quinta-feira, janeiro 15, 2009

Terrorismo psicológico sionista numa universidade americana

Deborah Esther Lipstadt (na foto) é uma historiadora americana e autora do livro Denying the Holocaust [Negando o Holocausto]. É professora de Judaísmo Moderno e Estudos do Holocausto na Universidade Emory e consultora do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos. Em 1994, foi nomeada pelo Presidente Bill Clinton para o Conselho do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, ente cumpriu dois mandatos.


(Crítica na Amazon.com) - No livro Denying the Holocaust [Negando o Holocausto], Deborah Lipstadt faz uma vigorosa análise das tentativas de negação do Holocausto nazi, investiga a história do revisionismo do Holocausto e afirma que este já não pode ser ignorado por mais tempo, mostrando como os negacionistas do Holocausto, antes descartados como uma minoria extremista lunática, tem crescido em número e influência durante os últimos 20 anos. Lipstadt apresenta numerosos exemplos de tentativas para provar que o extermínio de seis milhões de judeus é um embuste; que apenas alguns milhares de judeus morreram nos campos de concentração de doença; que os bombardeamentos aliados das cidades alemãs foram piores do que qualquer crime nazi; e que as “verdadeiras vítimas” da Segunda Guerra Mundial foram o povo alemão.

Estas distorções da história documentada, argumenta a autora, ameaçam minar a nossa tradição racionalista ocidental e legitimam a politização da história. Para Lipstadt o traço comum entre os negacionistas do Holocausto é uma "pura diatribe anti-semita" mostrando os judeus como um povo com a mania da vitimização. Lipstadt argumenta veementemente contra o facto de se dar aos revisionistas um fórum em nome da liberdade de expressão. Lipstadt sustenta que "as respostas ao negacionismo do Holocausto tanto por estudantes e universidades demonstram a susceptibilidade de um segmento educado e privilegiado ao pensamento que cria um clima favorável à reescrita da história."


A Sra. Deborah Esther Lipstadt possui um Blogue que dá pelo nome:

Reagindo a um cartoon que compara a Cisjordânia palestiniana a um gueto nazi, desenhado por um jovem estudante, Dylan Woodliff, no jornal universitário de Emory (Emory Wheel), a senhora Deborah Esther Lipstadt, em três posts, esmaga contundentemente o pouco avisado aluno:


(Blogue de Deborah Lipstadt) - Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

Um cartoon anti-semita no jornal escolar da universidade de Emory [nos EUA] gera uma torrente de críticas em todo o campus universitário


Na última sexta-feira um cartoon inquestionavelmente anti-semita apareceu no jornal escolar da universidade de Emory, «The Wheel». Foi-me enviado o cartoon e uma explicação do cartonista.

O cartoon estava dividido em duas partes. Uma mostrava o muro/cerca entre a Cisjordânia (Margem Ocidental) e Israel com soldados israelitas em frente do muro, e na outra parte estavam judeus num gueto com guardas nazis a guardá-lo. Por baixo, em maiúsculas, a seguinte frase: A EXPERIÊNCIA É O MELHOR PROFESSOR.

A explicação do cartonista condenava o muro e culpava-o por criar o fosso económico entre israelitas e palestinianos. Alegava também que NÃO estava a comparar a situação na Cisjordânia com o Holocausto. [Não obstante o cartoon estar a fazer isso precisamente]. O cartonista afirmou também que não desejara ser ofensivo. [Apesar de o ter sido de facto].

O cartoon estava também acompanhado por uma opinião discordante de dois estudantes que afirmavam que o cartoon era uma forma de negação do Holocausto e anti-semita.

E mais interessante do que o cartoon foi o que aconteceu a seguir.

A universidade começou a ouvir falar no assunto no Domingo. Em dia e meio, 40 membros da faculdade assinaram uma carta ao editor condenando o cartoon. Incluíam pessoas de pelos menos 4 fés diferentes [Cristã, Judaica, Muçulmana, Budista], diferentes grupos étnicos, e diferentes disciplinas. Além disso pessoas de outras universidades escreveram as suas próprias cartas ao editor.

Em minha opinião a história é esta. E não o cartoon e a tentativa desastrada do cartonista de criar um cartoon sobre um problema sério.

É o que se deve retirar desta história. Pessoas que pontos de vista díspares da situação política e com atitudes muito diferentes acerca da situação israelo-palestiniana foram capazes de colocar as suas diferenças de parte e condenar um cartoon grosseiramente mal informado e nocivo.

O que se segue é uma carta conjunta da faculdade - Carta da Universidade em resposta ao cartoon (17/11/2008):

Ao Editor:

O cartoon publicado no jornal Emory Wheel comparando judeus a Nazis é historicamente errado, menospreza o Holocausto, calunia Israel e o povo judeu e, em nossa opinião, é francamente anti-semita. O jornal Emory Wheel deve a todos os seus leitores uma retratação e uma desculpa. Reconhecemos o direito do Emory Wheel à Primeira Emenda, e expressamos o nosso próprio direito a denunciar o conteúdo dogmático e irresponsável que o jornal possa publicar.

