quarta-feira, março 23, 2005

Mais vale tarde do que nunca

O jornal Público noticiou a 23 de Março de 2005 o seguinte:

O ministro da Administração Interna, António Costa, revelou hoje que foi informado pelo seu antecessor no cargo, Daniel Sanches, da adjudicação de um negócio de mais de 500 milhões de euros feita três dias depois das eleições legislativas.

"O meu antecessor [Daniel Sanches] teve o cuidado e a gentileza de assinalar essa matéria", afirmou António Costa, à saída de uma série de reuniões com representantes dos partidos com assento parlamentar sobre a questão das nomeações para cargos públicos.

Daniel Sanches assinou um despacho conjunto com o ex-ministro das Finanças Bagão Félix três dias depois das eleições legislativas de 20 de Fevereiro, adjudicando o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) – no valor de mais de 500 milhões de euros –, a um consórcio liderado pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), uma "holding" para a qual Daniel Sanches trabalhou antes de integrar o Governo de Santana Lopes.

O deputado do PSD Manuel Dias Loureiro está também ligado a este grupo como administrador não executivo e o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva, Oliveira e Costa, é o presidente da SLN.

De acordo com António Costa, Daniel Sanches alertou-o para a existência daquele despacho durante uma reunião "para a passagem de dossiers".



Meu caro António Costa mais vale tarde do que nunca. O facto da adjudicação de um negócio de mais de 500 milhões de euros ter sido feita três dias depois das eleições legislativas só demonstra quão inadiável era o ajuste.

O facto de Daniel Sanches ter trabalhado na Sociedade Lusa de Negócios (SLN), a ligação de Dias Loureiro à empresa, bem como a coincidência do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - Oliveira e Costa - ser o seu presidente, só demonstra que o contrato é incensurável e digno da maior confiança.

Quem melhor para seleccionar uma empresa para prestar serviços ao Estado, que homens que labutaram, afincadamente, tanto numa, como noutro? Sobretudo, se estão envolvidos 100 milhões de contos? Não são propriamente trocos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Best regards from NY! » » »