mostrar mensagens com a etiqueta Jorge Coelho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jorge Coelho. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, janeiro 22, 2019

Para que o programa «Quadratura do Círculo» se torne numa perfeita reunião do conselho de administração da Mota-Engil, só falta a presença de António Mota (dono da Mota-Engil), em substituição de Pacheco Pereira…

Paulo de Morais (19/01/2019)

QUADRATURA DO CÍRCULO: é um programa de propaganda, disfarçada de debate, em que dois administradores da Mota-Engil (Jorge Coelho e Lobo Xavier) tentam convencer os espectadores de que "O que é bom para a Mota-Engil é bom para Portugal". Nesse triste papel, defendem obras públicas megalómanas, aeroportos e portos mal concessionados, bajulação ao Presidente de Angola, etc.).

Pacheco Pereira - intelectual de respeito, serve para mascarar o programa com alguma credibilidade - nunca entendi porquê!

O programa vai acabar na SIC, por falta de audiência. Mas parece que vai para a RTP. Doravante, serão os dinheiros públicos a pagar a propaganda da Mota-Engil. Tirem-nos deste inferno!!!

segunda-feira, outubro 26, 2015

Paulo Morais - Abuso da maioria. Não tem sido por falta de maiorias que o País chegou a este estado. Mas sim por falta de seriedade e por desrespeito pelas minorias.


Paulo Morais é candidato anunciado às eleições presidenciais de 2016


Paulo Morais é licenciado em Matemática, tem um MBA em Comércio Internacional e é doutorado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, de 2002 a 2005, tendo sido responsável pelos pelouros do Urbanismo, Acção Social e Habitação. Regressou então ao ensino e ao seu combate de sempre pela denúncia dos mecanismos de corrupção em Portugal. É professor na Universidade Portucalense e investigador no InescPorto. Integrou o grupo de trabalho para a revisão do Índice de Percepções da Corrupção, levada a cabo pela Transparency International. Foi perito no Comité Europeu Económico e Social. É perito do Conselho da Europa em missões internacionais sobre boa governação pública, luta anti-corrupção e branqueamento de capitais.


Publicou os livros “Porto de Partida, Porto de Chegada”, “Mudar o Poder Local” e “Da Corrupção à Crise”. É docente do ensino superior nas áreas da Estatística e Matemática e director do Instituto de Estudos Eleitorais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias do Porto. É vice-presidente da Direcção - Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), com o mandato suspenso desde 13 de Março de 2015, a seu pedido, por período indeterminado. Pediu a suspensão do mandato de vice-presidente da TIAC para se candidatar à presidência da República.

Tem fortemente denunciado, em diversos meios de comunicação social, a corrupção e a promiscuidade entre os poderes políticos e os poderes económicos, e a inconstitucionalidade preconizada por alguns escritórios de advogados, ao serem redactores das leis nacionais, e ao mesmo tempo representantes nos meios judiciais de entidades que se deparam com essas mesmas leis.


***********************************




Abuso da maioria. Não tem sido por falta de maiorias que o País chegou a este estado. Mas sim por falta de seriedade e por desrespeito pelas minorias.


As legislativas aproximam-se e são cada vez mais os atores políticos que secundam a opinião de Cavaco Silva: reclamam um resultado de maioria, que gere estabilidade governativa. Discordo em absoluto, pois foram as maiorias que nos trouxeram à crise e a miséria. Todas as maiorias governativas são de má memória: Cavaco, Guterres, Sócrates e Passos. Foi com Cavaco Silva no governo que se desbarataram fundos europeus sem critério, se começou a instalar a promiscuidade entre negócios e política e se assistiu à instalação da corrupção no regime. Os dinheiros do Fundo Social Europeu para formação foram desviados para o bolso de alguns. A política era dominada por Duarte Lima, Dias Loureiro e Oliveira e Costa. Em maioria.

Cavaco Silva, Duarte Lima, Dias Loureiro e Oliveira e Costa


Foi Guterres que, apesar de prometer "no jobs for the boys", permitiu a entrada na Administração Pública de milhares de boys sem concurso. Na enxurrada, Guterres engordou a Administração. Dominavam a política socialista Jorge Coelho, Pina Moura, Armando Vara e Sócrates. Tudo gente séria, portanto. Em maioria. Foi já a maioria absoluta de Sócrates que celebrou os contratos ruinosos das dezenas de parcerias público-privadas que comprometem as contas públicas até 2035. Foi também Sócrates que nacionalizou o BPN, assumindo todos os prejuízos e deixando intactos os bens dos responsáveis pelo descalabro do banco.

