Tony Jenkins, correspondente em Nova Iorque do Jornal Expresso de 30 de Abril de 2005:
Democracia fica em causa nos ESTADOS UNIDOS com a nomeação de juízes de extrema-direita para o Tribunal da Relação
Em causa está a determinação do Presidente George W. Bush em nomear alguns dos juízes mais conservadores do país para o Tribunal da Relação e a determinação dos democratas em se oporem a ele.
Alguns analistas avisam que a independência do poder judicial está ameaçada. Chamam a atenção para as recentes declarações de Tom DeLay, o líder republicano e ultraconservador da Câmara dos Representantes: «Nós instituímos os tribunais. Nós podemos destituí-los. Temos o poder do dinheiro». Por outras palavras, está disposto a travar o financiamento governamental para os tribunais cujas decisões não lhe agradem. Também falou da possibilidade de impugnar juízes.
Por seu lado, o líder republicano do Senado, Bill Frist, juntou-se a um grupo de dirigentes cristãos fundamentalistas, no domingo, que decidiram classificar as acções dos democratas como «uma campanha contra as pessoas de fé». Um dos apoiantes religiosos de Frist, James C. Dobson, disse: «O Congresso pode simplesmente privar de direitos um tribunal. O que têm a fazer é dizer que o tribunal já não existe e tudo fica resolvido».
Alguns dos juízes propostos por Bush estão muito distantes da política convencional. Um deles condenou repetidamente a legislação do «New Deal» do Presidente Roosevelt que, em 1930, lançou os pilares do moderno Estado Social: pensões de reforma e cuidados de saúde para os idosos. Estes preceitos são «socialistas», diz o juiz, e devem ser destruídos. Outro opõe-se a quase todas as normas de protecção ambiental, classificando-as como equivalentes a uma desapropriação da propriedade privada. Um terceiro argumentou no Supremo Tribunal do Texas que os actos homossexuais equivalem à «prostituição, adultério, necrofilia, bestialidade, posse de pornografia infantil e mesmo incesto e pedofilia».
Antonin Scalia
Antonin Scalia é o baluarte conservador do Supremo Tribunal dos EUA, um favorito do presidente Bush, e um parceiro de caça do vice-presidente Chenney. Atacou acaloradamente o direito ao aborto, e defendeu leis anti-sodomia.
Mas veio a saber-se que existe uma outra faceta no juiz Antonin Scalia: ele acha que os americanos deviam fazer mais orgias.
Desafiado sobre as suas opiniões em relação à moral sexual, o juiz Scalia surpreendeu a sua audiência na universidade de Harvard, dizendo-lhes: "eu mantenho que as orgias sexuais eliminam tensões sociais e deveriam ser incentivados."
Bush prometeu nomear mais juízes como Scalia para o Supremo.
Comentário:
Concordo em absoluto com Scalia. Uma boa orgia desde que desprovida de prostituição, adultério, necrofilia, bestialidade, incesto, pedofilia e sodomia, pode perfeitamente constituir o melhor remédio para as tensões crescentes que se fazem sentir em todo o Mundo, em especial, no Médio Oriente e arredores.
Pressente-se em Scalia que os truísmos jurídicos não conseguem abafar a sua origem romana. Orgia Nostra!
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