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segunda-feira, abril 12, 2021

O advogado de defesa Ivo Rosa desempenhou a função de ilibar Sócrates, Salgado e restante quadrilha


Alberto Gonçalves – 10/4/2021

Só ontem é que vocês sentiram vergonha disto?

Dentro e fora dos tribunais, o que se passa é literalmente intolerável. Antes, ser português era um acaso. Hoje, é uma desgraça. Se não nos mexermos, amanhã será uma memória.  

Ontem, o advogado de defesa, perdão, um juiz chamado Rosa desempenhou com gabarito a função para que fora escolhido por sorteio isento e repetido: ilibar o “eng.” Sócrates, o sr. Salgado e restante quadrilha dos crimes de que estavam acusados. O pobre magistrado é apenas a figura imprescindível no lugar inevitável: o trabalho é sujo, a roçar o imundo, mas alguém tinha de o fazer. Pelos vistos, os únicos potenciais criminosos desta história são Carlos Alexandre e Rosário Teixeira, dois biltres que pagarão pela ousadia de engavetar em Évora o menino que sonhava com ventoinhas.

Aquilo teve a sua piada. Onde havia matéria para acusação, havia irregularidades processuais. Onde não havia irregularidades, não havia provas. Onde havia provas, não havia obtenção válida das ditas. Onde havia provas utilizáveis, não havia as suficientes para culpar ninguém. Onde havia provas suficientes, havia motivo para prescrição. Onde não havia prescrição, não havia IRS. Etc. Na verdade, o interminável sermão do juiz aos patos que ansiavam por um vislumbre de decência podia resumir-se em segundos. Um “Ide em paz, meus filhos” bastava.

A pouca-vergonha não me espantou. Espantou-me ver muita gente espantada, não exactamente com o desfecho mas com a franqueza do mesmo. Aparentemente, mesmo os pessimistas esperavam maior subtileza no processo de beatificação do “eng.” Sócrates: de alguma forma, o juiz tentaria disfarçar. Sucede que o juiz só precisaria de subtilezas ou disfarces se, conforme tantos decretaram, a sua longuíssima leitura representasse um golpe definitivo na Justiça, na democracia e no regime. Peço desculpa por notar que não representou nada disso.

[…] Recordem a recente e pedagógica frase do inquilino de Belém, alegado constitucionalista: é o direito que serve a política, e não a política que serve o direito. O que aconteceu não promove a pocilga em que sobrevivemos: a pocilga é condição prévia, e indispensável, ao que aconteceu.

Desde finais de 2015, ou do dia em que o prof. Cavaco se achou forçado a aceitar a frente de esquerda do dr. Costa, que é evidente que quase todos os caminhos do país vão dar a Caracas. O projecto socialista rumo a um poder tão absoluto quanto a Europa permitisse talvez tenha começado com Guterres, e de certeza reforçou-se na vigência do mestrando da Sorbonne. Porém, é com o dr. Costa que o projecto acelera de modo dramático – porque esse era o desejo dele e porque a conquista de sucessivos postos decisivos facilita, por falta de obstáculos, a conquista dos poucos que sobram. O regabofe autocrático a pretexto da Covid, e a coberto de uma UE em farrapos, limitou-se a limar arestas e a testar o grau de submissão. E se a submissão não é completa, anda lá perto.

Por paradoxal que pareça, nenhuma nação democrática concederia à decisão do juiz o que o juiz concedeu ao “eng.” Sócrates: impunidade. Nos EUA ou na Inglaterra, em Itália ou na Alemanha, uma impostura deste calibre seria acolhida com pandemónio nas ruas. Aqui, sem que uma só alminha tenha dúvidas sobre os procedimentos éticos do autor de “A Confiança no Mundo”, há resmungos e anedotas nas salas de estar e nas “redes sociais”. E só, que amanhã é outro dia e há que assegurar que a banditagem realmente perigosa não frequenta esplanadas sem máscara. A decisão judicial não caiu do céu: o “contexto” permite-a e torna-a segura. A este respeito, os habituais defensores de baderna pública vão falar em prova de maturidade. E eu, que aprecio o sossego, lamento a resignação que explica a miséria em que estamos.

Não gosto, Deus me livre, de arruaças e destruição. Mas começo a gostar ainda menos desta submissão mansa e vexante a desqualificados que podem tudo, inclusive escarnecer de nós. É óbvio que os desqualificados não se esgotam nos nomes reabilitados por um juiz com ar de quem levou porrada em moço, nem o vexame se esgota na justiça. Se querem erguer o “caso” Sócrates à proverbial gota de água, estejam à vontade. Convém é não esquecer que as demais gotas também ajudaram a encher o copo. Dentro e fora dos tribunais, o que se passa é literalmente intolerável. Antes, ser português era um acaso. Hoje, é uma desgraça. Se não nos mexermos, amanhã será uma memória.


terça-feira, fevereiro 14, 2017

Mais um episódio da telenovela "Fica tudo em águas de bacalhau", com José Sócrates, Carlos Santos Silva e outras...


Escutas a José Sócrates caíram na Internet e estão a escandalizar o país - A CMTV revelou vídeo que está a provocar um “autêntico terramoto” em Portugal...

quarta-feira, janeiro 13, 2016

Existe um blackout total por parte dos Media tradicionais ao candidato presidencial Paulo Morais


Enquanto as televisões disponibilizam horas aos candidatos do CENTRÃO (PS + PSD + cds): Marcelo Rebelo de Sousa (PSD + CDS), a Sampaio da Nóvoa (PS) e a Maria de Belém (PS), já os candidatos dos partidos "non grataea": Marisa Matias (BE), a Edgar Silva (PCP) e ao independente Henrique Neto, só lhes são concedidos alguns minutos no pequeno ecrã.

Quanto ao candidato a Belém Paulo Morais, (vice-presidente da Associação Transparência e Integridade), a partir do momento em que demonstrou querer expor a toda a gente a podridão que grassa no complexo político-económico-financeiro português, não há comentador que nele fale, e o tempo de antena que lhe é fornecido raramente ultrapassa os escassos segundos.

Candidatos às Eleições Presidenciais de 2016


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Jornalistas e Comentadores a soldo


Mário Soares (numa das raras ocasiões em que a boca lhe fugiu para a verdade) acerca dos Media no Programa "Prós e Contras" [27.04.2009]:

Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas

Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é

Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]


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Um visitante do meu blog - Filipe Bastos – comentou algo que eu subscrevo em absoluto:

Tem piada ouvir nos Media os comentadeiros do costume sobre o Paulo Morais: nenhum gosta dele. Todos o desprezam, e querem vê-lo pelas costas, porque: 1) só fala de corrupção; 2) não prova nada; 3) mete tudo no mesmo saco.

