terça-feira, novembro 29, 2005

Insegurança no emprego - essa chaga social

Braamcamp Sobral

Luís Miguel Silva

José Marques Guedes





Correio da manhã – 27/11/2005

Exonerados da Refer, Braamcamp Sobral, Luís Miguel Silva e José Marques Guedes assumiram já o cargo de assessores na CP, enquanto Pires da Fonseca, ex-administrador da CP, integrou os quadros da Refer. Segundo fontes contactadas pelo CM, os agora assessores ainda não iniciaram a sua actividade nas respectivas empresas, encontrando-se, alegadamente, de férias.

O certo é que já receberam os novos ordenados, bem como o subsídio de Natal a que têm direito pelos seus novos postos. De acordo com as contas feitas pelo CM, cada um dos assessores dos conselhos de gerência recebeu entre 3800 e quatro mil euros líquidos de ordenado e mais de 600 euros de subsídio de Natal, correspondentes aos meses “trabalhados” nas novas funções. Para além do ordenado, os assessores dispõem de carro, telemóvel, cartão de crédito e despesas de representação.

Ao integrarem os quadros de pessoal daquelas empresas, os gestores acabaram por beneficiar em pleno dos actos pelos quais foram despedidos do Estado com justa causa.

Questionadas pelo CM sobre o paradeiro dos novos assessores e das funções que lhes foram atribuídas, nem a CP nem a Refer deram qualquer resposta.

Os administradores foram exonerados em Outubro pelo Governo “por manifesta inobservância da lei e violação grave e reiterada dos deveres dos gestores públicos”.

Entre as irregularidades detectadas, encontram-se a contratação cruzada de administradores entre a CP e a Refer. Em Outubro foram também exonerados “por quebra de confiança” António Rosinha e, a seu pedido, Pires da Fonseca, os dois quadros da CP admitidos pela Refer.



Comentário:

Os que agora vituperam Braamcamp Sobral, Luís Miguel Silva e José Marques Guedes não fazem a mínima ideia do que seja a ansiedade de andar sempre a mudar de funções. Os contratados a recibo verde que o digam. Será que não é possível fazer justiça a estes senhores?

domingo, novembro 27, 2005

Sampaio, o Rei do Váquo

Na última sexta-feira ao fim da noite assisti na RTP1 ao programa «Falar Democracia», dirigido por Judite de Sousa com a participação do antigo 1ºministro espanhol Felipe Gonzalez e com o Presidente Jorge Sampaio.

Confesso que fiquei, mais uma vez, envergonhado com o discurso oco de Sampaio. Podemos ou não, estar de acordo com Gonzalez, mas com Sampaio isso é bastante difícil porque pouco ou nada diz. Com mais um mandato acho que pouca inveja faria a Américo Tomás. Para quem se assumiu como de esquerda, Sampaio chega ao final de dois mandatos vergonhosos.

Eis como eu imagino uma «entrevista-tipo» de Judite de Sousa a Jorge Sampaio:


Judite de Sousa – Senhôde Doutôde, acha que Portugal está no bom caminho?

Jorge Sampaio – Naturalmente que os caminhos são sempre discutíveis, mas é necessário que quem contesta apresente alternativas válidas. Não quero com isto dizer que estamos no mau caminho, nada disso, mas também temos de ver o que é possível fazer. Em minha opinião os portugueses são tão capazes como os outros europeus, há é que acreditar nas nossas potencialidades e fazer uma aposta decidida na inovação tecnológica...

Judite – Mas Senhôde Doutôde, em sua opinião correremos o risco num futuro próximo de uma contestação social como a que ocorreu há pouco em França?

Sampaio – Bem, nesta matéria há que usar de alguma prudência...Há que fazer passar a mensagem aos mais desfavorecidos para que se abstenham de praticar actos marginais...Não quero com isto dizer que devam ser considerados marginais...E os nossos empresários deverão investir sem medo para criar mais postos de trabalho...Entenda-se que não quero dizer com isto que os empresários portugueses são uns medricas...

Judite – O Senhôde Doutôde acha que a Europa está em crise?

Sampaio – É preciso redefinir o modelo social europeu. Claro que este modelo não é mau, mas se fosse redefinido provavelmente ficaria melhor, com as consequentes vantagens futuras para os nossos filhos e netos.

Judite – Ao Senhôde Doutôde não lhe parece que há um divórcio entre os cidadãos e a classe política?

Sampaio - Bem...Há que usar de alguma prudência nesta matéria...A nossa classe política deveria mudar de estilo, modernizar-se e renovar-se...Não quero com isto dizer, entenda-se, que os políticos são antiquados...Mas por outro lado acho que os discursos ocos não levam a lado nenhum...Há que aguçar nos jovens a curiosidade e o gosto pela Ciência...Sem esquecer as letras e todas as demais matérias...Isto parece-me fundamental.

Judite - O que é que o Senhôde Doutôde tem a comentar sobre Portugal ser o país da UE em que existe maior desigualdade social?

Sampaio – Ainda bem que me fala nesse assunto. Olhe...Acho, sobretudo, que os ricos deveriam pensar mais nos pobres...Mas por outro lado também não quero dizer com isto que os pobres não devam ser mais tolerantes para com os ricos...Nada disso! A resolução dos problemas passa por todos nós e não podemos pensar que o Estado pode resolver tudo. Há que inovar para não perdermos o comboio da Europa.

Judite - Senhôde Doutôde, qual lhe parece que deverá ser o papel da NATO no futuro?

Sampaio – Bem...Aí temos, sobretudo, de ser prudentes. A NATO continua a desempenhar um papel central no quadro da defesa e segurança da Europa, mas atenção, e nisto temos de ser muito claros e evitar tibiezas de qualquer espécie, a NATO só por si não pode garantir tudo. A nós portugueses cabe-nos um papel fundamental nesta área e as nossas forças armadas deverão estar devidamente equipadas e disponíveis para ajudar no que for necessário, desde que inseridas no quadro da NATO. Com isto não pretendo dizer que os nossos militares não estão disponíveis, longe disso.

Judite - Mudando de assunto...O Senhôde acha que se justifica que os juízes tenham dois meses de férias?

Sampaio – Trata-se de uma questão que não pode ser escamoteada. Nesta matéria eu estou em desacordo com o Governo, embora no fundo esteja do lado do Governo e...Dos juízes. Penso que os juízes deveriam ter três meses de férias porque, no primeiro mês há sempre a necessidade de recuperação de atrasos motivados por despachos de maior complexidade...E o terceiro mês deveria ser usado para começar a pôr em ordem os processos de menor complexidade. Acresce a isto que ninguém que conheça de facto a vida forense pode ignorar que o segundo mês é quase sempre utilizado para arrumar a papelada...