António Guterres, Jorge Coelho, Pina Moura, Armando Vara e José Sócrates


Também Passos Coelho dispôs de uma confortável maioria, em coligação com Paulo Portas. Aproveitou esse poder absoluto para privatizar sem critério e ao desbarato a REN, a EDP, EGF, CTT, ANA e TAP. Entregou o ouro ao bandido e fê-lo sem sentido estratégico ou patriótico. Hoje os chineses dominam a energia elétrica em Portugal, num modelo neocolonial em que os colonizados somos nós. Os aeroportos são controlados pela mesma empresa que detém as pontes Vasco da Gama e 25 de Abril, pelo que as entradas na capital estão fora do controlo público, uma verdadeira ameaça à nossa segurança.

Passos Coelho e Paulo Portas


Não tem sido, pois, por falta de maiorias que o País chegou a este estado. Mas sim por falta de seriedade e por desrespeito pelas minorias.


sexta-feira, outubro 09, 2015

Quadratura do Círculo ou Dueto (PS + CDS) de interesses mal-amanhados?


Quadratura do Círculo (SIC Notícias)

Jorge Coelho à esquerda e Lobo Xavier à direita

Enquanto ministro das Obras Públicas, Jorge Coelho atribuiu mais de mil milhões de euros em concessões rodoviárias a consórcios liderados pela Mota-Engil. Depois de abandonar o Governo, Jorge Coelho assumiu as funções de presidente da comissão executiva e vice-presidente do grupo Mota-Engil. Lobo Xavier, por seu turno tem ligação à Sonaecom (dona do Jornal Público e onde é gestor de topo), ao BPI (presença na administração) e à Mota-Engil (como vogal não executivo do Conselho de Administração).


***********************************



Paulo Morais - Professor Universitário



Sociedades secretas. Mas o que é mesmo necessário é que todos os atores públicos revelem as suas afiliações às sociedades de advogados.


As firmas de advogados é que são as verdadeiras sociedades secretas em Portugal. Representando interesses privados aos seus clientes, estão no entanto envolvidas na feitura de Leis, dominam a política, condicionam a comunicação social. Mas os seus membros intervêm no espaço público, normalmente disfarçados.

Uma das mais poderosas é a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados. Lança jovens na política, como os atuais governantes Assunção Cristas e Mesquita Nunes. Na próxima legislatura, garantirá a sua presença no Parlamento com a eleição do centrista Mendes da Silva. É sócio da firma de Lobo Xavier, que comenta na SIC política e economia, sem que os espectadores se apercebam das suas ligações ao Grupo Mota-Engil [empresa de onde, curiosamente, Jorge Coelho deixou há pouco as funções de presidente da comissão executiva e vice-presidente do grupo], ao BPI e a outros tantos interesses.


«Comentadores» que defendem interesses próprios e dos amigos

Paulo Rangel    -     António Vitorino    -    Marques Mendes      -      Proença de Carvalho


Comentadores e políticos são também Paulo Rangel e António Vitorino, sócios da firma Cuatrecasas. O primeiro nunca se coibiu de comentar a privatização da TAP, negócio em que a sua sociedade estava envolvida. No dossiê TAP, faturou também a Abreu, cuja maior vedeta é Marques Mendes. São estas sociedades de causídicos que produzem a legislação que mais prejudica os contribuintes, como a das ruinosas parcerias público-privadas, elaboradas na Jardim, Sampaio, Magalhães e Silva, do socialista Vera Jardim, a que sempre deu nome o ex-Presidente Sampaio. Jardim debate na rádio com Morais Sarmento, ligado aos interesses dos clientes da PLMJ, de José Miguel Júdice. A lista é infindável. A Uria Menendez representa, através de Proença de Carvalho, os interesses de Eduardo dos Santos, Ricardo Salgado e José Sócrates. Proença faz comentário político na TSF sem revelar a quem serve. Como preside à Administração do ‘Jornal de Notícias’ pode censurar vozes incómodas aos negócios dos seus clientes.

Exige-se, a cada passo, que atores públicos revelem as suas ligações à Maçonaria, para assim evidenciarem cumplicidades secretas. Talvez não fosse mau. Mas o que é mesmo necessário é que todos revelem as suas afiliações às sociedades de advogados, pois são estas as verdadeiras irmandades do regime.



Maçonarias - Organizações onde os «irmãos» se dão as mãos uns aos outros para facilmente irem trepando pelas malhas do Poder e do Dinheiro acima...

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Ao longo de anos e enquanto governante Sócrates garantiu ganhos milionários a alguns dos maiores grupos económicos, em particular na Finança e nas Obras Públicas



Sócrates - o sorriso beatífico estampado na fácies enquanto
espera o inevitável arquivamento do processo


*******************



Paulo Morais - Professor Universitário


Artigo de Paulo Morais - Correio da Manhã - 22/12/2014

Beija-mão às grades

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, preso em Évora, inaugurou uma nova prática: a de conceder audiências na cadeia. As peregrinações de inúmeras figuras públicas à penitenciária de Évora, sob a capa aparente de visitas de apoio e solidariedade, mais não parecem do que exercícios de vassalagem.