Nem todos os comentadeiros estarão a soldo; alguns rejeitam o Morais por mera lógica. Como vivem de comentar politiquices, desvalorizar politiquices é desvalorizar o seu ganha-pão. Falar de corruptos não lhes interessa. Jamais admitirão que a política em Portugal é um imenso esgoto, pois isso seria admitir que são como moscas: meros parasitas de merda. O triste é que há público para esta gente, tal como para os comentadeiros de futebol - mas enquanto a bola é assumidamente um tema fútil, falar de politiquice passa por "sério".


Quanto a não provar nada, é o costume: só prova quem apresentar um vídeo do corrupto a meter o dinheiro ao bolso, uma confissão assinada e reconhecida no notário, pelo menos três testemunhas, e uma declaração do corruptor a explicar quanto pagou e porquê. Mesmo assim, nem sempre chega. Até já houve escutas cortadas à tesourada dos processos, por ordem dum juiz...

Quanto a meter todos os pulhíticos no mesmo saco, entende-se o choque. O passatempo favorito da carneirada, sobretudo a do PS/PSD, é comparar os seus corruptos. Passam a vida a discutir: os teus corruptos são mais corruptos que os meus! Colocá-los no mesmo saco é uma ofensa terrível.

E depois temos a carneirada sem partido, mas politicamente correcta: onde já se viu!, pôr em causa o "bom nome" do Sr. Doutor, do Sr. Professor, do Sr. Ministro, do Sr. Presidente... Enfim, duvido que os votos sejam (muito) viciados. Com a carneirada que temos, nem deve ser preciso...


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Paulo de Morais


Paulo Morais (vice-presidente da Associação Transparência e Integridade e candidato a Belém) tem vindo a explicar de forma desassombrada aos portugueses, nos poucos minutos que as televisões se dignam conceder-lhe, as fraudes imensas que têm vindo a ser cometidas em Portugal por políticos eleitos, por grandes escritórios de advogados e pelos poderes económicos e financeiros. Paulo Morais tem exposto, preto no branco, de que forma se processam essas fraudes, e aponta sem medo os nomes dos intervenientes e o papel que cada um deles teve nos crimes.


Corrupção


Esta frontalidade valeu-lhe seis processos por difamação. Ganhou a Guilherme d’Oliveira Martins, a Sérvulo Correia, a Altino Bessa e a Cerejo Bastos. Os processos movidos por Luís Filipe Menezes e pelo Grupo Lena correm em tribunal.

Morais acusou o poderoso escritório de advocacia de Sérvulo Correia de ter ganho “muito dinheiro a elaborar o Código de Contratação Pública” e depois facturar “quase oito milhões de euros em pareceres para explicar o código que ele próprio tinha feito”. Chamava a este procedimento um “outsourcing legislativo”.


Sérvulo Correia e Marcelo Rebelo de Sousa

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Oliveira Martins, o presidente do Tribunal de Contas, levantou também um processo por difamação contra Paulo Morais. Não gostou que o agora candidato a Belém exigisse explicações sobre a alegada existência de contratos secretos das PPP, que Oliveira Martins disse existirem no Estado. “Ou o presidente os torna públicos e explica ou os anula ou se demite”, disse Morais que, logo a seguir classificou de “organismo inútil” o conselho contra a corrupção a que Oliveira Martins preside por inerência de funções.

Dois outros processos contra Paulo Morais tiveram o mesmo destino. Um deles, movido pelo deputado do CDS, Altino Bessa e outro pelo empresário e promotor imobiliário Cerejo Bastos.

Luís Filipe Menezes também se considerou vítima de difamação. Luís Filipe Menezes que, apesar de ter recebido ao longo de décadas apenas salários de deputado e de autarca, está a ser investigado por comprar e trocar sucessivamente apartamentos luxuosos no Porto, tendo ainda posado para revistas cor-de-rosa na sua quinta do Douro, avaliada em meio milhão. A queixa contra Paulo Morais ainda corre em tribunal.


Guilherme d’Oliveira Martins, Altino Bessa e Luís Filipe Menezes

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O Grupo Lena, empresa de Leiria, vai recorrer à justiça com as acusações por difamação e atentado à reputação contra Paulo Morais. A decisão surge depois de no debate televisivo com Sampaio da Nóvoa, o candidato presidencial ter estabelecido uma relação directa entre a ascensão do Grupo Lena e a governação de Sócrates.

O candidato a Belém lembrou ainda que Sócrates, no processo judicial em que está envolvido, disse viver à custa de um amigo porque não tinha rendimentos, mas “esse amigo era alguém que pertencia ao Grupo Lena, aquele que curiosamente se transformou no maior fornecedor do Estado Português enquanto foi primeiro-ministro”. E concretizou: “há aqui uma troca de favores clara e isso não é aceitável”.


Carlos Manuel dos Santos Silva (à esquerda), o amigo de Sócrates suspeito de agir como seu testa de ferro, foi administrador do Grupo Lena entre 2008 e 2009. Várias peças processuais indicaram que o Grupo Lena era dado como o “corruptor” do ex-primeiro-ministro Sócrates, depois das análises bancárias mostrarem que os administradores do grupo Lena tinham feito transferências para as contas suíças de Santos Silva.


segunda-feira, novembro 30, 2015

Cavaco Silva - um caso extremo de abuso existencial…


O Céu Já Não Pode Esperar (mais)


Piada rapinada ao Quino e adaptada por mim à política nacional


Sinopse

O Presidente da República Portuguesa (Aníbal Cavaco Silva) [1939 - 2016] parece nunca se ter dado conta dos problemas que atormentavam o país. Constantemente acossado por uma cara-metade saloia, odiado pela população portuguesa e tendo de conviver com um partido que o desprezava e uma oposição que o abominava, a dada altura, o Silva de Boliqueime já não fazia, nem dizia coisa com coisa.




Quando já todos lhe diziam para desaparecer, Cavaco continuava convencido de que era "O escolhido para manter Portugal em "banho-maria". Sempre hesitante, convencido de que a "Crise era para aguentar, ah pois era», achou que podia continuar a piorar ainda mais a situação sem um respingo de revolta das pessoas. Até que a população se fartou...