Judite – Uma última questão para terminar, Senhôde Presidente. Que representa para o Senhôde, passados trinta e um anos, o 25 de Abril?

Sampaio – Olhe vou-lhe ser muito franco. Falarmos do 25 de Abril é falarmos do futuro de Portugal, dos nossos filhos e dos nossos netos.

Judite – Muito obrigado e muito boa noite, Senhôde Doutôde.

Sampaio – Foi um prazer falar consigo de assuntos determinantes para o futuro do nosso país, dos nossos filhos e dos nossos netos. Boa noite.


(Em OFF...)

Sampaio – É pá porque é que não me fizeste perguntas sobre futebol?
Sabes que eu sou do Sporting...Mas também tenho um fraquinho pelo Benfica...E não penses que não gosto do Porto, que tanto tem prestigiado Portugal...E Olha que o Atlético...

Judite – (Foda-se...!)

quarta-feira, novembro 23, 2005

Morte no Afeganistão

O Presidente da República, o Primeiro-Ministro, o Ministro da Defesa e o secretario geral da NATO, lamentam a morte do soldado português no Afeganistão, mas salientam a importância da missão portuguesa na defesa da paz e segurança internacional.

"Não é um incidente, por mais dramático que seja, que faz pôr em causa a bondade e a justiça de uma missão deste tipo", disse Sampaio.

Desde o final da guerra fria que a NATO deixou de ser o braço armado americano na Europa para se tornar no braço armado americano em todo o lado em que esteja em causa a defesa dos interesses americanos.

Sampaio continua com o discurso oco do costume. Generalidades e mais generalidades. Só ficou aflito quando teve de optar na questão de empossar ou não Santana Lopes.

Qual é a bondade e a justiça da presença de tropas portuguesas no Afeganistão? É o respeito pelos compromissos assumidos por Portugal no quadro da NATO, ou seja, a lealdade para com os USA.

Se na guerra colonial a “carne para canhão” que para lá foi não teve escolha, agora a situação é completamente diferente. Será que os militares portugueses não têm formação política nos institutos militares onde estudam? Ou será que para um militar profissional tudo não passa de meras questões técnicas?

Tanto faz contra quem se luta desde que sejam bem cumpridos os requisitos técnicos da missão? Timor, Iraque, Bósnia, Afeganistão, é tudo a mesma coisa?

Mas o que é que vai na cabeça dos militares profissionais? Trata-se de um emprego como outro qualquer? Quando se vai em missão para o estrangeiro até se ganham umas massas valentes por isso que se lixe a política? Será que acreditam mesmo que estão a defender a Pátria? Em caso afirmativo, qual? Esta ou os USA? Tanto faz desde que se cumpram os requisitos técnicos aprendidos com tanta abnegação e entrega no treino militar estupidificante?

Talvez os comandantes Virgílios de Carvalho deste país possam responder a estas questões... Mas não acredito. Desde que a análise da situação geo-estratégica do estreito de Gibraltar esteja em causa, que interessam as baixas em combate? São apenas números não é? Não convém que haja muitas baixas porque diminuem os efectivos em combate e desmoraliza as tropas. Mas desde que se cumpram os requisitos técnicos com profissionalismo e o inimigo também tenha baixas, sai-se de cabeça erguida, com o dever cumprido.

VIVAM OS HERÓIS!
VIVA PORTUGAL !

segunda-feira, novembro 21, 2005

Blair – mais do que um europeu, um patriota!

SIC Online – 21-11 2005

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, disse hoje em Bruxelas que "só um milagre" permitirá aos 25 chegarem a acordo sobre o próximo quadro orçamental, responsabilizando a presidência britânica da União Europeia pelo insucesso das negociações.

"Só um milagre permitirá chegar a acordo em Dezembro", disse Freitas do Amaral num intervalo da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros.

O chefe da diplomacia portuguesa acusou Londres de, até agora, passados quase cinco meses dos seis em que assume a presidência da UE, nada ter feito para tentar resolver a questão das chamadas Perspectivas Financeiras da UE 2007-2013.

O clip de vídeo de Freitas do Amaral «AQUI»


Palavras ásperas de Freitas contra um Blair que não tem tido mãos a medir contra o terrorismo islâmico:

Vários factos estranhos estão associados ao recente atentado em Londres. O diálogo seguinte teve lugar na tarde do dia dos atentados (7 de Julho de 2005) na rádio da BBC. O repórter da BBC entrevistou Peter Power, Director Chefe da empresa Visor Consultants, que se define a si própria como uma empresa de consultoria para a “gestão de crises”. Power é um ex-funcionário da Scotland Yard.

POWER: Às nove e meia da manhã estávamos efectivamente a realizar um exercício, utilizando mais de mil pessoas, em Londres, exercício esse baseado na hipótese de acontecerem explosões simultâneas de bombas, precisamente nas estações de metro onde elas aconteceram esta manhã, por isso ainda estou estupefacto.

BBC: Sejamos claros, você estava e efectuar um exercício para testar se estavam à altura de um acontecimento destes, e ele aconteceu enquanto faziam o exercício?

POWER: Exactamente, e foi cerca das nove e meia da manhã. Nós planeámos isto para uma empresa, que por razões óbvias não vou revelar o nome, mas eles estão a ouvir e vão sabê-lo. Estava numa sala cheia de gestores de crises e, em menos de cinco minutos, chegámos à conclusão que aquilo era real, e portanto passámos dos procedimentos de exercícios de crise para uma situação real.


Peter Power

O Sr. Power repetiu estas declarações na televisão (ITN). O clip de vídeo de dois minutos está disponível «AQUI».



Comentário:

As fantásticas coincidências verificadas em Londres a 7 de Julho, onde um atentado terrorista e um exercício anti-terrorista foram levados a cabo no mesmo dia, nas mesmas estações de metro e exactamente à mesma hora, não devem ser comparadas à total ineficiência de Blair em participar na construção europeia, uma entidade que poderia colocar um grão de areia na engrenagem da «Pax Americana».

PS1) Dá a sensação que Peter Power fez estas declarações para que não lhe limpassem o sebo.

