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terça-feira, janeiro 22, 2019

Para que o programa «Quadratura do Círculo» se torne numa perfeita reunião do conselho de administração da Mota-Engil, só falta a presença de António Mota (dono da Mota-Engil), em substituição de Pacheco Pereira…

Paulo de Morais (19/01/2019)

QUADRATURA DO CÍRCULO: é um programa de propaganda, disfarçada de debate, em que dois administradores da Mota-Engil (Jorge Coelho e Lobo Xavier) tentam convencer os espectadores de que "O que é bom para a Mota-Engil é bom para Portugal". Nesse triste papel, defendem obras públicas megalómanas, aeroportos e portos mal concessionados, bajulação ao Presidente de Angola, etc.).

Pacheco Pereira - intelectual de respeito, serve para mascarar o programa com alguma credibilidade - nunca entendi porquê!

O programa vai acabar na SIC, por falta de audiência. Mas parece que vai para a RTP. Doravante, serão os dinheiros públicos a pagar a propaganda da Mota-Engil. Tirem-nos deste inferno!!!

terça-feira, dezembro 03, 2013

José Pedro Aguiar-Branco, um homem cuja dimensão moral, humana e ética só fica (abissalmente) abaixo da sua estatura física...



Aguiar-Branco, ministro da Defesa, em revista a uma parada militar


O secretário-geral da CGTP exigiu que seja feito um inquérito à subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) ao grupo Martifer, por suspeita de favorecimento ao setor privado com este negócio.

Todo o processo é obscuro: a empresa que obteve a concessão [Martifer] tem um passivo maior que os estaleiros; o mesmo Estado que vai pagar 30,1 milhões aos trabalhadores despedidos não tinha três milhões para começar a construir navios já encomendados.

De janeiro a setembro, os resultados líquidos consolidados apresentados pela Martifer ascendem a 48,7 milhões de euros negativos, o que corresponde a um agravamento de 47,7% face aos prejuízos de 33 milhões registados em igual período de 2012.

A Mota-Engil, cujo presidente é Jorge Coelho, é detentora de uma participação de 37,5% na Martifer. E é sabido que a probidade da Mota-Engil e de Jorge Coelho é inquestionável.

A eurodeputada Ana Gomes levantou suspeitas sobre negócios do escritório de advogados do ministro Aguiar-Branco com a Martifer, grupo que ganhou a subconcessão dos Estaleiros de Viana.

O eurodeputado comunista João Ferreira classificou hoje como "mentiroso" o argumento das ajudas públicas invocado para encerrar os estaleiros de Viana, aludindo a uma resposta da Comissão Europeia que diz ainda não ter decidido sobre o assunto. "Aquilo que constatamos é que o argumento invocado para o encerramento é um argumento mentiroso, como já foram os anteriores", afirmou João Ferreira,

Na entrega dos estaleiros de Viana à empresa Martifer, o Estado vai gastar 30,1 milhões de euros para pagar as indemnizações por despedimento dos atuais 609 trabalhadores. Ora, recordou Arménio Carlos, em 2012 o mesmo governo não teve três milhões de euros para comprar a matéria-prima necessária para o início da construção de dois navios asfalteiros encomendados pela Venezuela.

"Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Por um lado há um prejuízo do interesse público com o encerramento dos ENVC, é o governo que é o responsável, e depois o favorecimento ao setor privado, com este negócio", acusou Arménio Carlos.

Por outro lado, a Martifer tem um passivo de 370 milhões de euros, que é superior ao dos estaleiros, que rondará em 2013 os 300 milhões de euros.

"Se isto não é caso para justificar um inquérito e acima de tudo a paragem deste processo, de forma a impedir o encerramento dos ENVC, então o que será necessário fazer mais para que a Democracia funcione", observou o secretário-geral da CGTP.

A comissão de trabalhadores e a Câmara de Viana do Castelo assumiram nas últimas horas posições idênticas, reclamando uma investigação, pelo Ministério Público, a este processo.



Striking down on the minister meathead

Despedir 609 pessoas e oferecer mais uma empresa pública viável a privados. Mais uma sticada fatal no País e nos portugueses...