Ao longo de anos e enquanto governante Sócrates garantiu ganhos milionários a alguns dos maiores grupos económicos, em particular na Finança e nas Obras Públicas. Todos aqueles que Sócrates beneficiou estarão agora a ir à cadeia beijar-lhe a mão. Será uma questão de gratidão. Por lá passaram e continuarão a passar os concessionários das parcerias público-privadas (PPP), a quem Sócrates garantiu rendas obscenas em negócios sem risco. Assim, não será de estranhar que o todo-poderoso Jorge Coelho, presidente durante anos do maior concessionário de PPP rodoviárias, o grupo Mota-Engil – tenha rumado a Évora. Também lá esteve em romagem José Lello, administrador, durante os governos socialistas, da construtora DST, que muito ganhou também com PPP.



Jorge Coelho, José Lello e Pinto da Costa

Não deixa de ser curioso que cheguem apoiantes de todos os setores que Sócrates tutelou. O líder do futebol português, Pinto da Costa, foi mais um dos que manifestou o seu apoio público. Afinal, Sócrates foi o ministro do desporto que trouxe o Euro 2004 para Portugal. Um Euro que valeu muitos milhões de euros aos clubes de futebol e seus dirigentes. Mais um gesto de vassalagem.

Para ser visitado e apoiado, a Sócrates bastará enviar a convocatória. Todos aqueles cujos podres Sócrates conhece, os que usufruíram de benefícios ilegítimos pelas suas decisões – todos aparecem ao primeiro estalar de dedos. Todos temem Sócrates, pois sabem que se ele resolver falar, desmorona o seu mundo de promiscuidades entre política e negócios.

Com estas convocatórias e manifestações de apoio, o ex-primeiro-ministro pretende manipular a opinião pública, vitimizando-se; bem como condicionar a Justiça, através da sua manifestação de força e influência.

Mas o que não faz e deveria fazer é aproveitar o acesso direto aos media para explicar quais os bens de fortuna que lhe permitiram, sem rendimentos compatíveis, manter, durante anos e depois de sair do poder, uma vida de ostentação.

quarta-feira, dezembro 12, 2012

Artigo dedicado a um porradão de gente que eu conheço no trabalho e fora dele




Texto de Bertolt Brecht


"Não há pior que o analfabeto político"


1 - "Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos"

2 - "O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser, de peito feito, diz que detesta a política"

3 - "Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."




A prostituta, o Político-CEO-Corrupto e o menor abandonado

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Desde que Ricardo Araújo Pereira entrevistou o ex-ministro Jorge Coelho, agora CEO da Mota-Engil, os Gato Fedorento desapareceram das televisões

.
Jornal Expresso, 05/04/2008

Em Setembro-Outubro de 2009, Jorge Coelho, o presidente-executivo da empresa de construção Mota-Engil, foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira no programa do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Neste programa, com uma média de um milhão e trezentos mil espectadores, foram também entrevistados Paulo Portas, Manuela Ferreira Leite, Francisco Louçã, Paulo Rangel, Joana Amaral Dias, Marques Mendes e José Sócrates (o Sr. Aníbal de Boliqueime escusou-se corajosamente). Depois do programa ter terminado, em 23.10.2009, os Gato Fedorento foram banidos dos ecrãs portugueses. A entrevista a Jorge Coelho, um ex-Ministro das Obras Públicas que foi exercer funções de presidente-executivo numa empresa de um sector que tutelou no governo, constituiu uma das maiores denúncias da promiscuidade entre os negócios e a política no nosso país.

Às questões colocadas por Ricardo Araújo Pereira no programa Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios, o ex-ministro e agora CEO da Mota-Engil, Jorge Coelho, assobiava para o lado, sempre com um sorriso estampado no rosto que alternava entre o rosa e o laranja e vice-versa:


Seguem-se algumas das perguntas de Ricardo Araújo Pereira ao CEO socialista da Mota-Engil, Jorge Coelho:

- Bem vindos de novo ao Gato Fedorento esmiúça os sufrágios, o nosso convidado de hoje já teve muito poder quando foi ministro, e agora tem ainda mais, ele é o CEO, que significa chefe, ou presidente, ou quem manda nas sacas de cimento da Mota Engil, é o Dr. Jorge Coelho.

- Sotôr, é muito comum antigos ministros saírem para depois irem trabalhar em grandes empresas. O sotôr acha que no fim desta legislatura o primeiro-ministro, José Sócrates, pode ir parar à Mota-Engil, ou vocês lá só aceitam quem seja mesmo engenheiro?