PS2) Gostava também de ouvir a opinião de Durão "cherne" Barroso acerca disto. Também gostaria de saber se há algum tostão dos meus impostos envolvido no salário do cherne.

sábado, novembro 19, 2005

The American Nightmare

O Washington Post confirmou que a CIA tem centros de detenção em mais de 20 países, embora a notícia não especifique quais os países onde esses centros estão instalados.
Segundo o jornal norte-americano, esses centros são geridos por um departamento ultra-secreto da Agência, o CTIC. Este departamento está especializado para a luta anti-terrorista.
O CTIC utiliza a mais sofisticada tecnologia em espionagem e a mais antiga também. Os satélites olham e escutam tudo o que eles querem, devassam as paredes mais espessas e os cantos mais escuros. A tortura quebra os ossos mais duros, os nervos mais resistentes, os peitos mais corajosos. Enfim, vale tudo “a bem da Nação”…
Lê-se na mesma notícia que os maiores êxitos no combate às redes terroristas se devem a este CTIC da CIA.
Acresce que a ideia dos centros de detenção à escala global foi de George Tenet, um ex-director da CIA. Uma mente brilhante, este Tenet, um tipo com futuro político assegurado, sem qualquer dúvida. O homem daria um excelent president, nem percebo porque desperdiçaram tanto talento preferindo o Bush filho…

quinta-feira, novembro 17, 2005

Eu sabia que não podia ser só a política



Clique aqui para ver uma relação tantas vezes incompreendida


Comentário:

Eu sabia que a atracção não podia ser apenas política. Tinha de haver mais qualquer coisa. Algo mais trancendente. Algo mais bonito. Algo mais não sei quê.

terça-feira, novembro 15, 2005

Atentado frustrado da Al-Qaeda em Portugal

Al-Qaeda queria fazer explodir o Cristo-Rei em Almada.

Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Judiciária revelam que a Al-Qaeda, organização terrorista de Osama Bin Laden, ordenou a execução de um atentado em Portugal. O alvo da acção seria a estátua do Cristo-Rei, localizada em Almada.

De acordo com informações obtidas hoje em Lisboa, a ordem de Bin Laden foi fruto do ódio que o saudita nutre por símbolos monumentais católicos, que segundo ele representam "um símbolo da globalização dos infiéis". Demolidor de ídolos e iconoclasta como os talibãs que explodiram as estátuas de Buda no Afeganistão, Osama destacou dois mujahedins para o sequestro e uso de um avião que seria lançado contra a estátua "símbolo dos infiéis cristãos".

Hora a hora, a frustração:

Os registos da Polícia Judiciária dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Aeroporto Internacional da Portela a 4 de Setembro, domingo, às 21h47m, no voo da Air France procedente do Canadá, com escala em Londres.

A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichés e dificuldades de comunicação em virtude do inglês fortemente marcado por sotaque árabe, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da TAP a voltar no dia seguinte, com intérprete.

A Polícia Judiciária investiga a possibilidade de eles terem apanhado um táxi à saída do aeroporto, pois o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou durante uma hora e meia dando voltas com eles pela cidade, até os abandonar num lugar ermo do Casal Ventoso. Aí, acabaram por ser assaltados e espancados por um grupo de toxicodependentes.

Mesmo assim, conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e apanharam boleia num camião que fazia distribuição de garrafas de gás.

Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treino de guerrilha que receberam nas cavernas do Afeganistão e nos campos minados da Somália, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel do Estoril. Alugaram um carro na Avis e voltaram ao aeroporto, determinados a sequestrar um avião e a atirá-lo nos braços abertos do Cristo-Rei.

Enfrentam um congestionamento monstruoso na 2ª circular e ficam mais de 3 horas bloqueados no Campo Grande por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve, e na Av. Do Brasil são-lhes roubados os relógios por um gang da Zona J.

Às 12h30m, resolvem ir para o centro da cidade e procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou dos dólares. Recebem notas de 100 Euros falsas. Por fim, às 15h45m chegam ao aeroporto da Portela para sequestrar um avião. Os pilotos da TAP estão em greve por mais salário e menos horas de trabalho.

Os controladores de voo também pararam (querem equiparação aos pilotos). O único avião na pista é da AIR PORTUGÁLIA, mas está sem combustível.

Tripulações e passageiros estão acantonados na sala de espera e nos corredores do aeroporto, gritando slogans contra o governo. Um batalhão da POLÍCIA DE CHOQUE chega batendo em todos, inclusive nos terroristas.

Os árabes são conduzidos à Esquadra da PSP do aeroporto, acusados de tráfico de drogas, em face de flagrante forjado pelos próprios policias, que "plantaram" papelotes de cocaína nos bolsos dos dois. Às 18 horas, aproveitando uma manifestação dos guardas prisionais clamando subsídio de risco, eles conseguem fugir da prisão no meio da confusão e do tiroteio das brigadas anti-motim da PSP que entretanto tinha sido destacada para o local pelo Ministro da Administração Interna.

Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensanguentados, dirigem-se ao balcão da TAP para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os voos da companhia estão suspensos por tempo indeterminado. Eles, então, discutem entre si: começam a ficar com dúvidas se destruir Lisboa, no fim de contas, é um acto terrorista ou uma obra de caridade.

Às 23h30m, sujos, doloridos e mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sandes de queijo com limonadas. Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem recuperar da intoxicação alimentar de proporções equinas, decorrente da ingestão do queijo estragado usado nas sandes. Foram levados para o Hospital de Santa Maria, depois de terem esperado três horas para que a ambulância do INEM chegasse e percorresse diversos hospitais da rede pública até encontrar uma vaga. No HSM, foram atendidos por uma enfermeira feia e mal-humorada. Tiveram de esperar dois dias para serem examinados, por causa da cólera causada pela limonada feita com água contaminada por coliformes fecais.

Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.

Domingo, 18h20h: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio de Alvalade. O Benfica acabara de perder com o Sporting. A claque dos NO NAME BOYS confunde os terroristas com integrantes da JUVELEO e dá-lhes uma surra sem precedentes. O chefe da claque abusa sexualmente deles.

Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo, em especial na área proctológica. Ao verem uma roullote de venda de bebida nas proximidades, decidem embriagar-se uma vez na vida e comer umas sandes de couratos (mesmo que seja pecado!).

Tomam um bagaço adulterado com metanol e precisam de voltar ao Santa Maria. Os médicos também diagnosticam gonorreia

Segunda-feira, 23h42m: os dois terroristas fogem de Lisboa escondidos na traseira de um camião de electrodomésticos, assaltado horas depois na Serra da Musgueira. Desnorteados, famintos, sem poder andar ou sentar-se, eles são levados por uma carrinha de Apoio aos Sem Abrigo, organização ligada aos direitos humanos para a área metropolitana de Lisboa. Viajam deitados de lado. Na capital novamente, deambulam o dia todo à cata de comida e por volta das 20 horas acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja na Rua do Coliseu, no centro. A Polícia Judiciária não revelou o hospital onde os dois foram desta vez internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo de SKINHEADS.

