Correio da Manhã – 17/03/2006
Irão - Rebeldes disfarçados de polícias atacam
Pelo menos 21 pessoas foram assassinadas e sete feridas por rebeldes iranianos que se fizeram passar por forças da segurança numa auto-estrada no sudeste do Irão.
Segundo a agência noticiosa do país 'IRNA', os rebeldes mandaram parar as pessoas e mataram-nas na quinta-feira à noite, na estrada de Zabol-Zahedan na província Sistan-Baluchestan, fronteiriça com o Paquistão e o Afeganistão.
"As pessoas pensaram que eles eram polícias iranianos", afirmou o chefe da Polícia do país, o general Esmaeil Ahmadi Moghaddam, que acusa os serviços secretos norte-americanos e britânicos de encorajarem rebeldes iranianos a atacarem pessoas.
"Aparentemente está a ser fomentada a instabilidade e o ódio religioso, semelhante aos bombardeamentos do templo xiita em Samarra (no Iraque)", afirmou Moghaddam, adiantando que a Polícia iniciou a busca dos rebeldes que se supõe terem fugido para o Afeganistão.
Este episódio faz-me lembrar este incidente no Iraque:
Foram descobertos explosivos e um detonador por controle remoto no carro dos dois homens das forças especiais SAS "resgatados" da prisão em Bassorá a 19 de Setembro:
Embora relatado inicialmente pelo Times e pelo Mail, todas as menções aos explosivos alegadamente encontrados com os homens do SAS desvaneceram-se dos noticiários. Ao invés disso, as estórias eram sobre o perigo que os homens correriam se fossem entregues à milícia dirigida pelo clérigo "radical" Moqtada al-Sadr. "Radical" é um termo enxertado gratuitamente, al-Sadr tem realmente cooperado com os britânicos. O que deviam eles dizer acerca do "resgate"? Muitíssimo, mas nada disso foi relatado neste país. O seu porta-voz, Sheikh Hassan al-Zarqani, disse que os homens da SAS, disfarçados como seguidores de al-Sadr, estavam a planear um ataque a Bassorá logo após um importante festival religioso. "Quando a polícia tentou detê-los", afirmou ele, "abriram fogo sobre a polícia e transeuntes. Após uma perseguição de carro, foram presos. O que a nossa polícia encontrou no carro era muito perturbador — armas, explosivos e um detonador por controle remoto. Estas são armas de terroristas".
O episódio ilumina a mais persistente mentira da aventura anglo-americana. A "coligação" diz que não tem culpa pelo banho de sangue no Iraque — mas tem, de forma esmagadora — e que terroristas estrangeiros orquestrados pela al-Qaeda são os culpados reais. O regente da orquestra, dizem eles nesta linha, é Abu Musab al-Zarqawi, um jordano. O poder demoníaco de Al-Zarqaqi está no centro do "Programa estratégico de informação" montado pelo Pentágono para enquadrar a cobertura dos noticiários da ocupação. Ele foi o único êxito incondicional dos americanos. Ligue qualquer noticiário nos EUA e na Grã-Bretanha e o repórter mantido dentro de uma fortaleza americana (ou britânica) repetirá afirmações não comprovadas acerca de al-Zarqawi.
Um membro da Assembleia Nacional Iraquiana, Fatah al-Sheikh afirmou: "Há uma enorme campanha dos agentes dos ocupantes estrangeiros para entrarem e instilarem ódio entre os filhos do povo iraquiano e espalharem rumores a fim de uns intimidarem os outros... Os ocupantes estão tentando iniciar incitações inter-religiosas e, se isto não acontecer, eles então iniciarão uma incitação entre os xiitas".
O objectivo anglo-americano do "federalismo" para o Iraque é parte de uma estratégia imperial de provocar divisões num país onde as comunidades tradicionalmente tem-se sobreposto, e mesmo casado entre si. A promoção de al-Zarqawi, assim como a de Osama, faz parte disto. Tal como o Pimpinela Escarlate, ele está em toda a parte mas em parte alguma. Quando os americanos esmagaram a cidade de Faluja no ano passado, a justificação para o seu comportamento atroz foi "agarrar aqueles sujeitos leais a al-Zarqawi". Mas as autoridades civis e religiosas negaram que ele alguma vez tivesse estado ali ou tivesse qualquer coisa a ver com a resistência.
"Ele é simplesmente uma invenção", disse o Imam da mesquita de Bagdad, al-Kazimeya. "Al-Zarqawi foi morto no princípio da guerra no norte do Curdistão. A sua família chegou a organizar uma cerimonia após a sua morte". Seja isto verdadeiro ou não, a "invasão estrangeira" de al-Zarqawi serve como o último véu de Bush e Blair na sua "guerra ao terror" e cambaleante tentativa de controlar a segunda maior fonte de petróleo do mundo.
Irão - Rebeldes disfarçados de polícias atacam
Pelo menos 21 pessoas foram assassinadas e sete feridas por rebeldes iranianos que se fizeram passar por forças da segurança numa auto-estrada no sudeste do Irão.
Segundo a agência noticiosa do país 'IRNA', os rebeldes mandaram parar as pessoas e mataram-nas na quinta-feira à noite, na estrada de Zabol-Zahedan na província Sistan-Baluchestan, fronteiriça com o Paquistão e o Afeganistão.
