O responsável pelo museu dedicado à irmã Lúcia contou há dias numa reportagem da SIC, que a vidente se correspondia com Oliveira Salazar figura que muito admirava e que foi, nas palavras dele, “um ditador benévolo católico”.
Que ele foi católico parece não haver dúvidas. Leia-se este fragmento, de uma rara beleza literária, extraído de um texto da sua autoria, intitulado «Jesus» e que foi publicado num bissemanário católico visiense em 1908 quando era seminarista em Viseu: «Tanto sofrimento só se explica por um imenso amor! Assim se Lhe resume a vida: amou-nos!»
O seguinte episódio é elucidativo sobre a sua benevolência, que já se manifestava na juventude.
Em 22 de Março de 1914 houve uma grande “borrasca” em Coimbra derivada de as autoridades se proporem fechar a Igreja de S. João de Almedina e transformá-la em museu. O Centro Académico da Democracia Cristã, onde militava Salazar que na altura era estudante em Coimbra, ficou indignado e convocou uma manifestação de repúdio. “À frente dos católicos, com os seus revólveres no bolso, Oliveira Salazar e o padre Cerejeira (...) Gritavam os católicos: «Viva a liberdade de consciência! » Bradavam os adversários: «Viva Afonso Costa! Viva a República! Abaixo a reacção! » Depois foi a luta corpo-a-corpo, à bengalada, à cacetada...” (In Franco Nogueira – Salazar – Vol. I, pág.101-103).
Quanto a ter sido ditador é que já não estamos de acordo. Vejam-se os seguintes dados relativos à sua carreira política.
1926: Após o golpe de 28 de Maio é convidado para Ministro das Finanças; ao fim de 13 dias renuncia ao cargo. - 1928: É novamente convidado para Ministro das Finanças; nunca mais abandonará o poder.- 1930: Presidente do Conselho de Ministros; cria a União Nacional. - 1933: Faz ratificar a nova Constituição (corporativa); cria a PVDE, polícia política; proíbe as oposições, impõe o partido único, regime totalitário. - 1936: Na Guerra Civil de Espanha apoia Franco; cria a Legião Portuguesa e a Mocidade Portuguesa; abre as colónias penais do Tarrafal e de Peniche - 1937: Escapa a um atentado dos anarquistas. 1945: A PIDE substitui a PVDE. - 1949: Contra Norton de Matos, Carmona é reeleito Presidente da República; Portugal é admitido como membro da NATO. - 1951: Contra Quintão Meireles, Craveiro Lopes é eleito Presidente da República. - 1958: Contra Humberto Delgado, Américo Tomás é eleito Presidente da República; o Bispo do Porto critica a política salazarista - 1961: 22/01, assalto ao Sta. Maria; 04/02, assalto às prisões de Luanda; 11/03, tentativa de golpe de Botelho Moniz; 21/04, resolução da ONU condenando a política africana de Portugal; 19/12, a União Indiana invade Goa, Damão e Diu; 31/12/61 para 01/01/62, revolta de Beja. - 1963: O PAIGC abre nova frente de batalha na Guiné. - 1964:A FRELIMO inicia a luta pela independência, em Moçambique. - 1965: Crise académica; a PIDE assassina Delgado.
Num próximo artigo continuaremos a focar mais alguns aspectos deste “ditador benévolo católico”, nascido no Vimieiro – Santa Comba Dão em 1889, filho de Maria do Resgate e de António “Feitor”, que caiu de uma cadeira e bateu com os cornos no chão em 1968, tendo falecido em 1970. Esteve no poder durante 40 anos e salvou Portugal de ter sido uma Nação próspera e evoluída.
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