- Sotôr, eu queria colocar-lhe uma questão, talvez me possa ajudar. Eu precisava de fechar a marquise. A Mota-Engil conseguiu ficar com o projecto dos contentores de Alcântara sem concurso público. Por isso eu perguntava-lhe: como é que eu fecho a marquise evitando essa burocracia toda. Como é que se faz isso?

- Sôtor, acha que, agora que o PS fica no Governo durante mais quatro anos, estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo?

- Mas o sotôr acha admissível que em pleno século XXI só hajam três auto-estradas entre Lisboa e Porto? Não faz falta construir uma quarta auto-estrada, por exemplo, ao pé da primeira mas dois metros acima?

- O sotôr teve medo nesta eleições que se o PSD ganhasse, que três ou quatro ministros do PS ficassem sem emprego e fossem ocupar o seu lugar na Mota-Engil?



sábado, junho 12, 2010

Saldanha Sanches - temos um Código do Processo Penal que é feito para proteger a delinquência do colarinho branco

.
Diário Económico - O medo de falar não é algo que se conjugue com o nome do fiscalista Saldanha Sanches.

Aponta acusações em todas as direcções, polemiza, lança a discussão. À direita e à esquerda aponta pecadilhos ou grandes casos de corrupção. Sobre as eleições, este ex-mrpp diz algo tão surpreendente como o facto de considerar o programa de governo do CDS o melhor construído. Aderiu ao conforto do capitalismo, diz-se um privilegiado.

[...]

Diário Económico - Mas estava a falar do bom capitalismo, do capitalismo dos países escandinavos. Acha que é possível transpô-lo para cá?

Saldanha Sanches - Nós cá temos um mau capitalismo. Hoje temos a crise que não tem nada a ver com isso, e que atingiu todos, ninguém escapou. Mas o nosso mau capitalismo tem um crescimento do produto muito baixo, meio por cento, e esse mau capitalismo... Hoje vimos aqui (numa conferência no CCB) Francisco Louçã enunciar alguns aspectos do pior do nosso capitalismo; mas para o Francisco Louça não há mau capitalismo. O capitalismo para ele é mau. Ponto. Acabou. A conclusão dele é que o capitalismo é mau em si. O PS e o CDS e o PSD, como são a expressão política desse mau capitalismo, não o podem denunciar. Isto é trágico. Os partidos com um programa que podia ser realista estão comprometidos com as piores formas de capitalismo. Aliás, para citar um homem do PSD, o Pacheco Pereira, são escolas do crime. Criam o crime. Não vale a pena tentar dizer mais. Quer dizer, nós não podemos ir a lado nenhum enquanto uma auto-estrada custar não 500, mas mil. Não podemos. Não há meios suficientes para fazer isso. Agora quem denuncia esse tipo de práticas são apenas aqueles que são contra o capitalismo.

Diário Económico - Ou seja, acha que não temos nenhuma força partidária que possa pôr em prática esse bom capitalismo de que fala?

Saldanha Sanches - E que se revolte contra o mau capitalismo. Não temos. O PC denuncia o mau capitalismo de forma atabalhoada, o Francisco Louçã denuncia-o brilhantemente, mas ambos acham que o capitalismo nunca pode ser bom. Portanto, há que ser abatido porque não há bom capitalismo. Isso é uma tragédia. Partidos políticos que governem e podem governar não têm qualquer tentativa séria para acabar com a corrupção, para acabar com as disfunções que tornam o capitalismo em Portugal algo que não pode funcionar.

[...]

Diário Económico - Estou a falar com alguém que é um defensor da iniciativa privada.

Saldanha Sanches - Obviamente, com regras. Numa economia de mercado cumprem-se regras.

Diário Económico - Por exemplo, que regras faltam?


O "sucialista" Jorge Coelho

Saldanha Sanches - Por exemplo, meter na cadeia os corruptos. Não é aceitável que alguém que saia do governo e que domina o Partido Socialista depois vá para uma empresa privada cujo principal objecto é fazer negócios com o Governo e com o Estado, mesmo que seja tudo feito com a maior clareza, há aqui uma suspeita e como é que se pode ultrapassar essa suspeita. O Dr. Jorge Coelho dominava o Parido Socialista. É capaz de ter excelentes qualidades como gestor. Aceito isso. Ele podia ter ido para uma empresa que se dedicasse à exportação, ou às obras públicas na Polónia, ou na República Checa, ou em Angola. Não tínhamos nada com isso. Mas ele está numa empresa que tem negócios importantíssimos com o Estado português. Ora quem é que está no poder? São os seus camaradas do PS. Dirimir esta suspeita é um trabalho de Hércules. Como é que é possível? E vamos supor que tudo corre de acordo com as regras, mas como é que nos libertamos da suspeita e como é que convencemos as pessoas comuns que tudo funcionou de acordo com as regras? Não quero discutir se são ou não cumpridas. Sei que é impossível convencer disso a pessoa comum.

