Um texto assinado por José Alberto Pitacas
Em 2005, os lucros após impostos dos três maiores bancos privados portugueses cresceram mais de 40%, face ao ano anterior, atingindo quase 1.300 milhões de euros. Por sua vez, estima-se que os lucros do sector bancário deverão ultrapassar os 3.000 milhões de euros. Um “valor histórico”, como noticiaram alguns jornais.
Que pensar destes números? Que dirá um trabalhador desempregado ou com um emprego precário? Que dirá um trabalhador da administração pública ou do sector privado que vê o seu poder de compra diminuir? Que dirão muitas pequenas e médias empresas que atravessam dificuldades?
Curiosamente ou talvez não, este aumento dos lucros surge num contexto de crise: estagnação económica, encerramento de empresas, aumento do desemprego, perda de poder de compra dos salários. Afinal a banca até ganha com a crise?
Os lucros do sector bancário resultam, em primeiro lugar, da diferença entre os proveitos das suas aplicações (juros dos empréstimos) e os custos dos recursos que capta (juros de depósitos). É a margem financeira. A esta diferença acrescem os valores líquidos das comissões (cobradas com os empréstimos, operações de títulos, gestão de contas ou outros serviços bancários), dos rendimentos de títulos e dos proveitos com operações financeiras. Obtém-se, assim, o produto bancário (em 2005, deverá rondar os 11 mil milhões de euros).
Se ao produto bancário se deduzir os custos com fornecimentos e serviços de terceiros, fica-se com o valor acrescentado bruto do sector bancário, que vai ser distribuído por cinco parcelas: amortizações, provisões, custos com pessoal, lucros e impostos.
A fim de se comparar a sua dimensão, repare-se que, em 2005, o valor dos lucros deverá ser muito próximo dos custos com pessoal.
Neste domínio, importa salientar que mais de 20% dos custos com pessoal são relativos a remunerações e outros encargos com os titulares dos órgãos de administração e fiscalização e com os quadros de direcção, isto é mais de 600 milhões de euros.
Como é fácil de antever, os lucros da banca derivam muito de quatro factores: margem financeira, comissões, provisões e custos com pessoal.
Entre nós, os elevados lucros do sector bancário, registados em 2005, resultaram duma baixa remuneração dos depósitos (na sua maioria inferiores à taxa de inflação), duma generalizada cobrança de comissões (abertura de processo, gestão, manutenção, resgate, etc.), dum grande endividamento das famílias (sobretudo em crédito à habitação), de cortes nos custos com pessoal, com maior recurso a serviços de terceiros (segurança, tesouraria, informática, etc.) e através duma maior intensidade de trabalho do pessoal do quadro.
Estará a banca ao serviço da economia nacional ou ao serviço dos grupos económicos que a controlam? A quem beneficiam tais lucros?
Certamente que não ao Estado, visto que, devido a um conjunto de isenções e benefícios estabelecidos, a taxa efectiva de IRC paga pela banca é sensivelmente metade da taxa daquele imposto. Logo o Orçamento de Estado vê-se privado duma importante receita.
Como se sabe, os lucros geram dividendos, que correspondem a uma parte dos lucros que é distribuída aos detentores do capital dessas empresas. A propósito, cite-se o facto noticiado recentemente num diário, que só em dividendos de acções detidas em dois bancos (um português e um espanhol), o empresário Américo Amorim irá receber 28,8 milhões de euros, ao que acrescem cerca de 54 milhões de euros de dividendos a receber da Galp. Um verdadeiro jackpot! Atente-se que aquela verba corresponde ao salário mensal de 215 mil trabalhadores que recebem o salário mínimo nacional.
Os fabulosos lucros da banca são mais um sintoma da desigual e injusta distribuição da riqueza e do rendimento verificada em Portugal. Como alguém dizia, sempre que se fala em crise “há um pobre que fica mais pobre e um rico que fica mais rico”.
Comentário:
Não concordo com a frase: «há um pobre que fica mais pobre e um rico que fica mais rico».
Julgo antes que: «há mil pobres que ficam mais pobres e um rico que fica mais rico»
Em 2005, os lucros após impostos dos três maiores bancos privados portugueses cresceram mais de 40%, face ao ano anterior, atingindo quase 1.300 milhões de euros. Por sua vez, estima-se que os lucros do sector bancário deverão ultrapassar os 3.000 milhões de euros. Um “valor histórico”, como noticiaram alguns jornais.
Que pensar destes números? Que dirá um trabalhador desempregado ou com um emprego precário? Que dirá um trabalhador da administração pública ou do sector privado que vê o seu poder de compra diminuir? Que dirão muitas pequenas e médias empresas que atravessam dificuldades?
Curiosamente ou talvez não, este aumento dos lucros surge num contexto de crise: estagnação económica, encerramento de empresas, aumento do desemprego, perda de poder de compra dos salários. Afinal a banca até ganha com a crise?
Os lucros do sector bancário resultam, em primeiro lugar, da diferença entre os proveitos das suas aplicações (juros dos empréstimos) e os custos dos recursos que capta (juros de depósitos). É a margem financeira. A esta diferença acrescem os valores líquidos das comissões (cobradas com os empréstimos, operações de títulos, gestão de contas ou outros serviços bancários), dos rendimentos de títulos e dos proveitos com operações financeiras. Obtém-se, assim, o produto bancário (em 2005, deverá rondar os 11 mil milhões de euros).
Se ao produto bancário se deduzir os custos com fornecimentos e serviços de terceiros, fica-se com o valor acrescentado bruto do sector bancário, que vai ser distribuído por cinco parcelas: amortizações, provisões, custos com pessoal, lucros e impostos.