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Desde que Ricardo Araújo Pereira entrevistou o ex-ministro Jorge Coelho, agora CEO da Mota-Engil, os Gato Fedorento desapareceram das televisões

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Jornal Expresso, 05/04/2008

Em Setembro-Outubro de 2009, Jorge Coelho, o presidente-executivo da empresa de construção Mota-Engil, foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira no programa do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Neste programa, com uma média de um milhão e trezentos mil espectadores, foram também entrevistados Paulo Portas, Manuela Ferreira Leite, Francisco Louçã, Paulo Rangel, Joana Amaral Dias, Marques Mendes e José Sócrates (o Sr. Aníbal de Boliqueime escusou-se corajosamente). Depois do programa ter terminado, em 23.10.2009, os Gato Fedorento foram banidos dos ecrãs portugueses. A entrevista a Jorge Coelho, um ex-Ministro das Obras Públicas que foi exercer funções de presidente-executivo numa empresa de um sector que tutelou no governo, constituiu uma das maiores denúncias da promiscuidade entre os negócios e a política no nosso país.

Às questões colocadas por Ricardo Araújo Pereira no programa Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios, o ex-ministro e agora CEO da Mota-Engil, Jorge Coelho, assobiava para o lado, sempre com um sorriso estampado no rosto que alternava entre o rosa e o laranja e vice-versa:


Seguem-se algumas das perguntas de Ricardo Araújo Pereira ao CEO socialista da Mota-Engil, Jorge Coelho:

- Bem vindos de novo ao Gato Fedorento esmiúça os sufrágios, o nosso convidado de hoje já teve muito poder quando foi ministro, e agora tem ainda mais, ele é o CEO, que significa chefe, ou presidente, ou quem manda nas sacas de cimento da Mota Engil, é o Dr. Jorge Coelho.

- Sotôr, é muito comum antigos ministros saírem para depois irem trabalhar em grandes empresas. O sotôr acha que no fim desta legislatura o primeiro-ministro, José Sócrates, pode ir parar à Mota-Engil, ou vocês lá só aceitam quem seja mesmo engenheiro?

- Sotôr, eu queria colocar-lhe uma questão, talvez me possa ajudar. Eu precisava de fechar a marquise. A Mota-Engil conseguiu ficar com o projecto dos contentores de Alcântara sem concurso público. Por isso eu perguntava-lhe: como é que eu fecho a marquise evitando essa burocracia toda. Como é que se faz isso?

- Sôtor, acha que, agora que o PS fica no Governo durante mais quatro anos, estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo?

- Mas o sotôr acha admissível que em pleno século XXI só hajam três auto-estradas entre Lisboa e Porto? Não faz falta construir uma quarta auto-estrada, por exemplo, ao pé da primeira mas dois metros acima?

- O sotôr teve medo nesta eleições que se o PSD ganhasse, que três ou quatro ministros do PS ficassem sem emprego e fossem ocupar o seu lugar na Mota-Engil?



quinta-feira, janeiro 07, 2010

Miguel Sousa Tavares: oiça, José Sócrates, este país está a ficar farto. Acredite que está. E um dia destes explode



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Excerto de um texto publicado na edição do Expresso de 7 de Novembro de 2009:

[...] É a esta luz que se torna obrigatório meditar nas tais 'grandes obras públicas' que o Governo nos propõe como grande medida de política keynesiana e com o entusiástico apoio da CIP e da Associação dos Construtores de Obras Públicas. Quando, como já aqui o escrevi, tropeço em coisas como o contrato celebrado entre o Porto de Lisboa (Estado) e a Liscont/Mota-Engil para o Terminal de Contentores de Alcântara, eu tenho a penosa certeza de que estou pessoalmente a ser roubado pelos advogados do Estado e a benefício do sr. Mota - decerto uma estimável pessoa que não tenho o prazer de conhecer, mas que também me dispenso de ajudar a enriquecer com o dinheiro do meu trabalho. E o mesmo quando vejo as acções da Mota/Engil subirem 13% em bolsa no dia seguinte às eleições legislativas terem confirmado novo Governo PS. Ou quando constato que, semanas depois, a Mota/Engil ganhou mais um concurso de construção e concessão de exploração de uma nova auto-estrada - a do Pinhal Interior (alguém me pode informar onde fica isso ou para que serve?). Ou quando leio que foi alterado o regime das concessões rodoviárias, seguindo o modelo do contrato para o Terminal de Contentores de Alcântara, onde todo o risco do negócio é assumido pelo Estado e os privados ficam só com lucros garantidos ou indemnizações compensatórias. Ou quando vou sabendo pelos acórdãos do Tribunal de Contas (que, por si só, deveriam cobrir de vergonha qualquer governo), que se tornou prática corrente dos concursos de empreitadas públicas licitar com um preço imbatível e, uma vez ganho o concurso, subir o preço muito além do da concorrência, invocando toda a ordem de pretextos.