Sabe-se que a Polícia Judiciária deixou de se preocupar e vigiar estes membros da Al-Qaeda por considerar que as suas intenções foram desvanecidas e já não constituem qualquer tipo de perigo à integridade nacional, e até os está a ajudar, tentando encontrar uma organização humanitária que lhes possa dar apoio para o regresso ao Afeganistão, isto tudo a pedido dos mesmos.


Comentário:

Esperemos que lhes sirva de lição. O terror nunca poderá ter êxito sem o apoio firme das agências de serviços secretos ocidentais.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Notícias da Cidade

CRISTO EM ACÇÃO

Nossa Senhora de Fátima veio no sábado a Lisboa. Sim, que isto de andar empoleirada em cima de uma azinheira também cansa.

Milhares de adeptos andaram em cortejo a empatar o trânsito graças, uma vez mais, a Policarpo que anda num frenesi evangelizador como há muito se não via, aproveitando as crescentes dificuldades sociais do país.

Como ainda não temos carros incendiados as forças de segurança montaram um forte dispositivo em torno da procissão.

"Consagramo-Vos toda a nossa cidade, os seus responsáveis, todos os que procuram generosamente fazer dela um espaço de convivência e de dignidade. Entregamo-Vos também aqueles que não são crentes ou adoram a Deus noutra religião", disse D. José Policarpo.

Eu sabia que ele ainda acabava por me entregar!


BOMBEIRO INCENDIÁRIO

O ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, é o político em quem os franceses mais depositam "confiança para encontrar soluções para os problemas dos subúrbios", indica uma sondagem do Le Journal du Dimanche.

Não sei porquê, mas este Sarkozy faz-me lembrar Nero, o imperador romano...


CONSTRUTORES CIVIS

A Construção Civil é um dos sectores onde é mais fácil fugir ao pagamento de IVA. Apesar da enorme fuga ao fisco por parte dos construtores, nos últimos três anos, 72 mil trabalhadores da construção civil perderam o emprego.

Sem impostos e com mão-de-obra ilegal facilmente descartável qualquer um pode ser presidente de um clube de futebol.

Sabem qual é a máxima do construtor civil português?

«Deixai vir a mim o imigrante ilegal!»


GRIPE

Hoje na Roménia mais quatro galinhas não foram trabalhar.


Al-QAEDA

Ayman al-Zawahiri, número dois de Osama bin Laden, putativo líder da al-Qaeda, considera a soberana britânica inimiga dos muçulmanos, segundo o “The Sunday Times”.

Os serviços secretos britânicos acham que estas ameaças a Isabel II devem ser levadas a sério, embora Tony Blair, o representante da Al-Qaeda em Inglaterra, não se mostre demasiado apreensivo.


COVA DA MOURA

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Pereira Neves, visitou ontem o bairro da Cova da Moura, na Amadora, onde ouviu queixas dos jovens frequentadores da associação local 'Moinho da Juventude', que acusaram a embaixada de «não fazer nada» por eles.

Esses jovens não deveriam estar assim tão desolados porque se estivessem a viver em vivendas no Restelo, a embaixada também nada faria por eles.

Um conselho: antes de começarem a queimar carros falem com o Durão Barroso. Não se precipitem.

domingo, novembro 13, 2005

A França, o Expresso e o pensamento único

Seguem-se os artigos de alguns dos principais escribas do Expresso (12.11.2005):


Editorial - José António Saraiva

TUDO leva a crer que aquela Europa que surgia como exemplo aos olhos do mundo - com o direito às 8 horas diárias de trabalho, férias pagas, assistência gratuita na doença, interdição do despedimento sem justa causa, reforma por inteiro - está hoje condenada.

E a isto há ainda que somar o terrorismo - que através da Al-Qaeda se globalizou e já conta com células no interior das sociedades europeias, que a qualquer momento podem ser activadas e espalhar a morte e a destruição.

A segurança, as conquistas dos trabalhadores, o bem-estar, a moderação política - hoje tudo está em causa. Quem poderá prever o dia de amanhã?


Máquina da Verdade - Henrique Monteiro

Escapa-nos, porém, o essencial. Escapa-nos que esta segunda geração, já educada na Europa, não tem a mesma motivação dos pais. Estes imigraram para fugir à miséria (à verdadeira miséria e não ao que se chama miséria dentro da Europa). Trabalharam e trabalham como cães, nos empregos mais difíceis e mais desqualificados, conseguindo, com o pouco dinheiro que ganham, mandar parte para a terra e sonhar com um futuro melhor para os filhos. Os portugueses bem conhecem esta saga; «mutatis mutandis» foram parte dela em França.

MAS a segunda geração, educada entre nós, ouviu a cartilha cultural pós-moderna. Uma cartilha contra o «melting pot», a favor da afirmação da diferença; uma cartilha de irresponsabilidade pessoal e de dependência social do Estado; uma cartilha que coloca todos os benefícios no tempo presente e todos os sacrifícios como dispensáveis. É esta nossa cultura que contribui decisivamente para a tribalização da sociedade e para o fim da ideia da recompensa diferida.

O que os jovens dizem na rua é que não se sentem franceses, nem belgas, nem alemães, em parte porque lhes ensinaram que nada havia de maravilhoso em se ser europeu; pelo contrário, hoje em dia, ser-se europeu é sinónimo de pertencer a um continente que fez coisas terríveis na história (apesar de isso ser tão verdade para a Europa, como para a Ásia ou a África). O que hoje os jovens pensam é que não é necessário trabalhar duro para mais tarde terem uma recompensa. Apenas sabem que não têm o que lhes prometeram - um reino de facilidades sustentadas pelo Estado e repleto de assistentes sociais e ONG que velam por eles.


Estado Crítico – João Pereira Coutinho

Para começar, o desemprego e a recessão não explicam, nem autorizam, o crime e o vandalismo, caso contrário a Europa inteira estaria em chamas. E, escusado será dizer, nenhum outro país fez tanto para «integrar» a sua própria comunidade muçulmana. Muçulmana? Precisamente: porque são sobretudo muçulmanos que incendeiam, espancam e praticamente controlam as zonas suburbanas de Paris e restantes cidades. Eis a famosa «rua árabe», que se fanatizou desde o 11 de Setembro. Fanatizou-se em França, com milhares de crimes graves, incluindo anti-semitas, desde o início do ano. Fanatizou-se em Inglaterra, na Holanda, na Dinamarca. Soluções?