A fim de se comparar a sua dimensão, repare-se que, em 2005, o valor dos lucros deverá ser muito próximo dos custos com pessoal.
Neste domínio, importa salientar que mais de 20% dos custos com pessoal são relativos a remunerações e outros encargos com os titulares dos órgãos de administração e fiscalização e com os quadros de direcção, isto é mais de 600 milhões de euros.
Como é fácil de antever, os lucros da banca derivam muito de quatro factores: margem financeira, comissões, provisões e custos com pessoal.
Entre nós, os elevados lucros do sector bancário, registados em 2005, resultaram duma baixa remuneração dos depósitos (na sua maioria inferiores à taxa de inflação), duma generalizada cobrança de comissões (abertura de processo, gestão, manutenção, resgate, etc.), dum grande endividamento das famílias (sobretudo em crédito à habitação), de cortes nos custos com pessoal, com maior recurso a serviços de terceiros (segurança, tesouraria, informática, etc.) e através duma maior intensidade de trabalho do pessoal do quadro.
Estará a banca ao serviço da economia nacional ou ao serviço dos grupos económicos que a controlam? A quem beneficiam tais lucros?
Certamente que não ao Estado, visto que, devido a um conjunto de isenções e benefícios estabelecidos, a taxa efectiva de IRC paga pela banca é sensivelmente metade da taxa daquele imposto. Logo o Orçamento de Estado vê-se privado duma importante receita.
Como se sabe, os lucros geram dividendos, que correspondem a uma parte dos lucros que é distribuída aos detentores do capital dessas empresas. A propósito, cite-se o facto noticiado recentemente num diário, que só em dividendos de acções detidas em dois bancos (um português e um espanhol), o empresário Américo Amorim irá receber 28,8 milhões de euros, ao que acrescem cerca de 54 milhões de euros de dividendos a receber da Galp. Um verdadeiro jackpot! Atente-se que aquela verba corresponde ao salário mensal de 215 mil trabalhadores que recebem o salário mínimo nacional.
Os fabulosos lucros da banca são mais um sintoma da desigual e injusta distribuição da riqueza e do rendimento verificada em Portugal. Como alguém dizia, sempre que se fala em crise “há um pobre que fica mais pobre e um rico que fica mais rico”.
Comentário:
Não concordo com a frase: «há um pobre que fica mais pobre e um rico que fica mais rico».
Julgo antes que: «há mil pobres que ficam mais pobres e um rico que fica mais rico»
26 comentários:
Errado! Há, pelo menos umas largas dezenas de milhares (se não centenas de milhares) de pobres que ficam mais pobres, sempre que um rico fica mais rico... Até há os que ficam na miséria. E a esperança? Essa desaparece a um ritmo muito mais intenso... É a nossa condição gregária, de grupo, a falar mais alto, mesmo que apenas instintivamente (porque, traduzido em palavras, predominam os disparates absurdos)
É um absurdo de facto Biranta. Todos estes lucros que muitos atribuem a trabalho honesto e boa gestão não passam de um imenso roubo em resultado de cartelizações assassinas e fugas escandalosas ao fisco.
"Afinal a banca até ganha com a crise?" - Sim, a banca dá mais crédito em alturas de crise.
Outro dos factores para o crescimento dos lucros da banca é a exploração que fazem aos seus funcionários, cada vez mais qualificados, cada vez mais mal pagos.
Só falta agora começar a cobrar os serviços do Muiltibanco!
Abraço,
Já escrevi sobre este assunto em 7/11, 9/11, 8/3 e 9/3, mas o teu texto é mais completo que qualquer dos meus. Muito bem!
Os lucros fabulosos da banca são mais um sintoma do desigual e...
Não concordo, são mais o produto de um acto de vampirismo. Vão nos sugar todo o nosso sangue.
Um abraço. Augusto
Muito oportuna esta abordagem e às fontes de rendimento referidas no post em acrescentar-lhe-ia, parte do valor dos impostos que eles cobram ao depositante a prazo e que devem eles comê-lo, pois eu não acredito que a Direcção Geral de Contribuição e Impostos tenha mecanismos para controlar o valor dos depósitos a prazo que existem na banca e através dos quais esta cada vez que se vencem juros abate logo ao depositante.
...
Estou reformado com 52 anos daq Banca.
Um assalto no local de trabalho com agressão e consequente depressão pós-traumática arrumaram a minha carreira.
No entanto trabalhava 10 horas por dia e era remunerado por 7.
A fatia de leão dos lucros é de comissões.
Roubam os mais pobres em tudo.
Que tristes mentes as vossas que utilizam os neurónios para desenvolver complicados argumentos que apenas demonstram inveja, mesquinhez e paternalismo (com essa sede de colectivismo) perante as liberdades individuais. Deveriam antes utilizar esses brilhantes neurónios para pensar estruturadamente quais os melhores caminhos para usufruir colectivamente das liberdades INDIVIDUAIS que existem naturalmente fora do jugo socialista.
Como trabalhador da banca quero confirmar tudo o aqui aqui se disse, haveria mais para dizer, como por exemplo tecnicas utilizadas pela banca para levar clientes a fazer aplicações que se sabe que diicilmente terão alguma rentabilidade e mesmo que os empregados não queiram fazer essas aplicações são questionados e pressionados para as fazer, haveria muito para dizer, no entanto quero apenas comentar o que disse o ultimo comentador acerca do uso da mente para desenvolver argumentos que demonstram inveja e mesquinhez.
Esse comentario só se pode compreender se o comentador, for completamente ignorante do que se passa na banca e nesse caso não deveria falar sobre o que não sabe, ou tiver algum interesse em que as coisas se mantenham como estão, o que me parece o caso.
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