terça-feira, outubro 24, 2006

Em que ficamos Cutileiro? Ahmadinejad ou Bush?



Expresso – 21/10/2006


«No Irão, o discurso em que Ahmadinejad disse que falava directamente com Deus enquanto Bush falava directamente com o Diabo caiu mal. Além de uma corte iluminada de incondicionais, os propósitos fanáticos do Presidente preocupam cada vez mais gente - sobretudo porque a confrontação com o Conselho de Segurança sobre o enriquecimento de urânio se aproxima a olhos vistos e recomenda cabeça fria na chefia do país. Até os «ayatollahs» conservadores se inquietam, quanto mais as classes médias, lidas e ‘internetizadas’



Comentário:

Cutileiro afirma que as classes médias, lidas e ‘internetizadas’ iranianas estão preocupadas com Ahmadinejad. Ao que consta, as classes médias, lidas e ‘internetizadas’ europeias e americanas estão preocupadas com Bush. José Cutileiro, nesta mesma coluna do Expresso, a 24 de Setembro de 2005, referia que:

"um terço dos alemães com menos de 30 anos acredita que Washington preparou os ataques de 11 de Setembro de 2001..."


E, como se já não bastasse a suspeição de alemães e outros europeus pelo governo americano, vieram também juntar-se, imagine-se, as próprias classes médias, lidas e ‘internetizadas’ americanas:

Uma sondagem levada a cabo pela Zogby International em Novembro de 2005 nos Estados Unidos revelou que 30% dos americanos acreditam que 19 árabes não podiam ter levado a cabo os atentados terroristas do 11 de Setembro sozinhos, e que alguns altos funcionários governamentais e outros cidadãos americanos estiveram activamente envolvidos nos atentados.


Existe aqui um paradoxo. Se as classes médias, lidas e ‘internetizadas’ iranianas, europeias e americanas têm acesso à mesmo informação, como diabo podem ter preocupações tão opostas? Cutileiro esquece-se que a informação na Internet já está globalizada. Tanto a verdade como a mentira. E num mundo de informação globalizada, a informação menos competitiva (vulgarmente denominada mentira), tem os dias contados!

9 comentários:

Anónimo disse...

Nem Ahmadinejad nem Bush. Queremos o Dr. Sócrates!

Motim disse...

Essa sondagem feita na Alemanha foi realizada em 2002 ou 2003, portanto ao ritmo a que as coisas estão a correr, ela está completamente desactualizada. Hoje o número de cépticos alemães é de longe muito superior. É claro que o Cutileiro não refere este facto...

augustoM disse...

A mentira ter os dias contados, não me parece que tenha, cada vez mais com a verdade somos enganados.
Um abraço. Augusti

Anónimo disse...

Não percebo porque é que Bush há-de estar a inventar porcarias acerca do Irão quando existem tantas histórias verdadeiras.
Eu não gosto da administração Bush mas não será por isso que vou fazer a apologia de um regime desprezível como o do sr. Ahmadinejad.
Que eu saiba não se apedrejam mulheres até à morte por adultério na América.

Rouxinol disse...

Qual 30%...

"Do you think members of the Bush Administration are telling the truth, are mostly telling the truth but hiding something, or are they mostly lying?


Telling the truth 16%

Hiding something 53%

Mostly lying 28%


Not sure 3%


Source: The New York Times / CBS News
Methodology: Telephone interviews with 983 American adults, conducted from Oct. 5 to Oct. 8, 2006. Margin of error is 4 per cent."

"Mahmoud Ahmadinejad é um louco que disse abertamente que “O Holocausto é um Mito”"
Deve ter sido o único momento de lucidez de um louco religioso. O "holocausto" é muito mais do que um mito, é uma indústria.

"Quererão eles absolver o Nazismo e a sua triste herança como forma de perdoar alguns dos seus actos?"
Dúvido que queiram absolver o nazismo devido ao seu próprio carácter faccioso. Querem lembrar e relembrar ao mundo o nazismo, para o associarem à Instituição religiosa que o apoiou.
A competitividade entre religiões dá nisto :P

Anónimo disse...

1. O facto de um terço das pessoas acreditarem em algo não significa que tal seja verdade.

2. Além de disparatadas, as teorias de conspiração do 11 de Setembro revelam uma vez mais o paternalismo de muitos ocidentais em relação aos povos do Terceiro Mundo: "eles não podiam ter feito isto, porque nós somos mais fortes e mais avançados". É a mesma crença que leva os europeus a acreditarem que a culpa de todos os males do mundo é dos governos ocidentais (isto no ano em que, pela primeira vez, a maior parte da riqueza mundial foi produzida pelos países em desenvolvimento, como a China).

