quinta-feira, março 10, 2005

Perdão, engenheiro Saraiva

A 31 Janeiro de 2005, José António Saraiva (JAS), director do Expresso, tinha este desabafo em relação ao Iraque. Claro que não o deixámos a falar sozinho.



JAS - A elevada participação de votantes nas eleições iraquianas - que pulverizou todas as votações na democrática Europa - foi uma bofetada com luva branca nos pessimistas de todas as cores.

Nós - É certo que a votação iraquiana pulverizou as votações da Europa democrática. É também certo que no Iraque, os votantes são igualmente pulverizados, não importa a sua cor.


JAS - À direita e à esquerda considerou-se que as eleições no Iraque seriam um tremendo fracasso.

Nós - E afinal revelaram-se um estrondoso e ribombante sucesso!


JAS - À direita e sobretudo à esquerda desejou-se que as eleições no Iraque corressem mal, para os americanos sofrerem mais uma humilhação.

Nós - A direita e sobretudo a esquerda são perversas. Ao passo que o centro, ou seja você, é um amor.


JAS - Ora é preciso denunciar este tipo de raciocínio.

Nós - Denunciar não basta. É preciso propalá-lo!


JAS - Tem-se por vezes a sensação de que certas forças querem que as coisas não melhorem no Iraque para verem as suas teses confirmadas.

Nós - Não devia falar assim da administração norte-americana.


JAS - Tem-se a sensação, mesmo, de que chegam a aguardar a ocorrência de actos terroristas para que fique claro que o Iraque é ingovernável e que os Estados Unidos não tinham razão quando invadiram o país.

Nós - Em compensação, a ocorrência de actos terroristas fornecem aos Estados Unidos um excelente pretexto para lá permanecerem.


JAS - Assim, certas forças não lamentam o terrorismo - desejam o terrorismo.

Nós - Volto a repetir que não devia referir-se nesse termos à administração Bush.


JAS - Não criticam os terroristas - criticam os americanos.

Nós - Há muito boa gente que os confunde.


JAS - Não desejam a paz - desejam a continuação da instabilidade.

Nós - Outra vez a dar-lhe com os americanos!


JAS - No fundo, no fundo, certas forças estão no seu íntimo mais próximas do terrorismo que tem posto o Iraque a ferro-e-fogo do que das tropas da coligação que tentam repor a ordem.

Nós - É verdade, no fundo, no fundo, certas forças estão tão próximas do terrorismo, que até o recrutam, treinam e financiam. Chamam-lhes neo-nãoseiquê.


JAS - Cada um tem, obviamente, direito à sua opinião sobre a legitimidade ou ilegitimidade da intervenção dos EUA no Iraque.

Nós - Mas?


JAS - Hoje, porém, a situação não oferece dúvidas: de um lado está o terrorismo internacional e os seus aliados, de outro lado está a coligação e as forças iraquianas interessadas na democracia.

Nós - Eu diria mais: de um lado está o terrorismo estatal coligado, e do outro, os desgraçados dos iraquianos.


JAS - E é relativamente a isto que temos de nos posicionar: estamos do lado da democracia ou do lado do terrorismo?

Nós - Da democracia claro! Ninguém gosta de oligarcas Yankees.


JAS - Estamos do lado da democracia ou, para provar que os americanos estavam errados, somos aliados dos terroristas?

Nós - Estamos do lado da verdade, minha besta! Perdão! Engenheiro Saraiva.

2 comentários:

Anónimo disse...

What a great site »

Anónimo disse...

This is very interesting site... » » »