No meio, jaz o indivíduo [1964 - 2016] que, igualmente a pedido da Banca, fez o papel do «Cobrador do Fraque», e que nessa tarefa reduziu os salários, as pensões, destruiu empregos, a segurança social, a saúde, a educação e a economia, e entregou de mão beijada aos privados os monopólios públicos lucrativos. Até que a população compreendeu de facto o que era a «Austeridade» e, naturalmente, zangou-se...




Mais à esquerda, jaz o sujeito [1957 - 2016] que, a pedido da BANCA, pediu empréstimos colossais a juros agiotas para fazer obras faraónicas, inúteis, pornograficamente dispendiosas e com derrapagens financeiras inexplicáveis (as celebérrimas Parcerias público-Privadas). A maior parte destas obras foi feita a meias com empresas privadas em que ficava estabelecido que estas ficavam com os lucros e o Estado (o Povo português) com os prejuízos. A população acabou por se lembrar desses desmandos e decidiu ter uma conversa a sério com esse indivíduo...

segunda-feira, outubro 26, 2015

Paulo Morais - Abuso da maioria. Não tem sido por falta de maiorias que o País chegou a este estado. Mas sim por falta de seriedade e por desrespeito pelas minorias.


Paulo Morais é candidato anunciado às eleições presidenciais de 2016


Paulo Morais é licenciado em Matemática, tem um MBA em Comércio Internacional e é doutorado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, de 2002 a 2005, tendo sido responsável pelos pelouros do Urbanismo, Acção Social e Habitação. Regressou então ao ensino e ao seu combate de sempre pela denúncia dos mecanismos de corrupção em Portugal. É professor na Universidade Portucalense e investigador no InescPorto. Integrou o grupo de trabalho para a revisão do Índice de Percepções da Corrupção, levada a cabo pela Transparency International. Foi perito no Comité Europeu Económico e Social. É perito do Conselho da Europa em missões internacionais sobre boa governação pública, luta anti-corrupção e branqueamento de capitais.


Publicou os livros “Porto de Partida, Porto de Chegada”, “Mudar o Poder Local” e “Da Corrupção à Crise”. É docente do ensino superior nas áreas da Estatística e Matemática e director do Instituto de Estudos Eleitorais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias do Porto. É vice-presidente da Direcção - Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), com o mandato suspenso desde 13 de Março de 2015, a seu pedido, por período indeterminado. Pediu a suspensão do mandato de vice-presidente da TIAC para se candidatar à presidência da República.

Tem fortemente denunciado, em diversos meios de comunicação social, a corrupção e a promiscuidade entre os poderes políticos e os poderes económicos, e a inconstitucionalidade preconizada por alguns escritórios de advogados, ao serem redactores das leis nacionais, e ao mesmo tempo representantes nos meios judiciais de entidades que se deparam com essas mesmas leis.


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Abuso da maioria. Não tem sido por falta de maiorias que o País chegou a este estado. Mas sim por falta de seriedade e por desrespeito pelas minorias.


As legislativas aproximam-se e são cada vez mais os atores políticos que secundam a opinião de Cavaco Silva: reclamam um resultado de maioria, que gere estabilidade governativa. Discordo em absoluto, pois foram as maiorias que nos trouxeram à crise e a miséria. Todas as maiorias governativas são de má memória: Cavaco, Guterres, Sócrates e Passos. Foi com Cavaco Silva no governo que se desbarataram fundos europeus sem critério, se começou a instalar a promiscuidade entre negócios e política e se assistiu à instalação da corrupção no regime. Os dinheiros do Fundo Social Europeu para formação foram desviados para o bolso de alguns. A política era dominada por Duarte Lima, Dias Loureiro e Oliveira e Costa. Em maioria.

Cavaco Silva, Duarte Lima, Dias Loureiro e Oliveira e Costa


Foi Guterres que, apesar de prometer "no jobs for the boys", permitiu a entrada na Administração Pública de milhares de boys sem concurso. Na enxurrada, Guterres engordou a Administração. Dominavam a política socialista Jorge Coelho, Pina Moura, Armando Vara e Sócrates. Tudo gente séria, portanto. Em maioria. Foi já a maioria absoluta de Sócrates que celebrou os contratos ruinosos das dezenas de parcerias público-privadas que comprometem as contas públicas até 2035. Foi também Sócrates que nacionalizou o BPN, assumindo todos os prejuízos e deixando intactos os bens dos responsáveis pelo descalabro do banco.

António Guterres, Jorge Coelho, Pina Moura, Armando Vara e José Sócrates


Também Passos Coelho dispôs de uma confortável maioria, em coligação com Paulo Portas. Aproveitou esse poder absoluto para privatizar sem critério e ao desbarato a REN, a EDP, EGF, CTT, ANA e TAP. Entregou o ouro ao bandido e fê-lo sem sentido estratégico ou patriótico. Hoje os chineses dominam a energia elétrica em Portugal, num modelo neocolonial em que os colonizados somos nós. Os aeroportos são controlados pela mesma empresa que detém as pontes Vasco da Gama e 25 de Abril, pelo que as entradas na capital estão fora do controlo público, uma verdadeira ameaça à nossa segurança.

Passos Coelho e Paulo Portas


Não tem sido, pois, por falta de maiorias que o País chegou a este estado. Mas sim por falta de seriedade e por desrespeito pelas minorias.


segunda-feira, setembro 07, 2015

As quebras de promessas eleitorais não são um problema moral mas crimes de lesa-pátria. Donde, a democracia deve ser imediata e energicamente defendida Judicialmente, Politicamente e Militarmente, se for necessário.


Da violação do contrato eleitoral




Joseph Praetorius

Joseph Praetorius


A indigência moral e intelectual dos dirigentes das organizações políticas e das organizações institucionais que asseguram o desempenho das funções do estado – tudo seguido da imprensa que ninguém lê a não ser eles próprios – usam tratar as quebras de promessas eleitorais como um problema moral. "Coelho é um mentiroso". "Cavaco mentiu", etc.

Isto não é só um problema moral.

A representação política é uma projecção do Direito Civil. Há uma dimensão estritamente contratual, … aqui. Em democracia não se escolhe quem decida, decide-se imediatamente e directamente. Ou seja, o Colégio Eleitoral opta por um programa de governo nas suas linhas gerais e designa como comissários – é uma comissão – os que lhe endereçaram a proposta. É disto que se trata. Mantenhamos as coisas simples.

