terça-feira, agosto 02, 2005

Suspeitas pouco consistentes


Mário Soares:

“É preciso conhecer melhor a Al-Qaeda para a combatermos com eficácia. Não às cegas. Exploremos os contactos que a Al-Qaeda parece ter com o mundo obscuro das finanças - dos «off-shores» e dos «paraísos fiscais» - com o «dinheiro sujo», com a criminalidade organizada, com o tráfico ilegal de armas, incluindo atómicas, com o mercado da droga. Há franjas desse sub-mundo que, seguramente, serviços secretos, mesmo os minimamente secretos, mesmo os minimamente organizados, podem penetrar e conhecer. Já o devem ter feito. Mas será que os grandes responsáveis querem tomar conhecimento dessa negra realidade e das pistas que indica?”

“Os atentados de que temos conhecimento demonstram, da parte dos terroristas, certo domínio de tecnologias de ponta, meios logísticos e materiais, conhecimento, armas, informações actualizadas. Já nos lembrámos de investigar donde vem isso tudo?"



Miguel Urbano Rodrigues - historiador (especialista na área da Ásia Central), e jornalista

"Foram os EUA quem desde 1980 financiaram as escolas de terrorismo instaladas nos territórios tribais da fronteira Noroeste. Ali se formaram sucessivas gerações de terroristas primeiro a serviço das chamadas Sete Organizações Sunitas de Peshawar e depois dos Talibã. Os homens saídos da academia do terror ideada e montada sob a supervisão da CIA ficaram internacionalmente conhecidos como «os afegãos», embora alguns fossem árabes, paquistaneses e iranianos."

"Um dos incontáveis absurdos da campanha marcada pelo discurso da irracionalidade é a obsessão do sistema de poder dos EUA em identificar o «grande responsável». Quase imediatamente, o terrorista saudita Osama bin Laden passou a ser apontado como «o inimigo número um» dos EUA. Tal atitude seria ridícula se não fosse acompanhada de iniciativas políticas definidoras da estratégia da resposta político-militar dos EUA. De repente, o sistema de poder da primeira potência do mundo fez de um fanático islamita o cérebro e o responsável por um atentado de extraordinária complexidade, sobre cuja montagem e densa rede de cumplicidades no interior dos EUA quase tudo permanece envolvido em mistério."



Comentário:

Afirmar que a CIA possa já ter penetrado essas franjas do terrorismo é sobrestimar as capacidades de uma organização cujo orçamento se resume a 30 mil milhões de dólares anuais.

A CIA está tecnicamente falida. Os operacionais estão a recibo verde. Chove dentro da sede em Langley, porque não há dinheiro para obras. Para director tiveram de ir buscar um assassino de segunda categoria - Porter Goss (member of the CIA's secret assassination squad known as «Operation Forty»). Come on Mário!

1 comentário:

Anónimo disse...

Best regards from NY! »