Miguel Cadilhe - Jornal Expresso – 19 de Maio de 2007
«O NAL, novo aeroporto de Lisboa, é o tema do livro ‘O Erro da Ota e o Futuro de Portugal’. Depois de o ler, reforcei a opção ‘Portela+1’. Não gosto de destruir boas infra-estruturas, nem o país pode com isso. Prefiro conservá-las bem. Fecha-se a Portela e destrói-se o que lá está, mas porquê? Bane-se a hipótese do ‘+1’, mas porquê? Ergue-se, de raiz, o mais caro de todos, mas porquê? Subalterniza-se o efeito dos voos «low cost», e o do TGV, e o do preço final ao cliente, mas porquê? Não há uma ‘análise custos-benefícios’, completa e independente, do NAL e suas alternativas, mas porquê?»
«Que diabo, Portugal não é um país rico. A solução Ota, mais seus acessos, mais obras intercalares da Portela e, depois, a integral delapidação (sim, claro, pronto que esteja o NAL), mais imprevistos do costume, tudo poderá rondar os 5 a 6 mil milhões de euros só de investimento. Uma enormidade! Uma péssima consignação de recursos.»
Comentário:
Miguel Cadilhe levanta inúmeros porquês (contei pelo menos cinco) sobre o novo aeroporto da Ota, fazendo-nos até duvidar sobre a seriedade e os motivos que levam Sócrates e os seus ministros a defender com unhas e dentes esta solução para os «graves problemas aéreos» que impendem sobre o nosso rectângulo.
Nesta diatribe, Cadilhe esquece, infelizmente, o supremo porquê: o brio e a persistência do grande estadista, a honra da obra magnificente, a distinção pelo feito histórico e a medalha pelo trabalho de excepção.
Sócrates quer repetir na Ota o que conseguiu com os Estádios do Euro 2004, desta vez numa escala muito maior. António José Seguro lembrou em 2005: "Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates".
E, embora a imprensa tenha procurado desvalorizar o impacto positivo dos Estádios do Euro: "Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas», a que se somou o ataque sórdido do Tribunal de Contas: "As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato. Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos", o certo é que os vindouros não deixarão de enaltecer a visão, a largueza de vistas e a genialidade de um homem que tão boa nota teve na prova de «inglês técnico».
Depois da Ota, todos se perguntam quantas Grã-Cruzes da Ordem da Jarreteira, bordadas a ouro e pedrarias, poderá o contribuinte português pagar para ornamentar o peito ufano e viril de «Herr ingenieur».
«O NAL, novo aeroporto de Lisboa, é o tema do livro ‘O Erro da Ota e o Futuro de Portugal’. Depois de o ler, reforcei a opção ‘Portela+1’. Não gosto de destruir boas infra-estruturas, nem o país pode com isso. Prefiro conservá-las bem. Fecha-se a Portela e destrói-se o que lá está, mas porquê? Bane-se a hipótese do ‘+1’, mas porquê? Ergue-se, de raiz, o mais caro de todos, mas porquê? Subalterniza-se o efeito dos voos «low cost», e o do TGV, e o do preço final ao cliente, mas porquê? Não há uma ‘análise custos-benefícios’, completa e independente, do NAL e suas alternativas, mas porquê?»
«Que diabo, Portugal não é um país rico. A solução Ota, mais seus acessos, mais obras intercalares da Portela e, depois, a integral delapidação (sim, claro, pronto que esteja o NAL), mais imprevistos do costume, tudo poderá rondar os 5 a 6 mil milhões de euros só de investimento. Uma enormidade! Uma péssima consignação de recursos.»
Comentário:
Miguel Cadilhe levanta inúmeros porquês (contei pelo menos cinco) sobre o novo aeroporto da Ota, fazendo-nos até duvidar sobre a seriedade e os motivos que levam Sócrates e os seus ministros a defender com unhas e dentes esta solução para os «graves problemas aéreos» que impendem sobre o nosso rectângulo.