O incumprimento do programa eleitoral traduz violação das condições da outorga do mandato e desvio, mais ou menos grave (em regra, gravíssimo) face ao objecto do contrato. É governo contra Direito. E se o “garante do regular funcionamento das instituições” (i.e. da correcta aplicação das normas) não funciona ele próprio e acoberta tais tropelias ao invés de lhes pôr termo, isso significa que também esse mandato deve ser impugnado.



Sócrates é um aldrabão. Cavaco mentiu. Coelho é um mentiroso. Etc.


E mais longe indo, isso tem relevância penal. A condução contra direito chama-se prevaricação de funcionário. As secções criminais do Supremo Tribunal de Justiça devem ser chamadas a intervir. Tanto quanto ao presente, como quanto ao passado. E não estou a referir-me propriamente ao carnaval rasca de Carlos Alexandre e Ténia Laranja. Não falando já de Vaz das Neves, o Presidente da Relação escutado em processo nas mãos de Carlos Alexandre… (Que independência pode esperar-se de um tribunal superior neste estado? Estão a vêr onde chegam as coisas? Chegam onde as deixam chegar)…

Não é pois de nada disso que se trata. A carnavalização do processo traduz sempre a ausência de processo. E vamos com sorte se pudermos concluir que ainda há judicatura.

Bem entendido, a judicialização da vida política é também impensável porque a "república de juízes" é a inviabilidade da separação de poderes.

Mas resulta evidentíssimo que não podemos continuar a assistir ao delito permanente, aqui e ali pontilhado pelo crime infame. E isto começa na absoluta falta de respeito pelo programa eleitoral. Ou seja, na completa falta de respeito pelas eleições. Pelo país. Pela palavra própria. Também este carnaval tem de acabar. Os mecanismos da responsabilidade política não funcionam visivelmente. E ninguém se esforça para que funcionem.

E também (mais) este carnaval significa que não há governo. Ou melhor dizendo, mais gravemente dizendo, significa que o governo está noutras mãos. Significa portanto que a democracia deve ser imediata e energicamente defendida. Judicialmente, claro. Politicamente, como é óbvio. Militarmente, se for necessário.

E qualquer perspectiva em que isto pareça complicado não pode estar certa.


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A Democracia deve ser imediata e energicamente defendida Judicial, Politica e Militarmente, se for necessário. Quando os comissários (a que se dá o nome de políticos) fazem o oposto das políticas para que foram eleitos, isso significa que o governo está noutras mãos!




Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:

[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]

quarta-feira, julho 08, 2015

O Centrão Terrorista - (PS e PSD + cds)


Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."


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Paulo Morais - Professor Universitário

Artigo de Paulo Morais - Correio da Manhã - 20/06/2015





Em apenas dez anos, José Sócrates e Passos Coelho destruíram as finanças públicas e desbarataram o património do estado.


Em apenas dez anos, Sócrates e Passos destruíram as finanças públicas e desbarataram o património do estado. Podem ter nascido em partidos diferentes, mas são gémeos na maldade e no dano que provocaram ao país. Em primeiro lugar, temos José Sócrates a levar o estado à bancarrota, com os negócios ruinosos que celebrou. Foi no seu consulado que se contratou a maioria das parcerias público-privadas. Neste modelo de negócio, o estado assumiu todos os riscos e aos privados permitiram-se todos os ganhos. Vimos assim construtoras como a Mota-Engil a acumular ganhos obscenos e a ascensão meteórica do Grupo Lena.

Foi ainda da sua responsabilidade a nacionalização do BPN do grupo SLN (Sociedade Lusa de Negócios), com o estado a assumir prejuízos de cerca de sete mil milhões, enquanto os acionistas da SLN mantiveram intacto até hoje o seu património milionário.

Com as finanças públicas de rastos, chegou Passos que usou a bancarrota como pretexto para dividir os despojos pelos abutres. Passos privatizou tudo que restava, desde a EDP, num processo manchado pela promiscuidade entre decisores públicos que vendem e os adquirentes privados – aos CTT, pondo assim fim à única rede territorial de contacto do estado com os cidadãos. Com a venda ao desbarato da REN aos chineses, o estado perdeu o controlo sobre a rede elétrica, um recurso estratégico vital. O governo chegou ao ponto de entregar os aeroportos ao grupo Vinci, que controla também a Lusoponte e, desta forma, os principais acessos a Lisboa. Em fim de mandato, privatiza a TAP, com o argumento de que é deficitária. Mais uma mentira, mais uma pechincha.

Entre 2005 e 2015, as PPP de Sócrates e as privatizações de Passos lesaram talvez irremediavelmente o estado português. Esta dupla de malfeitores provocou prejuízos que, se não arrepiarmos caminho, iremos pagar por toda uma geração. O que se impõe pois é a criação urgente de uma unidade de missão que reavalie todos os grandes negócios do estado realizados nos últimos dez anos. E, em cada caso, proponha a solução que mais interessa ao povo.


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O sistema de dois partidos é na realidade um sistema de partido único…

segunda-feira, abril 06, 2015

O acidente pascal que deixaria eufórica a esmagadora maioria dos portugueses (em formato Facebook). A GNR atribui ao excesso de Austeridade o contentamento generalizado da população...



Zé de Portugal

5/4 às 21:46 · Editado

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Um despiste, na madrugada do dia 4 de Abril, próximo da localidade de Benfeita, provocou quatro mortos, tudo malta da Área da Governação: Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho; Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque, e um ferido grave - José Sócrates - que os bombeiros não sabem prever quando será possível desencarcerar.

Políticas pouco transparentes e relações escorregadias com o Grande Dinheiro terão sido as causas prováveis do acidente.




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Dez milhões de portugueses e duas outras pessoas gostam disto.

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quarta-feira, abril 01, 2015

Pinto Monteiro e Cândida Almeida - quando aqueles que deviam ter dado caça aos grandes ladrões do país, tudo fizeram para os proteger…






Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:

[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]


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O Procurador-Geral da República é nomeado e exonerado pelo Presidente da República, sob proposta do Governo. É o único cargo do Ministério Público e da magistratura dos tribunais judiciais sujeito a designação pelo poder político, não estando a escolha vinculada a área de recrutamento ou sequer a requisitos especiais de formação...e antiguidade e do direito à promoção. O cargo de procurador-geral da República assenta na dupla confiança do Governo e do Presidente da República.