(Assinam 40 membros da faculdade, entre os quais, a própria Deborah Lipstadt).


E também a opinião de Deborah Lipstadt:

Um Cartoon falso e nocivo - Por Deborah Lipstadt (uma opinião sobre o assunto)

No jornal Wheel de sexta-feira aparecia um cartoon perturbante comparando directamente os guetos nazis com a cerca de separação que os israelitas erigiram na Cisjordânia. Esta equiparação é historicamente falsa e extremamente nociva. Os alemães colocaram judeus de toda a Europa em guetos para morrerem lentamente de fome, de privações e de doenças ou para terem uma morte mais rápida com uma bala ou com gás venenoso.

Independentemente do que cada um possa pensar da cerca/muro (a maior parte é uma cerca), não foi construída com este propósito. Foi edificada como um mecanismo defensivo. Mesmo que alguém se oponha a ela, não se pode ignorar o facto de que reduziu enormemente os bombistas homicidas (também chamados de forma errada “bombistas suicidas”) de alvos israelitas. Não existia nenhuma cerca/muro antes de existirem ataques bombistas a autocarros, escolas e outros alvos civis. A cerca foi construída em resposta a estes ataques.

Com respeito à disparidade de riqueza que Woodcliff parece culpar a cerca/muro, esta disparidade existia muito antes da cerca/muro lá estar. A Autoridade Palestiniana recebeu incontáveis milhares de milhões de dólares para ajudar o seu povo. Durante o regime corrupto do já falecido Yasser Arafat a maior parte destes fundos desapareceram. (Procurem nos bancos suíços, ou em Paris onde a sua viúva vive uma vida de grande magnificência.) Os fundos obviamente não eram usados para ajudar o povo palestiniano, uma grande parte dele a sofrer terrivelmente.

Quando Israel retirou da Faixa de Gaza, deixou atrás de si quintas férteis, estufas com sistemas avançados hidropónicos para o cultivo de vegetais, e outras instalações que poderiam ter sido utilizadas para melhorar a sorte dos palestinianos. A maior parte foi destruída pelos palestinianos. Fundos internacionais foram arranjados para ajudar os residentes de Gaza. Também estes tiveram pouco aproveitamento. Entretanto, continuam a ser disparados rockets (foguetes) de Gaza contra cidades israelitas. Um bombardeio de rockets no Sábado mandou 18 israelitas para o hospital. Em resposta, Israel fechou a fronteira entre Gaza e Israel, aumentando ainda mais o sofrimento dos residentes de Gaza.

Existe um problema sério no Médio Oriente mas a comparação irreflectida de Woodliff entre judeus e nazis não é só desinformação, demonstra um certo preconceito – anti-semitismo – que não ajuda nunca a esclarecer a situação. O que quer que se pense da política israelita, descrevê-la como parecida com a política nazi de assassínio dos judeus europeus é estar a incorrer em anti-semitismo e numa forma de negação do Holocausto.

Por fim, estou espantada com a nota explicativa que Woodliff acrescentou ao desenho. Nenhum cartoon editorial precisa de uma explicação ou de uma adenda. Se o cartonista for bom, o seu trabalho fala por si mesmo. Com isto encerrei as minhas alegações.

Posted by Deborah Lipstadt at 10:19 AM 4 comments
Labels: Antisemitism: Contemporary, Holocaust Denial, Lipstadt: Op-eds/ Articles/ Interviews




(Blogue de Deborah Lipstadt) - Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

Um cartoon que diz tudo, onde não são necessárias explicações


Legenda: Que vizinhos tão inamistosos que eles são.

Com agradecimentos ao Bruce's Mideast Soundbites por ter encontrado este cartoon...

Posted by Deborah Lipstadt at 3:11 PM 4 comments
Labels: Antisemitism: Contemporary, Campus Issues




(Blogue de Deborah Lipstadt) - Sábado, 22 de Novembro de 2008

Encontro com o "infame" cartonista de Emory: uma experiência enriquecedora

Ontem à tarde encontrei-me com Dylan Woodliff, o jovem que desenhou o cartoon no jornal universitário Emory Wheel comparando o muro/cerca entre a Cisjordânia e Israel anterior a 1967 aos guetos sob o domínio nazi.

Depois de ouvir os seus professores e os seus colegas dizerem que ele era um "bom rapaz" que se tinha metido em algo que o ultrapassava, enviei-lhe um e-mail a dizer que me encontrava com ele. Ele concordou imediatamente.

A minha motivação para fazer isto tinha dois objectivos. Senti, baseada no que me disseram sobre a sua "explicação" que acompanhava o cartoon, que se tinha metido num assunto que o ultrapassava. Talvez houvesse oportunidade para fazer a nossa obrigação, educar. Queria que ele percebesse porque é que aquilo que tinha feito era tão incorrecto.