Para Sarkozy, a solução passa por repor a ordem e punir, com dureza ou expulsão, os actos da «canalha». As consciências finas não gostam das palavras do ministro e preferem a doce retórica de Chirac. O futuro, segundo Chirac, passa pela repetição do passado: pela manutenção da velha esmola social que permitiu o caldo de indolência e vagabundagem que acabou por transbordar. É um caminho. Um caminho sem lei e sem ordem que acabará por atirar a Europa para as consequências de Weimar.


Zapping – Pedro D’Anunciação

«Foi a Televisão que nos mostrou bem como os bairros em que a violência estalou estão longe das barracas miseráveis em que alguns acreditavam, e são antes urbanizações de classe média, bem ajardinadas, com casas dignas, boas escolas, infantários (que a fúria dos revoltados não hesitava em destruir)


O Mundo dos Outros – José Cutileiro

Só que chegou o tempo das vacas magras e hoje nas «cités», que se transformaram em viveiros de solidão e delinquência, há famílias com duas gerações de desemprego. Entretanto, o crime organizado crescera no mundo e um Islão vingativo e fanático capturara frustrações de gente nova. Todavia, tudo parecia normal no casulo francês até ao «não» ao Tratado Constitucional ter mostrado o fosso entre as elites e o povo. Desde aí a derrocada não parou: a defesa do «modelo social francês» é ruinosa e a defesa da política agrícola comum poderá sabotar negociações de liberalização do comércio internacional necessárias à prosperidade e à segurança de todos nós.


Mar Aberto – João Carlos Espada

Fechamento intelectual - Não gostaria de ser mal entendido. Não se trata de discutir em três penadas as vantagens e desvantagens comparadas das economias francesa, inglesa e americana. Também não se sugere que os distúrbios de Paris são exclusivo da França: incidentes semelhantes tiveram recentemente lugar em Birmingham e New Orleans. Trata-se apenas de chamar a atenção para que a retórica abstracta, tão do agrado dos políticos franceses, não contribui para a discussão dos problemas políticos reais. Pelo contrário, essa retórica exclui e impede uma discussão desapaixonada e o ensaio de correcções parcelares para problemas parcelares.

A insistência francesa, copiada por muitos políticos europeus e nacionais, naquilo que Tocqueville designava de «atracção pelas teorias gerais», não é um sinal de abertura intelectual, mas de fechamento. Fechamento à realidade - designadamente à realidade económica - e à séria reflexão sobre ela, que é a característica primeira de uma sociedade aberta.



Comentário:

Choque e Pavor – Daniel Oliveira

SEMPRE foi assim. Se há escassez num lugar e abundância no outro, movem-se os humanos. Podemos erguer todos os muros. Eles virão sempre. Por terra, por mar, pelo ar. Nada pode travar a luta pela sobrevivência. E, depois de chegados, procriam. E os seus filhos, os seus netos, não aceitam a menoridade dos seus pais e dos seus avós. Odeiam-na. A «integração» nunca se faz ao ritmo do «integrador». Como devíamos ter percebido pelos motins de Los Angeles, levados a cabo por quem espera há dois séculos pela «integração», é a desigualdade e não a diferença que gera violência. E se a desigualdade tem cor, então os inimigos e os aliados topam-se a léguas.

Estes miúdos já não são mão-de-obra barata e dócil, como os seus pais. É assim mesmo que começa a integração: quer-se mais, o mesmo que todos os outros. Podiam dizê-lo de outra forma, é claro. Mas quantos deputados de origem magrebina há no Parlamento francês? Quem os quis ouvir quando não queimaram carros? Quanta democracia sobrou para eles?

A França que proibiu o véu vê agora as chamas. O véu tinha, apesar de tudo, melhor aspecto. O que está em debate na Europa é só isto: aceitamos a diferença e damos-lhe todos os direitos ou só a suportamos se ela for tão envergonhada que não se dê por ela. Quando os filhos dos imigrantes tiverem tudo o que nós temos - dinheiro, emprego, futuro, liberdade para vestirem o que querem e falarem como querem sem pedir desculpa - sentir-se-ão bem por cá. Talvez então até comecem, por vontade própria, a dispensar o véu e a afirmação permanente da diferença. Ou talvez não. Enquanto não lhes dermos nada, o que lhes resta é isto mesmo: a sua identidade. Se não são nada para nós, querem, ao menos, ter orgulho disso mesmo. E saberem que temos medo deles.

sexta-feira, novembro 11, 2005

O Evangelho segundo a ACEGE

A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), constituída, em 1952, sob a denominação UCIDT - União Católica de Industriais e Dirigentes de Trabalho e, ultimamente, denominada UCIDT Movimento Cristão de Empresários e Gestores, e cujos estatutos foram aprovados em Fátima a 7 de Março de 1998, esteve ontem representada no debate na RTP2, «Espiritualidade e gestão».

A ACEGE promoveu recentemente a assinatura de um Código de Ética.
Na sessão pública de assinatura do Código de Ética por empresários e gestores estiveram presentes individualidades com relevo nas empresas portuguesas, tais como João Alberto Pinto Basto, Alípio Dias, Álvaro Barreto, Pedro Teixeira Duarte, Vasco de Mello, Vasco Pessanha, António Castro Henriques, José Vinagre, António Pinto Leite, Nuno Fernandes Thomaz, Henrique Bandeira Vieira, Armindo Monteiro, entre outros.

Tudo gente de primeira água, portanto.

«Neste âmbito, este documento defende uma conduta ética por parte de empresários e gestores, que não tem de ser encarada como um constrangimento para a gestão das empresas nem é incompatível com a obtenção de lucro, sendo antes pelo contrário, um factor de desenvolvimento sustentado do tecido empresarial português, de maior competitividade, e de maior riqueza e justiça social».

Ou seja, lá por serem cristãos nada de inibições quando toca a gamar o próximo.

Mas vejamos algumas das intervenções de alguns dos seus ilustres membros no II Congresso desta sagrada família.

2ª Congresso Nacional ACEGE
Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, Ética: Factor de Realização e Progresso

Senhor Dom José Policarpo, Eminência Beijo, respeitosamente, o anel de Vossa Eminência, saudando o egrégio Pastor de uma das duas dioceses por onde se divide a minha faina quotidiana, mas também o Magno Chanceler da Universidade em que ensinei durante inesquecíveis 16 anos, e, sobretudo, o Mestre no Pensamento, no Magistério e no Testemunho, numa Igreja que sabe falar para o Século XXI e os seus desafios, como sempre soube conjugar a eternidade do seu horizonte como a temporalidade das suas sucessivas circunstâncias.

De cortar a respiração! Ele beija o anel do egrégio sacana do Policarpo! Numa Igreja que sempre se soube adaptar aos tempos e sem perder a sua essência!