Nesta diatribe, Cadilhe esquece, infelizmente, o supremo porquê: o brio e a persistência do grande estadista, a honra da obra magnificente, a distinção pelo feito histórico e a medalha pelo trabalho de excepção.
Sócrates quer repetir na Ota o que conseguiu com os Estádios do Euro 2004, desta vez numa escala muito maior. António José Seguro lembrou em 2005: "Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates".
E, embora a imprensa tenha procurado desvalorizar o impacto positivo dos Estádios do Euro: "Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas», a que se somou o ataque sórdido do Tribunal de Contas: "As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato. Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos", o certo é que os vindouros não deixarão de enaltecer a visão, a largueza de vistas e a genialidade de um homem que tão boa nota teve na prova de «inglês técnico».
10 comentários:
Talvez Cadilhe me possa informar: onde se escondeu Marques Mendes? Desde há 4 ou 5 dias que não consigo ouvi-lo.
Mas oh Diogo, se aquilo dá bota generalizada lá no MO, como penso inevitável, aqui na Península vai dar uma coisa geoestratégica e conveém a Portugal ter um aeroporto internacional à maneira, acho, para evitar riscos sobre Lisboa, era uma vergonha sermos co-responsáveis por isso. Conheço Singapura, Hong-Kong, mais alguns, embora se calhar não conheça o modelo mais adequado. Eu gosto muito do de Hong-Kong. Agora lá onde é melhor não sei.
py
Se Portugal não estivesse estilhaçado em 1001 ideologias, eu diria que a melhor coisa seria o povo sair para a rua e fazer uma revolução... já!
Porém, perante a multiplicidade de pontos-de-vista que existem no território e perante a agressividade com que tantas vezes embatem uns nos outros, sinceramente, não sei qual a solução para o abismo em que Portugal está metido e a cair cada vez mais fundo.
Talvez "eles" queiram que o povo fique completamente desmoralizado, pobre, miserável, sem saber no que há-de acreditar, nem para onde ir: assim, a anexação a Espanha acontecerá sem grandes tumultos.
Anexado a Espanha, o território será oportunamente utilizado como base da ONU/América para a Grande Guerra contra o Médio Oriente (Irão, Síria, Líbano, Paquistão, etc.).
Duvidam?
notícias:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=35397
py
Estimado Nicolais,
!Joder! Hombre! Qué idea genial! Invadir Portugal! Que guay! A mí me encanta invadir cosas! ?Pero, donde coño queda Portugal? ?És aquela roca al lado de Perejil?
Só gostava de ver descritos os interesses que estão em jogo. Tal investimento é como servir sopa numa tigela de ouro a um pobre, fica na ilusão da riqueza, mas continua com a barriga vazia.
Um abraço. Augusto
Os delegados da Bilderberg 2007: Istambul, Turquia, 31 de Maio a 3 de Junho
http://www.resistente.org/portal/news.php?extend.47
A delegação deste ano irá incluir, uma vez mais, todos os mais importantes políticos, empresários, banqueiros, comissários europeus e executivos da imprensa corporativa do Ocidente. A estes juntar-se-ão os principais representantes da realeza europeia, liderados pela Rainha Beatriz, a filha do fundador da Bilderberg e ex-Nazi príncipe Bernhard da Holanda, Etienne Davignon, presidente da Bilderberg, e Suez-Tractebel da Bélgica, vice-presidente. De acordo com a lista do comité da Bilderberg, a que este autor teve acesso, confirmam-se os seguintes nomes como conferencistas oficiais da Bilderberg para a conferência deste ano (em ordem alfabética):