Perguntem-me se eu confio neste Estado e neste Governo para lançar, em nome do 'interesse público', as empreitadas das grandes obras como o novo aeroporto de Lisboa, o TGV ou a nova ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo, em Lisboa? Não, não confio. E não só porque se trata de obras inúteis e até prejudiciais a Lisboa, como a ponte ou o novo aeroporto, mas porque, na situação financeira em que nos encontramos, são quase obscenas. E, depois, porque não tenho a mais pequena fé de que os custos não disparem, que não haja negócios e adjudicações de favor, tráfico de influências, grandes oportunidades de enriquecimento para a meia dúzia de sociedades de advogados de Lisboa que vivem disto e, no final de tudo, que alguma das obras anunciadas se sustente a si própria e não venha a ser antes mais uma fonte de despesa pública a perder de vista.

Oiça, José Sócrates: o país que trabalha, que estuda, que inova, que arrisca e que dá trabalho a outros; o país que não foge ao fisco nem tem offshores e que paga impostos até por respirar; que não enriquece na bolsa nem vive a mendigar subsídios do Estado; que paga a escola dos filhos, as suas despesas de saúde e o seu plano de reforma, nada esperando da Segurança Social; o país que tem pudor em fazer negócios escuros com as autarquias ou as empresas públicas; o país que ainda não apanhou um avião para o exílio mas que também não deseja um lugar nos aviões das suas visitas de Estado a Angola, esse país está a ficar farto. Acredite que está. Não se manifesta nas ruas nem se organiza em 'Compromissos Portugal', que não são compromisso nem são Portugal. Mas existe e um dia destes explode. Nesse dia, o dr. Teixeira dos Santos vai-se espantar por descobrir que, mesmo já sem crise, a receita fiscal não há maneira de voltar a subir. Porque o animal raro conhecido por otário se terá extinto de vez.

Faz agora um ano que, 'para evitar o risco sistémico', o Governo nacionalizou os prejuízos do BPN. Um ano depois, a conta para os contribuintes já vai em 3,5 mil milhões de euros - três mil milhões e meio de euros! Vale a pena fazer as perguntas, em jeito de balanço: se o risco era sistémico, isso quer dizer que toda a banca funcionava no esquema de vigarice institucionalizada do BPN - foi isso que se quis esconder? Se o risco era sistémico, porque é que a banca privada não ajudou a banca pública a acorrer ao BPN? E, agora, tendo gasto mais dinheiro com o BPN do que gastou a pagar os subsídios de desemprego a meio milhão de desempregados, que lição, se é que alguma, extrai o governo dessa aventura? Que mensagem, se é que alguma, lhe ocorre dar aos pagadores de impostos?


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Na imagem ao centro:
Jorge Coelho e António Mota, respectivamente, o CEO e o fundador da Mota-Engil
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sexta-feira, dezembro 11, 2009

A Mota-Engil, de Jorge Coelho, adjudica, adjudica, e torna a adjudicar...

Investimento inicial de 1,4 mil milhões

Mota-Engil confirma adjudicação da concessão do Pinhal Interior

A adjudicação da concessão do Pinhal Interior será entregue à Mota-Engil, de acordo com o comunicado emitido esta tarde. O investimento inicial será de 1,4 mil milhões de euros, numa subconcessão com um prazo de 30 anos.

«Não há ilegalidade, mas há muita promiscuidade»
Jornal Expresso, 05/04/2008


Já hoje, o Jornal de Negócios noticiava que o consórcio liderado pela Mota-Engil é o mais bem posicionado para vencer a concessão do Pinhal Interior. Localizando-se na zona centro do País e com uma extensão de cerca de 520 kms, a subconcessão inclui dois eixos principais – IC3 e IC8. O IC3 é um eixo vertical que liga a futura Subconcessão da AE Centro desde o nó de Coimbra (IP3/IC2) até à A23 na zona de Torres Novas, e o IC8 é um eixo horizontal que liga a A17 na zona de Pombal/Ansião até novamente à A23, junto a Vila Velha de Rodão.