Onde é que o Marcelo foi buscar esta verve? Terá sido a algum Ministro do fascismo?!


Assim quisemos afirmar a nossa Fé, uma Fé monoteísta, num Deus uno e trino, Deus-Pai que nos oferece a eternidade; Deus-Filho que nos dá o testemunho da ressurreição e revela, na sua mensagem, o caminho para a vida eterna e cria a Igreja, depositária da Fé e guia na decifração, no tempo e no espaço, da mensagem revelada; Deus-Espírito Santo, cujo sopro, na História e para além dela, nos ilumina, apoia e incentiva na caminhada pessoal e comunitária.

Tantos anos passados e ainda não há um Deus-Neto? Deus-BCP já há...

Por falar em BCP, vejamos esta:

Eng. Jorge Jardim Gonçalves
2.º Congresso Nacional da ACEGE (8 e 9 de Outubro de 2004) sob o tema: Ética e realização pessoal

A concepção do trabalho como um meio para nos tornarmos mais humanos e realizados é fundamental, pelo que não devemos considerar o trabalho como uma mera mercadoria ou força anónima necessária para a produção, ou então estaríamos a falar de instrumentos, máquinas e não de pessoas.

Pois claro, se há coisa que esta gente estima é o trabalho...Dos outros, pois sem ele não haveria lucros...

Segue-se o verdadeiro guia espiritual!(há quem diga que é este mesmo o neto de Deus, Filho de Jesus Cristo, portanto):

Gerir com ética, um compromisso com os outros
João César das Neves

Ora como é que pessoas como nós fazem barbaridades? Como é que boas pessoas fazem pecados? Esse é o problema que vale a pena discutir num congresso da ACEGE.

Ó João, talvez seja porque não são assim tão boas pessoas, não achas? Talvez também valesse a pena discutir na Judiciária...

Como é que pessoas boas fazem o mal? Fazem o mal porque dizem que é bom. Esse é o nosso principal problema.

Pois claro! Se houvesse alguém que lhes dissesse que era mau, não faziam...

Nós fugimos aos impostos, mas fazemos isso porque achamos justo, dado que o sistema fiscal é injusto; «eu não devia fazer isto aquele meu concorrente, mas o tipo é um bandido e já me fez várias; ele merece para aprender como elas lhe mordem!»; «estes trabalhadores vão para a rua sem direitos, mas o meu compromisso com os accionistas assim o impõe».

Sim João, a vossa margem de manobra é pequena...E também a máquina fiscal tem mais com quem se preocupar...

...toda a gente amava a princesa Diana. O único que não a amava era o marido, mas tirando esse, toda a gente a amava.

Está fora do contexto, mas serve para demonstrar as preocupações sociais do João e o azar da Diana...E foi logo casar com aquele orelhudo...

Já Adam Smith, que era professor de Ética, ensinou que eu, ao preocupar-me com o meu bolso, acabo por ajudar os outros.

Ele esqueceu-se foi de te ensinar a preocupares-te com o bolso dos outros para te ajudares a ti. Assim serás sempre um teso, João!

Sustenham agora a respiração:

Cristo diz a frase que tantos calafrios cria na ACEGE e em todos os gestores católicos ao longo dos séculos: «É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.» (Mc 10, 25). Isto é com a gente. Meus amigos, nós temos de vender tudo e seguir Jesus. Não há alternativa, se queremos ir para o Reino dos Céus. Mas não se justifica a nossa estranheza. Porque este tema de «vender tudo e seguir-me» é-nos apresentado a cada momento na gestão e no mundo dos negócios: «Vai, vende tudo o que tens e depois vem e vamos fazer uma empresa». «Vai, vende tudo o que tens e depois vem e terás uma carreira de sucesso ». Ainda hoje de manhã o Eng Jardim Gonçalves dizia isso, referindo-se aos tempos de criação do BCP. Para se ter sucesso nos negócios é preciso vender tudo e dedicar-se a isso.

Viram como o João torneou o problema dos ricos camelos!? Não tem nada que saber... É só despojar dos bens materiais (vendidos a bom preço), seguir Jesus e...A seguir formar uma empresa! E há alguém mais cristão que Jardim Gonçalves?

Ave César!

quinta-feira, novembro 10, 2005

Policarpo volta a pôr as garras de fora

Volta e meia D.José Policarpo sente-se encorajado a meter o bedelho onde não é chamado. O facínora veio agora a terreiro, num programa televisionado, defender o uso da força para deter os motins sociais em França.

As causas do conflito não lhe interessam. Só lhe interessa a defesa da Europa Blairocristã.

Policarpo cada vez se dá menos ao trabalho de disfarçar o discurso com as parvoíces religiosas do costume. Está cada vez mais político e cada vez mais parvo.

Tem razões para sorrir. Os políticos do poder encomendam-lhe «trabalhinhos» e o negócio de Fátima vai de vento em popa. Que se lixem os desgraçados que para lá vão rastejar e os que lá nem chegam porque levam com um camião TIR em cima. O que interessa é pôr lá os pimbas a cantar para aumentar os lucros do negócio.

Desde a criminalização do aborto, ao sim ao referendo para aumentar o poder do grande capital internacional na UE, à porrada na escumalha mourisca que anda a atazanar os fiéis que querem trabalhar, Zé Policarpo continua a dar voltas ao catecismo sem encontrar o tal deus (a letra pequena é intencional) bonzinho dos pobres.

E não há por cá ninguém que lhe incendeie o espadalhão?

segunda-feira, novembro 07, 2005

Displicência e virulência

Coloquei este post a 14 de Abril de 2005. Hoje, quase sete meses depois, considero-o quase profético. Nunca imaginei ter uma tal presciência. Amanhã corro a inscrever-me num curso de quiromancia. Tenho de tirar o máximo partido financeiro deste meu insuspeitado talento:


No jornal Globo de 13/04/2005 por Demétrio Weber:

Por uma decisão errada, quase 4 mil laboratórios de 18 países receberam, de uma instituição de pesquisa americana, amostras de um vírus especial letal da gripe. A Organização Mundial de Saúde pediu nesta quarta-feira a destruição de todas as amostras, temendo o risco de uma pandemia - que é considerado pequeno, mas não desprezível. O vírus enviado é do subtipo H2N2, causador da pandemia da gripe asiática de 1957-58, que matou de um a quatro milhões de pessoas.

- O vírus poderia causar uma epidemia global de gripe. Foi uma decisão pouco acertada enviá-lo - disse o coordenador do programa de gripe da OMS, Klaus Stohr.