George Alogoskoufis, ministro da Economia e das (Grécia); Ali Babacan, ministro para os Assuntos Económicos (Túrquia); Edward Balls, secretário do Tesouro (Reino Unido); Francisco Pinto Balsemão, presidente e CEO, IMPRESA, S.G.P.S.; ex-Primeiro Ministro (Portugal); José M. Durão Barroso, Presidente, Comissão Europeia (Portugal/Internacional); Franco Bernabé, vice-presidente, Rothschild Europa (Itália); Nicolas Beytout, editor-chefe, Le Figaro (França); Carl Bildt, ex-Primeiro Ministro (Suécia); Hubert Burda, editor e CEO, Hubert Burda Media Holding (Bélgica); Philippe Camus, CEO, EADS (França); Henri de Castries, presidente da direcção e CEO, AXA (França); Juan Luis Cebrian, Grupo PRISA grupo de media (Espanha); Kenneth Clark, membro do Parlamento (Reino Unido); Timothy C. Collins, director sénior e CEO, Ripplewood Holdings, LLC (EUA); Bertrand Collomb, presidente, Lafarge (França); George A. David, presidente, Coca-Cola H.B.C. S.A. (EUA); Kemal Dervis, Administrador, UNDP (Túrquia); Anders Eldrup, presidente, DONG A/S (Dinamarca); John Elkann, vice-presidente, Fiat S.p.A (Itália); Martin S. Feldstein, presidente e CEO, Organização Nacional para a Pesquisa Económica (EUA); Timothy F. Geithner, presidente e CEO, Banco da Reserva Federal de Nova Iorque (USA); Paul A. Gigot, editor da página Editorial, The Wall Street Journal (EUA); Dermot Gleeson, presidente, AIB Group (Irlanda); Donald E. Graham, presidente e CEO, The Washington Post Company (EUA); Victor Halberstadt, professor de Economia, Leiden University; ex-secretário honorárioa da reuniões da (Holanda); Jean-Pierre Hansen, CEO, Suez-Tractebel S.A. (Bélgica); Richard N. Haass, presidente, Concelho para as Relações Externas (EUA); Richard C. Holbrooke, vice-presidente, Perseus, LLC (EUA); Jaap G. Hoop de Scheffer, secretário geral, OTAN (Holanda/Internacional); Allan B. Hubbard, assistente do presidente para a política económica, director do Concelho Económico Nacional (EUA); Josef Joffe, editor-chefe, Die Zeit (Alemanha); James A. Johnson, vice-presidente, Perseus, LLC (EUA); Vernon E. Jordan, Jr., director sénior, Lazard Frères & Co. LLC (EUA); Anatole Kaletsky, editor, The Times (Reino Unido); John Kerr of Kinlochard, delegado presidencial, Royal Dutch Shell plc (Holanda); Henry A. Kissinger, presidente, Kissinger Associates (EUA); Mustafa V. Koç, presidente, Koç Holding A.S. (Túrquia); Fehmi Koru, escrivão sénior, Yeni Safek (Túrquia); Bernard Kouchner, ministro dos Negócios Estrangeiros (França); Henry R. Kravis, fundador associado, Kohlberg Kravis Roberts & Co. (EUA); Marie-Josée Kravis, sócia sénior, Hudson Institute, Inc. (EUA); Neelie Kroes, comissário, Comissão Europeia (Holanda/Internacional); Ed Kronenburg, director do Gabinete para a Privacidade, sede da OTAN (Internacional); William J. Luti, assistente especial do presidente para as políticas de Defesa e Estratégia, Concelho de Segurança Nacional (EUA); Jessica T. Mathews, presidente, Carnegie Endowment for International Peace (EUA); Frank McKenna, embaixador dos EUA, membro do Grupo Carlyle (Canadá); Thierry de Montbrial, presidente, Instituto Franc~es para as Relações Internacionais (França); Mario Monti, presidente, Universita Commerciale Luigi Bocconi (Itália); Craig J. Mundie, técnico-chefe para Estratégia e Política de Desenvolvimento Avançadas, Microsoft Corporation (EUA); Egil Myklebust, presidente da Direcção SAS, Norsk Hydro ASA (Noruega); Matthias Nass, editor delegado, Die Zeit (Alemanha); Adnrzej Olechowski, l´´ider da Plataforma Cívica (Polónia); Jorma Ollila, presidente, Royal Dutch Shell plc/Nokia (Finlândia); George Osborne, chanceler de Exchequer (Reino Unido); Tommaso Padoa-Schioppa, ministro das Finanças (Itália); Richard N. Perle, sócio residente, American Enterprise Institute for Public Policy Research (EUA); Heather Reisman, presidente e CEO, Indigo Books & Music Inc. (Canadá); David Rockefeller (EUA); Matías Rodriguez Inciarte, vice.presidente executivo, Grupo Banco Santander, (Espanha); Dennis B. Ross, director, Washington Institute for Near East Policy (EUA); Otto Schily, ex-ministro da Administração Interna; membro do Parlamento; membro da Comissão para os Negócios Estrangeiros (Alemanha); Jürgen E. Schrempp, ex-presidente da comissão de gestão, DaimlerChrysler AG (Alemanha); Tøger Seidenfaden, editor-chefe executivo, Politiken (Dinamarca); Peter D. Sutherland, presidente, BP plc e presidente, Goldman Sachs International (Irlanda); Giulio Tremonti, vice-presidente da Câmara dos Deputados (Itália); Jean-Claude Trichet, governador do Banco Central Europeu (França/Internacional); John Vinocur, correspondente sénior, International Herald Tribune (EUA); Jacob Wallenberg, presidente, Investor AB (Suécia); Martin H. Wolf, editor associado e comentador da secção de Economia, The Financial Times (Reino Unido); James D. Wolfensohn, enviado especial do Envoy for the Gaza (EUA); Robert B. Zoellick, secretário de Estado delegado (USA); Klaus Zumwinkel, direcção da comissão de gestão, Deutsche Post AG (EUA); Adrian D. Wooldridge, correspondente estrangeiro, The Economist.
Entre os nomes que surgem na lista inicial de convidados a que este jornalista acedeu em Janeiro de 2007, realçam-se os nomes do agora caído em desgraça John Browne, executivo chefe da British Petroleum (BP, ndt) e o também caído em desgraça e despedido ex-chefe do Banco Mundial, Paul Wolfowitz. Será interessante verificar se algum um destes homens irá comparecer na reunião Bilderberg de 2007. Os Bilderbergers não têm qualquer problema no que diz respeito à aceitação de criminosos no seu seio desde que os seus feitos sejam levados a cabo longe dos olhos e do escrutínio públicos. Uma vez expostos, os prevaricadores são normalmente descartados. Lorde Conrad Black, ex-chefe executivo do Hollinger, grupo de comunicação social, é um caso a realçar.
Dois outros nomes da lista original datada de Janeiro de 2007 irão também erguer algumas sobrancelhas. Um deles é Bernard Kouchner, o recém nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Direita de Nicolas Sarkozy, da França. Kouchner foi um dos fundadores da ONG Médicos Sem Fronteiras. Esteve ausente na reunião Bilderberg de 2006 em Ottawa, no Canadá. Terá sido a sua posição no governo planeada antes das eleições nacionais francesas? O meu dinheiro, na aposta para o prémio da aparição surpresa do ano vai para Moahmood Sariolghalam, professor associado de Relações Internacionais, Escola das Ciências Económicas e Políticas, Universidade Nacional do Irão. O que faz um iraniano numa conferência da Bilderberg controlada pela aliança da OTAN? Saberemos em breve. A reunião da Bilderberg de 2007 será, de facto, uma bela altura para olharmos para os bastidores.
Daniel Estulin
http://tinyurl.com/32v6tr
Você despertou-me a curiosidade Flávio. De facto, em sua opinião, que faz um iraniano numa reunião Bilderberg?
"Toda a convicção é uma prisão"
Quitéria Barbuda
www.riapa.pt.to
Acho que estão a tratar do próximo governo iraniano, por um lado, ou por outro controlam os dois lados do conflito.
Ainda estou indeciso, mas mais inclinado para a primeira hipótese uma vez que a instituição universitária de relevo iraniana é a Universidade de Teerão, a Universidade Nacional de Irão não me soa bem.
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