O nó de Ansião - que vai ligar a A17 à A23



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Jorge Coelho, o presidente-executivo da empresa de construção Mota-Engil, foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira no programa do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios.


Seguem-se duas das perguntas de Ricardo Araújo Pereira ao socialista da Mota-Engil, o Sr. Dr. Jorge Coelho:

- Sôtor, acha que, agora que o PS fica no Governo durante mais quatro anos, estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo?

- Mas o sotôr acha admissível que em pleno século XXI só hajam três auto-estradas entre Lisboa e Porto? Não faz falta construir uma quarta auto-estrada, por exemplo, ao pé da primeira mas dois metros acima?

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E num país com cerca de 700 mil desempregados, em que mais de 40% dos trabalhadores são precários e onde existem mais de dois milhões de pobres, o sotôr Jorge Coelho continua a adjudicar, a amealhar, a sorrir e a respirar...
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sexta-feira, outubro 16, 2009

Ricardo Araújo Pereira pergunta a Jorge Coelho, presidente da Mota-Engil, se estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo

Jorge Coelho, o presidente-executivo da empresa de construção Mota-Engil, foi entrevistado por Ricardo Araújo Pereira no programa do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. O ex-dirigente socialista foi convidado para o cargo alguns anos depois de ter sido Ministro das Obras Públicas, sendo mais um caso de um governante a exercer funções de gestão em empresas do sector que tutelou no governo.

Jornal Expresso, 05/04/2008

A Mota-Engil anunciou há mês e meio (31/08/09) ter registado um lucro de 14,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais do que os 14,1 milhões de euros registados no período homólogo de 2008 e contrariando as expectativas dos analistas, que esperavam em média um recuo para os 12,1 milhões de euros.

E no Jornal de Negócios (16/10/2009): A Mota-Engil acumula uma valorização de 87,28% este ano, tendo subido 25% só nas últimas três semanas. A impulsionar as acções da empresa esteve a eleição do Partido Socialista nas legislativas...


Às questões colocadas por Ricardo Araújo Pereira, o CEO da Mota-Engil, Jorge Coelho, respondia bugalhos, sempre com um sorriso estampado no rosto, que alternava entre o amarelo e o rosa e vice-versa.


Seguem-se algumas das perguntas de Ricardo Araújo Pereira ao socialista da Mota-Engil, Jorge Coelho:

- Bem vindos de novo ao Gato Fedorento esmiúça os sufrágios, o nosso convidado de hoje já teve muito poder quando foi ministro, e agora tem ainda mais, ele é o CEO, que significa chefe, ou presidente, ou quem manda nas sacas de cimento da Mota Engil, é o Dr. Jorge Coelho.

- Sotôr, é muito comum antigos ministros saírem para depois irem trabalhar em grandes empresas. O sotôr acha que no fim desta legislatura o primeiro-ministro, José Sócrates, pode ir parar à Mota-Engil, ou vocês lá só aceitam quem seja mesmo engenheiro?

- Sotôr, eu queria colocar-lhe uma questão, talvez me possa ajudar. Eu precisava de fechar a marquise. A Mota-Engil conseguiu ficar com o projecto dos contentores de Alcântara sem concurso público. Por isso eu perguntava-lhe: como é que eu fecho a marquise evitando essa burocracia toda. Como é que se faz isso?

- Sôtor, acha que, agora que o PS fica no Governo durante mais quatro anos, estão reunidas as condições para podermos alcatroar o país todo?

- Mas o sotôr acha admissível que em pleno século XXI só hajam três auto-estradas entre Lisboa e Porto? Não faz falta construir uma quarta auto-estrada, por exemplo, ao pé da primeira mas dois metros acima?

- O sotôr teve medo nesta eleições que se o PSD ganhasse, que três ou quatro ministros do PS ficassem sem emprego e fossem ocupar o seu lugar na Mota-Engil?



segunda-feira, outubro 13, 2008

Mário Crespo - Travessias agitadas


Artigo de Mário Crespo

Travessias agitadas



Vai ser renegociado o contrato de 1994 em que o Estado abdicou dos seus direitos sobre a mais importante ligação entre o Norte e o Sul. José Sócrates tem aqui a oportunidade de rectificar de vez o dispendioso erro do Governo de Cavaco Silva com o absurdo contratual da Lusoponte.