O cientista explicou que amostras de vírus foram enviadas a 3.747 laboratórios de 18 países como parte de testes rotineiros que se fazem todos os anos. Mas a Agência Canadiana de Saúde Pública comunicou, no dia 26 de Março, que um laboratório do país identificou numa amostra o vírus A/H2N2 similar ao que circulou em 1957 e 1958, causando a chamada pandemia de gripe asiática, e que ressurgiu em 1968.

A OMS alertou que "as pessoas nascidas depois de 1968 podem ter imunidade limitada a esse vírus, que não se incluiu em nenhuma das vacinas trivalentes contra a gripe".

Segundo a OMS, o laboratório canadiano que identificou o vírus letal tomou medidas de protecção e vigilância. Uma investigação levou até a origem da amostra, o laboratório americano do College of American Pathologist. A organização distribuiu amostras do H2N2 pela primeira vez em 2004 e depois em Fevereiro deste ano, como parte dos testes científicos rotineiros de vírus da gripe.



Por seu lado em Washington, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA ainda tenta descobrir como amostras de um vírus de gripe perigoso foi enviado por engano para milhares de laboratórios em 18 países.

- É uma alta prioridade, que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos estão trabalhando para resolver - disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. - Eles avaliaram que o risco dessas amostras para a população é baixo. Apesar disso, não queremos arriscar.

A empresa Meridian Bioscience, de Cincinnati, que enviou as amostras, negou que tenha violado regras e disse que trabalhava sob contrato para o Colégio Americano de Patologistas.

O Colégio Americano de Patologistas emitiu instruções para que todas as amostras sejam destruídas relataram a OMS e as autoridades sanitárias dos EUA na sexta-feira.



Comentário:

Este erro afigura-se demasiado grosseiro para se tratar de mera negligência burocrática. Parece mais um convite claro à Al-Qaeda de Bin Laden para deitar a mão ao perigosíssimo vírus H2N2. Assim, apresentam-se quatro cenários:

1 – Ou a empresa Meridian Bioscience, de Cincinnati, que enviou as amostras, tem algum mujahedin infiltrado nas suas fileiras;

2 – Ou o Colégio Americano de Patologistas para quem trabalha a Meridian Bioscience tem algum terrorista disfarçado nas suas hostes;

3 – Ou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA tem algum radical islâmico encoberto no seu grupo;

4 – Ou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, é um talibã travestido.

Em qualquer caso, algures no Ocidente, os anti-gripais, os lenços de assoar e os chás de tília podem vir a andar muito ocupados numa data futura.


Hoje, 7 de Novembro 2005, sinto-me mais descansado. Felizmente, com o número astronómico de doses de Tamiflu que vão ser fabricadas pela Gilead, empresa onde Rumsfeld, o actual ministro da defesa americano, foi presidente e continua a ser um dos principais accionistas, as vacinas não vão seguramente faltar. Porque nem a Gilead nem Rumsfeld brincam com coisas destas.

sábado, novembro 05, 2005

"Lugares Negros", 60 anos depois (2)

Quantos gulags americanos existem, espalhados pelo Mundo? Ninguém sabe. Esse é um dos segredos mais bem guardados. E no entanto, sabe-se cada vez mais sobre esse tema.Porque por mais que se mantenham secretos, há sempre um rabo de fora.

Quando o Iraque foi invadido e Saddam derrubado, Bush disse aos iraquianos (e ao Mundo) que aquilo era uma “invasão libertadora”, que “jamais os iraquianos voltariam a ser torturados”, que “o sofrimento ia chegar ao fim”. Lembro-me bem dessas mentiras.
Mas só hoje sei que Bush mentiu. Só hoje sei que Bush continua a mentir. Voltou a mentir quando disse que os responsáveis pela tortura de prisioneiros em Abu Ghraib e Guantanamo seriam julgados e castigados. Dick Cheney não está a ser julgado nem deverá ser castigado e, no entanto, foi ele quem ordenou as torturas. Foi ele. E Bush sabia. O castigo está a ser aplicado a alguns pobres de espírito, soldados pau-mandado, incapazes de se defenderem ou sequer de perceberem o que lhes está a acontecer.
Hoje sabemos que os gulags não se limitam a Guantanamo, Abu Ghraib ou Bagram. As ONG humanitárias que investigam essa questão garantem que há dezenas de prisões secretas mantidas pelos americanos, um pouco por todo o Mundo. Dezenas de gulags, onde estão encarcerados inúmeros “suspeitos” de serem terroristas, “suspeitos” de pertencerem à Al-Qaeda, simplesmente “suspeitos”. Encarcerados, torturados, assassinados em segredo, em prol da democracia ocidental.
Segundo dados recentemente revelados pelo UN Human Rights Committee, só no Afeganistão há mais de 20 locais onde os americanos construíram prisões e onde não permitem visitas a prisioneiros, nem inspecções de entidades independentes. Quem são e quantos são os prisioneiros nessas instalações? Ninguém sabe. De que direitos beneficiam? De nenhuns.
Suspeita-se que também na ilha de Diego Garcia exista uma dessas prisões, mas os indícios apontam para países como a Polónia, a Ucrânia, Kosovo, o Quirguistão, Arábia Saudita, Egipto, Panamá ou mesmo no interior dos EUA. A verdade é que pode ser em qualquer lado.
As suspeitas baseiam-se em relatos de alguns prisioneiros que acabaram por ser libertados. São poucos casos e as pessoas nem sabem dizer onde estiveram. Mas, todos, trazem no corpo as cicatrizes das sevícias sofridas.

Nota: gulag, em russo, segundo a definição dada pela Wikipédia, é um sistema de campos de trabalho forçado para criminosos e presos políticos da União Soviética, à semelhança dos campos de concentração nazis. Na URSS, os gulag funcionaram desde 1918 até 1956. Nesses campos, milhões de pessoas foram aprisionadas e muitas delas nunca de lá saíram com vida. O termo gulag tornou-se, assim, sinónimo de repressão bestial e sem limites. Os americanos estão a aplicá-lo com esmero.

sexta-feira, novembro 04, 2005

"Lugares negros", sessenta anos depois

Na SIC Online

A CIA terá escondido e interrogado alegados membros destacados da Al-Qaeda em instalações secretas na Europa de Leste (Polónia e Roménia). De acordo com uma investigação do Washington Post, há quatro anos que a agência norte-americana montou um sistema secreto de prisões, como parte da guerra contra o terrorismo.

A rede secreta de centros de detenção será apenas uma parte do sistema encoberto criado pela CIA, há quatro anos, para combater o terrorismo.

A teia secreta denunciada na edição desta quinta-feira do Washington Post terá tido acesso a documentos confidenciais.