[...]

Diário Económico - Como é que vê o facto de não ter sido decretada prisão preventiva a nenhum deles a não ser a Oliveira e Costa?

Saldanha Sanches - É essa a função principal do nosso Processo Penal: proteger essa gente.

Diário Económico - Agora está a ser sarcástico.

Saldanha Sanches - Não, não. Estou a ser rigoroso. Está construído de forma que o objectivo do Código é a protecção dessa gente.

Diário Económico - É um código viciado?

Saldanha Sanches - Completamente viciado. É um código que nos envergonha pelos resultados. Essa impunidade que o código garante é uma coisa que nos envergonha. O caso Madoff em Portugal seria impossível, mesmo que alguém resolvesse confessar tudo, e nunca o faria. Na América as pessoas confessam porque as consequências da não confissão são muito duras e apesar de tudo o menos mau é confessar. Em Portugal não são duras, mas mesmo que se confessasse o processo não duraria dois ou três meses. Duraria sempre muito mais, mesmo com o máximo de zelo do Ministério Público. Temos um Código do Processo Penal que é feito para proteger esse tipo de delinquência. Até protege em parte a outra delinquência, mas essa então, do colarinho branco, está totalmente protegida. Não me admiraria ver o Dr. Oliveira e Costa acabar absolvido. Não ficaria particularmente admirado. Sem falar no Dr. Jardim Gonçalves, que o mais provável é vir a ser absolvido.


Oliveira e Costa e Jardim Gonçalves
Dois indivíduos cujo desaparecimento poucos chorariam


*******************************************

Bengaladas judiciosamente aplicadas a um legislador corrupto

Nalgas típicas de um legislador venal em qualquer país que se preze

Se o Código do Processo Penal protege o cidadão de colarinho branco [branco por fora mas encardido por dentro], cabe aos cidadãos deste país procurarem os respectivos legisladores, onde quer que estes se encontrem – em debate na Assembleia, nos prazeres do lupanar ou no aconchego do lar - e perguntar-lhes, vis a vis, o motivo de tais despautérios. Se a resposta não for satisfatória, bengalada neles. Com a máxima força que a injustiça nos der!
.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

A Mota-Engil, de Jorge Coelho, adjudica, adjudica, e torna a adjudicar...

Investimento inicial de 1,4 mil milhões

Mota-Engil confirma adjudicação da concessão do Pinhal Interior

A adjudicação da concessão do Pinhal Interior será entregue à Mota-Engil, de acordo com o comunicado emitido esta tarde. O investimento inicial será de 1,4 mil milhões de euros, numa subconcessão com um prazo de 30 anos.

«Não há ilegalidade, mas há muita promiscuidade»
Jornal Expresso, 05/04/2008


Já hoje, o Jornal de Negócios noticiava que o consórcio liderado pela Mota-Engil é o mais bem posicionado para vencer a concessão do Pinhal Interior. Localizando-se na zona centro do País e com uma extensão de cerca de 520 kms, a subconcessão inclui dois eixos principais – IC3 e IC8. O IC3 é um eixo vertical que liga a futura Subconcessão da AE Centro desde o nó de Coimbra (IP3/IC2) até à A23 na zona de Torres Novas, e o IC8 é um eixo horizontal que liga a A17 na zona de Pombal/Ansião até novamente à A23, junto a Vila Velha de Rodão.


O nó de Ansião - que vai ligar a A17 à A23



*******************

Jorge Coelho, o presidente-executivo da empresa de construção Mota-Engil, foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira no programa do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios.


Seguem-se duas das perguntas de Ricardo Araújo Pereira ao socialista da Mota-Engil, o Sr. Dr. Jorge Coelho:

- Sôtor, acha que, agora que o PS fica no Governo durante mais quatro anos, estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo?

- Mas o sotôr acha admissível que em pleno século XXI só hajam três auto-estradas entre Lisboa e Porto? Não faz falta construir uma quarta auto-estrada, por exemplo, ao pé da primeira mas dois metros acima?

*******************

E num país com cerca de 700 mil desempregados, em que mais de 40% dos trabalhadores são precários e onde existem mais de dois milhões de pobres, o sotôr Jorge Coelho continua a adjudicar, a amealhar, a sorrir e a respirar...
.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Ricardo Araújo Pereira pergunta a Jorge Coelho, presidente da Mota-Engil, se estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo

Jorge Coelho, o presidente-executivo da empresa de construção Mota-Engil, foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira no programa do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. O ex-dirigente socialista foi convidado para o cargo alguns anos depois de ter sido Ministro das Obras Públicas, sendo mais um caso de um governante a exercer funções de gestão em empresas do sector que tutelou no governo.