"As pessoas pensaram que eles eram polícias iranianos", afirmou o chefe da Polícia do país, o general Esmaeil Ahmadi Moghaddam, que acusa os serviços secretos norte-americanos e britânicos de encorajarem rebeldes iranianos a atacarem pessoas.
"Aparentemente está a ser fomentada a instabilidade e o ódio religioso, semelhante aos bombardeamentos do templo xiita em Samarra (no Iraque)", afirmou Moghaddam, adiantando que a Polícia iniciou a busca dos rebeldes que se supõe terem fugido para o Afeganistão.
Este episódio faz-me lembrar este incidente no Iraque:
Foram descobertos explosivos e um detonador por controle remoto no carro dos dois homens das forças especiais SAS "resgatados" da prisão em Bassorá a 19 de Setembro:
Embora relatado inicialmente pelo Times e pelo Mail, todas as menções aos explosivos alegadamente encontrados com os homens do SAS desvaneceram-se dos noticiários. Ao invés disso, as estórias eram sobre o perigo que os homens correriam se fossem entregues à milícia dirigida pelo clérigo "radical" Moqtada al-Sadr. "Radical" é um termo enxertado gratuitamente, al-Sadr tem realmente cooperado com os britânicos. O que deviam eles dizer acerca do "resgate"? Muitíssimo, mas nada disso foi relatado neste país. O seu porta-voz, Sheikh Hassan al-Zarqani, disse que os homens da SAS, disfarçados como seguidores de al-Sadr, estavam a planear um ataque a Bassorá logo após um importante festival religioso. "Quando a polícia tentou detê-los", afirmou ele, "abriram fogo sobre a polícia e transeuntes. Após uma perseguição de carro, foram presos. O que a nossa polícia encontrou no carro era muito perturbador — armas, explosivos e um detonador por controle remoto. Estas são armas de terroristas".
O episódio ilumina a mais persistente mentira da aventura anglo-americana. A "coligação" diz que não tem culpa pelo banho de sangue no Iraque — mas tem, de forma esmagadora — e que terroristas estrangeiros orquestrados pela al-Qaeda são os culpados reais. O regente da orquestra, dizem eles nesta linha, é Abu Musab al-Zarqawi, um jordano. O poder demoníaco de Al-Zarqaqi está no centro do "Programa estratégico de informação" montado pelo Pentágono para enquadrar a cobertura dos noticiários da ocupação. Ele foi o único êxito incondicional dos americanos. Ligue qualquer noticiário nos EUA e na Grã-Bretanha e o repórter mantido dentro de uma fortaleza americana (ou britânica) repetirá afirmações não comprovadas acerca de al-Zarqawi.
Um membro da Assembleia Nacional Iraquiana, Fatah al-Sheikh afirmou: "Há uma enorme campanha dos agentes dos ocupantes estrangeiros para entrarem e instilarem ódio entre os filhos do povo iraquiano e espalharem rumores a fim de uns intimidarem os outros... Os ocupantes estão tentando iniciar incitações inter-religiosas e, se isto não acontecer, eles então iniciarão uma incitação entre os xiitas".
O objectivo anglo-americano do "federalismo" para o Iraque é parte de uma estratégia imperial de provocar divisões num país onde as comunidades tradicionalmente tem-se sobreposto, e mesmo casado entre si. A promoção de al-Zarqawi, assim como a de Osama, faz parte disto. Tal como o Pimpinela Escarlate, ele está em toda a parte mas em parte alguma. Quando os americanos esmagaram a cidade de Faluja no ano passado, a justificação para o seu comportamento atroz foi "agarrar aqueles sujeitos leais a al-Zarqawi". Mas as autoridades civis e religiosas negaram que ele alguma vez tivesse estado ali ou tivesse qualquer coisa a ver com a resistência.
"Ele é simplesmente uma invenção", disse o Imam da mesquita de Bagdad, al-Kazimeya. "Al-Zarqawi foi morto no princípio da guerra no norte do Curdistão. A sua família chegou a organizar uma cerimonia após a sua morte". Seja isto verdadeiro ou não, a "invasão estrangeira" de al-Zarqawi serve como o último véu de Bush e Blair na sua "guerra ao terror" e cambaleante tentativa de controlar a segunda maior fonte de petróleo do mundo.
7 comentários:
Não são necessárias mais provas para evidenciar a instauração da guerra
civil. Bastou os sunitas perceberem que a administração Bush esteve interessada em entregar o poder aos xiitas. Uma vez os apoiantes de Saddam
não terem sido todos presos ou eliminados, não deixarão que o poder
continue na mãos dos xiitas. E por isso as acções irão continuar e não serão as tropas da coligação que as vão fazer parar. Com um abraço do Raul
concordo que, nesta guerra, a contra-informação tem sido arma fundamental das forças da coligação. é um facto que os jornalistas que estão no Iraque, não têm liberdade de movimentação, muito menos de confirmarem alegações de modo independente. assim, parece lógico que reportem os acontecimentos influenciados apenas por um dos lados em confronto...
Zarqawi está onde a CIA quiser. Tal como Osama bin Laden. Dois mitos com tanto de falso como de útil para os homens de Bush.
Cá por mim, aposto que o Zarqawi está de plantão às armas de destruição maciça do Saddam...
Zarqawi existe, porque tudo tem de ter um rosto. Ele é o rosto, que os GI combatem. Senão existisse quem é que eles estavam a combater?
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