Donde, se os principais partidos políticos e governos agem, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais (ou seja, os Bancos), é seguro concluir que procurador-geral da República, ao ser designado directamente pelo poder político, está a soldo tanto dos políticos como dos Banqueiros...



Como a figura que vai ao colo da Corrupção leva os olhos vendados, não é possível afirmar se se trata de Pinto Monteiro ou de Cândida Almeida...


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Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 21/03/2015


Cadê os outros?


Sócrates está preso há mais de quatro meses, o que surpreende muita gente; de facto, a situação é inédita. Mas, face às maldades que vêm sendo feitas pelos políticos ao povo português, o que mais espanta é o facto de apenas Sócrates estar preso, que não haja dezenas de políticos na cadeia.

Independentemente do que vier a substanciar a acusação do Ministério Público ao ex-primeiro-ministro, é certo que, enquanto governante, Sócrates celebrou contratos ruinosos para o Estado, em particular os das parcerias público-privadas rodoviárias. Garantiu rentabilidades anuais milionárias aos concessionários. Com estes contratos, Sócrates comprometeu a saúde das finanças públicas até 2035. Mas o facto é que não atuou sozinho: teve como cúmplices Mário Lino, Paulo Campos e alguns outros. E, ao que consta, estes nem foram minimamente incomodados pela Justiça.

Data também dos tempos do consulado de Sócrates a nacionalização do Banco Português de Negócios. O BPN estava falido, mas pertencia a um grupo florescente, a Sociedade Lusa de Negócios (SLN). Inexplicavelmente, Sócrates nacionalizou o BPN, assumindo o Estado prejuízos de sete mil milhões. Mas deixou aos acionistas e administradores da SLN, Dias Loureiro, Oliveira e Costa e outros todos os bens de fortuna. Com a conivência de PSD e CDS, Sócrates e Teixeira dos Santos celebraram um dos mais ruinosos negócios de que há memória. Mas nem Teixeira dos Santos nem Dias Loureiro foram até hoje inquietados.




Assim, Sócrates será um dos principais responsáveis pela "rede que utiliza o aparelho de estado para corrupção", assumida pela Procuradora-Geral. Está preso.

Mas o regime, o modelo e funcionamento da Justiça têm poupado, de forma recorrente, quase todos os políticos. E mesmo os que são julgados ludibriam o sistema. Até Armando Vara, condenado a cinco anos de prisão efetiva... efetivamente está solto. Tem sido longa a lista de políticos que ruma a Évora visitar e prestar vassalagem ao ex-primeiro-ministro. O que deve espantar Sócrates é como não ficam lá muitos deles a fazer-lhe companhia.


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Jornal Observador - Sónia Simões - 25/03/2015


Sindicato do Ministério público acusa: "No tempo do Dr. Pinto Monteiro, quem tinha processos mediáticos acabava com processos disciplinares"

A denúncia é do recém eleito presidente do Sindicato do Ministério Público. Numa entrevista à Antena 1, António Ventinhas diz que quem investigava processos mediáticos era alvo de processo disciplinar



Pinto Monteiro, foi o 10.º procurador-geral da República Portuguesa (de outubro de 2006 a outubro de 2012). Pinto Monteiro substituiu no cargo José Souto de Moura e foi sucedido por Joana Marques Vidal.


À segunda insistência da jornalista da Antena 1 sobre se os procuradores eram pressionáveis, o recém-eleito presidente do Sindicato do Ministério Público acabou por disparar contra o ex-procurador-geral da República, Pinto Monteiro. António Ventinhas falou num antes e num depois, sendo que no "antes" coloca Pinto Monteiro como o homem que punha processos disciplinares ou abria processos de averiguações a todos os procuradores que ousassem investigar os mais poderosos. O depois é com Joana Marques Vidal, a atual Procuradora-Geral da República, que juntamente com o sindicato "apoiam" os magistrados permitindo que não sejam permeáveis à pressão.

«...» "No tempo do Dr. Pinto Monteiro, quem tinha processos mediáticos, como regra, acabava com um processo disciplinar”, afirma. "Com este tipo de atitude não havia grande incentivo para investigar pessoas poderosas".

«...» "Suscitava-se uma grande polémica à volta daqueles colegas que estavam a investigar processos sensíveis e, muitas das vezes, os colegas acabavam com processos de averiguações ou processos disciplinares. É claro que, com este tipo de atitude, não havia grande incentivo para investigar pessoas poderosas, porque determinadas atuações podiam acabar em prejuízo para a carreira", disse o dirigente sindical.

«...» "Os processos mediáticos não se jogam só nos tribunais, mas também na praça pública", sublinhou esta quarta-feira. E essa é uma forma de pressão, disse.

António Ventinhas lembrou a importância de a Polícia Judiciária ser integrada no Ministério Público para impedir que os diretores daquela polícia sejam nomeações políticas, condicionando a investigação criminal. E afirmou que há tribunais a "fazerem os serviços mínimos" por falta de pessoal.


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Jornal Expresso - Tiago Mesquita -19/02/2013


Vai e não voltes, Cândida Almeida



A procuradora-geral Adjunta, Cândida Almeida, que esteve à frente do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) entre 2001 e 2013 (12 anos).


O longo reinado da senhora procuradora Cândida Almeida terminou. A [nova] Procuradora-Geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, "despachou" finalmente a senhora que nos últimos doze anos esteve à frente do DCIAP. Quanto a mim, vai tarde.

Mas não foi fácil. Mesmo convidada a mostrar a sua indisponibilidade para continuar, Cândida Almeida reagiu mal, fincou o pé e teve de ser empurrada. Foram muitos anos à frente de um departamento que gere os grandes processos, que envolvem o poder político e financeiro. Inquéritos como o Freeport, Furacão, Submarinos, Monte Branco e contratos da energia e das Parcerias Público-Privadas estiveram, estão ainda, a seu cargo. Adora a berlinda, esta senhora. Nasceu para os grandes palcos, mas com fracas actuações.

Não é preciso fazer um desenho, basta observarmos alguns dos resultados destes inquéritos, a condução dos mesmo e, mais grave, os desfechos, para percebermos a inutilidade [deliberada] de Cândida Almeida.

Estamos a falar de alguém que teve a distinta lata de dizer que "o nosso país não é um país corrupto, os nossos políticos não são políticos corruptos, os nossos dirigentes não são dirigentes corruptos. Portugal não é um país corrupto." - [Frase bem reveladora da venalidade de Cândida Almeida].