Jornal Expresso, 05/04/2008

A Mota-Engil anunciou há mês e meio (31/08/09) ter registado um lucro de 14,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais do que os 14,1 milhões de euros registados no período homólogo de 2008 e contrariando as expectativas dos analistas, que esperavam em média um recuo para os 12,1 milhões de euros.

E no Jornal de Negócios (16/10/2009): A Mota-Engil acumula uma valorização de 87,28% este ano, tendo subido 25% só nas últimas três semanas. A impulsionar as acções da empresa esteve a eleição do Partido Socialista nas legislativas...


Às questões colocadas por Ricardo Araújo Pereira, o CEO da Mota-Engil, Jorge Coelho, respondia bugalhos, sempre com um sorriso estampado no rosto, que alternava entre o amarelo e o rosa e vice-versa.


Seguem-se algumas das perguntas de Ricardo Araújo Pereira ao socialista da Mota-Engil, Jorge Coelho:

- Bem vindos de novo ao Gato Fedorento esmiúça os sufrágios, o nosso convidado de hoje já teve muito poder quando foi ministro, e agora tem ainda mais, ele é o CEO, que significa chefe, ou presidente, ou quem manda nas sacas de cimento da Mota Engil, é o Dr. Jorge Coelho.

- Sotôr, é muito comum antigos ministros saírem para depois irem trabalhar em grandes empresas. O sotôr acha que no fim desta legislatura o primeiro-ministro, José Sócrates, pode ir parar à Mota-Engil, ou vocês lá só aceitam quem seja mesmo engenheiro?

- Sotôr, eu queria colocar-lhe uma questão, talvez me possa ajudar. Eu precisava de fechar a marquise. A Mota-Engil conseguiu ficar com o projecto dos contentores de Alcântara sem concurso público. Por isso eu perguntava-lhe: como é que eu fecho a marquise evitando essa burocracia toda. Como é que se faz isso?

- Sôtor, acha que, agora que o PS fica no Governo durante mais quatro anos, estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo?

- Mas o sotôr acha admissível que em pleno século XXI só hajam três auto-estradas entre Lisboa e Porto? Não faz falta construir uma quarta auto-estrada, por exemplo, ao pé da primeira mas dois metros acima?

- O sotôr teve medo nesta eleições que se o PSD ganhasse, que três ou quatro ministros do PS ficassem sem emprego e fossem ocupar o seu lugar na Mota-Engil?



segunda-feira, outubro 13, 2008

Mário Crespo - Travessias agitadas


Artigo de Mário Crespo

Travessias agitadas



Vai ser renegociado o contrato de 1994 em que o Estado abdicou dos seus direitos sobre a mais importante ligação entre o Norte e o Sul. José Sócrates tem aqui a oportunidade de rectificar de vez o dispendioso erro do Governo de Cavaco Silva com o absurdo contratual da Lusoponte.

O processo, conduzido pelo então ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, foi formatado no habitual modelo do capital de Estado em Portugal. Investidores institucionais a dominar a estrutura accionista e, nessa fase inicial, pequenos pós de capital de especulação privado em montantes insignificantes, mas que davam a toda a monstruosidade uma aparência publico-privada suficientemente híbrida para justificar o baile de máscaras de altos funcionários públicos travestidos de empreendedores.

O absurdo foi para a frente. Nasceu a Lusoponte que, 20 anos depois do 25 de Abril, tinha como património a maior obra do Estado Novo. Havia contudo um activo escondido no palavrosismo contratual que, com o tempo, ia provar ser a grande mais-valia da Lusoponte. Uma situação que viria a causar ao Estado Português "(...) prejuízos globais passíveis de juízo público de censura", como escreveu o conselheiro Ernesto Cunha em declaração de voto no acórdão do Tribunal de Contas após investigação à Lusoponte.

As dúvidas levantam-se na cláusula leonina do contrato de Ferreira do Amaral que dá à Lusoponte exclusividade nas travessias rodoviárias abaixo de Vila Franca de Xira. Travessias existentes e futuras. Com isso, o Governo do prof. Cavaco Silva cedeu direitos nacionais no maior rio da Península Ibérica, na bacia mais industrializada, urbanizada e povoada do país.

Por duvidosa que seja a legitimidade de tal acto, até em termos constitucionais, o facto é que, de absurdo em contra-senso, os pequenos esporos do capital privado de especulação alimentados pelos rendimentos de exploração da ponte que Salazar construiu foram germinando em conglomerados accionistas. O património que exploram inclui agora a ponte Vasco da Gama.