Em segundo lugar, ele tinha sido sujeito a uma chuva de críticas, críticas bem merecidas mas críticas de qualquer forma. É muito raro um só estudante fazer alguma coisa que provoca a crítica inequívoca de 46 professores às suas acções. Eu estava preocupada com ele. É uma carga muito pesada para uma pessoa – particularmente um estudante – enfrentar. Queria que ele soubesse que embora tivesse condenado bastante o que ele tinha fizera, sentia empatia por ele como pessoa.

Encontrei um estudante arrependido que estava preocupado que as pessoas pensassem que ele era anti-semita e que tinha arruinado o seu futuro. [Na Era do Google estas coisas não desaparecem]. Encontrei um estudante que tentou provar o seu ponto de vista sobre as políticas do Médio Oriente e o fez de uma forma impensada e mal informada.

Não falámos muito sobre o cartoon porque nessa altura ele já tinha percebido que tinha feito asneira e que nunca deveria ter feito essa analogia. De facto, contei-lhe como, no passado, tentei, numa ocasião provar o meu ponto de vista sobre uma coisa e, ao fazê-lo, ter dito algo estúpido, furioso, ou excessivo. O meu ponto de vista perdeu-se porque todos se concentraram na forma excessiva como eu me tinha exprimido.

Assegurei-lhe que não tinha dúvidas de que ele não era anti-semita. De facto, se eu pensasse de outro modo nem me teria preocupado em encontrar-me com ele.
Na tarde anterior tinha-me também encontrado com Sal Rizzo, o editor do jornal Emory Wheel. Acho que também percebeu que ele e a redacção do jornal tinham falhado na sua obrigação de assegurar um jornalismo responsável. Não estou a falar de censura. Obviamente que eles têm liberdade de fazer asneira… como fizeram majestosamente. Eu falei de sentido crítico.

Os dois estudantes compreenderam que por terem usado esta falsa e perniciosa analogia acabaram por dar um tiro no próprio pé. Ninguém discutiu a política do Médio Oriente. O que discutiram foi essa analogia insensata.

Estes dois encontros lembraram-me que fazemos muito pela nossa educação nas escolas mas que a educação mais importante é fora delas. Penso que aprenderam algo… tal como eu.

Posted by Deborah Lipstadt at 4:04 AM 13 comments
Labels: Antisemitism/Holocaust denial: Islamic, Campus Issues




Comentário (meu):

Manter nas escolas a consciência do massacre sistemático dos Judeus

9 comentários:

Johnny Drake disse...

Diogo, o seu comentário e o último cartoon dizem tudo! Não há discussão para essas pessoas. "Aconteceu" e pronto! Qualquer tentativa para mostrar o contrário, muitas vezes - para não dizer a totalidade - nem é analisada. É imediatamente consederada uma opinião "anti-semita" ou "racista"!

Ana Camarra disse...

Diogo

Está tudo dito e redito.
O que fazes é um verdadeiro serviço publico, esta guerra é ingnobil, este branqueamento é nojento.

beijos

M@nza disse...

Excelente blogue.
Os temas abordados são verdadeiramente esclarecedores e relatam factos doas quais já tinha ideia mas que ainda não encontrara explicação.
Diogo vou "linkar" este blogue e publicitá-lo.
Quanto ao tema aqui referido convém não o esquecer e não o podemos ignorar, mas às vezes também é importante "chocar" com este tipo de cartoons, para nos fazer lembrar o que não pode nem deve ser esquecido.

Diogo disse...

Drake, reparou como os quarenta e tal professores caíram em cima do puto?


Ana, esta guerra é apenas um exercício do pessoal da base militar norte-americana de Israel. A prepararem-se para a grande guerra que aí vem.


M@nza, obrigado pela visita.

Anónimo disse...

Já se começa a ouvir um espécie de grito de ipiranga dos aldrabões.

;-)

Zorze disse...

Diogo,

Mais do que um assunto tabu, a questão do Holocausto é um assunto com uma via só.
Qualquer outra opinião é errada à partida.

Abraço,
Zorze

alf disse...

Interessante como o estudante temeu logo que teria arruinado a sua carreira... os bonecos das contra-informações deste mundo podem dizer o que quizerem dos políticos (no tempo da Tatcher vi um em Londres onde o boneco dela ponha os adversários todos numa trituradora de cozinha, onde eram desfeitos em bocados); mas ninguém pode abrir a boca contra os judeus a não ser que seja... judeu!

Anónimo disse...

Drake, reparou como os quarenta e tal professores caíram em cima do puto?


"O coitado arruinou o seu futuro por ter feito um cometário anti-semita... isto hoje em dia na internet não se esquece."...


Olhe Diogo, eu nem tenho palavras... para a total ausência de escrúpulos...

Mas que podemos nós dizer dos não judeus que colaboram e ajudam com tudo isto, por simples dinheiro &poder?

Ainda pior... não?

Anónimo disse...

Nem se trata sequer somente de abrir a boca contra judeus. Trata-se de abrir a boca sobre seja o que for, quando não se apoia a Grande Agenda

Sabe o que é que eu gostaria? Que o Diogo se dedicasse a desvendar o que faz agora a política Internacional, em relação a Portugal. É que é muito, está em plena actividade. Os Grandes Planos...avançam com efervescência.