E, realmente, tendo em conta o resultado dos processos que conduz, somos todos obrigados a concluir que a senhora tinha razão. O Portugal de Cândida Almeida não é um país corrupto. O nosso, infelizmente, é. No fundo, a senhora procuradora era paga para combater uma coisa que na cabeça dela nem sequer existia. Como já aqui disse, aos olhos da senhora procuradora a corrupção vinda de Espanha chega ali a Badajoz e dá meia volta, com medo.

A pergunta é óbvia: por que razão foi esta senhora permanentemente reconduzida no cargo pelos antecessores de Joana Marques Vidal ? Mais, para que precisa a justiça portuguesa de uma pessoa como Cândida Almeida? É fácil: para nada. Mas este "nada" deve dar imenso jeito a quem é corrupto, pois foi e continua a ser invisível.

Joana Marques Vidal fez o que qualquer português de coragem, no cargo de PGR, teria feito há muito. Infelizmente, muita gente que por ali passou não passava de um pau-mandado. Cândida Almeida não deixa saudades, deixa, sim, a mágoa de muitos anos, e euros, perdidos pela justiça portuguesa na luta contra a grande corrupção. E sim, senhora procuradora, a corrupção existe mesmo. Parece impossível, não é?

segunda-feira, janeiro 05, 2015

Ao longo de anos e enquanto governante Sócrates garantiu ganhos milionários a alguns dos maiores grupos económicos, em particular na Finança e nas Obras Públicas



Sócrates - o sorriso beatífico estampado na fácies enquanto
espera o inevitável arquivamento do processo


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Paulo Morais - Professor Universitário


Artigo de Paulo Morais - Correio da Manhã - 22/12/2014

Beija-mão às grades

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, preso em Évora, inaugurou uma nova prática: a de conceder audiências na cadeia. As peregrinações de inúmeras figuras públicas à penitenciária de Évora, sob a capa aparente de visitas de apoio e solidariedade, mais não parecem do que exercícios de vassalagem.

Ao longo de anos e enquanto governante Sócrates garantiu ganhos milionários a alguns dos maiores grupos económicos, em particular na Finança e nas Obras Públicas. Todos aqueles que Sócrates beneficiou estarão agora a ir à cadeia beijar-lhe a mão. Será uma questão de gratidão. Por lá passaram e continuarão a passar os concessionários das parcerias público-privadas (PPP), a quem Sócrates garantiu rendas obscenas em negócios sem risco. Assim, não será de estranhar que o todo-poderoso Jorge Coelho, presidente durante anos do maior concessionário de PPP rodoviárias, o grupo Mota-Engil – tenha rumado a Évora. Também lá esteve em romagem José Lello, administrador, durante os governos socialistas, da construtora DST, que muito ganhou também com PPP.



Jorge Coelho, José Lello e Pinto da Costa

Não deixa de ser curioso que cheguem apoiantes de todos os setores que Sócrates tutelou. O líder do futebol português, Pinto da Costa, foi mais um dos que manifestou o seu apoio público. Afinal, Sócrates foi o ministro do desporto que trouxe o Euro 2004 para Portugal. Um Euro que valeu muitos milhões de euros aos clubes de futebol e seus dirigentes. Mais um gesto de vassalagem.

Para ser visitado e apoiado, a Sócrates bastará enviar a convocatória. Todos aqueles cujos podres Sócrates conhece, os que usufruíram de benefícios ilegítimos pelas suas decisões – todos aparecem ao primeiro estalar de dedos. Todos temem Sócrates, pois sabem que se ele resolver falar, desmorona o seu mundo de promiscuidades entre política e negócios.

Com estas convocatórias e manifestações de apoio, o ex-primeiro-ministro pretende manipular a opinião pública, vitimizando-se; bem como condicionar a Justiça, através da sua manifestação de força e influência.

Mas o que não faz e deveria fazer é aproveitar o acesso direto aos media para explicar quais os bens de fortuna que lhe permitiram, sem rendimentos compatíveis, manter, durante anos e depois de sair do poder, uma vida de ostentação.

quarta-feira, dezembro 03, 2014

A falácia da «Presunção de Inocência» - a propósito de Sócrates e muitas centenas de outros que tais…



Sócrates - pela honestidade que aparenta, nunca ninguém o levaria preso...


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A «Presunção de Inocência», martelada ad nauseum pelos comentadores das televisões e dos jornais cada vez que uma figura conhecida ligada à política ou aos negócios é suspeito de um crime, serve apenas para a inocentar aos olhos da opinião pública.




As pessoas ou são inocentes, ou suspeitas ou culpadas

Faz tão pouco sentido falar em «Presunção de Inocência»
como em «Presunção de Culpabilidade»


Segundo a definição que consta no artº 1º, nº1, al. e) do Código de Processo Penal, suspeito é "toda a pessoa relativamente à qual exista indício de que cometeu ou se prepara para cometer um crime, ou que nele participou ou se prepara para participar". Na categoria dos Suspeitos e por ordem de gravidade, existe a figura do "suspeito" que está antes do "indiciado", e este, antes do "arguido". No Código de Processo Penal não há nenhuma referência a «presumidos inocentes».

Presumir a inocência de alguém, significa pressupor que essa pessoa NÃO praticou nenhum facto determinado, punível e penalmente repreensível na nossa ordem jurídica. Donde, não faz sentido investigar um «presumido inocente».

Se existem indícios e suspeitas de que uma determinada pessoa cometeu ou se prepara para cometer um crime, é absurdo considerá-lo «presumido inocente».

Como também é paradoxal impor medidas de coacção a um «presumido inocente»: sujeição do suspeito a termo de identidade e residência, a caução, a apresentação periódica, a suspensão de profissão, actividade ou direitos, a proibição (ou imposição) de condutas, a confinamento domiciliário, ou a prisão preventiva.


Só depois do suspeito (na condição de arguido) ser presente a julgamento que já não admita recurso (trânsito da sentença em julgado), é que será considerado inocente ou culpado.


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Sócrates - o sorriso franco da integridade e da honradez...


A presumível inocência de Sócrates

João Miguel Tavares - Jornal Público - 27/11/2014

Tenho todo o direito de presumir que Sócrates é culpado daquilo que o acusam – pela simples razão de que as regras do espaço público não são as regras de um tribunal.