O sistema terá incluído centros de reclusão em oito países, entre eles a Tailândia, o Afeganistão e algumas democracias do leste europeu (Polónia e Roménia).

Em causa estão operações da CIA que dependem, segundo o diário, da cooperação dos serviços secretos estrangeiros e da manutenção da confidencialidade.

Apenas um pequeno grupo de altos funcionários norte-americanos, o Presidente e alguns membros dos serviços secretos internacionais terão conhecimento da existência destas prisões secretas da CIA ou "lugares negros", como serão conhecidas na gíria dos serviços secretos.

Por lá já terão passado mais de cem reclusos. Entre eles, 30 dos considerados mais importantes terroristas, presos e interrogados num complexo pós era soviética na Europa de Leste. Este grupo de prisioneiros, adianta o jornal, será mantido isolado do mundo exterior, em celas subterrâneas e terá contacto apenas com os próprios agentes da CIA.

...................

Lembremos aqui alguns aspectos do USA Patriot Act, aprovado nos Estados Unidos após o 11 de Setembro e reforçado, mais tarde, pelo Patriot Act II:

Sem informar os cidadãos, qualquer instituição federal pode entrar secretamente em qualquer casa ou empresa, recolher provas e, seguidamente, usar a prova (recolhida ou “plantada”) para acusá-los de um crime.

Qualquer instituição policial tem o poder de monitorar a internet e o correio electrónico, interceptar telefones celulares sem garantias para milhões de suspeitos.

Qualquer instituição federal pode invadir uma empresa e copiar todos os seus arquivos sob a premissa de que têm “relação” com uma investigação terrorista. Os cidadãos que venham a protestar publicamente por estas acções policiais arbitrárias e invasoras podem ser detidos.

Os julgamentos são secretos e os representantes do Ministério Público não precisam de apresentar provas quando se trata “dos interesses da segurança nacional”. O condenado pode ser executado inclusive quando uma terça parte dos juízes militares não está de acordo.

A polícia secreta não conhece fronteiras entre a espionagem doméstica e a externa. O USA Patriot Act legaliza as operações da CIA contra os cidadãos no interior dos Estados Unidos.

O USA Patriot Act, tem uma ampla e vaga definição de “terrorismo” que lhe permite reprimir qualquer organização dissidente ou actividade de protesto. De acordo com a secção 802 da norma, terrorismo é definido como “actividades que implicam actos perigosos para a vida humana e que são uma violação das leis criminais dos Estados Unidos... (e) pretendem intimidar ou coagir a população civil... (ou) influenciar as políticas de governo através da intimidação ou da coerção”.

Qualquer protesto anti-globalização, como o que ocorreu em Seattle ou Ottawa, pode ser qualificado de “terrorista” e os seus líderes e participantes presos, as suas casas e escritórios revistados, os seus documentos confiscados e, se não forem cidadãos americanos, enviados aos tribunais militares.



Comentário:

Sessenta anos depois, outro grande estado democrático instala campos de reclusão um pouco por toda a parte, inclusive na Polónia. Agora falha-me um pouco a memória. Como é que se chamava aquele de há sessenta anos atrás? Auschwatz? Auschwetz? Auschwutz?

quarta-feira, novembro 02, 2005

7 mil milhões de dólares para a gripe dos cegos

Associated Press – 1 de Novembro de 2005

Bush disponibilizou na Terça-Feira mais de 7 mil milhões de dólares na sua estratégia de prevenção contra um surto da pandemia da gripe, afirmando querer ter stocks suficientes de vacina para proteger 20 milhões de americanos contra a gripe das aves.

O presidente disse também que os Estados Unidos deviam aprovar uma responsabilidade financeira para com os fabricantes das vacinas salvadoras. Afirmou ainda que o número de fabricantes americanos de vacinas decaiu porque a indústria tem sido atingida por um dilúvio de processos legais.

Bush disse que ninguém sabe quando ou onde uma vaga de gripe mortal atacará mas “de alguma forma nós estamos provavelmente em face de outra pandemia.”

Bush explicou que uma pandemia de gripe seria muito mais grave do que a gripe sazonal que deixa doentes todos os anos centenas de milhares de pessoas. “Eu já apanhei gripe. Ao contrário da gripe sazonal, a gripe pandémica pode matar quem é jovem e saudável bem como os fracos e os doentes” disse Bush.

Ao pedir dinheiro ao Congresso para comprar vacinas, Bush afirmou que as vacinas “não seriam as ideais para a pandemia porque a vaga pandémica será, de alguma forma, diferente do vírus da gripe das aves a partir do qual se desenvolverá. Mas uma vacina contra a actual gripe das aves irá oferecer alguma protecção contra a vaga pandémica e possivelmente salvar muitas vidas nos primeiros meses críticos de um surto.”

Afirmou ainda que “os Estados Unidos estão a aumentar os seus stocks de drogas antivirais, como o Tamiflu e o Relenza. Estas drogas não evitam que as pessoas apanhem a gripe mas podem reduzir a gravidade da doença quando tomada dentro de 48 horas depois de adoecer.”

Neste momento não existe uma pandemia de gripe nos Estados Unidos ou no mundo, mas história ensina-nos que devemos estar preocupados. No último século, o nosso país e o mundo foram atingidos por três pandemias de gripe, e os vírus das aves contribuíram para todos eles.”

Salientou que “a pandemia de 1918 matou mais de meio milhão de americanos e mais de 20 milhões através do globo. Um terço da população americana estava infectada, e a esperança de vida foi encurtada em treze anos. Esta pandemia foi seguida pela de 1957 e a de 1968, que matou dezenas de milhares de americanos e milhões em todo o mundo.”

O Presidente disse ainda que “a gripe das aves já teve casos na Ásia e espalhou-se à Europa mas ainda não chegou aos Estados Unidos. Foi dado ao nosso país um aviso justo deste perigo para a nossa segurança e tempo para nos prepararmos.”

Bush afirmou que a pedra angular da sua estratégia era desenvolver novas tecnologias para produzir vacinas rapidamente. “Se acontecer uma pandemia, o nosso país deve ter a capacidade de produzir rapidamente uma vacina e em quantidade suficiente para imunizar todos os americanos.”



Comentário:

Quem não se rala mesmo nada com a gripe é o ministro da defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, antigo presidente da Gilead, o fabricante do Tamiflu, que vai ter grandes lucros, já que continua a ser um dos grandes accionistas da companhia.




E já que falamos em gripe das aves, quem vai pagar a factura desta pandemia, ou melhor, pantomina, somos todos nós, os patos-bravos. Porque a pandemia não é de gripe. É de cegueira.