O processo, conduzido pelo então ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, foi formatado no habitual modelo do capital de Estado em Portugal. Investidores institucionais a dominar a estrutura accionista e, nessa fase inicial, pequenos pós de capital de especulação privado em montantes insignificantes, mas que davam a toda a monstruosidade uma aparência publico-privada suficientemente híbrida para justificar o baile de máscaras de altos funcionários públicos travestidos de empreendedores.

O absurdo foi para a frente. Nasceu a Lusoponte que, 20 anos depois do 25 de Abril, tinha como património a maior obra do Estado Novo. Havia contudo um activo escondido no palavrosismo contratual que, com o tempo, ia provar ser a grande mais-valia da Lusoponte. Uma situação que viria a causar ao Estado Português "(...) prejuízos globais passíveis de juízo público de censura", como escreveu o conselheiro Ernesto Cunha em declaração de voto no acórdão do Tribunal de Contas após investigação à Lusoponte.

As dúvidas levantam-se na cláusula leonina do contrato de Ferreira do Amaral que dá à Lusoponte exclusividade nas travessias rodoviárias abaixo de Vila Franca de Xira. Travessias existentes e futuras. Com isso, o Governo do prof. Cavaco Silva cedeu direitos nacionais no maior rio da Península Ibérica, na bacia mais industrializada, urbanizada e povoada do país.

Por duvidosa que seja a legitimidade de tal acto, até em termos constitucionais, o facto é que, de absurdo em contra-senso, os pequenos esporos do capital privado de especulação alimentados pelos rendimentos de exploração da ponte que Salazar construiu foram germinando em conglomerados accionistas. O património que exploram inclui agora a ponte Vasco da Gama.

Os privados hoje já detêm o controlo sobre mais de 1/3 das travessias rodoviárias com portagem sobre o Tejo. A única escapatória possível para o ruinoso nó górdio é a renegociação do contrato. Mas há um péssimo presságio. Os homens que representam agora os interesses privados, Ferreira do Amaral e Jorge Coelho, foram responsáveis em nome do Estado pelos valores contratuais em causa. Um arquitectou-os enquanto ministro das Obras Públicas. O outro protegeu-os, não os denunciando quando foi ministro do Equipamento Social.

Por seu lado, o terceiro elemento, que preside a uma comissão técnica com poder arbitral e fiscalizador, Murteira Nabo, foi ele próprio um ministro com a tutela das pontes no Governo de Guterres. Quem vai defender o Estado? Não faço ideia. Fica no ar a crítica do Tribunal de Contas ao contrato de exploração nascido no período cavaquista e concretizou-se a incrível ascensão da influência da Mota-Engil no controlo da Lusoponte.

Em apenas cinco meses de gestão de Jorge Coelho quadruplicou o volume de capital que domina. Confiemos que a Procuradoria, que está a avaliar a licitude da exclusividade concedida à Lusoponte em nome do Estado por Ferreira do Amaral, e defendida em nome da Lusoponte por Ferreira do Amaral, tenha todos estes elementos em conta.


Comentário:

Mário Crespo fala no absurdo contratual da Lusoponte, conduzido pelo ex-ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, que viria a causar ao Estado Português prejuízos globais passíveis de juízo público de censura (segundo o Trinunal de Contas).

Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas, arquitectou os valores contratuais. Jorge Coelho, ex-ministro do Equipamento Social, protegeu-os. Murteira Nabo, ex-ministro com a tutela das pontes, vai fiscalizá-los.

Enquanto isto, concretizou-se a incrível ascensão da influência da Mota-Engil no controlo da Lusoponte, quadruplicando o volume de capital, desde que contratou o já citado Jorge Coelho (há apenas cinco meses).


segunda-feira, junho 16, 2008

Mário Lino brinda as Mota Engis com 40 mil milhões de euros

Miguel Sousa Tavares: «Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»


Diário Económico Online/Lusa - 20/05/2008:

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou estimar que o plano de investimento em infra-estruturas para os próximos dez anos vá aumentar o nível de actividade no sector da construção de sete para 11 mil milhões de euros por ano.

