domingo, agosto 21, 2005

Love My Rifle More Than You - crónicas da tortura

À medida que o tempo passa, surgem mais e mais depoimentos que comprovam as práticas de tortura nas prisões dirigidas por soldados americanos, tanto no Afeganistão como no Iraque. Agora, foi o testemunho de Kayla Williams, uma soldado de 28 anos, incorporada na 101ªDivisão Aerotransportada do exército dos EUA, que escreveu um livro onde relata interrogatórios a prisioneiros nus, queimados com cigarros acesos, espancados e outros mimos que ela presenciou.

Segundo este depoimento, a presença de uma mulher nestes interrogatórios era propositadamente para aumentar o grau de humilhação imposta aos prisioneiros, geralmente homens profundamente crentes e de costumes pudicos. Estarem nus frente a uma mulher é, para este tipo de pessoas, uma humilhação terrível. Os americanos sabem-no e aproveitam-se disso.
O livro escrito por Kayla Williams intitula-se Love My Rifle More Than You: Young And Female in the US Army e será lançado em 5 de Setembro. Esta mulher serviu como intérprete de árabe e, segundo ela própria confessa, quando auxiliava os interrogatórios,
foi-lhe pedido diversas vezes para gozar com prisioneiros sobre o tamanho dos pénis.
Só agora Kayla Williams faz estas denúncias. Enquanto esteve ao serviço do exército podia tê-lo feito, mas calou-se sempre. Agora, sempre vai ganhar umas massas e limpar a má consciência. Kayla deixou o serviço militar em Junho.
Um porta-voz do exército, confrontado com alguns dos relatos constantes no livro, recusou-se a fazer qualquer comentário, mas garantiu que “todas as acusações credíveis serão investigadas”. Até agora, apenas pessoal menor foi acusado e condenado por maus tratos a prisioneiros. Nunca um oficial superior foi responsabilizado por estes actos de tortura. E ninguém acredita que eles pudessem não saber. Aliás, ninguém acredita que tudo isso aconteceu (e ainda acontece?) sem ordens específicas para tal.

5 comentários:

Anónimo disse...

Triste mundo o nosso!
Que dizer? Começo a acreditar que só uma catástrofe de dimensões impensadas pode travar a barbárie... Aí, talvez seja demasiado tarde!

rajodoas disse...

Mas caro amigo, tenho a convicção que mais cedo ou mais tarde os soldados americanos pagarão bem caro todas estas praticas. Tal como também não acredito que estas sevícias não sejam do conhecimento das alta patentes militares, que nunca são por elas responsabilizados.

mfc disse...

Claro(!!!) que nunca houve ordens para isto... Foi apenas um problema de subalternos transviados!
Deram um pontapé num ninho de vespas... a procissão ainda vai no adro!

augustoM disse...

Porquê deveriamos pensar que os Americanos são diferentes dos outros povos? Quando se quer obter uma informação, recorre-se a todos os truques possíveis, mas isto fazem todos.
Nós é que estamos habituados ao americano holyoodesco, bonitão, herói, bom coração, salvador da humanidade, mas ao fim e ao cabo não passa de um filho da puta como todos os outros.
Um abraço. Augusto

Rick disse...

Belo blog,vou colocar o link nos meus blogs e passar o link por email a grupos e pessoas em particular.