Da mesma forma que os gatos têm sete vidas, eu acho excelente que um cidadão tenha sete presunções de inocência. O problema de José Sócrates, tal como o de um gato que falece, é que já as gastou. Sócrates foi presumível inocente na construção de casas na Guarda, foi presumível inocente na licenciatura da Independente, foi presumível inocente na Cova da Beira, foi presumível inocente no Freeport, foi presumível inocente na casa da Braamcamp, foi presumível inocente no assalto ao BCP, foi presumível inocente na tentativa de controlar a TVI, foi presumível inocente no pequeno-almoço pago a Luís Figo. Mal começou a ser escrutinado, a presunção de inocência tornou-se uma segunda pele.

Claro que José Sócrates continua presumível inocente aos olhos da justiça, e assim continuará até ao trânsito em julgado da sentença. Claro que a presunção de inocência é pedra angular de uma democracia decente e de qualquer sistema judicial digno. Mas eu não sou juiz, nem polícia. Sou um cidadão e um colunista. E, enquanto tal, tenho todo o direito – repito: todo o direito – de presumir, face ao que leio nos jornais, às minhas deduções, às minhas convicções, à minha experiência, à minha memória e ao esgotamento de sete presunções de inocência, que Sócrates é culpado daquilo que o acusam. E tenho todo o direito de o escrever – pela simples razão de que as regras do espaço público não são as regras de um tribunal.

Esta insistência em confundir o plano mediático com o plano da justiça é absurda. Levado ao extremo, faria com que só pudéssemos pronunciar-nos sobre a honorabilidade de José Sócrates daqui a sete ou oito anos, quando todos os recursos tivessem sido esgotados e a sua sentença transitado em julgado. Eu não tenho o poder de um juiz. Não posso, felizmente, prender ninguém. E se não tenho o seu poder, é óbvio que também não tenho as suas limitações. É por isso que a minha liberdade de expressão é mais lata do que a do juiz Carlos Alexandre: ele fala pouco porque pode muito; eu falo muito porque posso pouco. À justiça o que é da justiça, aos jornais o que é dos jornais.

Existe uma admirável coincidência entre os fazedores de opinião que estão a demonstrar uma hiper-sensibilidade às falhas do segredo de justiça e uma notável abnegação na defesa da presunção de inocência, e aqueles fazedores de opinião que durante anos e anos defenderam José Sócrates contra os ataques ad hominem e o julgaram vítima de infames conspirações. Quando vejo Miguel Sousa Tavares ou Clara Ferreira Alves mais entretidos a discutir fugas de informação e timings de detenção do que a possibilidade muito real de um ex-primeiro-ministro ser corrupto, eu sei que eles estão menos a defender Sócrates do que a defenderem-se a si próprios, e àquilo que andaram a escrever ao longo dos anos.




Ainda ontem, no DN, Ferreira Fernandes dizia o seguinte: "Em 2009, escrevi: 'Prendam-no ou calem-se.' A turba, com muita gana mas sem prova, chegou primeiro do que a opinião pública – e depois?" E depois, caro Ferreira Fernandes, é que ali entre 2007 e 2011 boa parte da opinião pública preferiu fechar os olhos ao elefante no meio da sala. Se não havia provas, havia infindáveis indícios – e boa parte da opinião pública preferiu engolir as teses surreais de Sócrates, mantendo-se impassível diante do sufoco evidente do poder judicial às mãos do poder político. Viram, ouviram e leram. Mas preferiram ignorar. É uma escolha, claro. Só que convém assumi-la, até para que ninguém a esqueça.


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Isto para não falar nos casos de gestão danosa nas Parcerias Público-Privadas (PPPs), nos projectados aeroportos da Ota e Alcochete (quando a Portela está a funcionar a meio-gás), no aeroporto de Beja (onde aterra um avião por ano), nos projectados TGVs, na nacionalização do BPN (DN - O Estado já gastou 3,55 mil milhões de euros com o BPN, mas a fatura pode chegar aos 8,3 mil milhões), etc., etc., etc...



quinta-feira, novembro 13, 2014

A manchete que certamente deixaria vários milhões de portugueses radiantes...




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Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007:

[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]


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Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012

[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos." [...]

[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."

quarta-feira, janeiro 22, 2014

A família Povinho e a família Trapaceiro - fraude na herdade Portucale


The Establishment's Two-Party Scam
A Fraude dos Dois-Partidos engendrada pela Elite Financeira

Chris Gupta: Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.


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A família Trapaceiro

Esta é a estória trágica da relação entre duas famílias. A família Povinho e a família Trapaceiro.

A família Povinho era constituída por um casal – o Manel e a Maria, ambos na casa dos cinquenta, simultaneamente donos e feitores de uma quinta - Portucale. Este casal tinha dez filhos, cujas idades variavam entre os seis e os trinta anos. Viviam também com eles, os pais do Manel e da Maria, os quatro já de idade avançada, sofrendo de doenças diversas e incapazes de trabalhar.

A família Povinho era dona de uma quinta, Portucale, relativamente grande, atravessada por uma ribeira, e onde semeavam couves, favas, batatas, ervilhas, milho, trigo, melões, cenouras, alfaces, feijão, etc. Na herdade tinham, igualmente, diversas árvores de fruto: ameixieiras, cerejeiras, figueiras, macieiras, laranjeiras, pereiras, nogueiras, etc. Também criavam vacas, porcos, cavalos, cabras, ovelhas, galinhas, patos e coelhos.

Esta família vivia dos rendimentos da quinta. O pai Manel, a mãe Maria e os filhos mais velhos tratavam da quinta: semeavam, colhiam, tratavam dos animais, e vendiam a maior parte da sua produção nos mercados locais. O dinheiro que obtinham com as vendas servia para comprar os produtos de que tinham necessidade, mandar os filhos mais novos para a escola e comprar os medicamentos para os avós.


A herdade Portucale

A outra família desta estória, de apelido Trapaceiro, era constituída por um pai e dois filhos. O pai, de nome - Zé Goldman Trapaceiro, era um indivíduo que dispunha de um apreciável pé-de-meia, fruto dos esquemas que forjara durante uma vida inteira de vigarices. Quanto aos seus dois filhos, o mais velho dava pelo nome de Sócrates Trapaceiro e o mais novo pelo de Passos Trapaceiro.