3. Se eu fosse iraniano preocupava-me. E voce, não?

Macillum disse...

Para compreender as palavras do líder iraniano que classificam o holocausto como um mito, é indespensável conhecer a história da IBM.
Para compreender a história de Portugal é preciso conhecer a história da maçonaria: não é por acaso que o Selo Oficial de Portugal é, por trás do brasão de Portugal, igual ao logotipo das Nações Unidas (no primeiro vêmos a Esfera Anilar; no segundo um globo: O significado é o mesmo: globalização num ponto de vista imperial!... depois vêm as ramas de oliveira: símbolos maçónicos internacionais).
Eu sei que não têm dado grande atenção ao que eu tenho falado em relação à conquista maçónica em todas as vertentes da sociedade portuguesa (e mundial), mas mesmo assim insisto para que se ataque o mal pela raiz, pois, mais do que irem a uma reunião do Grupo de Bilderberg, os nossos políticos recebem instruções e inspiração em rituais executados dentro das lojas. Os níveis mais avançados da maçonaria nada mais são do que práticas demoníacas, daí a demo-cracia.
Andar à volta com o que um político disse, ou o que um empresário fez é de pouca utilidade, uma vez que ficamos limitados a umas quantas linhas virtuais que poucos lêem e que em nada ajuda na vida de maior parte dos portugueses.
Há que atacar a raiz do mal directamente e essa raiz é a maçonaria.
E porque não o fazem? Não acreditam, ou têm medo de o fazer?
Não acredito eu que não saibam que o que falo é verdade, uma vez que até a própria maçonaria já está a expôr a sua influência histórica publicamente, obviamente, numa prespéctiva completamente construtiva e positivista: têm muitos se admirado com o TAMANHO da influência. Ora, se isto acontece, porque é que as pessoas informadas não vão directamente ao assunto e andam à volta com as politiquices que um diz e outro faz? Desculpem a minha arrogância mas isto já me parece a política futebolística em que se fala, fala, fala, até que aconteça o próximo jogo e se tenha coisas diferentes para se falar.
O Biranta defende a abstenção, outros dizem que ele é maluco, mas ainda não vi ninguém a demonstrar que não seja esse um caminho possivel: talvez até seja... mas tem de ter mais alguma coisa à mistura.
Do mesmo modo eu falo que a maçonaria está por trás de toda esta Nova Ordem Mundial americana, europeia, capitalista, fiscal, borucrática, bancária, parlamentar, republicana, mas ninguém faz caso.
Compreendo que seja importante apontar e expôr certas acções, certas decisões que certas pessoas fazem, mas, a meu ver, acima de tudo, se queremos fazer alguma diferença no modo como esta civilização está a caminhar, precisamos compreender que este caminho está a ser decidido, politica, economica e socialmente, em rituais aberrantes praticados pelas mais altas entidades do panorama governativo português (e mundial).
Não é por acaso que a pedofilia tem o seu aval de impunidade: na Holanda até já existe o partido pedófilo (parido da diversidade, amor livre e liberdade).
Para combater um problema é preciso conhecê-lo até à raiz: é preciso meter o machado na raiz da maçonaria e das associações secretas que daí advieram e advéem.

Rouxinol disse...

"Sob o regime nazi matavam-se seres humanos em câmaras de gás com a mesma facilidade com que hoje se produzem sapatos. Esta eficiência mitológica deve agradar-lhe não é sr rouxinol?"

Podes acreditar no que quiseres, mas isso não altera os factos.
Se te faz feliz acreditar que morreram 6 milhões de judeus nos campos e que grande parte desse número foram gaseados com 5% do Zyclon B que não era utilizado nas casas de desinfestação...não sou eu que te vou contrariar.
Até porque quando se discute o holocausto, está-se automaticamente a sair do campo racional e a entrar no campo emocional. Também porque eu não gosto de dar argumentos a neo-nazis para escudarem a sua retórica, mas também não posso negar a ciência e a matemática que desmascaram alguns mitos.
Custa-me discutir isto com pessoas que nunca fizeram a sua pesquisa e cujo o único argumento se baseia no senso comum e no meu desvio do mesmo. Eu já passei muito tempo a ler os dois lados da história e é exactamente por não sentir desse lado, um pouco de racionalidade para discutir isto que não me vou pôr aqui a fazer copy/past dos factos.

Lembra-te apenas disto:
As fontes que sustentam o holocausto, são as mesmas que desmentem o holodomor.
Aquela placa à entrada de Auschwitz que dizia 4 milhões, agora diz quanto?

Diogo disse...

Boa resposta Rouxinol!