Os privados hoje já detêm o controlo sobre mais de 1/3 das travessias rodoviárias com portagem sobre o Tejo. A única escapatória possível para o ruinoso nó górdio é a renegociação do contrato. Mas há um péssimo presságio. Os homens que representam agora os interesses privados, Ferreira do Amaral e Jorge Coelho, foram responsáveis em nome do Estado pelos valores contratuais em causa. Um arquitectou-os enquanto ministro das Obras Públicas. O outro protegeu-os, não os denunciando quando foi ministro do Equipamento Social.

Por seu lado, o terceiro elemento, que preside a uma comissão técnica com poder arbitral e fiscalizador, Murteira Nabo, foi ele próprio um ministro com a tutela das pontes no Governo de Guterres. Quem vai defender o Estado? Não faço ideia. Fica no ar a crítica do Tribunal de Contas ao contrato de exploração nascido no período cavaquista e concretizou-se a incrível ascensão da influência da Mota-Engil no controlo da Lusoponte.

Em apenas cinco meses de gestão de Jorge Coelho quadruplicou o volume de capital que domina. Confiemos que a Procuradoria, que está a avaliar a licitude da exclusividade concedida à Lusoponte em nome do Estado por Ferreira do Amaral, e defendida em nome da Lusoponte por Ferreira do Amaral, tenha todos estes elementos em conta.


Comentário:

Mário Crespo fala no absurdo contratual da Lusoponte, conduzido pelo ex-ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, que viria a causar ao Estado Português prejuízos globais passíveis de juízo público de censura (segundo o Trinunal de Contas).

Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas, arquitectou os valores contratuais. Jorge Coelho, ex-ministro do Equipamento Social, protegeu-os. Murteira Nabo, ex-ministro com a tutela das pontes, vai fiscalizá-los.

Enquanto isto, concretizou-se a incrível ascensão da influência da Mota-Engil no controlo da Lusoponte, quadruplicando o volume de capital, desde que contratou o já citado Jorge Coelho (há apenas cinco meses).


quinta-feira, setembro 18, 2008

O Processo Democrático visto por Ricardo Araújo Pereira


Texto de Ricardo Araújo Pereira

Da obra: Boca do Inferno


O congresso está no meio de nós

Nunca fui a um congresso partidário, mas tenho pena: nutro grande interesse por manifestações religiosas em geral. E gostaria muito de ter estado em Santarém, no congresso do PS. Os congressos do PS e do PSD são o grande palco da democracia portuguesa. É aquela gente que escolhe o primeiro-ministro do país. O resto dos portugueses limita-se a ir às urnas dizer se prefere começar a ser governado pelo senhor que os socialistas escolheram ou pelo senhor escolhido pelos sociais-democratas. E, quatro anos depois, troca.

Os candidatos a primeiro-ministro são, por isso, designados por uma espécie privilegiada de cidadão que se chama «delegado ao congresso». «Delegado ao congresso» significa" em terminologia política, «o maior da sua aldeia». Trata-se de um indivíduo que, à custa, de estratagemas de vária ordem, conseguiu obter, dos militantes da sua área de residência, um mandato para os representar no congresso. Um dos estratagemas mais frequentes e bem sucedidos é o seguinte: o aspirante a delegado casa com uma rapariga que tenha uma família grande e, depois, mobiliza os primos todos para votarem nele. É uma manobra que requer um módico de astúcia política e, dependendo da aparência física da rapariga, uma maior ou menor capacidade de sacrifício. Uma vez no congresso, O delegado opta pelo candidato que melhor serve Portugal - isto se, por extraordinário acaso, as necessidades de Portugal coincidirem com os interesses do delegado e dos que o mandataram. Como é raro Portugal necessitar de ver o seu caminho facilitado nas concelhias do PS, os interesses do delegado quase nunca coincidem com os do país - circunstância que só fica mal ao país.

No entanto, nem tudo nos congressos é tão transparente e louvável. Há gestos que constituem apenas dispêndio escusado de energia, e isso verificou-se, uma vez mais, neste congresso socialista. A tentativa de empolgar os delegados com música e gritaria (normalmente, duas actividades a cargo de Jorge Coelho, que canta e grita com igual entusiasmo) é inútil. Aquela gente já anda empolgada. O partido é deles e está a governar Portugal como bem entende. É o resto do país que precisa de ser empolgado. E, nesse sentido, a entrada de José Sócrates ao som da música do Gladiador pode ter dado origem a mal-entendidos. Se Portugal fosse um circo romano (passe o desprimor para com o circo romano), Sócrates podia ser um gladiador, mas os portugueses seriam dez milhões de cristãos, prestes a serem apresentados aos leões.