Esta tríade de vigaristas do mesmo sangue, a família Trapaceiro, saltitava de vila em vila, burlando e esmifrando as famílias honestas que tinham o azar de lhe cair nas garras e alinhar ingenuamente na sua conversa embusteira. Para o esquema funcionar convenientemente, o pai e os filhos da família Trapaceiro fingiam não se conhecer uns aos outros.

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Um belo dia de primavera, o filho Sócrates Trapaceiro bateu à porta da família Povinho. Com a lábia que o caracterizava, teve uma conversa com o Manuel e a Maria, e rapidamente os convenceu de que a propriedade estava a ser mal gerida e de que ele poderia, com o investimento certo, multiplicar a produção e, portanto, o rendimento da quinta. Tal foi a conversa do Sócrates Trapaceiro, que a família Povinho o nomeou mandatário dos seus interesses.


O filho Sócrates Trapaceiro

De posse desse mandato e com poderes à discrição para dispor das economias da família Povinho, Sócrates Trapaceiro não foi de modas: mandou fazer obras na casa, abriu novos caminhos em macadame por toda a herdade, construiu dois novos celeiros e um estábulo mais moderno. Para além disso, comprou três semeadoras-adubadoras, dois tractores, duas ceifeiras-debulhadoras, quatro pulverizadores, duas charruas, dois espalhadores de estrume, um reboque basculante, equipamentos vários de irrigação, etc., etc., etc.

Para fazer face a todas estas novas despesas, Sócrates Trapaceiro pediu, em nome da família Povinho, vários empréstimos ao seu pai, Zé Goldman Trapaceiro, a juros pornograficamente caros.


Passados tempos, a família Povinho deu-se conta de duas coisas:

a) Que as obras ordenadas por Sócrates Trapaceiro, ou as alfaias mandadas comprar por ele, tinham sido, ou completamente sobredimensionadas ou absolutamente inúteis – não sendo, em nada, precisas para as necessidades da quinta;

b) Que, por causa das obras e das compras efectuadas por Sócrates Trapaceiro, a família ficou de pagar uma dívida com juros escandalosos a um certo Zé Goldman Trapaceiro (o secreto pai de Sócrates), e que esta dívida conduziria a curto prazo a família Povinho à falência.

Ciente do prejuízo que estava a ter e extremamente irritada com a «gestão» do seu mandatário (o Sócrates Trapaceiro), a família Povinho correu com ele e avisou-o para não voltar os pés na quinta.


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Dias depois, bateu à porta da família Povinho um indivíduo chamado Passos Trapaceiro. Este, com uma prosápia que em nada ficava a dever ao irmão, convenceu a família Povinho de que era possível pagar a dívida contraída por Sócrates sem colocar em causa o bem-estar da família. Para tanto, bastariam alguns pequenos sacrifícios e tudo voltaria ao normal. Em desespero, a família Povinho designou Passos Trapaceiro (irmão de Sócrates Trapaceiro) como mandatário dos seus interesses.


O filho Passos Trapaceiro

Logo que se viu na situação de mandatário, Passos Trapaceiro aconselhou a família Povinho de que o objetivo primeiro seria pagar a dívida e os juros agiotas ao secreto pai - Zé Goldman Trapaceiro.

Para além disso, Passos Trapaceiro explicou à família Povinho o conceito de «Austeridade». Com esse objectivo, Passos aconselhou os filhos mais velhos a procurar emprego noutra freguesia, recomendou que os filhos mais novos fossem retirados da escola e postos a trabalhar na quinta, decidiu cortar na compra dos medicamentos dos avós e, tomou a opção de vender ao desbarato (ao seu secreto pai - Zé Goldman Trapaceiro), os melhores pomares, as mais viçosas hortas e os animais de melhor qualidade. Tudo para combater a «Austeridade».

Passos Trapaceiro explicou que, sem esta «Austeridade», a família Povinho perderia toda a credibilidade junto dos seus outros fornecedores – a mercearia, o armazém dos adubos, a oficina, a loja de ferragens, etc.


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Passados tempos, a família Povinho deu-se conta de que, não obstante «os sacrifícios» e a «Austeridade» impostos por Passos Trapaceiro, tinham-se verificado os seguintes flagelos:

a) A dívida da quinta Portucale, confeccionada por Sócrates a favor de (seu pai) Zé Goldman Trapaceiro, tinha duplicado e continuava a aumentar por causa dos juros agiotas que continuavam a ser cobrados, tendo-se tornado completamente impagável;

b) Os bens mais valiosos da quinta que tinham sido vendidas por tuta e meia a Zé Goldman Trapaceiro já não podiam ser recuperados;

c) Os filhos mais velhos, que constituíam a mais experiente e vigorosa mão-de-obra da quinta, foram trabalhar para outras freguesias, onde estabeleceram a sua vida e já não tencionavam regressar;

d) Os filhos mais novos, que tiveram de abandonar a escola por causa da «Austeridade», não possuíam conhecimentos suficientes para gerir a quinta ou mesmo fazer trabalhos de maior complexidade.

e) Dos quatro idodos (os pais de Manuel e Maria), dois faleceram e os outros dois ficaram acamados, porque não houve dinheiro suficiente para comprar os medicamentos de que necessitavam;

f) Que as políticas que Sócrates e Passos tinham transferido quase toda a riqueza da quinta Portucale e da família que lá vivia para as garras de Zé Goldman Trapaceiro (pai secreto de Sócrates e Passos).


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Meses passados, um artigo do jornal «Gazeta da Região» reportou múltiplas queixas num tribunal de comarca contra Sócrates Trapaceiro, Passos Trapaceiro e Zé Goldman Trapaceiro, afirmando que estes eram membros da mesma família (pai e dois filhos) e que, trabalhando em conluio, vigarizavam famílias inteiras levando-as à miséria.

Após o julgamento, o juiz sentenciou que, embora, pai e filhos Trapaceiro agissem conluiados e em segredo, não havia provas concretas que desse facto tivessem tirado algum proveito.


Uma semana depois, os filhos Trapaceiro cometeram suicídio assistido, no mesmo dia e à mesma hora, com uma bala na cabeça cada um.


O suicídio assistido (pela populaça) dos filhos Sócrates e Passos Trapaceiro



Quanto ao pai, Zé Goldman Trapaceiro, morreu tragicamente atropelado por um cilindro de uma máquina de alcatroar numa estrada que sofria obras de beneficiação.


O pai, Zé Goldman Trapaceiro, após ter sido passado a ferro
por um cilindro de uma máquina de alcatroar