(...) Os projectos de investimento em grandes infra-estruturas lançados pelo Governo para os próximos 10 anos ascendem a quase 40 mil milhões de euros.

(...) "Estamos perante uma situação que é urgente mudar radicalmente e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar arduamente, afrontando muitas vezes incompreensões só justificáveis por preconceitos contra o que se tem, inapropriadamente designado por 'política do betão', e por obstáculos só justificáveis por quem põe interesses particulares, nomeadamente politico-partidários, à frente dos interesses do país", afirmou.



Comentário:

Quando um quinto dos portugueses (1,8 milhões) tem emprego precário, quando existem dois milhões de pobres em Portugal, quando se contam por várias centenas de milhares o número de desempregados no nosso país, «os mesmos de sempre» voltam a apostar em «obras» criminosamente inúteis e dispendiosas.
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segunda-feira, abril 07, 2008

Os empreiteiros, os políticos, os elefantes brancos e a corrupção desenfreada




TVI - 4/4/2008

Helena Roseta, vereadora eleita pelo Movimento Cidadãos por Lisboa, considerou, esta sexta-feira, que a construção da nova ponte rodo-ferroviária entre Chelas e o Barreiro é um «disparate total». Em causa está a entrada de «cerca de 60 mil automóveis, por dia», na capital.

A vereadora da autarquia relembra que Lisboa «já está completamente engarrafada de automóveis». Roseta acusa o Executivo de «mais uma vez, primeiro decidir e só depois discutir a questão».

A ligação Chelas-Barreiro foi a escolhida para a terceira travessia sobre o Tejo e já está a ser contestada. A vereadora garantiu que vai promover uma discussão sobre o tema, esperando que os cidadãos e a Câmara Municipal de Lisboa se envolvam.


Agência Financeira

As construtoras Somague, Teixeira Duarte e Mota-Engil estão interessadas em concorrer ao concurso público para a concessão da terceira travessia do Tejo, entre Chelas e o Barreiro, que será lançado em Novembro.

A terceira travessia do Tejo também interessa à Teixeira Duarte que «está a avaliar a possibilidade» de concorrer ao concurso para a ponte rodo-ferroviária, orçada em 1.700 milhões de euros.

Para o presidente da Mota-Engil, António Mota, «a terceira travessia do Tejo é um projecto que já está em cima da mesa há muito tempo».

António Mota disse que a construtora «está a trabalhar no consórcio, que ainda não está fechado», mas adiantou que o agrupamento integrará a Somague e a Teixeira Duarte, que também são parceiras da Mota-Engil no projecto português de alta velocidade.

«A terceira travessia está integrada na linha de alta velocidade Lisboa-Madrid e por isso o consórcio vai ser o mesmo que vamos apresentar para o projecto português de alta velocidade», justificou.


Louçã - Jornal Expresso - 5 de Abr de 2008

O Bloco de Esquerda considerou hoje "indecente" a nomeação do ex-ministro socialista Jorge Coelho para a presidência da construtora Mota Engil, insistindo na necessidade de um período de dez anos de incompatibilidade entre funções públicas e privadas.

"Não podemos confiar em políticos com apetite. Enriquecer não é a regra para a decisão política, mas o cuidado da coisa pública", declarou em conferência de imprensa o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louça.

Na administração da Mota Engil há dois ex-ministros [Jorge Coelho (na foto) e Valente de Oliveira] e um ex-secretário de Estado [Luís Parreirão] e, por isso, o Bloco de Esquerda dá inteira razão [ao ex-dirigente socialista] João Cravinho quando diz que é inaceitável que quem concedeu o exercício do monopólio para a construção e exploração de obras públicas tenha depois cargos de direcção na execução desses mesmos monopólios", apontou.

"Era o que faltava que um dia destes alguém nos viesse dizer que quem se mete com a Mota Engil leva. A Mota Engil e outras grandes empresas têm levado o que querem: ganham os concursos, têm a construção das auto-estradas, têm a construção das pontes e depois têm à sua frente os ex-ministros que contribuíram para algumas dessas decisões. É preciso decência", acrescentou.


Comentário:

Nunca como hoje foi tão certeira a frase de Jorge Coelho: "quem se mete com o PS, leva!":