Mas o congresso do PS deu também um sinal claro e positivo ao país: é possível um aglomerado razoável de pessoas estar na presença de José Sócrates sem começar a manifestar-se contra o seu governo. Já não é mau. Além disso, o congresso demonstrou ainda que, neste momento, o PS, para Sócrates, é igual a Portugal: quer num sítio, quer noutro, não se pode dizer que tenha uma oposição particularmente credível e consistente. Haja um português a quem a vida corre bem.
.

segunda-feira, junho 16, 2008

Mário Lino brinda as Mota Engis com 40 mil milhões de euros

Miguel Sousa Tavares: «Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»


Diário Económico Online/Lusa - 20/05/2008:

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou estimar que o plano de investimento em infra-estruturas para os próximos dez anos vá aumentar o nível de actividade no sector da construção de sete para 11 mil milhões de euros por ano.

(...) Os projectos de investimento em grandes infra-estruturas lançados pelo Governo para os próximos 10 anos ascendem a quase 40 mil milhões de euros.

(...) "Estamos perante uma situação que é urgente mudar radicalmente e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar arduamente, afrontando muitas vezes incompreensões só justificáveis por preconceitos contra o que se tem, inapropriadamente designado por 'política do betão', e por obstáculos só justificáveis por quem põe interesses particulares, nomeadamente politico-partidários, à frente dos interesses do país", afirmou.



Comentário:

Quando um quinto dos portugueses (1,8 milhões) tem emprego precário, quando existem dois milhões de pobres em Portugal, quando se contam por várias centenas de milhares o número de desempregados no nosso país, «os mesmos de sempre» voltam a apostar em «obras» criminosamente inúteis e dispendiosas.
.

segunda-feira, abril 07, 2008

Os empreiteiros, os políticos, os elefantes brancos e a corrupção desenfreada




TVI - 4/4/2008

Helena Roseta, vereadora eleita pelo Movimento Cidadãos por Lisboa, considerou, esta sexta-feira, que a construção da nova ponte rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro é um «disparate total». Em causa está a entrada de «cerca de 60 mil automóveis, por dia», na capital.

A vereadora da autarquia relembra que Lisboa «já está completamente engarrafada de automóveis». Roseta acusa o Executivo de «mais uma vez, primeiro decidir e só depois discutir a questão».

A ligação Chelas-Barreiro foi a escolhida para a terceira travessia sobre o Tejo e já está a ser contestada. A vereadora garantiu que vai promover uma discussão sobre o tema, esperando que os cidadãos e a Câmara Municipal de Lisboa se envolvam.


Agência Financeira

As construtoras Somague, Teixeira Duarte e Mota-Engil estão interessadas em concorrer ao concurso público para a concessão da terceira travessia do Tejo, entre Chelas e o Barreiro, que será lançado em Novembro.

A terceira travessia do Tejo também interessa à Teixeira Duarte que «está a avaliar a possibilidade» de concorrer ao concurso para a ponte rodo-ferroviária, orçada em 1.700 milhões de euros.

Para o presidente da Mota-Engil, António Mota, «a terceira travessia do Tejo é um projecto que já está em cima da mesa há muito tempo».

António Mota disse que a construtora «está a trabalhar no consórcio, que ainda não está fechado», mas adiantou que o agrupamento integrará a Somague e a Teixeira Duarte, que também são parceiras da Mota-Engil no projecto português de alta velocidade.

«A terceira travessia está integrada na linha de alta velocidade Lisboa-Madrid e por isso o consórcio vai ser o mesmo que vamos apresentar para o projecto português de alta velocidade», justificou.


Louçã - Jornal Expresso - 5 de Abr de 2008

O Bloco de Esquerda considerou hoje "indecente" a nomeação do ex-ministro socialista Jorge Coelho para a presidência da construtora Mota Engil, insistindo na necessidade de um período de dez anos de incompatibilidade entre funções públicas e privadas.

"Não podemos confiar em políticos com apetite. Enriquecer não é a regra para a decisão política, mas o cuidado da coisa pública", declarou em conferência de imprensa o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louça.

Na administração da Mota Engil há dois ex-ministros [Jorge Coelho (na foto) e Valente de Oliveira] e um ex-secretário de Estado [Luís Parreirão] e, por isso, o Bloco de Esquerda dá inteira razão [ao ex-dirigente socialista] João Cravinho quando diz que é inaceitável que quem concedeu o exercício do monopólio para a construção e exploração de obras públicas tenha depois cargos de direcção na execução desses mesmos monopólios", apontou.

"Era o que faltava que um dia destes alguém nos viesse dizer que quem se mete com a Mota Engil leva. A Mota Engil e outras grandes empresas têm levado o que querem: ganham os concursos, têm a construção das auto-estradas, têm a construção das pontes e depois têm à sua frente os ex-ministros que contribuíram para algumas dessas decisões. É preciso decência", acrescentou.


Comentário:

Nunca como hoje foi tão certeira a frase de Jorge Coelho: "quem se mete com o PS, leva!":